Capítulo I
Cᥲρίtᥙᥣo 1
De entre vários momentos na vida de uma mulher, comumente, o casamento é um dos mais esperados, é nele em que a mesma deposita suas expectativas, é aquele em que certamente é dito como o avanço de mais um passo, mais um degrau na escada da vida. O casamento em si possui vários significados, sendo que um deles está relacionado ao facto de ser o momento que marca o início de uma nova fase da vida ao lado do homem que a mulher escolheu para ter do seu lado até que um deles solte o seu último suspiro. Significa que não mais caminhara sozinha e que terá alguém com quem partilhar o peso do seu fardo, alguém com quem partilhar risos e choros, fracassos e vitórias; aquela pessoa que seu colo irá oferecer quando algo não estiver bem, e suas lágrimas irá enxugar; aquele com quem partilhar alegrias e que irá rir até mesmo das piadas sem graça lançadas ao ar. É com quem se irá formar uma família e partilhar os ensinamentos pelos seus pais dados. Em verdade, é algo tão complexo, mas também tão simples que tem como maior objectivo a representação do amor, mesmo que nem sempre seja realizado com tal propósito, tal como era o caso de Alissa.
Em uma sala cheia de mulheres eufóricas, as quais falavam pelos cotovelos a tempo inteiro como se suas cordas vocais de tal exercício não se cansassem, de frente ao espelho Alissa deixava que algumas mulheres cuidassem-lhe do cabelo, outras da maquiagem e mais outras a dar os retoques finais ao seu vestido de noiva e ao seu véu. As últimas semanas haviam sido tão corridas, que ela sequer se recordava de alguma vez ter experimentando algo do género. Depois do anúncio do seu noivado com o Príncipe Ian sua vida mudara completamente, sua rotina tornara-se extremamente pesada para aquilo que estava habituada e ensinamentos e aulas as quais tinham por objectivo orientá-la e prepará-la para a sua nova vida na corte eram realizadas. Jantares e almoços da corte, os quais tinha de participar e sorrir e acenar, eram uma obrigação, sem contar com as visitas intermináveis, era como se sua casa havia-se transformado em uma atracção turística pela qual toda a gente tinha de passar sempre que colocasse os pés em Limes. Pessoas que nunca antes havia visto em toda a sua humilde existência surgiam de todos os cantos possíveis da Terra e apareciam em sua casa, felicitando-lhe pelo noivado. Ela até podia suportar tudo aquilo, porém o problema tornava-se maior quando também sua mãe era envolvida. A mesma tinha de estar apta a receber visitas e ter a paciência de lhes servir tudo aquilo que eles desejassem sempre que lá fossem ter.
Seu quarto? Oh! O seu quarto havia-se tornado minúsculo devido as inúmeras prendas que vinha recebendo desde o noivado, nunca recebera tantas prendas em toda a sua vida como recebia nos últimos tempos, desde joias a vasos de porcelana chinesa que com certeza custavam os olhos da cara e todo o resto do corpo. Tudo isso apenas para agradar a realeza e cair nas graças da família que governava o Reino.
"Ah, isto é exaustivo.", suspirou Alissa para si mesma perguntando-se se com a confusão que estava a sua cabeça não teria exteriorizado aquele pensamento sem querer.
- Faltam dez minutos para a Alissa estar na igreja – disse a Princesa Dalilah Parrik a filha mais nova do Rei Adrian e da Rainha Leonora, por uma abertura na porta.
Ela tinha de dar o braço a torcer, e finalmente acordar para a realidade...
Desde que tomara conhecimento de que se iria casar com um membro da realeza, sua vida nunca mais fora a mesma e estava certa de que nunca mais o seria, por mais que ela tentasse. Ela acabara por terminar em meio ao mundo que ela mais abominava... A Realeza.
E então a lembrança do dia em que recebera a notícia de que ia casar-se com Ian, surgiu.
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Flashback On:
Ela acabava de voltar de um passeio a cavalo até à lagoa, o único lugar que ela considerava seu refúgio, quando para sua surpresa encontrou seu pai parado junto a entrada do estábulo a sua espera.
- Pai! Voltaste cedo hoje! – exclamou Alissa enquanto desmontava. – Pareces exausto – apontou a mais nova ao analisar a expressar do pai, depois de depositar um beijo na face dele.
- E estou.
- Tenho a certeza de que um chá de ervas o fará sentir-se melhor, eu mesma o faço.
- Eu adoraria que me fizesses um, mas temos de conversar, Alissa.
Ao mesmo tempo em que ouvia as ditas de seu pai, Alissa tirou a sela da égua e guardou-a em seu respectivo lugar, para então virar-se para o seu progenitor.
- Diz pai, o que é que o preocupa? – pediu Alissa sua expressão passando de calma à preocupada.
