crossword
•pov jake•
- Aqui.
Amy me entregou um copo d'água, eu o bebi em silêncio.
- Está melhor?
Neguei.
- Eu não estou sem fôlego - respirei fundo, procurando coragem. - Lembrei de quando quebrei um copo no seu pé e toda a culpa recaiu sobre mim.
Vi seu peito levantar e descer lentamente, ela estava respirando fundo.
- Foi uma noite difícil.
Eu assenti.
- Mas, eu não devia ter te tratado daquele jeito.
- Ames, eu mereci.
- Só um pouquinho. - fez um gesto com as mãos, os dedos quase se tocando.
- Não queria ter te machucado, foi um acidente.
- Eu não devia ter te culpado de cara.
Eu dei de ombros.
- Eu estava fora de mim, podia ter feito pior.
Ela tocou na minha mão.
- Não, você nunca faria pior.
As nossas incontáveis brigas passaram como um flash diante dos meus olhos. É estranho como amadurecemos e podemos conversar sem o uso de xingamentos.
- Nós éramos outras pessoas - falei. - Fico feliz em termos nos encontrado novamente.
- Uma hora você tinha que amadurecer, Peralta. - falou brincalhona. Eu ri. - Estou orgulhosa pela sua jornada, de como está disposto a melhorar e trabalhar em equipe.
- Você me ajudou bastante.
- É, eu sei. 90% desse progresso foi por minha causa!
Eu neguei, deixando escapar uma risada.
- A senhora não poderia estar mais errada.
- Ah é?
Ela colocou as mãos na cintura, como um criança provocadora.
- Ah é! - imitei o movimento, fazendo-a rir.
- Parece que não crescemos tanto.
Ela apoiou a cabeça no meu ombro.
- É, parece que não.
Acordei assustado. Não me lembro de ter caído no sono, tudo o que passa pela a minha cabeça é pizza, martelos e aspirador de pó. O que aconteceu na noite passada? Olhei ao redor, era o quarto perfeitamente arrumado de Amy. Assustei-me novamente, nós transamos?
- Bom dia, abacaxi. - Amy usava seu terninho de sempre. Ela jogou a minha roupa do dia anterior. - Vamos tomar café.
Fomos para a cafeteria mais próxima, Amy ama apoiar comerciantes locais, porque o dinheiro fica na região e blá blá blá. Eu boiei no resto da conversa.
Ela mexia o café sem açúcar despreocupada, como se nada tivesse acontecido na noite passada. E talvez, não tivesse. Só faz um tempo que não transamos e estou com medo de não ser como antes. Eu sei, é idiota.
- Você não vai tomar seu leite com nescau e gelo?
Olhei o meu copo, mexi com o meu canudo biodegradável.
- Você tá bem?
Levantei a cabeça. Seu rosto me encarava preocupado, linhas tensas se formavam na testa.
- Sim.
- Tem certeza? Não se incomodou de eu te encher o saco por causa da sua bebida.
Suspirei.
- Amy, nós transamos ontem?
Ela começou a tossir.
- Não Jake, só dormimos na mesma cama.
- Ok, só isso mesmo.
Ela assentiu voltando a atenção ao café. Tamborilei os dedos na mesa.
- O que foi agora?
- Por que eu tô com martelo e aspirador de pó na cabeça?
- Nós jogamos It Takes Two e passamos muita raiva - ela franziu as sobrancelhas. - Você não se lembra de nada?
- Me lembro da nossa conversa sobre maturidade, depois acordei.
- Jake, isso foi às 20h, ficamos acordados até às 3h.
Mordi o lábio inferior.
- Aconteceu algo importante?
Ela pensou por um momento.
- Não, nada demais. - sua voz mentia.
Tentei buscar resquícios da noite passada no meu cérebro enquanto sugava a minha bebida.
♤♡◇♧
- Você coloca o prego ali.
Amy apontava pra tela sem parar.
- Eu sei, eu sei.
Esse jogo estava nos estressando, mas não queríamos parar.
- MARTELA. - gritei.
- TÔ MARTELANDO.
Paramos de jogar quando a pizza chegou. A pausa durou apenas meia hora, foi tempo suficiente para eu tomar a maior decisão da minha vida.
Minha namorada fazia uma palavra cruzada antes de dormir e fingia levar em conta os meus palpites.
- Urgh, tem um erro nessa palavra cruzada.
Eu sorri. Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida.
- Vou comprar sorvete.
- Quer que eu vá junto?
Eu neguei.
- É só no mercadinho da esquina.
Beijei sua bochecha e fui até a joalheria mais próxima. Estava fechada, como era de se esperar em uma madrugada de sexta para sábado. Fui ao mercado de esquina e comprei um doce de caixa e um sorvete 2l.
- Voltei.
- Foi rápido. - ela tirou os olhos do passatempo e se deparou comigo de joelhos.
- Diferente do palavras cruzadas eu não quero cometer um erro, por isso, não posso te deixar ir, não de novo. Você é a melhor coisa que já aconteceu comigo e eu te amo mais do que o Aladin ama a Jasmine.
Respirei fundo para continuar, mas ela me parou com um gesto.
- Eu te amo Jake - eu sorri largamente. - Mas, não. Agora não.
O meu sorriso se desfez aos poucos, ela me levantou do chão e me sentou no sofá. Eu era incapaz de me mover sozinho.
- Acho que bebemos de mais. Vamos dormir.
Autora: estamos nos últimos caps da fic :(
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