Capítulo 62
— Podemos marcar para daqui a um mês, o que acha? — Matteo pergunta enquanto observa minha agenda e um calendário sobre a mesa.
— Um mês? Não, seria muito em cima da hora — respondo, batendo levemente com a ponta da caneta na minha testa. — Eu quero que o nosso casamento seja perfeito.
— E ele será, caso você aceite minha ideia de contratar no mínimo três equipes. — Matteo acaricia meu queixo, e eu reviro os olhos.
— Mas precisamos pensar nos convidados. Um mês é muito pouco tempo, principalmente para as mulheres. — Gesticulo com as mãos, e Matteo se coloca de pé.
— Tudo bem, podemos marcar para daqui a quatro meses. — Me viro na cadeira, o encarando. Matteo digita algo no celular e eu estalo a língua no céu da boca.
— Estou ocupando seu tempo? Se tiver muito trabalho, podemos deixar isso para outro dia. — Ele deixa o celular de lado e me encara com um sorriso bobo.
— O que foi? — pergunto.
— É o meu pai... — Ele para ao lado da minha cadeira, se abaixa e beija minha testa. — Ele está querendo conhecer seus pais.
— Seria tão incrível... — Seguro seu rosto entre as minhas mãos. — Já pensou se o nosso casamento fosse em Castroville? Seria maravilhoso.
— Então vamos nos casar no Texas. — Dou uma risada, e ele me dá um selinho.
— Não estou brincando. — Ele sorri, mais sério agora.
— Ah, meu Deus! — Me levanto, e ele dá uma risada. — Você está falando sério, moreno?
— Claro que sim, se isso vai te deixar feliz. — Dou alguns pulinhos e pulo sobre ele, que ainda está abaixado. Matteo se desequilibra e caímos no chão. — Eu faço qualquer coisa para te ver feliz.
— EU TE AMO! — Grito, acariciando seu cabelo. — MEU NOIVO! — Matteo ri enquanto beijo seu rosto inteiro.
Esse homem não existe. Não é possível que alguém tão perfeito assim possa existir. Ele foi minha salvação, minha ressurreição. Eu o amo mais que qualquer coisa nesta vida. Meu moreno gato, sarado e inteligente.
Ainda estamos no chão quando Matteo aproveita a oportunidade e desliza as mãos pela minha cintura, começando a me fazer cócegas. Solto um grito imediato, incapaz de conter a gargalhada que explode em seguida.
— MATTEO, PARA! — tento me desvencilhar, mas ele me mantém firme.
— Você disse que me ama, lembra? Então isso me dá direito de fazer isso! — Ele ri, intensificando as cócegas.
— Eu retiro o que disse! Você é horrível! — falo entre risadas, tentando empurrá-lo. Minhas mãos batem contra seu peito, mas ele não cede nem um pouco.
— Horrível? — Ele finge indignação, parando por um instante, apenas para me observar com um sorriso malicioso. — Vamos ver se você vai continuar achando isso depois que eu... — Antes que ele termine a frase, suas mãos encontram um novo ponto na minha barriga, e eu solto outro grito alto.
— MATTEO, EU VOU TE MATAR! — Minhas palavras perdem toda a ameaça por conta das risadas incontroláveis.
— Quero ver você tentar! — Ele se inclina sobre mim, rindo junto comigo, enquanto eu tento desesperadamente me livrar das suas mãos.
Reunindo todas as minhas forças, consigo empurrá-lo para o lado e rolar para longe, ofegante.
— Você é terrível, Matteo! Um verdadeiro tirano! — Ele apenas gargalha, se levantando e estendendo a mão para mim.
— Tudo bem, tudo bem, eu me rendo. Vou parar... por enquanto — Aceito sua mão, mas quando estou de pé, aproveito o momento para dar um tapa leve em seu braço. — Isso é por abusar da minha fraqueza!
— Sua fraqueza? — Ele ri, me puxando para perto de novo. — Pensei que fosse o seu charme irresistível.
Reviro os olhos, mas não consigo evitar o sorriso. Matteo tem esse jeito de me desarmar completamente, mesmo quando quero ficar brava. Ele me envolve com os braços, e eu encosto minha testa em seu peito, ainda tentando recuperar o fôlego.
— Você é impossível, sabia? — murmuro, mas minha voz sai carregada de carinho.
— E você me ama exatamente assim — ele responde, beijando o topo da minha cabeça. — Agora, vamos sentar antes que você desista de casar comigo porque estou te torturando.
Rimos juntos, e ele me guia até o sofá. Quando nos sentamos, Matteo ainda segura minha mão, brincando com meus dedos enquanto seus olhos me observam de forma tranquila e serena.
