Era uma vez no México Parte 1

Tijuana, México, dia do arrebatamento - 09:25

Samuel

- Despierta hermana! - ele disse com tom de urgência, enquanto balançava a irmã mais velha, fazendo-a acordar. - Papá está reunindo todos na vila. O sol não nasceu e algumas pessoas sumiram do nada.

- Deja de bromear, Samuel! - respondeu ela, apenas virando de lado na cama para voltar a dormir.

- Solo mira la ventana - ele insistiu, indo até a janela e puxando a cortina revelando a escuridão do lado de fora -, ainda está escuro e já são mais de oito horas!

- Dios, Samuel, ¿Cuántos años tienes? - a jovem reclamou, enquanto levantava-se e procurava o smartphone para olhar as horas. - ¿no te cansas de hacer bromas?

O jovem viu a expressão de raiva de sua irmã se transformar em espanto ao ver que em seu smartphone o relógio marcava nove e trinta e cinco.

- Você mexeu no meu smartphone? - ela perguntou, ainda se recusando a acreditar. - ¡Que diablos, Samuel! Como descobriu o padrão de desbloqueio?

- Lo juro por la santa muerte, Thalia - ele se defendeu, levantando as mãos espalmadas em sinal de rendição -, eu não mudei nada! Eu não sei o que está acontecendo, mas Papá está juntando todos na vila e precisamos nos preparar para partir para um lugar seguro se for preciso. Os jornais dizem que o acontecimento é global, mas não sabem dizer o que é.

- Mas para onde iríamos? - ela perguntou, agora vendo que ele falava sério.

- Nós somos alvos fáceis aqui na vila - ele respondeu, enquanto pegava uma bolsa para ela colocar suas coisas -, por hora pegue só o mais importante e esteja preparada para partir. Eu vou até a casa da Serena, preciso saber se ela está bem.

- Ten cuidado, hermanito - ela disse, abraçando-o e dando um beijo em sua testa. - leve o seu celular e mantenha contato.

- Pode deixar! - ele respondeu pegando as mãos dela com carinho e as beijando antes de sair apressadamente de seu quarto.

Do lado de fora as luzes dos postes acesas iluminavam o desespero das pessoas, que arrumavam bagagens nos carros ou acendiam velas e oravam, buscando em suas crenças a resposta para o que estava acontecendo.

Samuel observou enquanto seu pai, que era um líder local, tentava acalmar as pessoas e as reunia para juntos entenderem o que havia acontecido e buscassem uma solução. Sorrateiramente, evitou que o mesmo o visse e seguiu até a casa de Serena, sua amiga de infância e namorada.

Os pais de Serena eram importantes médicos na comunidade e apesar de não colocarem empecilhos na amizade dos dois, o mesmo não se repetia quando se tratava do namoro. A família dele era humilde e morava na vila dos trabalhadores, enquanto a dela morava na parte dos mais abastados e essa diferença era vista pelos pais dela com certo preconceito para um relacionamento amoroso entre eles, o que fazia com que namorassem em segredo.

Chegando ao centro comercial da cidade, ele pode ver o caos que se instalou. Alguns grupos saqueavam supermercados e lojas de conveniência e ao que parecia, no desespero, famílias das periferias estavam saqueando também as casas das áreas mais ricas, de onde os moradores fugiam às pressas, sem sequer saber para onde iriam.

A polícia e alguns militares do exército estavam nas ruas tentando conter os ânimos, muitas vezes tendo que recorrer à violência também. Pelas ruas, várias pessoas feridas tentavam se proteger enquanto algumas desacordadas, eram abandonadas pelas calçadas. Tudo parecia uma grande zona de guerra.

Passando por alguns becos, ele chegou à área residencial próxima à Catedral e viu mais caos. Pessoas choravam desesperadas enquanto colocavam bagagens nos carros. Parecia que todos ali estavam fugindo, mas pelo visto ninguém sabia ao certo para onde ir.