- Bem... – começou Rance. – Oh, filha, eu nem sei por onde começar...
- E que tal se for pelo começo? – sugeriu Alissa com um sorriso.
A mais nova viu seu pai respirar fundo, não preciso ser alguém com a capacidade de ver por detrás das reais feições da pessoa para saber que algo estava errado. Ela conhecia seu pai perfeitamente, e estava ciente de que o que quer que fosse que ele estivesse para dizer, era algo importante, porém ela nunca pensou que seria...
- Vais casar-te.
- Ca... ca... casar? – perguntou Alissa incrédula.
Teria ela ouvido mal? Porque bem, aquilo que supostamente havia ouvido não fazia sentido algum. Como podia seu pai aparecer ali do nada e dizer-lhe que se iria casar? Era um bluff! Era com certeza um bluff. Tinha de ser um bluff! Ela precisava que fosse.
Uma risada fluiu pelos lábios de Alissa, com certeza aquela era mais uma das inúmeras brincadeiras que seu pai tanto gostava de fazer, porém tinha de deixá-lo a saber que dessa vez, ele fora longe demais.
- Ok, pai. Está certo. Já podes parar de brincar, esse bluff está a ir longe demais – dissera a mais nova ainda com o semblante descontraído, contudo, o facto de seu pai continuar com a expressão tão séria quanto antes deixava-a relutante. – Pai... o senhor está a brincar, certo? – perguntou Alissa já preocupada.
- Alissa, eu... – começou o responsável pela família Jory, mas suas palavras perderam-se no ar.
- Pai...
- Eu sinto muito – dissera Rance com a expressão derrotada e consternada.
- Tu... t... – gaguejou Alissa, ela sequer conseguia formar frases ou palavras coerentes, sua visão ficara instantaneamente nublada no momento em que seus olhos ficaram marejados. – O senhor sente muito? – E então ela deu uma risada sem emoção ao mesmo tempo em que passava a mão pelos fios negros. – O senhor está a dizer-me que sente muito depois de me ter entregado de bandeja sabe-se lá para quem foi?
- Filha...
- Quem é ele? – perguntou de forma ríspida interrompendo-o. – Quem é homem para quem o senhor me vendeu?
- Alissa, filha... eu não te vendi, nunca seria capaz de fazê-lo. – negara o mais velho com a expressão carregada de culpa.
- Não? Então o que é que o senhor fez, hum? – indagou. – O que é que o senhor julga que fez ao simplesmente realizar um acordo qualquer com sabe-se lá quem para que eu me case? – inquiriu Alissa. – O senhor prometeu! O senhor prometeu que nunca iria submeter-me a um casamento que a um acordo de negócios se compara. A um casamento sem amor! O senhor prometeu! – gritou a jovem. – Quem é ele? – perguntou após respirar fundo. – Com quem é que eu terei de casar-me?
- Com o príncipe Ian – respondeu Rance com o olhar baixo e Alissa arfou levando a canhota até a boca.
- Não... – choramingou –, não pai... o senhor não fez isso. Por favor, diz-me que não o fizeste – implorou a mais nova e segurou nas roupas do pai.
- Filha, eu sinto muito... eu não...
- Para de dizer que sentes muito! – interrompeu-o Alissa e limpou as lágrimas que corriam pela sua face. – Como pudeste, como é que pudeste fazer-me isto? Como é que pudeste escolhê-lo justamente a ele? – perguntou inconformada, teria ela sido tão má filha, ao ponto de ter seu pai decidido por algo parecido? – O senhor sabe perfeitamente como é que eu me sinto relativamente a família real, pai... por quê? Porquê pai? Será que...
- Não! – apressou-se Rance a dizer, interrompendo-a. – Não, Alissa. Não é o que tu estás a pensar. Tu não tens culpa de minha pequena, querida. É só que por alguma razão, foi a ti que o Rei e a Rainha escolheram, e sendo eu o Conde de Limes, não tenho muito por onde – confessou o mais velho e soltou um suspiro. – É isto, ou teremos de enfrentar problemas na Corte por nos termos recusado a acatar a ordem do Rei e tendo em conta o escândalo que foi o casamento do teu irmão com a Bryony... Não nos restam opções, pequena – explicou. – Tu sabes perfeitamente, que eu nunca submeter-te-ia a algo do género, amo-te demasiado para fazê-lo e acredita, se pudesse faria qualquer coisa para livrar-te desse fardo, mas...
- Mas não há como fazê-lo, a não ser que eu deserde, não é? – indagou a mais nova e mais lágrimas correram pela sua face quando o pai assentiu.
Durante os segundos que se seguiram, houve um silêncio estridente, até que a caçula da família Jory se entregasse ao choro e começasse a chorar copiosamente. Rance puxou a filha para um abraço e passou a mão reconfortante sobre o seu cabelo da cor do carvão.
