Calvin havia recebido uma ligação mais cedo, de Dorian. Ele pedia para ficarem prontos para o vôo, pois já tinha conseguido o avião.
Assim como pedido, Calvin arrumou a bolsa de Vince enquanto ele dormia profundamente, por conta dos remédios para dor.
Assim que acabou, ligou de volta para Dorian e disse que logo eles chegariam. O amigo acordou Vince, e o arrumou.
Colocou uma calça de moletom em Vince, que ele odiava, dizia que era um crime usar aquilo, o que era irônico demais para ele ouvir sem rir.

Colocou uma camisa branca e uma jaqueta jeans por cima.
Ele tentou por um boné, mas foi uma luta em vão.
" Ninguém vai bagunçar o meu cabelo.'' Ele disse.

Calvin o colocou no táxi e se sentou ao lado dele.
Eles ficaram em silêncio a jornada toda, com somente uma musica de fundo tocando na rádio.

Estava chovendo, mas as gotas logo pararam quando eles chegaram no lugar desejado. A pista de pouso era enorme, e Vince quase não viu seu fim.
Nela estava um jatinho particular o esperando.

Em quase um ano de sofrimento, ele sentiu que tudo valeu a pena.

O taxi parou, Calvin desceu, pegando a mochila de Vince, logo indo para o outro lado e o ajudando a descer.

Dorian estava engraçado na sua roupa falsa de angente policial, mas estupidamente sexy, do seu jeito de ser.

Ele correu para abraçar o amigo, evitando o apertar.

- Olha só você!- Ele disse.- Estou feliz que esteja bem, mano.

- Eu estou feliz que não seja o único a ter pedido o show...- Ele disse sorrindo, abaixando a cabeça para olhar a perna de Dorian.- Sinto muito.

- Eu vou ficar bem.- Ele disse tentando parecer normal.

- Quer dizer que você é manco?.- Vince disse com um sorriso malicioso para Calvin, que entendeu.

- Sim, ele é manco.- Calvin disse dando uma risada cínica.

- Eu ainda estou aqui, o joelho que está ruim, não meus ouvidos.- Dorian disse emburrado.

- Sabe que não vai sair mais com a gente, não é?.- Vince disse.

- Pois é, agora você é manco.- Calvin concordou.

Dorian arregalou os olhos azuis.

- Mas eu...Mas...

Vince o abraçou, dando um murro em suas costas.

- Estamos brincando com você, otário.- Vince o empurrou.- Você sempre vai ser dos nossos. Sempre vai ser da família.

Dorian deu um sorriso e apertou a mão do amigo, como uma despedida.

- Vê se não some...eu soube que a Itália é linda, e quando eu digo linda estou dizendo das garotas, você sabe.- Ele sorriu e logo ficou sério.- Vou me permitir sentir sua falta, mano.

- A gente se vê, Allen.- Vince apertou a mão dele e se virou para Calvin.- Quanto a você, fique de olho nele por mim, apesar de eu não confiar em nem um dos dois.- Ele mancou na direção do jato, quando Eleanor apareceu na porta, com os cabelos loiros cortados nos ombros. Usando uma calça preta e uma blusa dourada. Ela desceu as escadas da aeronave apressada e abraçou o irmão por quase um minuto. Eles cochicharam algo entre si e ela correu na direção de Dorian e Calvin, a quem abraçou também.

- Não está esquecendo de alguém?.- Ela escutou a voz do seu pai, se virando. Bradlin Thorto estava com um macacão de mecanico, com a metade amarrada na cintura.

Ela correu para abraça-lo.

- Obrigado, Brad.- Ela disse.- Obrigado por tudo que fez por mim.- Ela o apertou mais, depois se afastou, encarando os olhos da cor dos seus.

- Aquele rapaz...Marte.- Brad disse o nome e a fez sentir um frio na barriga. Marte tinha fugido para o Brasil. Ele disse que tinha família lá, não podia continuar ali, pois também estava sendo caçado, mas Elle nem teve chance de se despedir dele.- Ele mandou eu te entregar isso.

Ele entregou um papel para eleanor, que ela rapidamente abriu.

'' Curta a Itália, e se descubra. Quando precisar de um sermão ou de um cigarro, me ligue."

Ela sorriu para o papel e o enfiou no bolso e abraçou o pai novamente.

- A gente se vê, garota.- Brad fez uma reverência para ela e deu as costas, caminhando para a moto.

Mas antes que ele se distanciace, Eleanor o chamou.

- Conseguiu fazer o que te pedi?.- Ela perguntou. Brad concordou com a cabeça.

"  Novo mexico.

Azelia estava chegando cansada com o filho, que agora parecia cada vez mais com Paul.
Ela deu um sorriso enquanto procurava as chaves da casa na bolsa. Ela enfiou-as na fechadura, abrindo a porta e acendendo as luzes acabando com a escuridão do cômodo.
Um susto lhe atingiu quando ela viu três grande mochilas abertas na sala, o que a assustou foi o que tinha nelas. Dinheiro, muitas notas de dinheiro.

O garoto correu parando na frente das mochilas, olhando sorridente para a mãe.

- Olha, tem um cartão.- Ele disse entregando o cartão para ela, que pegou trêmula.

"Seu pai queria que você fosse piloto.".- Uma lágrima escorregou pela bochecha de Azelia.- "Vai ficar tudo bem agora. Desculpe por tudo. Eleanor." "

Ela se despediu novamente dos garotos e entrou no avião, sentando de frente para Vince, que já estava agasalhado na poltrona de couro marrom.

- Eu sempre sonhei com esse momento em específico da minha vida.- Ele disse colocando um óculos de sol Rayban. - Sempre me vi pegando um avião para Itália.

- Algum arrependimento?.- Eleanor perguntou.

- Não...eu faria tudo de novo.- Ele sorriu.

E ela concordou.

E naquele momento, naquele instante em que o avião pegava vôo, ela deixou o sobrenome Edwin para trás, pois finalmente agora, ela era ela mesma.

Eleanor Flowers Thorto. E ela estava em paz.

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Calma, calma. Chegamos ao fim da estoria, but, terá  um capítulo a mais bônus!
Sim. Então calma, não vamos nos despedir ainda.