- Se os ricos pareciam estar sem esperança - ele pensou enquanto via tudo aquilo -, que esperança seu povo poderia ter?

Um grito agudo o tirou de seus pensamentos e olhando na direção de onde o som veio, viu o momento em que um homem se chocava violentamente contra o chão, na frente da igreja e o grito fora de uma jovem, vestida de freira que olhava atônita para o corpo destroçado à poucos metros de onde ela estava.

Pela batina que o homem usava, Samuel pode ver que se tratava do padre Santiago, mas se ele se matou daquela forma, a situação era bem mais assustadora que ele imaginava.

Teve o impulso de ajudar a feira, mas o seu coração o mandava se apressar em encontrar Serena, então ele começou a correr. Passou por alguns homens que brigavam por um veículo e viu um jovem acertar outro na altura do abdômen com uma faca, para depois ser nocauteado com um golpe de barra de ferro na nuca.

Chegando de frente para a casa dela, Samuel foi até a porta e tentou entrar, mas estava trancada. Após bater a campainha e chamar várias vezes, ele se lembrou que Serena sempre deixava a chave da porta dos fundos escondida no vaso de plantas, para que ele entrasse escondido dos pais dela, e então foi até lá e encontrou o objeto no lugar de sempre.

- ¡Apártate de la puerta, chico! - uma voz ordenou enquanto ele destrancava a porta e olhando para o lado, viu que se tratava de um policial que lhe apontava um taser.

- Esta bien, señor - o jovem respondeu, mostrando as mãos e a chave -, essa casa é da minha namorada. Eu quero saber como ela está.

- Yo creo en ti - o policial disse, ainda lhe apontando o Taser e com o dedo no gatilho -, mas recebemos uma ligação de emergência então precisamos que se afaste e aguarde enquanto conversamos com os donos da casa.

O jovem se afastou lentamente da porta e mostrou as mãos, olhando diretamente para o policial. Outros dois policiais apareceram vindos do outro lado, pelas costas dele e lhe apontaram armas também, mas pelo barulho que as mesmas fizeram, não pareciam ser Tasers e sim pistolas semi automáticas.

- O que é isso, Joaquim - o policial com o Taser disse assim que viu as armas -, não tínhamos combinado de não usar armas letais?

- Vocês viram o que fizeram no quartel Martin - um dos homens respondeu -, estão todos loucos e prontos para matar e se não estivermos também, não iremos longe.

- Espera - Samuel disse, agora em estado de alerta -, vocês não receberam nenhum chamado, não é?

- Estamos aqui pelo mesmo motivo, seu idiota - o terceiro homem, que parecia ser o mais esquentado disse, se aproximando alguns passos -, agora suma daqui, nós vamos saquear essa casa e as outras da região.

- Ele disse que essa é a casa da namorada dele, Carlos - Rico, que parecia ser um cara legal, disse tentando acalmar o outro -, tem muitas casas aqui, vamos para outra. Deixamos ele pegar a garota e depois voltamos.

- Eu sabia que você seria fraco demais, Rosales! - Carlos disse e em um movimento rápido, atirou em Martin, que foi lançado para trás com o impacto.

No impulso, Samuel se lançou contra Carlos, que estava próximo, em uma tentativa desesperada de tentar desarmá-lo, já que sabia que seria o próximo baleado se não fizesse nada, mas foi recebido com uma joelhada na altura do estômago e uma coronhada que lhe abriu o supercílio e o fez ajoelhar-se no chão.

O outro homem, chamado Joaquim, agora tinha se aproximado também e junto com o companheiro começaram a castigá-lo com uma sequência de chutes, deixando-o quase inconsciente no chão.

- fica quieto aí, e talvez sobreviva! - Carlos disse, pegando a chave na mão dele e se virando junto com Joaquim, foram em direção à porta - E pense pelo lado bom, sua namorada vai ter um homem de verdade hoje.

- Vocês não vão tocar nela! - o jovem disse pausadamente enquanto se levantava com dificuldades e estendia o braço com a mão espalmada na direção dos dois. - Eu mato vocês antes!

