Dark Crown



–Foi uma honra servi-lo, sua alteza - o homem murmurou, fazendo o príncipe vacilar ainda mais em seu lugar. O guerreiro segurou o príncipe ainda mais perto, bloqueando qualquer ataque que viesse em seu caminho com dentes cerrados e mandíbula tensa. Mais flechas voaram ao seu redor, dançando contra o céu e tornando-se visíveis contra a luz da lua.

–Não, não, por favor, não me deixe! – implorou o príncipe, a mão que cobria sua boca e os soluços tornando sua voz abafada. Ele estava desesperado.

Outro empurrão, outra gota de sangue, outro minuto se passou.

Os sons da guerra lentamente desbotaram ao fundo, o corpo do guerreiro lentamente perdendo sua força e deslizando para se deitar no topo do peito do príncipe, as flechas em suas costas agora apontando para o céu, brilhando em glória depois de tirar a vida de outro soldado.

–Hyunjin, por favor, não. O Hyunjin. Hyunjin, hyunjin! – a boca de Felix agora estava livre, e os soluços sacudiam seu corpo violentamente, braços enrolados em torno do corpo esguio de seu amante em um abraço apertado e seus olhos fechados. Ele sentiu um dedo molhado contra seus lábios, sujando sua bochecha e deslizando por seu pescoço – O que você está fazendo? – ele queria gritar, espernear, lutar, mas seu guarda pessoal o manteve imóvel, seu corpo pesado demais para ser movido.

–Eles nem se importarão de checar se você estiver coberto de sangue – a voz de Hyunjin era dolorida, rouca, mas severa. Uma ordem em vez de uma sugestão. Sobreviver.

Não foi o que eles imaginaram naquela manhã, quando acordaram nos braços um do outro e pularam o café da manhã para passar mais tempo abraçados na cama. Eles até abandonaram uma reunião não-tão-importante pela antes do almoço para passar mais tempo juntos.

Tudo virou o inferno no momento em que as trombetas foram ouvidas, e a guarda real entrou em modo defensivo. Proteger o príncipe coroado era a prioridade, e a razão pela qual eles foram treinados.

–Por favor, não me deixe – o choro de Felix era em vão. Hyunjin já estava com os olhos fechados e, sua respiração, descompassada. Ele não tinha mais tempo.

–Em nossa próxima vida, vamos ficar juntos, ok? Não me deixe ser um idiota novamente – um beijo leve foi plantado na testa de Felix, a coroa já havia deslizado para o chão, a auréola de cabelos loiros era, agora, uma bagunça de poeira e sangue. O sangue dele e de Hyunjin.

–Eu vou encontrá-lo. Eu prometo – um último soluço e ele fechou os olhos, apertando ainda mais seu abraço em sua amante. Seu primeiro e último em tudo.

Felix não se importava com o fim de seu reino, sua vulnerabilidade sob o céu escuro ou seu status. O homem que ele amou estava, agora, sem vida em seus braços. E ele nunca tinha se sentira tão vazio antes, em sua vida.

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