Capítulo 23


- Rick é o pai do seu bebê? - Karen indaga.

- Sim. - Confirmo com a cabeça.

- E ele vai ficar aqui no apartamento por um tempo? - Questiona.

- Sim.

Rick foi em seu apartamento buscar seus pertences, sem eu ao menos concordar com sua ideia maluca. Ao mesmo tempo que não acho uma boa ideia dividirmos um quarto, também fico levemente feliz por ter ele por perto.

- Quer que eu vá embora? - Karen pergunta.

- De maneira alguma. - Balanço a cabeça em negação.

- Precisam de privacidade.

- Rick queria que eu fosse para seu apartamento, mas eu não quero deixá-la sozinha. - Explico. - Por isso ele decidiu vir para cá.

- Não precisa se preocupar comigo. - Ela força um sorriso. 

- Mas eu me preocupo, então pode parando de pensar bobeira.

Não nego que pensei na possibilidade de ficar com ele em seu apartamento por um tempo, mas Karen precisa de companhia, e eu não a deixarei só.

Será bom ter Rick por perto, porque se algo acontecer, teremos um homem para nós proteger.

Realmente espero que por um tempo eu tenha um pouco de paz, caso contrário acabarei ficando louca, pois a todo momento espero o pior acontecer.

Espero não estar trazendo Karen para a bagunça que é minha vida, porque a partir do momento em que se tornou minha amiga, também se tornou um alvo para Charles.

Mesmo estando preso, aquele homem não desiste de acabar com minha vida a todo custo, e como ele não se importa com as consequências dos seus atos, se ferir mais alguém no processo, não faria diferença alguma para ele.

Na verdade sei bem que Charles usaria as pessoas a minha volta para me ferir, por isso sempre achei que não era uma boa ideia fazer amizades enquanto eu não estivesse completamente livre dele.

- Se mudar de ideia, e quiser que eu vá embora, por favor não hesite em me dizer.

- Isso não vai acontecer. - Lhe dou um aperto de leve no ombro. - Então pode ficar sossegada.

- Mas...

- Nada de mas garota. - A interrompo. - Não vou mudar de ideia.

Karen está com medo de estar atrapalhando algo, ou que eu vá me arrepender por ter chamado ela para morar comigo, porém isso não vai acontecer.

- Não tocarei mais no assunto, mas tenha em mente que se mudar de ideia, pode me falar a qualquer momento.

Aceno com a cabeça, e então Karen se levanta da minha cama, e lentamente começa a andar em direção a porta do quarto.

- Karen? - Chamo por ela.

- Sim? - Ela se vira para mim.

- Preciso de dizer algo.

Karen caminha até a cama novamente, e fica me olhando esperando eu dizer algo.

- Quero que você saiba que estará correndo risco de vida estando perto de mim.

- Por quê? - Ela pergunta.

- Meu ex-marido está preso, mas nem isso está impedindo dele usar alguém para colocar em prática suas maldades, então se ainda quiser ficar aqui no apartamento comigo, quero que esteja preparada para o pior a qualquer momento.

Não quero que ela, ou qualquer outra pessoa que são meus amigos se machuquem por minha causa, então achei melhor deixar Karen ciente do que está acontecendo.

- Iremos proteger uma a outra. - Ela sorri largo.

- Tem certeza disso? Porque ainda dá tempo de você fugir.

- Eu tenho certeza sim. - Ela confirma com a cabeça. - Eu não vou a lugar nenhum, a não ser que você queira.

Karen é muito corajosa, ou ela é muita burra, porque se fosse eu em seu lugar, iria querer ficar o mais longe possível de encrenca, pelo bem do meu bebê.

Espero que ela não pense que estou falando isso porque quero que ela vá embora, pois na verdade apenas a estou alertando de que é perigoso conviver comigo.

- Obrigada por confiar em mim. - Agradeço.

- Eu que devo agradecer por ter me socorrido. - Ela sorri lindamente.

