Capítulo 63
Ando pelo hall da empresa de mãos dadas com Aurora. Estamos atrasados. Para ser mais exato, uma hora atrasados. Tudo porque minha querida noiva resolveu me acordar sedenta por sexo. E como um bom noivo e futuro marido, é claro que não pude dizer não à minha amada.
— Para quem não chegava atrasado nunca, você está bem atrasadinho hoje — comenta Melinda, caminhando em nossa direção com aquele sorriso zombeteiro característico.
— Pois é, Mel, sabe como é... Eu acabei me machucando, e meu noivo lindo, gostoso e sarado me ajudou — Aurora responde, apoiando a mão no meu peito com um sorriso que transborda provocação.
Eu apenas sorrio, observando-a. É impossível não ficar encantado com a maneira como ela domina qualquer situação.
— Graças a Deus, não sei como é — Melinda ergue as mãos para o alto, exagerando no gesto, e pega o smartphone que insiste em tocar.
— Algum problema? — pergunto, observando enquanto ela digita algo rapidamente antes de guardar o aparelho.
— Não. Estamos só decidindo onde vamos levar a Aurora para a despedida de solteira dela. — Automaticamente, olho para Aurora, que exibe um sorriso travesso, quase infantil.
— Surpresa! — Ela abre os braços, divertida, enquanto Melinda nos encara, como se tivesse acabado de falar algo que não devia. — Resolvo isso mais tarde, Mel.
— Tudo bem — ela responde com um aceno. Quando tenta seguir seu caminho, Aurora a impede, colocando uma mão em seu braço.
— Escolha uma balada movimentada. Preciso dançar!
Melinda pisca para ela, cúmplice, enquanto Aurora bate palmas, empolgada. Eu, por outro lado, arqueio a sobrancelha, observando minha mulher. Ela apenas dá de ombros e volta a caminhar na direção do elevador, como se nada tivesse acontecido.
— Como assim balada movimentada? Eu não quero ninguém em cima de você — resmungo, vendo-a apertar repetidamente o botão do elevador privado. — Eu mato qualquer um... — começo, mas ela se vira para mim, interrompendo.
— ...Que ousar me tocar — completa, bocejando, como se o assunto não fosse grande coisa. — Ninguém vai me tocar, moreno. Eu juro.
Ela ergue a mão direita, como se estivesse fazendo um juramento solene. As portas do elevador se abrem, e ela entra primeiro, me deixando para trás por um segundo antes que eu a siga. Aperto o botão do andar da presidência enquanto ela me lança um olhar casual, despreocupada, como se não tivesse acabado de me deixar em estado de alerta por causa de sua despedida de solteira.
E, como sempre, aqui está Aurora, me desafiando e me encantando ao mesmo tempo.
— Sabe, amor, eu estive pensando muito sobre o nosso primeiro bebê.
Paro imediatamente, encarando Aurora com os olhos arregalados, totalmente surpreso. Ela me olha com uma expressão confusa.
— O que foi? — pergunta, inclinando levemente a cabeça. — Eu disse algo errado? Matteo?
Fico sem reação. Ela disse. Finalmente, ela falou sobre o nosso primeiro filho. Eu estava esperando por isso há tanto tempo que preciso me controlar para não parecer desesperado.
— Moreno? — Ela me chama novamente, e eu pisco algumas vezes antes de um sorriso lento surgir nos meus lábios.
— Você disse. — Aponto para ela, ainda surpreso. Quando a porta do elevador começa a abrir, aperto o botão para travar no andar. — Finalmente disse sobre o nosso futuro filho.
— Ah, Matteo. — Aurora suspira aliviada, um sorriso leve nos lábios. — Pensei que você tinha ficado assustado.
A puxo para perto, moldando sua cintura com as mãos.
— Assustado? — balanço a cabeça, negando. — Eu quero tanto ter um filho com você. — Beijo sua bochecha com carinho, e ela sorri. — Podemos começar agora mesmo.
Ela ergue uma sobrancelha, mas não desvia o olhar do meu. Quando a levanto do chão, Aurora balança a cabeça em negação, rindo baixinho, enquanto seus dedos passam pelos meus cabelos.