— Sabe, linda — ele começa, a voz mais suave agora. — Eu nunca pensei que encontraria alguém como você. Alguém que me fizesse rir, que me tirasse do sério e que, ao mesmo tempo, me trouxesse tanta paz. Meu coração acelera com suas palavras.
— Eu também nunca pensei que teria alguém como você na minha vida, Matteo. Você é a minha surpresa mais bonita — Ele sorri, se inclinando para me beijar. O beijo é calmo, cheio de significado, e por um momento, o mundo parece parar. Quando nos afastamos, nós dois estamos sorrindo como bobos.
— Então, está decidido. Nos casaremos em Castroville, e vai ser o casamento mais lindo que o Texas já viu — ele diz, firme, mas com aquele brilho brincalhão nos olhos.
— Com você ao meu lado, não tenho dúvidas disso — respondo, apertando sua mão. E pela primeira vez em muito tempo, sinto que tudo está exatamente onde deveria estar.
Voltamos a nos concentrar na data do nosso casamento, afinal, nesse momento, nada parece mais importante. Apenas pensar na ideia de entrar na igreja e dizer “sim” para o homem mais doce, gentil e romântico do mundo faz meu coração disparar e uma ansiedade quase sufocante tomar conta de mim.
— Você acha que quatro meses é o tempo ideal? — pergunto, observando Matteo com a caneta entre os dedos.
— Tenho. Vai dar tempo suficiente para planejar tudo e garantir que seja perfeito — ele responde com aquele sorriso confiante que sempre me tranquiliza.
Faço que sim com a cabeça, mas a realidade da organização ainda me deixa um pouco inquieta. Ao mesmo tempo, a expectativa é doce, quase como se cada detalhe do casamento fosse uma parte de um sonho que estamos construindo juntos.
— Então, nos casamos em quatro meses — afirmo enquanto anoto na agenda. — Em Castroville, com as nossas famílias juntas.
— Vai ser incrível ter você como minha esposa — diz Matteo, batendo palmas e se levantando. — Já pensou em como nossa casa será?
— Não me importo onde iremos morar, o que me importa é ter você — respondo, me sentando no seu colo. Matteo coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. — Apenas você, moreno.
— Você é tão linda que eu tenho vontade de gritar — ele diz, fechando os olhos enquanto beija meu queixo.
— Eu te amo — Dou risada e murmuro
— Eu também te amo — responde Matteo, beijando minha testa e continuando a distribuir beijos suaves pelo meu rosto.
Depois de alguns minutos entre carícias e sorrisos, Matteo sugere.
— Que tal darmos uma volta? Vamos sair — Concordo com entusiasmo. Em pouco tempo, estamos no carro, com Matteo ao volante, enquanto a cidade de Nova Iorque passa em flashes pelas janelas. O ritmo do trânsito é caótico.
— Onde vamos? — pergunto, curiosa.
— Pensei em irmos ao Central Park. Faz tempo que não passeamos por lá — ele responde, sorrindo de lado.
Assim que chegamos, estacionamos o carro e começamos a caminhar pelo parque. As árvores, com folhas que dançam ao vento, criam uma atmosfera acolhedora. Matteo segura minha mão com firmeza, entrelaçando nossos dedos.
— Se lembra da primeira vez que nos virmos? — ele pergunta, com um olhar de divertimento.
— Como esquecer? Você ficou bravinho porque o molhei com suco — respondo, rindo.
— Eu não fiquei “bravinho” — Matteo retruca, fingindo estar ofendido, mas logo deixa uma risada escapar e me junto a ele.
Caminhamos até uma barraquinha de sorvetes. Matteo insiste em pagar, escolho sorvete de chocolate com abacaxi e o Matteo um de chocolate com morango para ele. Sentamos em um banco de madeira, observando as pessoas que passam pelo parque. Famílias, casais, amigos… Todos parecendo viver suas próprias histórias.
— Sabe, é incrível pensar em como chegamos até aqui — Matteo diz, quebrando o silêncio. — Nós dois, planejando um casamento, construindo um futuro juntos… Nunca pensei que fosse encontrar algo assim.
Sorrio, sentindo meu coração aquecido.
— Eu também não. Mas agora que tenho você, não consigo imaginar minha vida de outra forma.
— Minha linda — Me dá um selinho e sorrio voltando a tomar meu sorvete.
Depois de terminarmos os sorvetes, continuamos nossa caminhada pelo parque. Paramos perto de um pequeno lago, onde Matteo se ajoelha na beira e pega uma pedrinha. Ele a joga na água, fazendo-a quicar algumas vezes antes de afundar.
