IX
Irritado era assim que Zack estava, Charlie havia desaparecido no meio dos convidados, ainda estava irritada, talvez tenha passado dos limites ao ofende-la, mais fazia isso para seu próprio bem, estava começando a sentir e a fazer coisas que não devia.
Da última vez em que a viu fora antes de ser conduzido ao segundo andar, ela estava conversando com algumas garotas, todas recém transformadas, segurava uma taça de sangue, sempre atenta e curiosa, pela conversa, elogiavam seu vestido, aquilo o deixara orgulhoso, não tinha muito jeito para aquele tipo de coisa, mais tinha visto aquele vestido em uma vitrine, assim como os sapatos, tinha imaginado como ela ficaria se o vestisse, tinha ficado perfeita, ela se destacava no meio da multidão, o vestido vermelho como sangue, se ajustado a suas curvas, o cabelo negro abaixo dos ombros, parecia uma verdadeira dama da alta sociedade.
Fora impossível resistir ao capricho de beija-la horas antes. Nunca em toda sua vida mortal havia sentido algo parecido com o que sentia por Charlie.
Uma dama furiosa e destinada a guerra. Ela não parecerá impressionada com o ambiente, havia uma alto confiança no olhar, uma mista confusão de sentimentos e obscuridade, queria saber no que ela pensava, o que estava tramando, e quando seus olhares se encontraram ela desviou o olhar e saiu ignorando-o.
Talvez jim estivesse certo quanto a ela ser sua morte, quanto a ser á arma que poria um fim definitivo em seu conflito com Ezequiel, havia sobrevivido a tudo aquilo, ela o chamará com tanta força enquanto se transformava, e por trás de toda sua ingenuidade e inocência havia um pensamento obscuro e perverso em sua mente.
Tinha visto em um único deslize, uma parte de sua mente enquanto ela dormia, tinha visto uma mistura de sentimentos, medo e repulsa. Sabia que ela o beijara uma noite antes enquanto dormia, ficará surpreso, pensará que fosse o efeito da poção que beberá, mais não, não fora nenhuma magia, e tinha comprovado isso por que ela mesma havia pensado arrependida no que havia feito.
No fim das contas a novata não era tão irritante, sabia ser esperta e obediente quando necessário, mais também sabia ser cruel quando necessário, fora impossível não se deixar levar por seu desejo de tê-la em seus braços, fora impossível resistir. Mais havia afastado os próprios pensamentos, aquele tipo de relação atraplharia seus planos, não podia atender a seus sentimentos. Charlie era mais que um mero capricho. Seria sua perdição.
_ Vejam só o que temos aqui._ Disse uma jovem, a voz doce e gentil interrompendo seus pensamentos.
Sorriu e continuou onde estava, não fora preciso se virar para saber quem estava atrás dele, era Cecília, não a via a muito tempo, continuava a mesma vampira do passado, bela, elegante e cordial, no entanto era uma fera se ameaçada.
_ La Belle Cecíle. _ Disse ele e ela sorriu enquanto se aproximava.
_ O velho Halford._ Disse ela e tocou seu ombro._ A quanto tempo não nos vemos querido.
_ A uma década eu acredito, vejo que continua a mesma de sempre._ Disse ele ao retribuir seu sorriso encantador._ Ouvir dizer que você estava de passagem pela cidade e resolvir fazer uma visita.
_ Estou feliz em ve-lo Zack._ Disse ela, se afastou com seu vestido de baile arrastando pelo chão, se sentou em um divã e olhou a sua volta. _ Mais confesso que não me surpreendo em vê-lo aqui na cidade.
Espreitando os olhos ele se virou e caminhou até ela, sentou-se ao seu lado e a encarou.
_ Tenho meus motivos, mais não foi por isso que quis vê-la. _ Disse ele gentilmente.
_ Por que então?
Indagou a vampira, o tom triste, a voz melosa, ela não mudara em nada com o passar dos anos, no entanto aquele tom e olhar já não o afetavam mais. Não quando Charlie era a única a povoar sua mente.
_ Ah que reviver nossos velhos tempos?_ Disse Cecília e se aproximou lentamente dele, o olhar malicioso.
_ Também não é isso. _ Disse ele e se ergueu, ja não sentia nenhuma atração ou desejo por ela.
Aquela vampira havia traído sua confiança no passado, tinha lhe usado em seus próprios planos, e tinha sido espiã de Ezequiel em troca de poder e prazer. Sabia que ela havia saído da Europa e seguido jace todo aquele tempo. Ela tinha informações, pior que isso, ela era aliada de seu inimigo.
_ Ezequiel está na cidade._ Começou e ela sorriu, uma risada fria e tensa._ Você o viu?
_ É eu já imaginava isso. Mais não o vir, ainda..._ Disse ela e cruzou as mãos._ Também soube que ele está reunindo um exército. Parece interessado em criar uma nova sociedade contra as leis do pacto.