— Nada disso, Matteo. Estamos na empresa. — Gesticula com as mãos de forma exagerada, tentando enfatizar a situação.
Não consigo evitar, explodo em uma gargalhada alta.
— Eu que sou bobo? Você faz esses gestos estranhos com as mãos e ainda me chama de bobo? — Finalmente, coloco-a de volta no chão. Aurora passa por mim com um sorriso travesso, apertando o botão do elevador para destravar as portas.
— Só não se esqueça, Moreno — Ela diz ao sair, sem olhar para trás. — Vamos ter que tentar muito durante nossa lua de mel.
Eu fico ali, observando-a sair, ainda rindo sozinho, enquanto minha mente imagina tudo que irei fazer com aquela pequena mulher na nossa lua de mel.
Saio do elevador decidido, seguindo na mesma direção que Aurora foi. Ao chegar ao final do corredor, me deparo com uma cena nada inesperada, Aurora está frente a frente com Malu Prado. Desde que comecei a trabalhar aqui, percebi que há uma animosidade entre as duas. Não faço ideia do motivo, mas fica claro que elas se odeiam com cada fibra de seus corpos.
— O que foi? Não posso falar com o meu chefe? — Malu diz, com um sorriso sarcástico e um tom exageradamente provocativo.
— Claro que pode! — Aurora retruca, as mãos apoiadas na cintura, enquanto bate levemente o salto no chão em um ritmo impaciente. — Só passe o recado para mim, e eu entrego para ele.
— É algo particular. Apenas com ele. — Malu responde, desviando os olhos de Aurora para me encarar. Assim que me vê, um sorriso malicioso cresce nos lábios pintados de rosa. — Bom dia, senhor Walton. Posso falar com o senhor?
Suspiro internamente. Mesmo sabendo que isso pode piorar a situação entre elas, não posso simplesmente ignorar. Ela é minha funcionária, e se veio até aqui, pode ser algo importante.
— Claro. Na minha sala, por favor.
— Oh, claro. — Malu concorda, mas não sem antes lançar um último olhar provocador para Aurora.
Aurora me encara enquanto Malu se afasta, seu olhar uma mistura de raiva contida e algo que não consigo decifrar. Seu olho direito chega a tremer levemente, talvez de irritação ou puro ódio.
— Desculpa. — Murmuro para Aurora antes de passar pelas duas e seguir em direção à minha sala, deixando Malu me acompanhar logo atrás.
Assim que entro, sinto a tensão no ar pesando em meus ombros.
— O que deseja, senhorita Prado? — pergunto enquanto caminho até minha cadeira e me acomodo, indicando com um gesto para que ela se sente. — Sente-se.
— Não será necessário, senhor Walton. — Ela responde, dando uma risada nervosa enquanto abre os braços. — Vim pedir minha demissão. Achei mais ético vir diretamente ao senhor e solicitar uma carta de recomendação.
Levanto uma sobrancelha, surpreso.
— Por qual motivo está pedindo demissão? — pergunto, mantendo um tom neutro.
Ela suspira, desviando o olhar para o grande espelho que cobre uma das paredes da minha sala.
— Problemas pessoais. Vou me mudar de Nova York e pretendo recomeçar em outro lugar, bem longe de tudo isso. — Ela aponta para o espelho, e a menção me faz lembrar do que Aurora comentou: Malu teria tido um caso com o antigo dono da empresa.
A curiosidade me corrói, mas me contenho. Está claro que há algo mais por trás dessa decisão, mas ela não vai me contar.
— Entendo. — Respondo após um momento de silêncio. — Até o final do dia, assino sua carta de recomendação e peço para Aurora enviá-la por e-mail.
— Não. — Ela balança a cabeça de forma enfática, o tom de voz ficando mais firme. — Eu mesma venho buscar. Não confio na sua noiva.
Fecho o semblante e cruzo os braços, encarando-a.
— Minha noiva é uma profissional exemplar e jamais faria algo para prejudicar você ou qualquer outro funcionário. A Aurora enviará a carta, e isso é final.