- Vai correr tudo bem, pequena. Eu prometo. – disse e beijou sua testa.
Flashback Off...
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Ao lembrar de como chegou a aquela situação uma lágrima solitária correu pela face da jovem Jory, e ela limpara-a rapidamente, mas não antes da sua mãe a ver.
- Então, Alissa, tu vais estragar a maquiagem, sei que deves estar a transbordar de emoções dado que hoje é o teu grande dia, mas não tens de borrar a linda maquiagem que a Emily te fez, não achas? – perguntou a mãe.
- Tens toda a razão, mãe, vou tentar não estragar a obra-prima da Emily – disse Alissa com um sorriso forçado.
Diferente de seu pai, sua mãe não sabia da real razão daquele casamento, para ela sua filha estava a casar-se pois estava loucamente apaixonada pelo Príncipe Ian, seu amor secreto, o qual ela amara em segredo durante anos em silêncio, mas que finalmente fora correspondido.
- É melhor que assim seja.
- Não há razão para preocupar-se, Sra. Jory, estou tão habituada a lidar com noivas emocionadas no dia do seu casamento, que a indústria de cosméticos pareceu ver o nosso dilema e criou a maquiagem a prova de água, portanto a sua filha pode chorar tanto quanto quiser que a maquiagem continuara intacta e ela continuara digna da Princesa que em breve se irá tornar – disse a maquiadora, a Lynn soltara uma risada.
O olhar de Alissa estava fixo em sua mãe, era bom vê-la tão feliz, só era uma pena que aquela felicidade era em razão de um falso casamento e que amor era algo que longe dele passava. Um suspiro de alívio soou vindo da mais nova, assim que terminaram de cuidar do cabelo e da maquiagem, tendo então as mulheres a auxiliado a vestir o vestido de noiva.
Alissa olhou para o seu reflexo no espelho, aquela mulher nem sequer se parecia com ela. A mulher diante de si tinha o cabelo adornado em uma falsa trança grega bem-feita, com algumas mechas de cabelo soltas, o que lhe cobria uma parte do rosto. O seu vestido de noiva era enorme, extravagante – era o que ela achava que era –, um vestido comprido na cor branca, a cor que sugere e/ou traz consigo a ideia de algo puro, suave e imaculado, o que era com certeza a imagem que o uso de um vestido de tal cor no casamento significava. Ainda sobre o vestido, este possuía uma abertura no meio e uns tantos folhos laterais, onde nas bainhas desses mesmos folhos tinham colocado umas rosas de cetim, com desenhos prateados na saia, na parte de cima do vestido haviam bordados que assentavam perfeitamente em seu tronco. Suas mangas eram compridas e feitas com a melhor renda que havia em toda Limerance. Quanto a cauda... esta, ela acreditava ter por aí uns cinco metros do tanto que era comprida tal como o véu que parecia acompanhar o cumprimento da mesma, e por fim calçou uns sapatos de salto alto brancos da marca Louboutin.
- Estás linda, filha – disse Lynn Jory toda emocionada e Alissa sorriu da sua falha tentativa de conter as lágrimas.
- Obrigada, mãe – respondeu Alissa –, mas acho que é a senhora quem deve preocupar-se com a maquiagem – acrescentou e viu a mais velha rapidamente virar-se para o espelho. Ela tinha de concordar com sua mãe, apesar de parecer tão diferente daquilo que estava habituada a ver em si mesma, ao olhar novamente para seu reflexo no espelho, constatou que realmente estava linda.
O som de alguém bater a porta soou e seu pai surgiu por ela a espreitar.
- Então, posso entrar? – perguntou Rance.
- Entra querido, vem ver o quão linda está a tua filha... – dizia Lynn cheia de orgulho, mas fora interrompida pelo esposo.
- A nossa filha, eu não fiz o trabalho todo sozinho. Tu também ajudaste – afirmou o mais velho caminhando até onde estava a esposa, rodeando a cintura da mesma com o braço. Esta que sorria devido as palavras do esposo.
- Ela parece uma Princesa.
- Ela não parece uma Princesa Lynn, ela é uma.
- Ah... parem com isso! Assim vocês vão fazer-me romper em lágrimas – disse Alissa com um sorriso sincero.
- Tu, deixa-nos em paz, minha menina. É o casamento da nossa filha é claro que nós vamos deixar fluir os nossos sentimentos – respondeu Lynn e tanto Alissa como o pai e as mulheres que ali estavam soltaram uma gargalhada.
- Mãe...
- O quê? Este é um momento único, não me vais fazer mudar de ideias – declarou a mais velha. – Oh, olhem para as horas, não queremos que a princesa Dalilah regresse, pois não? – disse após verificar seu relógio de pulso.