— Olha isso! Ainda tenho minhas habilidades de criança — ele diz, com um sorriso orgulhoso.
— Impressionante, Sr. Expert em Pedrinhas — brinco, cruzando os braços.
— Duvida que eu possa ensinar você? — Matteo desafia, pegando outra pedra e me entregando.
— Tenho certeza de que vai falhar miseravelmente — retruco, mas pego a pedra mesmo assim.
Com sua orientação, tento imitar seu movimento. A pedra vai direto para a água sem quicar nenhuma vez. Matteo explode em risadas, e eu finjo estar ofendida, empurrando seu ombro.
— Ei! Você prometeu ensinar, não rir de mim!
— Desculpa, linda — ele diz, tentando conter o riso. — Deixa eu te ajudar.
Ele se posiciona atrás de mim, segurando minha mão para ajustar o movimento. Sua proximidade me faz sentir o calor de seu corpo, e por um momento, esqueço completamente da pedra.
— Concentre-se, amor — ele murmura, com um sorriso travesso.
Lanço a pedra novamente, e desta vez ela quica duas vezes antes de afundar. Grito de alegria, e Matteo me puxa para um abraço apertado.
— Viu? Eu disse que conseguiríamos — ele diz, me levantando do chão.
Passamos o resto da tarde explorando o parque, conversando sobre nossos sonhos e planos. Cada momento ao lado dele parece um capítulo de um conto de fadas que estamos escrevendo juntos. Quando o sol começa a se pôr, decidimos encerrar o passeio com uma visita a um pequeno café nas proximidades, onde dividimos uma torta de maçã deliciosa.
Enquanto Matteo paga a conta, observo seu sorriso e penso em como sou sortuda por tê-lo ao meu lado. Ele me olha de volta, como se pudesse ler meus pensamentos, e segura minha mão mais uma vez.
— Pronta para irmos para casa? — ele pergunta.
Faço que sim com a cabeça, sentindo-me completamente em paz. Este foi um dia perfeito, e mal posso esperar pelos tantos outros que ainda vão vir.
(...)
— Eu não acredito que vai assistir esse filme novamente — Matteo se senta ao meu lado no sofá, trazendo um balde de pipoca gigante nas mãos.
— É o melhor filme do mundo — afirmo com convicção, pegando o balde dele antes mesmo que consiga provar uma pipoca. Matteo me olha com as sobrancelhas arqueadas e pisco para ele que alcança o copo de refrigerante, tomando um gole longo.
— Prometo que depois podemos assistir o que você quiser — tento negociar, já prevendo a reclamação que virá.
— Terror — ele responde prontamente, um sorriso travesso surgindo no canto dos lábios.
— Fechado. — Dou de ombros, confiante na minha escolha. Matteo pega um punhado de pipoca, jogando algumas na boca enquanto me observa colocar o filme.
Dou play em “As Branquelas”, aquele clássico que nunca decepciona. A abertura começa, e eu já estou toda animada, rindo só de lembrar das cenas. Matteo olha para mim, incrédulo, enquanto jogo um punhado de pipoca na boca.
— Você já viu esse filme quantas vezes? — pergunta, mas sei que é só para implicar.
— Eu devo ter decorado todas as falas — digo, dando um sorriso orgulhoso. — Sem dúvidas, é o melhor filme de comédia de todos os tempos.
— Estou vendo que vamos assistir esse filme toda semana — Matteo finge um desmaio e dou risada bagunçando seu cabelo — Pelo menos terei um balde de pipoca toda semana.
Solto uma risada e volto a atenção para a tela, completamente imersa nas cenas. A cada momento icônico, começo a repetir as falas junto com os personagens, fazendo Matteo rir. Apesar das reclamações iniciais, eu sei que ele adora o filme.
Respiro fundo, sentindo-me completamente relaxada na imensa sala de cinema do apartamento do Matteo. Apenas nós dois aqui, compartilhando esse momento tranquilo.
Um pensamento invade minha mente, e não consigo evitar o sorriso que surge em meus lábios, como será quando tivermos nosso filho? Será que continuaremos assim, inseparáveis, cúmplices em tudo? Ou nossa relação mudará, esfriará, como acontece com tantos casais?
Sacudo levemente a cabeça, afastando a ideia negativa. Não, eu não permitiria que isso acontecesse. Não suportaria viver distante do Matteo. Ele é muito mais do que meu parceiro, é meu alicerce, minha paz. Ele é como meu oxigênio, sem ele, não sei como seguiria em frente.
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