Faço um gesto claro para que ela se retire. Malu me encara por um momento, com o semblante endurecido, mas acaba virando nos calcanhares e saindo da sala sem dizer mais nada.
Assim que a porta se fecha, Aurora entra como um furacão, abrindo a porta com um impacto que ecoa pela sala. Ela marcha até mim, os olhos faiscando de raiva.
— Linda…— começo a dizer, mas não consigo terminar.
Aurora gira minha cadeira com firmeza, segurando minha gravata com uma das mãos e me puxando para cima de maneira impetuosa.
— Ei, calma…— tento argumentar, mas ela está focada.
Ela me cheira, como se tentasse farejar qualquer vestígio de perfume ou cheiro que não fosse o dela. Ergo as mãos em rendição, tentando não rir da cena, mas antes que eu consiga dizer qualquer coisa, ela me empurra de volta para a cadeira, me obrigando a sentar novamente.
Meu coração acelera, dividido entre surpresa e diversão. Aurora sabe como manter as coisas... interessantes.
— Aquela maluca encostou em você? — Aurora pergunta, seus olhos vidrados nos meus, brilhando com algo entre ciúmes e desafio. — Eu arranco seus olhinhos verdes fora.
— Eu nunca deixaria outra mulher encostar em mim. — Respondo com firmeza, mas ela não parece satisfeita. Aurora ergue o pé, coberto pelo scarpin preto, e o apoia entre minhas pernas, no estofado da minha cadeira. Seu gesto é cheio de confiança.
— Apenas você... — acrescento, tentando apaziguá-la.
— Shhh... Não quero saber de bajulação. — Ela joga o cabelo para trás de forma arrogante, enquanto minhas mãos deslizam por suas pernas, cobertas pela calça vermelha de alfaiataria que a molda perfeitamente. — Sabe que eu detesto ela.
— Esquece ela. — Minha voz sai mais rouca, enquanto continuo a acariciar sua perna. Aurora me observa, os olhos semicerrados, como se avaliasse minhas intenções. — Ela veio pedir demissão.
— **Demissão?** — Aurora grita, puxando a perna de volta e caminhando até a enorme vidraça ao lado. — Graças a Deus. Obrigada, Papai do Céu!
— Linda... — chamo por ela, que se vira na minha direção com aquele sorriso encantador que só ela sabe dar. — Porra, por que você é tão linda?
— Depois dessa notícia, acho que devíamos comemorar. — Ela mexe os ombros, em pura animação, enquanto caminha até mim. — O que acha?
— Aceito... mas só se a comemoração envolver sexo. — Um sorriso brinca em meus lábios. Aurora ri, sua gargalhada cheia de malícia, e se acomoda no meu colo, como se aquele fosse seu lugar por direito.
— Isso é um sim? — pergunto, com a voz mais baixa.
— Talvez. — Ela dá de ombros, mas seus dedos deslizam lentamente pelo meu pescoço, suas unhas provocando minha pele. — Na verdade, é sim. Não vou me fazer de rogada.
— Ótimo. — Não perco tempo. Tomo seus lábios com os meus, em um beijo intenso, desesperado. Minhas mãos encontram sua cintura, descendo até sua bunda, que aperto, puxando-a contra mim.
Me levanto com Aurora nos braços, colocando-a sobre a minha mesa. Fico entre suas pernas, uma mão subindo pelos fios de seu cabelo até sua nuca. Quando puxo levemente, sem delicadeza, ela arfa, rendendo-se ao toque.
Meus lábios descem pelo seu rosto, traçando um caminho quente pelo queixo até o pescoço, onde mordo sua pele sem piedade. As marcas vermelhas se destacam contra sua pele clara.
— Moreno... — Aurora murmura, sua voz abafada. Suas mãos encontram meus ombros e me empurram levemente, seus olhos cintilando enquanto me encara. Seu rosto está corado, e sua respiração, entrecortada. — Senta.
Me acomodo de volta na cadeira, sem tirar os olhos dela. Aurora desce da mesa, os movimentos deliberados, um predador analisando sua presa. Ela se ajoelha diante de mim, mantendo contato visual.
