Reencontro Inesperado

Algumas horas depois...


Sasuke passou o dia tentando se concentrar no trabalho. Desde que conversara com Sakura, não conseguia tirar aquela teimosa da cabeça. Por que ela simplesmente não aceitava se casar com ele? Era a melhor alternativa! Os dois sabiam disso! Até Itachi concordara que o casamento era a melhor opção.

Itachi... ainda não conseguia acreditar que ele realmente estivesse vivo. Durante tantos anos sofrera em silêncio pela morte do irmão e, agora que o vira face a face, não sabia como reagir nem como se sentir.

- Uchiha-san, esses são os demonstrativos... - Kizashi começou a dizer, mas se interrompeu ao perceber que o chefe não estava prestando atenção. - Sasuke-san?

- Sim, Kizashi?

- Está tudo bem?

- Por que não estaria?

- Você está muito distraído hoje.

- Isso é problema meu, Kizashi.

- É claro. Gomen nasai. Como eu ia dizendo, esses são os...

- A representante da Petrolífera no Sabaku chegou, Uchiha-san - ambos ouviram a voz de Rin pelo interfone.

- Mande-a entrar, Rin.

Uma mulher ruiva elegantemente vestida entrou na sala. Sasuke e Kizashi levantaram-se para cumprimentá-la, mas as palavras de boas-vindas ficaram presas na garganta do Haruno. Uma única palavra escapou de seus lábios:

- Mebuki?

- Kizashi?

— Vocês se conhecem? — Sasuke perguntou surpreso.

— Hai — Mebuki respondeu simplesmente. Ainda estava muito emocionada para que pudesse formular uma frase mais coerente. Jamais imaginou que um dia veria Kizashi Haruno novamente.

— Nós nos conhecemos em Kaminari há mais de vinte anos. — Kizashi explicou.

— Entendo — Sasuke comentou com uma sobrancelha arqueada, pois nenhum dos dois havia deixado de se fitar. — Sou Sasuke Uchiha. — apresentou-se levemente irritado por ambos o ignorarem.

Finalmente conseguiu chamar a atenção de Mebuki.

— Mebuki no Sabaku. Sou a diretora financeira da Petrolífera no Sabaku.

— Sou presidente da Uchiha Enterprise e Kizashi Haruno — encarou o funcionário que não deixava de fitar a ruiva — é o diretor financeiro da empresa.

Sasuke arrependeu-se por ter sinalizado Kizashi, pois Mebuki o olhou novamente e não deixou de fitar Kizashi. Parecia haver um imã entre os dois. A tensão era palpável e Sasuke suspirou. Não conseguiriam prosseguir uma reunião assim.

— Kizashi, leve Mebuki para a sala de reuniões. Vou ligar para Naruto. Ele ainda não chegou.

— Hai, Sasuke-san — Kizashi disse como se despertasse de um transe. — Por aqui, Mebuki.

Eles saíram da sala da presidência e Mebuki seguiu Kizashi até a sala contínua. Assim que fechou a porta, Kizashi comentou:

— Jamais imaginei que você pertencesse à poderosa família no Sabaku.

— Gomen. No dia em que nos conhecemos eu tinha acabado de brigar com meu pai — Mebuki suspirou — Foi por isso que não me apresentei com o nome dele. Depois disso, não houve necessidade de dizer meu nome completo. Além de tudo, estava contente que alguém se interessasse pela verdadeira Mebuki e não pela caçula no Sabaku.

— Entendo...

Eles se fitaram e Mebuki mordeu o lábio inferior. Deveria contar para ele. Como será que ele reagiria?

— Eu esperei você naquele dia.

A voz rouca a tirou de seus pensamentos e Mebuki viu a tristeza em seu olhar.

— Eu queria muito ir — Mebuki disse triste. — Mas meu pai me obrigou a voltar para Suna. Você deve me achar patética, não? Uma jovem de dezenove anos ainda mandada pelo pai.

— Lembro que você dizia que a relação entre vocês não era boa.

