Capítulo 10: Reino Unido

Mas aquela seria a noite mais difícil para a mulher. Ela voltava ao passado em seus pesadelos, do início da emboscada sendo deixada sozinha e sem a princesa, sendo engolida por seus medos, tudo escureceu e a luz de uma vela se ascende e ela se viu na prisão, em cativeiro, algemada e ferida com a marca 67 em seu corpo. Do outro lado o capitão do navio com sua espada pronto para mata-la. Perguntava onde estava a princesa mas sua voz não era ouvida, estava muda sem entender o que estava acontecendo. Era prisioneira do próprio medo de ser abandonada.

Ao despertar, estava suando um pouco, recobrando a sua consciência de onde estava , estando aliviada de não estar mais presa naquele lugar. Se sentou e se viu sozinha na cabine do capitão, logo escutou batidas na porta e a pessoa entrou.

Para o desgosto da mulher era Nicolas.

Carolina: O capitão não esta.

Nicolas: Estou ciente disso. - fechando a porta.

Carolina: Então, o que te trás aqui?

Nicolas: Quanta impetulancia.

Carolina: Ignorante.

Nicolas: Meu assunto é com você.

Carolina: Não se preocupe, não ficarei por muito tempo.

Nicolas: Não esta racionando em voltar para Noruega.

Estranhou suas palavras, estaria o homem preocupado?

Carolina: O que a minha ida a Noruega te incomoda?

Nicolas: Não me incomoda, mas incomoda o capitão.

Carolina: Ele está grandinho já.

Nicolas: Isso não o impediu de ser enganado pela senhorita. Ao contrário.

Carolina: Vá direto ao assunto, pirata.

Um fraco sorriso de indignação deu a ela.

Nicolas: Quem entregou a princesa poderá te matar.

Carolina: Não sei quem entregou ela, nem quem a vendeu por moedas , como posso ser uma ameaça?

Nicolas: Porquê procura vingança e isso o deixará em alerta. Eu sou um pirata como disse, tenho experiência nisso. É um alvo fácil aos olhos do caçador.

Carolina: Esta me dizendo que o capitão esta preocupado com a minha vida?

Nicolas: Ao que parece sim, para mim é ridículo.

A porta se abriu com o capitão entrando o impedindo de dizer mais coisas.

Alessandro: Nicolas.

Com um olhar o homem se retirou sem dizer mais nada.

Carolina: Capitão, ele apenas esta preocupado com suas escolhas.

Alessandro: Nicolas tem agido mais como um irmão mais velho e um pai junto, peculiar que sou mais velho do que ele.

Carolina: Esta tremendo pela minha vida?

Alessandro: Não a salvei para ser morta novamente, salvei?

Carolina: Tomarei cuidado.

Alessandro a olhou vendo a perturbação leve da mulher.

Alessandro: Teve um pesadelo outra vez?- se sentando na cadeira.

Carolina: É notável?

Alessandro: Sua mão está tremendo como da primeira vez que repousou aqui ao ser resgatada.

Ela olhou surpresa, sua mão direita tremia sem parar.

Alessandro: A idéia de retornar te perturba, suponho.

Carolina: Não, eu só tive um sonho ruim. Mas, foi só um pesadelo, nada demais. Estamos perto da Noruega?

Alessandro: Não, são 23 h e 35 minutos até lá, isso se não tivermos imprevistos com a chuva.

Carolina: A onde você irá abastecer?

Alessandro: Estamos vendo, mas iremos parar antes no Reino Unido.

Carolina: Você ta querendo morrer?

Alessandro: Tenho uma amiga de lá.

Carolina: Namorada?

Alessandro: Amiga, somente.

Carolina: Com base na sua vida, nunca amou alguém?

Alessandro: Um pirata só ama o mar e somente isso.

Carolina: Que brega.

Alessandro: E a senhorita?

Carolina: Com os afazeres reais não tive tempo para isso. Você deve ter vários amigos pelo mundo.

Alessandro: Não exatamente.

Carolina: Perdoe a minha intromissão, mas por que iremos parar no Reino Unido?

Alessandro: Obter informações.

Carolina: É só isso que me dirá?

Alessandro: Em breve estará fora do meu campo de vista, o que farei após deixá-la lá não deveria te interessar.

Carolina: Certo.

Alessandro: O que acha de levou a tal tragédia com a princesa?

Carolina: Achei que o Canadá estivesse conspirando contra nós, mas ao ouvir alguns boatos nada aconteceu.

Alessandro: Quando enviou uma mensagem a quem estava enviando?

Carolina: O príncipe. Mas, não tive respostas, não sei se esta bem, se esta vivo, ou se está com raiva de mim.

Alessandro: É perigoso pisar na Noruega sem ter certeza se é seguro, se ele não estiver com você e sim contra, será uma luta em vão.

Carolina: Ele não faria mal a mim.

Alessandro: Confia demais nele.

Carolina: Ele e bondoso.

Alessandro: As pessoas mudam.

Carolina: Lamento pela sua família.

Nada disse.

Carolina: A princesa queria uma paz entre todos os povos, era o seu desejo, mas isso acabou.

Alessandro: Então ao darmos as costas seremos inimigos.

Carolina: Só tenho um inimigo e essa pessoa traiu a coroa e deve pagar pelos seus erros.

Quando o navio abasteceu na Inglaterra, o capitão foi encontrar sua amiga, Nicolas foi junto com ele. E Carolina foi ter informações sobre seu reino.

Estando próxima de um bar, um pouco camuflada, não queria correr o risco de saberem quem era ela, poucas viagens fez ao local e teve a infelicidade de ter se encontrado com homens deprimentes.

Entrando foi até o bar-man e com algumas moedas iniciou sua investigação.

O rapaz era ruivo, olhos pretos, pele clara, com uma tatuagem no pescoço de um leão e um dragão no braço direito. Ele tinha 1,70 de altura, com um pouco de barba em seu rosto. Seu nome era Ruy.

Ruy: O que quer saber?

Carolina: Soube que o reino da Noruega perdeu sua princesa.

Ruy: Acredita-se que a princesa tenha sido entregue pela guarda-costas.

Carolina: Uma traição?

Ruy: Sim, mas o príncipe não acredita nessa acusação e esta investigando o caso em sigilo. Mas, algumas coisas vazaram.

Carolina: No que se acredita?

Ruy: Alguns acreditam que a princesa está viva , outros que foi morta com o navio do pirata Darian, já que seu navio foi visto próximo do Canadá. O debate permanece sem uma conclusão.

Carolina: E houve sinais da guarda costas ?

Ruy: Encontraram seu corpo há uma semana, irreconhecível, considerada morta.

Carolina: Como faço para chegar na Noruega despercebida?

Ruy: Pegue carona com os agricultores, passará despercebida.

Carolina:(Assim poderei entrar no reino e falar com o herdeiro do trono.)

Continua...

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