Com um único toque no fecho da minha calça, ela provoca um suspiro em mim. Estou completamente à mercê dela, tomado por um desejo insaciável.
Aurora solta o botão da minha calça lentamente, os olhos fixos nos meus, como se quisesse prolongar o momento apenas para me torturar. Meu coração martela no peito, e eu não consigo desviar o olhar.
— Você gosta de me ver assim, não é? — ela sussurra, sua voz carregada de provocação. Suas unhas roçam de leve contra minha pele, fazendo cada músculo do meu corpo tensionar.
— Só você me deixa assim, Aurora... — murmuro, minha voz quase rouca.
Ela sorri, aquele sorriso cheio de confiança, e continua, puxando o tecido da minha calça para baixo, deixando-me exposto ao seu toque. Sua mão desliza lentamente pelo meu pau, enviando uma onda de eletricidade que percorre todo o meu corpo.
— Você fica tão vulnerável comigo... — diz ela, com um tom de diversão, mas também de poder. E eu fico mesmo. Com Aurora, sou incapaz de esconder qualquer coisa.
Seus movimentos são deliberados, calculados, como se ela soubesse exatamente o que fazer para me deixar no limite. Minhas mãos apertam os braços da cadeira com força, lutando para não perder o controle completamente.
— Aurora... — minha voz sai como um gemido, e ela ri baixinho, satisfeita com a reação que provoca.
Ela mantém o ritmo, seus toques uma mistura perfeita de provocação e intensidade, enquanto minha mente fica turva de prazer.
— Quem é a única que pode te ter assim? — ela pergunta, sua voz baixa, mas cheia de autoridade.
— Você. Sempre você. — Ela sorri novamente, triunfante, como se tivesse acabado de conquistar algo importante. E talvez tenha. Com Aurora, eu me entrego completamente, sem resistência, sem máscaras.
Quando sinto que estou à beira do limite, ela para abruptamente, afastando-se apenas o suficiente para me provocar ainda mais. Seus olhos brilham com malícia enquanto ela se levanta e ajusta sua roupa, como se nada tivesse acontecido.
— Acho que vou deixar você ansioso pelo resto... — ela diz, com um sorriso travesso.
— O quê? — pergunto, minha voz ofegante, enquanto meu corpo inteiro parece em chamas. — Você é cruel, Aurora. — As palavras saem carregadas de frustração e desejo.
— E você adora isso. — Ela sussurra, inclinando-se para deixar um beijo suave e provocante em meus lábios.
Seguro seu pescoço com firmeza, inclinando minha cabeça para o lado enquanto a observo, meus olhos fixos nos dela. — Você vai se arrepender de fazer isso. Ela arqueia uma sobrancelha, desafiadora.
— Você não é capaz. — Sem responder, me ergo de repente, minha presença dominando a dela. Dou um passo à frente, forçando-a a recuar. Seus movimentos a levam até a vidraça atrás dela, onde finalmente fica encurralada entre o vidro frio e meu corpo quente. — Hum... moreno... — murmura, sua voz tremendo com um misto de nervosismo e excitação.
— Shhh... — Tampo seus lábios com meu dedo indicador, e seus olhos brilham ao me encarar. — Você não vai dizer mais nada. Só vai me obedecer.
Minha mão desce lentamente até o zíper lateral de sua calça, que abro com facilidade. Cada gesto meu é calculado, deliberado, enquanto puxo a peça para baixo, me abaixando junto. A calça desliza até seus tornozelos, expondo ainda mais de sua buceta macia.
Seguro sua perna direita, apoiando-a em meu ombro, enquanto Aurora arqueja suas mãos buscando apoio no vidro atrás dela.
— Meu Deus... — ela murmura, batendo a palma da mão na vidraça.
Sem hesitar, me perco nela, minha boca traçando um caminho pelo qual ambos sabemos que não há volta. Os sons que escapam de seus lábios são música para meus ouvidos, alimentando o desejo que já transborda dentro de mim.