— Meu irmão, Rasa, era o filho perfeito. Eu era a filha rebelde. — Mebuki fitou os próprios pés. — Eu teria desobedecido a ordem dele naquele dia se não fosse por meus sobrinhos. Minha cunhada morreu quando Gaara nasceu e eu cuidava deles. Meu irmão era a cópia do meu pai, então eu não confiava nele para cuidar de três crianças. Porém sempre me perguntei o que teria acontecido se eu tivesse ficado.

Os dois se fitaram novamente e a mesma atração que sentiam quando eram jovens estava ali mais uma vez acordando lentamente a cada troca de olhar.

— Eu procurei você depois — Mebuki confessou depois de um tempo em silêncio.

— Sério? — Kizashi perguntou surpreso.

Ela assentiu.

— Mas quando eu finalmente o achei, você estava casado.

— Mebuki...

— Não precisa se desculpar, Kizashi. Já tinham se passado dez anos.

— Mas você nunca se casou.

— Iie.

Kizashi aproximou-se e acariciou a face dela.

— Eu nunca deixei de amar você.

— Eu também sempre amei você — uma lágrima escorreu pelo rosto dela. — E-eu preciso te con-contar... no dia anterior quando...

De repente a porta se abriu e Kizashi retirou a mão do rosto dela. Mebuki virou-se para ocultar as lágrimas e Kizashi olhou furioso para a porta.

— Ohayo — Kakashi cumprimentou sem graça. — Achei que estava atrasado para a reunião.

— Sasuke está ligando para Naruto.

— Entendo. Então eu vou...

— Ah, Kakashi! Que bom que já chegou! Falei com Naruto e aquele... — Sasuke se interrompeu por causa de Mebuki. — Naruto está chegando. Ele disse que podemos começar sem ele.

— Ótimo — Mebuki concordou já recuperada. Sentou-se onde Kizashi indicou e começaram a reunião. Foi preciso um grande esforço para que ambos se concentrassem no que Sasuke falava.

Naruto chegou alguns minutos depois e a reunião continuou sem mais interrupções. Quando enfim terminou, Mebuki despediu-se de todos deixando Kizashi por último.

Os demais há tinham saindo da sala quando ela aproximou-se dele.

— Precisamos conversar. Há algo que tenho que lhe contar -- confessou

— Claro. Podemos almoçar juntos amanhã. O que acha?

— Conhece algum lugar discreto? O assunto é delicado -- explicou desconfortável.

— Conheço, sim -- Kizashi garantiu sorrindo -- Onde está hospedada?

Mebuki passou o endereço para ele que anotou em um pedaço de papel.

— Sei onde é. Passo para te buscar você ao meio-dia.

— Combinado.

— Ja ne, Mebuki. Foi bom reencontrá-la.

Mebuki assentiu com um sorriso nervoso.

— Ja ne — despediu-se caminhando lentamente até o elevador. Como Kizashi reagiria ao saber o que tinha para lhe contar? Ele a perdoaria?


Enquanto isso...


Quando a reunião com Mebuki no Sabaku finalmente terminou, Naruto cancelou todos os demais compromissos e foi para casa. Precisava pensar em tudo o que acontecera.

Ainda parecia inacreditável que Hinata estivesse grávida dele - não que duvidasse dela. Mas tudo entre eles terminara tão confuso. Ela o abandonara sem nem ao menos dizer sayonara. E Naruto tinha quase certeza que ela não pretendia lhe contar sobre a gravidez.

Naruto passou a mão pelos cabelos. Ela mal falara com ele quando ele chegara à fazenda. Talvez fosse porque Hiashi o recebera esbravejando e perguntando o que Naruto pretendia com a filha dele. Ele nem pensara. Casaria com Hinata, obviamente. Seu filho não cresceria sem pai ou criado por outro homem.

Mas agora ele se perguntava se agira certo. Gostava muito de Hinata e ficara arrasado quando ela havia ido embora.

Porém quando ele finalmente a vira pouco antes do jantar na noite anterior, ela lhe parecera tão distante. Ela não o olhava nos olhos, mas, dessa vez, Naruto percebia que não era por timidez. E isso o deixava inseguro.

E se ela estivesse se casando apenas pela obrigação? E se ela ainda amasse o ex-noivo? E se ela achasse que ele, Naruto, não seria um bom marido ou pai?

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top