Também sorrio animada, porque eu não imaginei que faria outra amizade, mas fico feliz por eu estar errada.

- Pelo jeito seu namorado já chegou. - Karen fala quando a campainha do apartamento toca.

- Que namorado?

- Quem mais séria? - Ela sorri com malícia. - O Rick.

- Ele não é meu namorado. - Reviro os olhos.

- Talvez por enquanto, mas acho que isso vai mudar muito em breve.

Karen se volta para a porta do quarto novamente e começa a andar rápido, e mais uma vez a chamo antes que ela saia para o corredor.

- Karen?

- Sim. - Ela se volta para mim.

- Não abra a porta se ver alguém estranho.

- Ok. - Ela acena com a cabeça.

A campainha toca mais uma vez, e dessa vez Karen sai do quarto sem eu a interromper, e por um tempo fico tensa olhando para a porta aberta, e só respiro tranquilamente quando vejo que é Rick.

Ele está puxando uma mala enorme e para ao lado da minha cama e a solta, e então abre um largo sorriso para mim.

- Agora somos oficialmente um casal.

- O que você disse? - Arregalo os olhos.

- Vamos dividir o mesmo apartamento, e o mesmo quarto. - Ele se senta na beirada da cama. - Então agora somos um casal.

- Não somos não. - Nego com a cabeça.

- Somos sim. - Balança a cabeça em confirmação. - Eu sou seu, e você é minha Becca.

- Você tá doido? - Indago surpresa.

- Sim! Estou doido por você!

Rick bebeu alguma coisa antes de vir para cá? Porque não estou entendendo esse surto que ele está tendo agora.

- Você realmente está maluco.

Rick se aproxima rapidamente mim, e me pega de surpresa ao me dar um beijo nos lábios e se afasta novamente.

- Eu gosto de você, e você gosta de mim, e juntos teremos um filho, então vamos namorar.

- Não vou namorar com você apenas porque teremos um filho. - Bufo alto. - Não precisa fazer esse sacrifício...

- Eu quero você Becca, e sei que você se sente da mesma forma. - Ele me corta. - E não é só porque está esperando um filho meu que quero que seja minha namorada, e sim porque eu realmente gosto de você.

- Isso não é uma boa ideia. - Suspiro alto.

- Temos sentimentos um pelo outro, então por quê não podemos tentar?

Seria interessante ele ao menos propor namoro e não apenas me informar que estamos namorando, mas eu sei que Rick não tem nenhuma experiência nessa área, por isso estou relevando.

- Não vai ao menos fazer um pedido? - Pergunto fingindo irritação.

- Me desculpe, mas é que eu não sou muito bom com essas coisas. - Ele parece envergonhado.

- Estou brincando com você. - O tranquilizo.

Rick se aproxima de mim novamente, e dessa vez passa a mão levemente por meu rosto, e beija meus lábios de forma carinhosa.

- Você aceita namorar comigo Becca? - Ele pergunta.

- Tem certeza que não está fazendo isso apenas por quê estou grávida?

- Sim, eu tenho certeza. - Ele parece convicto do que fala.

Rick tem razão ao dizer que eu tenho sentimentos por ele, mas ele também se sente da mesma forma que eu? Ou apenas está confuso com seus próprios sentimentos?

Eu não quero me envolver ainda mais com ele, para no final das contas ele acabar percebendo que apenas se enganou, pois eu me conheço bem o suficiente para saber que eu iria sofrer muito.

Eu sei que terei que deixar meus medos e minhas dúvidas de lado, porque se Rick realmente gosta de mim, e eu não lhe der uma chance, poderei me arrepender da escolha que fiz pelo resto da minha vida.

- Qual a sua resposta? - Ele indaga.

Rick parece tão ansioso quanto eu, e não parece nem um pouco preocupado em esconder seus sentimentos, e eu gosto disso, porque ele está se mostrando venerável em minha frente, e não está escondendo como realmente se sente.

- Sim, eu aceito namorar com você Rick. - O respondo enfim.

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