Os gemidos abafados de Aurora ecoam pelo ambiente, seus dedos deslizam pelo vidro enquanto ela busca estabilidade. Eu me perco nela, cada lambida e chupada arranca dela as reações que mais adoro. Quando finalmente ergo o rosto, seus olhos estão semicerrados, e o rubor em seu rosto a deixa ainda mais irresistível.
— Você vai me enlouquecer — ela murmura, tentando recuperar o fôlego.
— Não sou capaz de tanto, linda. — Minha voz sai baixa e rouca, enquanto me levanto, segurando sua cintura para mantê-la firme contra mim — Agora admire a avenida enquanto eu fodo você.
A viro de costas para mim, puxo sua calcinha de lado, e Aurora se empina para mim, guio meu pau até sua entrada molhada, empurro de uma vez a penetrando de uma vez, Aurora geme manhosa apoiando as duas mãos no vidro.
— Matteo — Ela murmura e abre ainda mais suas pernas, enquanto estoco dentro dela sem pena, sentindo meu corpo pegar fogo — Devagar, ou vão nos ouvir.
Seguro no seu cabelo o puxando fazendo ela inclina a cabeça para trás, aproximo meus lábios do seu ouvido e murmuro enquanto diminuo a intensidade das minhas estocadas.
— Você está fudendo com o dono de tudo isso, então eu autorizo você gritar o quanto quiser — Sinto sua pele se arrepiar e deixo uma risada abafada escapar antes de voltar a estofar com força dentro dela.
— Ahh…Matteo…por favor — Ela geme tão alto que seus gemidos ecoam pela minha sala, abro um sorriso quando ela estranha o vidro — Moreno…devagar.
— Isso, grite, mostre a todos que você está sendo muito bem comida pelo seu noivo — Aurora apoia sua testa no vidro quando solto seu cabelo e seguro sua cintura com as minhas duas mãos.
Saio de dentro dela, respiro fundo e a puxo em direção a minha mesa, passo a mão pela mesa jogando tudo no chão. Coloco ela sentada sobre a mesa, Aurora se deita e retiro a calça do seu corpo, puxo sua calcinha a rasgando.
— Olho para o espelho — Ela me obedece, apoio suas pernas nos meus ombros e a penetro novamente — Não fechei os olhos.
Estoco lentamente enquanto Aurora revira os olhos, sinto o suor molhar cada parte do meu corpo, Aurora abre os olhos e me encara enquanto geme cada vez mais manhosa.
— Merda — Geme apoiando as palmas das mãos sobre a mesa, aumento minhas estocadas e sinto as pernas da Aurora tremerem.
Retiro suas pernas dos meus ombros, e me inclino sobre ela, que rapidamente me beija, mordo seu lábio inferior e Aurora agarra meus cabelos os puxando.
— Eu vou gozar moreno — Ela avisa e balanço minha cabeça em concordância — Continua, por favor não para.
— Eu não vou linda — Seu corpo treme abaixo do meu, fecho meus olhos gemendo rouco enquanto gozo dentro dela, despejando toda minha porra dentro dela.
Me debruço sobre a Aurora sem força, ela respira fundo passando suas mãos pela minhas costas, nossa respiração descontrolada ecoa nos meus ouvidos.
— Eu te amo — Murmuro, me erguendo e beijando sua testa.
— Eu também te amo — Ela murmura passando a mão por seu cabelo espalhado pela mesa — Me ajude — Estende sua mão para mim e a tiro de cima da mesa.
Ao colocar Aurora de pé, observo minha porra escorrer por entre suas pernas.
— Acho que engravidei você — Abro a primeira gaveta da minha mesa pegando um lenço, abro a embalagem de plástico e o pego. A limpo com cuidado e ela suspira.
— Matteo — Ela diz meu nome com um tom de riso. Jogo o lenço dentro da lixeira e começo a arrumar minhas roupas, enquanto Aurora faz o mesmo. Aproveito a proximidade e lhe dou um tapa na bunda enquanto ela ajeita sua regata branca. — Você rasgou minha calcinha.
— Se quiser, pode tirar o dia de folga — Sugiro e ela nega com a cabeça enquanto apoia as mãos nos meus ombros — Para resolver os problemas do casamento.
