— Você quer sair pra tomar um sorvete? Ou… sei lá, um café qualquer dia desses?

    — Tipo… um encontro?

    — Bem… é.

Parei pra pensar um pouco.

    — Desculpe Kelly, melhor não.

    — Ah… Entendo.

    — Vejo você por aí — disse eu.

Então me virei e fui embora.

*******

Algumas coisas interessantes aconteceram antes e depois do dia em que Kelly recebeu alta.

No final daquele ano letivo, eu me classifiquei e venci o campeonato estadual de natação interescolar e acabei impressionando um importante olheiro, aquele foi o início da minha próspera carreira como nadador profissional.

No final das contas, o sangue e o amor falou mais alto, e meu pai aceitou minha decisão de ser um MGTOW e nós três (ele, minha mãe e eu) voltamos a ser mais ou menos como éramos antes, com exceção do fato de eu não ter mais voltado pra casa, precisava seguir minha vida, encontrar meu próprio caminho.

Os rapazes da Untochers também se deram bem na vida. Tomas foi chamado pra jogar no Golden State Warriors, que venceu o campeonato nacional americano no ano passado. Chris e Marco também foram pra América e ainda jogam juntos até hoje, o time deles é o New York Yankees, que já é campeão há dois  anos seguidos da liga americana. E eu… eu consegui uma medalha de prata na última olimpíada e uma de ouro no campeonato mundial de natação cinquenta metros livres esse ano; por causa disso, eu e os rapazes marcamos de nos encontrar hoje à noite aqui na minha casa pra comemorar e também pra matar um pouco a saudade.

Quanto a minha relação com Kelly; vai bem, não costumamos nos encontrar muito, mas somos relativamente próximos. Soube que no ano passado ela escreveu um romance de ficção científica que esteve entre o tope cinco de Best-sellers do New York Times, então acho que ela deva estar muito feliz por realizar seu sonho.

Talvez eu vá visitá-la ainda esse ano… É, será bom pôr a conversa em dia.

                        […Fim…]