- Eu até estou curioso para saber como pretendo fazer isso, cabrón - Carlos disse com deboche, vendo ele mal conseguia se manter de pé e apontando a arma na direção dele, sendo seguido por Joaquim que fez o mesmo -, mas eu tô sem tempo então vamos te matar de uma vez.

Com a visão prejudicada pelo sangue que escorria de sua testa, Samuel viu os homens levarem o dedo até o gatilho e desejou intensamente não morrer, enquanto mantinha o braço estendido como se quisesse segurar a arma, mesmo da distância onde estava. Por um instante, pensou ter visto chamas alaranjadas brotarem de seus dedos, mas imaginou ser apenas o sangue que devia estar em seus olhos também internamente.

Algo estranho aconteceu e o tiro não veio. A expressão de Carlos e Joaquim passaram de deboche para confusão e de alguma forma os dedos que tentavam pressionar o gatilho não conseguiam fazê-lo, como se algo os segurasse. Como se não controlassem seus movimentos, os homens fardados viraram os corpos mecanicamente como se fossem marionetes, apontando as armas na direção um do outro e sem poder evitar, o gatilho foi puxado. Após a explosão da pólvora os dois corpos caíram inertes e sem vida no chão, com um buraco entre os olhos que mantinham as expressões de terror que fizeram antes do impacto.

Samuel não conseguiu entender o que havia acontecido, mas de alguma forma sabia que tinha sido ele quem fez aquilo. Estava machucado demais para pensar e apenas agradeceu por estar vivo. Agora precisava ir até Serena, que não havia aparecido mesmo depois dos tiros e talvez estivesse escondida junto com seus pais.

Precisavam sair dali antes que outros loucos como aqueles aparecessem querendo saquear a casa e então ele tentou dar um passo na direção da porta, mas viu seu corpo cair para a frente e mesmo lutando para permanecer acordado, não conseguiu.

Samuel

Tijuana, México, dia do arrebatamento - 17:10

- ¡Mira, se está despertando! - Samuel ouviu uma voz familiar dizer, enquanto ele abria os olhos para ver o rosto de Serena se aproximando - Eu ouvi os tiros e quando ele te trouxe e eu te vi desmaiado, pensei que estivesse morto.

- Estoy bien, mi amor - ele disse estranhando o fato de não sentir mais dor e se perguntou quanto tempo deve ter dormido para se recuperar assim -, mas quem me trouxe?

- Eu o trouxe - ele ouviu a voz do policial Martin, que havia sido baleado e levantando a cabeça, o viu sentado alguns metros à sua frente, sem camisa e com um curativo no ombro direito. -, era o mínimo que eu podia fazer depois do mal que te causei. Peço perdão por isso! Não devia ter me juntado a eles, mas achei que não encontraria ninguém nas casas.

- está bien, hombre - Samuel disse sorrindo, enquanto levantava o corpo para ficar sentado no sofá -, você já levou um tiro por isso. Meu nome é Samuel Flores!

- Mi nombre es Martin - o homem que parecia ser novo demais para ser policial respondeu com um sorriso também -, Martin Rosales.

- Por quanto tempo eu dormi? - ele perguntou, enquanto Serena lhe servia um copo com água.

- Umas quatro horas, mais ou menos. - ela respondeu - Eu estava à ponto de sair para procurar meus pais quando vocês apareceram, porque eles não voltaram do hospital e eu não consegui ligar para eles.

- Onde está o meu celular? - Samuel perguntou lembrando-se que Thalia devia tê-lo ligado enquanto estava desacordado.

- Está aqui. - disse Martin, entregando-lhe o aparelho que estava desligado e com a tela trincada - Caiu enquanto eles batiam em você.

Samuel pressionou o botão de ligar o aparelho, torcendo para que ainda estivesse funcionando e após alguns segundos que duraram uma eternidade, o aparelho acendeu a tela. Após a reinicialização, várias notificações de chamadas não atendidas surgiram na tela e uma mensagem também.

