Capítulo 7: Um acordo

A hora passava com os minutos e em meio o caminho havia a troca do balde de água misturada com o sangue da mulher . A preocupação de Alessandro só aumentava e de Kaio também.

As mãos do capitão continha o sangue da mulher, pois ao levar o tiro estava de costas para o homicida, ele a segurou tocando no ferimento e manchando suas mãos.

Ele olhou para a janela, onde a chuva caia novamente. Na espera, Felipe apareceu na sala.

Alessandro: Como ela está?

Felipe olhou para as mãos dele e logo o olhou.

Felipe: Lave as mãos, meu amigo, ela esta bem.

Aliviado ficou com a resposta.

Felipe: No entanto, eu preciso te dizer uma coisa, podemos conversar a sós?

Concordou, eles foram até o corredor próximo do quarto onde ela estava.

Alessandro: Esta certo disso?

Felipe: Sim, 67, é o número que ela carrega nas costas. O que nos leva a acreditar que ela foi uma das mulheres sequestradas por Darian. A única sobrevivente.

Um pouco tenso ficou.

Felipe: Ela foi maltratada por ele, tem cicatrizes pelo corpo , aparenta ter sido espancada, ela sofreu nas mãos dele.

Alessandro: Certamente...

Felipe:Tem mais.

Alessandro: Diga.

Ele pegou um colar com um pingente, Alessandro se espanta, pois não era um pingente qualquer, era da família real da Noruega.

Felipe: Você esta com a princesa da Noruega, meu amigo. Não tem outra explicação, não é possível que uma plebeia tenha esse acesso a menos que tenha roubado.

Ele passou a mão nos cabelos incomodado.

Felipe: O que fará?

Alessandro: Ela não se lembra do que aconteceu.

Felipe: Não avistei nenhum corte em sua cabeça, nada que indicasse uma perda, claro isso também pode acontecer com o estresse, tome cuidado daqui pra frente.- entregando o pingente.

Alessandro: Obrigado.

Com isso foi até o quarto, bateu e entrou, mas ela estava dormindo. Os cabelos pretos ondulados, pele clara mas estava quase pálida pela perda de sangue.

Alessandro:(Não pode ser verdade.)- se aproximando se sentou na cadeira perto dela. -(Uma realeza?)- se perguntou. Se lembrara novamente de seus pais sendo mortos pela coroa e de como sua vida mudou ao se tornar um pirata. O ódio pela realeza era inevitável, mas ele não tinha coragem de fazer um mal sequer a ela, pois ela havia salvado sua vida. Sua escolha era entregá-la de volta a Noruega e esquecer tudo isso.

Dois dias se passaram. A chuva continuava sem pausa, isso arruinava alguns negócios. Logo, Nicolas encontrou o capitão e foi informado do ocorrido.

Nicolas: Já era esperado que ele acabaria nos prejudicando. E ela?

Alessandro: Não acordou ainda.

Nicolas: Certamente irá acordar, o pior já passou, ela sobreviveu a uma bala nas costas.

Mas o homem percebeu o incomodo do capitão. Mas, embora quisesse entender ele se recusou a falar e retornou a casa de Felipe e foi ao quarto da moça, onde ela estava acordada e sentada com um copo de água nas mãos pela metade.

Ao ve-lo se alegrou, ele deu apenas um sorriso forçado, se aproximou e se sentou.

Alessandro: Como você está se sentindo?

Carolina: Estou bem, dói, mas o Felipe disse que eu ficaria bem logo, logo. E como você esta? Quase morreu.

Alessandro: Estou bem, mas o que você fez ... o que aconteceu?

Carolina: Quando ele apontou a arma para você, eu sabia que alguém morreria, eu considerei atirar nele com a arma de Felipe, mas ainda tinha os homens dele, então eu vi um guarda e fui até ele, alertando que havia um homem querendo matar as pessoas.

Alessandro: Foi ai que o tumulto começou, foi esperta.

Carolina: Obrigada.

Alessandro: Mas, isso quase te custou a vida.

Carolina: Você salvou a minha vida na praia, uma vida pela outra.

Alessandro suspirou ainda incomodado com tudo que descobriu.

Carolina: Kaio esta bem?

Alessandro : Sim.

Carolina: E o Nicolas?

Alessandro: O que tem?

Carolina: Ele é seu braço direito, certamente me culpou pelo ocorrido.

Alessandro: Não contei a ele.

Carolina: Por que não?- perguntou. - Ele é seu braço direito, sempre conta com o Nicolas.

Alessandro: Dessa vez não. - disse. - Eu pensei muito no que aconteceu desde o ocorrido e desde que a encontrei, e eu queria conversar a respeito.

Carolina: Algum problema?

Alessandro: Sim, Carolina você pode dizer que realmente não se lembra do que aconteceu?

Carolina: Na praia?

Assentiu.

Alessandro: Você carrega o número 67 em suas costas, era uma forma do capitão Darian identificar sua tripulação.

Em silêncio ficou.

Alessandro: É o único que usa essa forma. Você foi levada por ele.

Nada respondeu.

Alessandro: O navio naufragou uma noite antes de encontra-la, estávamos longe da cidade e ninguém buscou por você. O que me faz acreditar que mentiu sobre sua avó.

Carolina: Capitão-

Alessandro: Ainda não, você não perdeu sua memória, certo?- perguntou. - Consegue olhar nos meus olhos e dizer que perdeu a memória?- seriamente, ela o olhou sem saber o que responder, até que suspirou.

Carolina: Eu não perdi as minhas memórias.

Ele franziu a testa e se levantou indignado.

Alessandro: Qual foi o motivo da mentira?

Carolina: Eu fui sequestrada por piratas, isso me assustou ao encontra-lo, eu não sabia se poderia confiar em você e na sua tripulação. Por isso, eu menti.- disse. - Porquê isso importa?- perguntou. - Sua tripulação tem mil segredos e você não deve ter se importado. Fiz a minha escolha, por que esta brigando comigo?

Antes que respondesse se escutou batidas na porta, era o doutor Felipe, junto com Nicolas.

Felipe: Precisamos conversar.

Alessandro: Agora?

Nicolas: Sim .

Alessandro se levantou sem olhar para ela, ao sair fechou a porta.

Carolina:(Por que ele ta tão estranho?)- se perguntou.- Tocou a nuca e notou que algo estava faltando.-(Eu perdi?)- nervosamente.-(O colar!)

Ela procura no quarto mas não achou. Se levantou e foi até a porta , abriu um pouco e no corredor escutou o capitão discutir com os dois.

Nicolas:Ela é da realeza?- surpreso.

Felipe: Precisa devolve-la, caso contrário a marinha o fará se encontrar com Darian.

Nicolas: Além de ser uma princesa ela mentiu, que previsível.

Felipe: É compreensível o motivo de ter mentido. Ela foi torturada pelos tripulantes de Darian.

Um silêncio insuportável ficou até o capitão quebrar.

Alessandro: Estava certo, Nicolas, eu deveria te-lo escutado quando disse que era um erro salva-la.

Nicolas: Ela salvou sua vida, então podemos esquecer essa palhaçada.

Felipe: Mas, devolve-la a Noruega é perigoso.

Nicolas: Podem achar que fomos nós que a sequestramos e que afundamos o navio dele.

Alessandro: Então, entregaremos ela a Dom Pedro I. E faremos um acordo.

Continua...

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