— Eu já resolvi tudo, moreno — diz com um sorriso, me inclino para lhe dar um selinho. — Contratei duas equipes e uma assistente. Ela sorri, e continua. — No horário do meu almoço, vou ao shopping com as meninas. Não vamos almoçar juntos hoje.
— Tudo bem. — Ela se afasta e vai até o espelho, ajeitando o cabelo. Abro a segunda gaveta, pego minha carteira, retiro um cartão e me aproximo dela. Quando ela se vira, entrego o cartão. — Eu fiz esse cartão especialmente para você.
— Por quê? — Ela pergunta, franzindo o cenho. Dou de ombros, seguro seu pulso e coloco o cartão em sua mão. — Moreno…
— Especialmente para você. — Ela olha para o cartão e, ao ver seu nome gravado nele, arqueia as sobrancelhas, surpresa. — Eu te amo.
Me viro para encarar a bagunça no chão da sala, apoio as mãos no quadril e sinto Aurora me abraçando por trás.
— Obrigada. — Ela murmura, então se afasta um pouco, fazendo um biquinho fofo. — Quanto posso gastar? — Pergunta, parecendo uma criança encantada. Essa mulher vai me matar um dia desses.
— O quanto quiser. — Coloco uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e ela franze o cenho. — Se quiser comprar o shopping, fique à vontade.
— O quê? — Ela pergunta, com os olhos arregalados. Sorrio, vendo a surpresa em seu rosto. — Matteo?
— Não questione. Eu quero apenas agradar você. Aceite, estou dando de todo o meu coração. — Seguro suas mãos e beijo os dorsos. — Você é minha mulher, e eu quero sempre vê-la feliz.
Beijo sua testa, passo por ela e vou até o telefone. Ligo para a equipe de limpeza e peço uma limpeza para a sala.
—Você vai ficar na minha sala enquanto a sua não fica… arrumada. — Gesticula com a mão esquerda, e eu concordo. — Vamos.
Estende a mão para mim, seguro sua mão e caminhamos para fora da minha sala. Abro a porta e vamos até a sala da Aurora, que, com certeza, está melhor que a minha.
— Que saudade de trabalhar com você pertinho. — Ela mexe os ombros com animação e me sento na cadeira à frente da sua mesa.
— Eu sei que você detestava ficar na mesma sala que eu. — Ela apoia as mãos no peito e abre a boca, fingindo indignação.
— Nunca, eu amava, moreno. — Semicerro os olhos para ela, e ela faz menção de levantar, mas logo se senta novamente. — Não vou ficar muito perto, caso contrário, não vamos trabalhar.
— Você pode trabalhar pertinho de mim. — Dou dois tapinhas na cadeira ao meu lado, e ela nega. — Não vamos nos agarrar, linda.
— Vamos sim! — Ela afirma, com a voz risonha. — À noite, ficamos abraçadinhos assistindo às Branquelas.
— Misericórdia. — Nego, e a Aurora gargalha, ligando o computador. — Eu não aguento mais assistir esse filme.
Aurora tira um notebook da gaveta da sua mesa e o estende na minha direção. Pego o aparelho e o apoio sobre a mesa.
— Tem todos os programas instalados, é só ligar e trabalhar. — Ela estala os dedos e eu concordo com um balançar de cabeça. — Bom trabalho.
— Para você também. — Ela pisca para mim, e dou uma risada abafada. — Você é terrível.
A sala de Aurora se torna um ambiente tranquilo, com nós dois imersos no trabalho. Ela atende algumas ligações, marca reuniões e anota compromissos na agenda digital. O som das teclas do seu computador e sua voz suave nas ligações são as únicas interrupções no silêncio que paira na sala. Eu, por outro lado, foco no meu notebook, checando os números de crescimento da empresa.
Por trinta minutos, a única coisa que quebra o silêncio é o clique das teclas, o som da caneta rabiscando papéis e, de vez em quando, a voz calma de Aurora ao telefone. Eu aprecio a concentração dela, a maneira como ela se dedica ao trabalho. Me perco nos números e relatórios à minha frente, apenas prestando atenção no que estou fazendo.