Clicando no ícone da notificação ele pôde ver que a mensagem era da sua irmã e que ela estava lhe dizendo que como ele não respondeu, eles tiveram que ir. O pai deles decidiu ir para os Estados Unidos, aproveitando que o muro da fronteira havia caído e que os soldados abandonaram as guaritas e então partiram em caravanas para San Diego. Ainda segundo a mensagem, o plano deles era seguir viagem em direção a Washington, onde o governo americano deveria concentrar os esforços de proteção contra seja lá o que estivesse acontecendo, então quando ele encontrasse Serena, era para eles seguirem para lá também.

Antes que pudesse enviar uma mensagem de volta para ela, uma explosão próxima à casa estourou alguns vidros e fez com que eles se jogassem no chão por instinto. O sol havia realmente voltado a brilhar como ele viu antes de perder a consciência, mas pelo visto as coisas não voltaram ao normal com as pessoas. O desespero por causa dos desaparecimentos fizeram com que muitos enlouquecessem e saíssem lutando uns contra os outros por sobrevivência, sendo que juntos poderiam fazer muito mais.

- Precisamos sair daqui agora! - Samuel disse, levantando-se após sair do estado de torpor que a explosão causou - Vamos até o hospital cuidar direito desse ferimento, Martin e encontrar os pais da Serena. De lá devemos dar um jeito de ir até os Estados Unidos, porque eles podem ter a solução para isso lá.

- Eu vou juntar algumas coisas que podemos precisar e já volto - Serena disse, saindo de perto deles.

- Eu poderia jurar que você quebrou várias costelas, sem contar nos órgãos que elas devem ter perfurado - disse Martin, admirado com o fato de Samuel estar em pé e se movimentando bem depois da surra que levou -, pelo visto você também tem cura acelerada!

- Como assim também - perguntou Samuel abaixando o tom de voz e se aproximando, para sinalizar que não queria que Serena escutasse -, você viu o que aconteceu?

- Eu vi sim e achei incrível! - O policial respondeu - O que você é?

- Eu não sei. - Samuel respondeu, frustrado por não ter respostas - Não faço ideia de como fiz aquilo.

- As roupas do meu pai devem servir em vocês - Serena disse, aparecendo com uma bolsa -, é melhor se trocarem e pegarem algumas peças.

- No la diré nada, hombre - Martin disse enquanto iam em direção ao quarto do doutor Jiménez -, mas acho que deveria contar a ela. Esses poderes são um milagre enviado para nos ajudar nesse momento de crise.

- Gracias - Samuel agradeceu, lançando-lhe um olhar de cumplicidade -, você pode estar certo, mas eu quero saber mais sobre isso antes de falar com ela.

Após pegar roupas, alguns mantimentos e utensílios, eles escolheram um dos carros da família que estava com o tanque cheio e deixaram o local. O cenário do lado de fora era assustador como em uma distopia pós-apocalíptica - focos de incêndio, prédios destruídos, carros abandonados e muitos corpos pelas ruas. Nem em seus piores pesadelos, aqueles jovens sonharam em viver uma situação daquelas.

Durante o trajeto Martin disse que após cuidar do ferimento, iria voltar para a sua casa. Ele contou que era de Ciudad Juárez, no estado de Chihuahua e havia sido transferido para Tijuana há uma semana, após assumir o posto de soldado da divisão militar da polícia mexicana. Sua mulher e seus dois filhos ficaram na casa de seus sogros e ele queria voltar para lá imediatamente.

Durante aquela madrugada as centrais das polícias receberam centenas de ligações sobre pessoas desaparecendo como se evaporassem, deixando apenas as roupas. Alguns alegavam ter visto o momento em que luzes abduziram seus entes queridos. No meio de toda aquela loucura, o corpo policial se desfez, alguns enlouqueceram e dizendo que o que estava acontecendo era o arrebatamento e eles haviam sido deixados para trás por conta de seus crimes, acabaram cometendo suicídio.

