Capítulo 5: Itacaré - Bahia

...

A âncora foi jogada ao mar e eles param numa prainha de Itacaré. Começou a trovejar e alguns piratas começaram a sair, e na cabine estava o capitão e Carolina que estava sentada bebendo água e sentindo uma leve dor de cabeça.

Carolina: O que viemos fazer na Bahia?

Alessandro: Eu vim conversar com uma pessoa. Quanto a tripulação, é do interesse deles.

Carolina: Você não liga para os problemas que eles podem causar?

Alessandro: Não.

Carolina: Então, por que se incomodou quando bebi?

Ele para de escrever e olha para ela.

Alessandro: Sua falta de experiência pode comprometer os meus negócios.

Carolina: A minha inexperiência te preocupa mais do que as ações da sua tripulação?- estranhando o raciocínio dele.- Não faz sentido.

Uma leve risada deu.

Alessandro: Eles sabem se virar, você não.- voltando a escrever, carimbou. - Se sente melhor para sair?

Carolina: Sim.

Alessandro: Certeza?- voltou a perguntar. - Não tem problema se não estiver bem, alguns piratas ficarão aqui.

Negou.

Alessandro: Certo , vamos indo.

Pegaram uma capa e sairam juntos. Os trovões que vinham a assustava embora não quisesse transparecer.

Alessandro: Quando te encontrei , havia chovido uma noite antes. É sempre uma maldição quando isso acontece.

Carolina: Por quê?- o olhando.

Alessandro: Muitos naufrágios ocorrem por conta da tempestade, águas selvagens que engolem tudo sem dó. - disse.

Carolina: Felizmente nada aconteceu com o seu navio.

Alessandro: Sim. Mas, houve danos. E suas lembranças, lembra o que aconteceu?

Carolina: Não . Talvez eu tenha bebido e parado na praia.- tocando sua cabeça sentindo novamente a dor de cabeça.

Alessandro: É uma teoria.- disse olhando para a vela da lanterna a sua frente. - (Mas, estávamos longe da cidade, por que você estaria em um lado isolado?)- se perguntou. - (Sozinha ainda por cima.)

Carolina: Capitão?

Saindo de seus pensamentos a olhou.

Alessandro: Sim?

Carolina: Esta familiarizado com o Brasil?

Alessandro: Sim. Tenho vários amigos, informantes, faz três anos que conheci esse país.

Carolina: Qual lugar o senhor mais gosta?

Alessandro: Caribe. Tem mais acesso a mercadoria, e lucro também. Nunca esteve aqui?

Carolina: Não tenho essas condições para viajar assim.

Alessandro: Condições?

Carolina: Essa palavra não existe no seu dicionário, certo?

O capitão não segurou sua risada, ela não estava errada, se ele quisesse ir até o Japão, iria sem nenhum problema.

Alessandro: É a vida de um rebelde.

Carolina: Posso ser rebelde também.

Alessandro: É , mas eu não acho que a vida de pirata te serve.

Carolina: Por quê?

Alessandro: Suas características não batem com a de um pirata, tem que ter espírito de aventureiro.

Carolina: E me encaixo a onde , capitão?

Alessandro: É uma boa pergunta.

Carolina: Bom, certamente se eu achar meu rumo eu poderei responder essa nossa pergunta.

Alessandro: Estarei aguardando, até la, fique por perto.

Havia se passado um mês desde que a tripulação de Castillo desembarcou na Bahia BR. O capitão havia encontrado seu velho amigo Felipe, e no bar discutiram sobre suas dúvidas.

Felipe: Houve um naufrágio, há boatos de que nele havia uma mulher de sangue real, da Noruega. A busca continua e sem sucesso.

Alessandro: E como esse boato se tornou problema dos piratas?

O homem tomou um gole de sua bebida.

Felipe: Darian.

Surpreso ficou.

Felipe: Darian havia passado uma noite antes da tempestade, o que nos leva a acreditar que sua breve visita foi para sequestra-la. De qualquer forma ela não foi encontrada após sua passada, e o corpo também não foi encontrado, só a bandeira do navio dele.

Alessandro: Então, ele morreu.

Felipe: Acreditamos que sim.

O capitão suspirou incomodado.

Alessandro:(Será possível que Carolina esteve no navio e sobreviveu?)- se perguntou.

Felipe: Estão oferecendo uma recompensa para quem tiver informações do paradeiro dela. Alguns acreditam que Darian está vivo, mas o capitão sempre afunda com o seu navio.

Alessandro: Sim.

Eles fizeram um brinde pela honra de um pirata.

Alessandro: E os nomes dos sequestrados?

Felipe: São piratas, isso não é importante para nós, não temos uma lista de nomes, apenas números. Esta querendo saquear o navio?

Alessandro: É tentador, mas no momento estou interessado em outras coisas. E você?

Felipe: Nem pensar, a área é um alvo fácil para a coroa.

Alessandro: Também.- rindo um pouco de acordo, em seguida bebeu um segundo copo.

Felipe: Disse que tem uma tripulante nova, de onde veio?

Alessandro: É do Canadá, estava sozinha na praia e desacordada.

Felipe: Eu posso estar louco , mas, ela pode ter sido a sobrevivente do naufrágio?

Alessandro: Não acho que seja.

Felipe: As vítimas de Darian são marcadas por um ferro de brasa , até seus tripulantes. Chegou a notar?

Alessandro: Isso seria indelicado. E o máximo que posso receber em troca é o nome de pervertido e a perda de um estoque de vinho.

Felipe: Mas, não pode descartar a possibilidade. E se ela souber da princesa?- continuou.- Pode faturar com isso. Pense um pouco.

...

Do outro lado estava Carolina na cachoeira de Noré, a água batia em sua cintura , estava se lavando com um traje branco em seu corpo e aproveitando o silêncio da natureza, ela tocou levemente suas costas, onde havia uma cicatriz com o número 67.

Após o banho se trocou , pegou o cavalo e voltou para a cidade. Lá encontrou Kaio que estava com um olho roxo.

Carolina: Brigou de novo?

Kaio: Perdi numa aposta, de novo.

Carolina: Apostou tudo?

Kaio: Não tenho mais nenhum centavo.- disse. Logo teve uma idéia. - Carolina, você recebeu o dinheiro do capitão, que tal me ajudar?

Carolina: Eu não sei não, isso ta te dando muitos problemas financeiros.

Kaio: Vai ser divertido!- a puxando pelo pulso. Ele a levou a um bar de apostas. Ao chegar sua presença foi notada de imediato. - Vamos jogar de novo.

I homem: Vai apostar a dama?

Kaio: Não, ela só está com o dinheiro.

II homem: Interessante.

Kaio: E então?

I homem: Vamos lá, mas com uma condição.

Kaio: E qual é?

I homem: Se eu ganhar, ela vira comigo.

Carolina: O quê?- perguntou assustada.- De jeito nenhum, Kaio!

Ele a leva um pouco longe deles pelo pulso e para.

Kaio: Confia em mim, eu não vou perder.

Carolina: Já perdeu tudo e quer que eu confie em você?

Kaio: Não precisamos falar do passado, eu não vou deixar ele te levar.

Pegando no pulso dela a levou até a mesa antes que ela pudesse protestar novamente.

Kaio: Vamos jogar!

Continua...

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