Apesar de estarmos em total silêncio, a proximidade traz uma sensação de conforto. A minha sala finalmente está limpa, mas eu escolho ficar aqui com ela. Não preciso falar. O trabalho flui e, de alguma forma, sinto que o simples fato de estarmos juntos já é o suficiente. Aurora finaliza mais uma ligação e, sem tirar os olhos do computador, pergunta
— Tudo certo com os números? — Olho para ela, dando um sorriso discreto.
— Sim, tudo certo. — Respondo, enquanto continuo analisando os gráficos. — Só precisando de alguns ajustes, mas nada preocupante.
Ela acena com a cabeça, satisfeita, e volta a se concentrar em suas tarefas. O relógio avança e o silêncio permanece, confortável e acolhedor.
(...)
— NOIVINHO! — Gael grita, balançando dois pompons, assim que entro no seu apartamento. — As solteiras devem estar chorando agora, um gostosão desses foi laçado.
— Pelo amor de Deus, Gael! — Respondo, enquanto ele bate com o pompom na minha cara. Sem pensar, dou um cascudo nele. — Safado, vou chamar a Olívia para você.
— NÃO FALA DELA! — Gael grita, fazendo algumas poses de karatê e olhando para os lados. — Não vê que dá azar, seu puto.
— Todo mundo sabe que você é doido por ela. — Caio diz, bagunçando o cabelo do Gael, que nega com um balançar de cabeça.
— Você só pode estar drogado, seu loiro safado. — Gael chuta a bunda de Caio e chama o Daniel, fechando os punhos. — Cinco minutos, eu e você, no soco?
— Não, obrigado. Você me mataria com seus golpes profissionais. — Daniel zomba dele, enquanto Gael faz poses de fisiculturista. — Aí, que medo dele.
Gael deixa os pompons de lado, jogando-os sobre a mesa. E começa a andar em direção à sala de estar. Caio, Daniel e eu o seguimos, e logo todos nos acomodamos no sofá.
— Então, quando vamos fazer a despedida de solteiro? — Daniel pergunta, olhando para todos com um sorriso travesso. Eu respiro fundo, sabendo o que viria a seguir.
— Não quero despedida de solteiro — respondo, fazendo cara de desgosto. Gael imediatamente solta uma vaia, fingindo exagerar a indignação.
— Ah, não! Vai estragar toda a diversão, é? Que chato! — ele fala, ainda fazendo cara de nojo, como se estivesse ofendido.
Caio revira os olhos, bufando.
— Matteo, você é um chato mesmo, viu? — diz, quase rindo. — Vai querer casar sem nenhuma festa? — Eu dou de ombros e ergo as mãos em forma de rendição.
— Tá, tá, me deixem em paz, eu já disse o que penso — falo, sorrindo de lado, tentando parecer indiferente. Gael solta um risinho e se joga no sofá.
— Esse vai ser o noivo mais sem graça de todos! — Daniel concorda com o Gael e se coloca de pé.
— Não importa o que ele queira, nós vamos fazer e pronto. — Gael cruza os braços, e Caio concorda, animado.
— A Elisa vai amar saber que você está tão empolgado com a despedida de solteiro. — Provoco, e meu irmão nega com um balançar de cabeça.
— Pelo amor de Deus, não faz isso. Eu e a minha princesa estamos muito bem. — Ele junta as mãos em forma de súplica, e eu não consigo segurar o riso.
— Vamos a um bar no Brooklyn. — Gael gesticula com as mãos, empolgado, e Daniel quase pula de alegria.
— Ok. — Respiro fundo e me levanto. — Mas não vamos passar dos limites, porque não posso aparecer em reportagens de fofocas antes do meu casamento.
— Fica tranquilo, Matteo. Nós vamos cuidar de tudo. — Caio abre os braços, e os três me olham como se fossem malucos, sorrindo de orelha a orelha.
Eu prevejo muita bagunça, mas, se eu não aceitar, sei que não vou aguentar as ligações, mensagens e até as visitas deles na minha casa me enchendo o saco.
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