"Se existe um Deus, ele terá que implorar pelo meu perdão." Essa frase, encontrada na parede da cela de um prisioneiro judeu em um campo de concentração, ressoou em mim de forma intensa após assistir ao filme 12 Anos de Escravidão. Pela primeira vez, ela fez sentido de um jeito que eu nunca havia sentido antes. Minha indignação com a humanidade se acendeu de forma profunda. Se somos criação de Deus, então parece que Ele descartou o original e manteve apenas o rascunho, o pior de todos os rascunhos.O Mês da Consciência Negra deveria ser um período para refletirmos sobre nossa história, mas muitas vezes parece ser o mês da nossa "inconsciência" em relação ao racismo que ainda perpetuamos. A brutalidade do chicote que açoitava seres humanos nos troncos e nas senzalas não desapareceu; ela apenas se transformou, camuflada nas estruturas de poder, na desigualdade e no preconceito velado que persiste até hoje. Esse racismo estrutural, que violentava corpos no passado, continua aprisionando mentes e limitando vidas. É como se a sociedade, incapaz de aprender com suas cicatrizes, ainda mantivesse o chicote em mãos, perpetuando a crueldade sob novas formas.Gostaria de encontrar palavras que fizessem jus a esse sentimento, mas talvez nenhuma expressão consiga capturar completamente o peso da injustiça e da crueldade que somos capazes de perpetuar.