- Pronta, filha? – perguntou Rance e estendeu a mão para a filha que assentiu e deu a mão para ele. Mesmo que não estivesse, a partir do momento em que aceitara noivar, não mais havia volta.
- Vemo-nos lá, o carro que me vai levar a capela chegou e, vocês os dois tratem de não se atrasarem – disse Lynn e pegou na sua carteira.
- Pode deixar mãe – respondeu Alissa.
- Sim, senhora – disse Rance e fez uma continência, o que fez com que Alissa soltasse uma gargalhada e Lynn fizesse um gesto de reprovação, mas logo este tornou-se em um sorriso, e ela foi-se embora.
Rance, olhou para filha com um orgulho e pesar a preencherem-lhe o coração. Nunca seria capaz de compensá-la pelo que fazia, ele sabia que mesmo que seu semblante parecesse sorridente e feliz, por dentro uma tempestade decorria enquanto ela tentava lidar com tudo aquilo e fingir que estava tudo bem. Ele ressentia-se tanto por colocá-la em tal situação. Ele nunca sentira tanto o peso do seu título e das suas responsabilidades para com o mesmo, até o momento em que o Rei o chamara até seu escritório e revelara seus pensamentos.
Assim que chegaram a capela, e a limusine parara de frente a entrada da mesma, Rance esperou que o motorista abrisse a porta, e assim que este o fizera, ele descera do veículo e ajudara sua filha a descer dele. E fora então que seus olhos repousaram sob uma figura que ambos muito bem conheciam. Luc Jory, o irmão mais velho de Alissa.
- Achei que não fosse chegar a tempo – disse ele ofegante e sorriu depois de ver quão bela estava a sua irmã. – Eu só queria ter a certeza de que estás bem e que tens a certeza do que fazes.
- É muito querido da tua parte, Luc, mas eu estou bem – respondeu Alissa com um sorriso, nos últimos meses ela aprendera a fingir tão bem sorrisos do tipo.
- E tu achavas mesmo que eu iria deixar com que te casasses, sem antes fazer um check-up para ter a certeza de que estás bem? Estás bem, não estás? – perguntou Luc e ele estava certo, ela sabia que ele o faria.
- Estou Luc, estou em perfeito juízo e sei o que faço, não há volta atrás.
- Só quero que saibas que a tua felicidade é tudo o que eu desejo e, eu verdadeiramente espero que o Príncipe Ian saiba fazer-te feliz e valorizar-te tal como mereces, Alissa.
- Oh Luc! – exclamou Alissa e abraçou-o. – Muito obrigada por tudo, tu és um irmão fantástico.
- Podes repetir isso para que eu grave e mostre aos gémeos? – perguntou com a expressão brincalhona e Alissa bateu em seu ombro. – De nada, eu amo-te muito e quero que saibas que continuas a ser a minha irmã favorita.
- É claro que sou a tua irmã favorita, sou a única que tens.
- Amo-te imenso, minha Lis. – disse Luc após dar uma risada.
- Eu também amo-te imenso, mano.
- Então, agora que cumpri com o meu trabalho de irmão mais velho, esta é a minha deixa.
- Espera! – pediu Alissa. – Não vais ficar para o casamento?
- Tendo em conta a forma como estou vestido, creio que já tens a resposta.
- Mas...
- Eu sei que querias que cá estivesse, mas depois do escândalo que foi o meu casamento com a Bryony, talvez seja melhor nós não estarmos.
- Mas tu és o meu irmão! – exclamou Alissa ao ser contradita.
- O Max e o Marc estarão lá para ti. Eles serão o teu suporte.
- Mas não será o mesmo sem ti.
- Alissa, nós temos de ir. Já passa da hora – avisou Rance. – Poderás falar com o teu irmão quando voltares da tua lua-de-mel, mas agora não é o momento.
- Sim, Alissa. O pai tem razão, faz o que ele te diz, além do mais tenho consciência de que o rei não irá gostar nada da minha presença.
- Luc...
- Vamos Alissa o teu irmão tem razão, não queremos outro escândalo, pois não? – perguntou Rance e virou-a para si, enquanto isso Luc ia-se embora.
- Não, claro que não, mas... – Alissa ficou atónita, pois Luc tinha desaparecido. – Onde...
- Está na hora, querida, podemos ir? – perguntou Rance.
- Sim, podemos – respondeu a mais nova consternada.
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Olá Príncipes e Princesas!!!
Gostaram do primeiro capítulo? Espero que sim. Assim que terminar de revisar o segundo irei publicá-lo.
Mas agora digam-me? O que é que acharam do mesmo?
Comentem tanto quanto puderem, eu amo ler os vossos comentários e saber o que pensam a respeito da história.
Beijos e abraços bem gostosos para vocês.
Até breve, até lá cuidem-se e alimentem-se como deve ser.
Atenciosamente,
Naira Tamo.
31.05.2019
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