_ Esta insitando a guerra. A nova guerra do submundo._ Disse Zack, se serviu de um pouco de sangue e entregou outra taça a ela._ Uma guerra sem Lawrences, Prestons, ou um desperta de uma entidade. A guerra, é por dois motivos, o primeiro controlar o submundo, mais sem a sociedade, já que ela não existe mais, e o segundo, provar que eu estou errado ao não me aliar a ele.
_ Está dizendo que ele faz isso por um capricho pessoal?_ Indagou Cecíle, um riso misterioso no rosto, os olhos brilhando maliciosamente._ Como uma birra infantil ? Que interessante isso.
_ Sim. Eu sempre soube que ele nunca iria superar o passado. Me surpreende você nunca ter deduzido isso durante todo esse tempo._ Continuou Zack e cruzou às mãos embaixo do queixo._ Assim como eu nunca irei superar todas as suas crueldades. Ezequiel é louco. Ele está atrás de algo...
_ Está atrás de você._ Interrompeu ela, e dessa vez não pode esconder sua ansiedade._ Acredito que você também esteja interessado em encontrar seu irmão.
_ Sim. E dessa vez será o final de tudo.
Disse ele e ela ficou em silêncio, depois sorriu friamente. Era hora de por seus planos em ação, Cecília era uma arma de duas lâminas, não tinha um lado ou aliado específico, embora estivesse ali, ele sabia perfeitamente a quem ela estava fornecendo informações, sabia que ela estava com Ezequiel, não por que eram amantes, mais sim por que ela acreditava que ele formaria uma nova sociedade. Que ela teria seu antigo posto de dama do submundo.
_ Mais não é sobre meu irmão que quero conversar._ Disse ele, sentou-se de frente a ela e acendeu um cigarro._ Tenho andando solitário por aí, e Jimmy as vezes é insuportável com suas visões.
_ Eu o vi também, me veio com seu antigo papo de que eu irei morrer, que irei me arrepender por meus atos._ Disse ela e sorriu, um riso nervoso e tenso._ Acho que estava tentando me assustar.
_ É ele também me disse isso._ Continuou ele ao soprar a fumaça do cigarro.
_ Mais não é Jim que o perturba não é mesmo.
Disse ela e espreitou os olhos, franziu os lábios em um riso fino e inspirou cansado. Não aguentava mais todo aquele caos em sua mente, precisava conversar com alguém que não fosse Charlie ou Jim, tinha que se livrar daquilo. O maldito sentimento estava consumindo-o por dentro.
_ Acho que estou em uma enrascada._ Começou, tinha que convence-la do que sentia, e ela tinha que fazer Ezequiel acreditar no que ele sentia._ Não sei como sair.
_ Por que não me conta, talvez eu possa ajudá-lo.
***
No sonho dois garotos corriam alegremente até um lago enquanto se despiam apressados, deixando primeiro os casacos e as camisas para trás, depois os sapatos, meias sobre as plantas rasteiras e por último as causas e roupas de baixo.
O calor do sol clareando a pele pálida, a água molhando os cabelos enquanto os dois mergulhavam para um rochedo coberto por uma cachoeira, ali, ninguém os veria ou sensuraria o que estavam fazendo.
_ A água está tão fria...
Disse o mais novo e se sentou sobre uma pedra.
_ Eu queria trazer você aqui, justamente por que a água está fria. _ Disse o mais velho e sorriu antes de subir na pedra e se sentar ao lado do garoto. _ Quero que veja algo.
_ O que? _ Perguntou o garoto, parecia um pouco impaciente, talvez estivesse com medo e receoso. _ Eu acho que não devemos demorar muito, vai escurecer daqui a pouco, alguém pode sentir minha falta...
O garoto foi interrompido por um beijo rápido e doce, enquanto era puxado até a água, para a parte mais profunda da caverna onde um raio de sol passava por um pequeno buraco entre as rochas, iluminado toda a gruta e deixando evidente a água azul do lugar.
_ Eu queria que você visse esse momento. _ Disse o homem.
_ Essa água, ela é tão azul quanto seus olhos. Eu quero que se lembre disso quando eu não estiver mais aqui. _ Disse o garoto.
_ Eu já disse que mesmo que eu me case, ainda posso ver você. _ Disse o mais novo e abraçou o homem cujo a pele pálida e o corpo magro o abraçava profundamente. _ Ainda podemos nos encontrar, sair, conversar...
_ Eu não posso... Não posso ver você com outra pessoa. _ Disse o garoto, a voz baixa e trêmula.
Afastando-se um pouco, o mais novo o encarou e tocou seu rosto, beijou seus lábios.
_ Meu pai adiantou o casamento, será no sábado... _ Disse o garoto, a voz trêmula ecoando pela gruta, uma lágrima rolou em seu rosto se misturando a água que escorria de seus cabelos. _ Eu não quero que você vá...
_ Hoje, será nosso último dia então...
Disse o mais velho enquanto voltava abraçar o corpo quente do jovem em seus braços.
_ Então
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