Ele se deixou convencer por Carlos e Joaquim, que também vieram de Ciudad Juárez e disseram que iriam saquear as casas dos condomínios de luxo, antes de voltar para casa, pois poderiam precisar de recursos caso a situação piorasse.

Samuel sabia que podia confiar nele, pois ele levou um tiro ao confrontar os próprios companheiros tentando ajudá-lo e tendo em vista que após encontrar os pais de Serena, ele seguiria para Washington DC, nos Estados Unidos e que Ciudad Juárez fazia fronteira com o estado americano do Texas, ele o acompanharia até a casa de sua família e se eles quisessem poderiam ir para os Estados Unidos também.

Após quase uma hora de uma viagem que sofreu vários atrasos devido ao caos das vias, eles chegaram próximos do Hospital Geral de Tecate, onde os pais de Serena trabalhavam. Do carro, eles puderam ver que muitos vidros do hospital estavam quebrados como se tivesse ocorrido um ataque e as portas da recepção estavam fechadas. No estacionamento da frente, alguns corpos jaziam largados ao tempo e alguns carros carbonizados deixavam tudo como um cenário de filme de guerra.

Serena, preocupada com os pais, teve o impulso de descer do veículo e correr até lá, mas foi impedida por Martin.

- Não podemos nos precipitar - Martin disse, vendo a aflição da jovem. - No meu treinamento militar eu estudei sobre alguns cenários parecidos com esse.

- Por ter os vidros quebrados, o hospital parece ter sido atacado - ele continuou após pensar um pouco -, mas as portas estão fechadas, então se houve invasão, os invasores se instalaram lá dentro.

- Por outro lado - ele prosseguiu, ponderando sobre sua primeira afirmação -, os corpos do lado de fora estão com camisolas do hospital como se fossem pacientes ou corpos que já estavam no frigorífico, então parecem ter sido colocados ali por alguém que quer espantar novas tentativas de invasão. Os carros carbonizados reforçam a ideia de que o local é perigoso.

- O que sugere que façamos então? - Samuel perguntou.

- Se estão preocupados com invasões, provavelmente já viram o carro - Martin respondeu -, então vamos seguir até certo ponto e depois vocês dois me carregarão como se eu estivesse desacordado. Assim nós não vamos parecer invasores.

- Ótimo! - Samuel disse ligando o carro e deixando-o seguir por mais alguns metros até estar próximo da portaria, ele parou e ambos desceram. Indo até a porta de trás, Samuel puxou o corpo de Martin que fingia estar desacordado e com a ajuda de Serena, o levaram até a porta. Deixando-o no chão, bateram na estrutura que tinha poucos vidros e não obtiveram respostas. Insistiram na batida e então escutaram passos e o barulho de uma escopeta sendo engatilhada.

- Não tem nenhum médico aqui - disse uma voz feminina vinda do escuro do interior -, é melhor procurar outro lugar!

- Por favor - Samuel disse -, precisamos ao menos trocar o curativo dele para não infeccionar!

- Pois se não forem embora agora, terão que fazer curativos em vocês dois também! - a mulher respondeu com agressividade.

- Por favor - Serena começou a falar, sem conseguir conter o desespero -, eu sou filha do doutor e da doutora Jiménez, preciso saber como eles estão!

Nenhuma resposta veio e a jovem caiu de joelhos sem conseguir conter as lágrimas que acompanharam um choro copioso e sentido. Samuel ficou sem reação, mas antes que pudesse ir até ela para ampará-la, o som da porta se destrancando chamou a atenção deles.

- Então você é a Serena - uma mulher que aparentava ter seus quarenta e poucos anos disse, após a porta se abrir. Seu olhar bondoso e gentil contrastava com a escopeta que segurava com ambas as mãos -, seu amigo já pode parar de fingir. Se ele fosse um ator, certamente morreria de fome! Entrem depressa!

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