A serpente.
- Porque eu deveria estar surpresa?.- Tash se aproximou pondo as sacolas no balcão.
- Precisamos conversar.- Vince disse.
- Bem, você já disse isso... Agora me de um motivo para eu te escutar e não chamar a policia.- Tash levanta o telefone em suas mãos o ameaçando, enquanto Vince não tirava os olhos dela.
- Calvin? Esse seria um bom motivo.- Tash ergueu a sobrancelha.- E você não vai chamar a policia... o que quer dizer, que você irá cooperar. - Vince disse pausadamente
- Cavin não é mais problema meu.- Vince riu.
- Você mente quase tão mal quanto ele.
- O que você quer Vincent?.- Tash suspirou frustada.
- Compreensão.
A palavra ficou solta no ar, enquanto isso, Tash considerou o que fazer, se ela não estivesse enganada Jade demoraria no minimo uns 20 min para chegar, com esse pensamento ela se sentou na poltrona e ficou cara a cara com ele.
- Pois então, estou ouvindo.- Tash cruzou os braços e Vince encostou na cadeira.
- Sabe a quanto tempo conheço ele?
- Ele me contou sobre um amigo de infância, mas não lembrava o nome dele.. Suponho que esse amigo era você.
Vince fez uma careta, na tentativa de parecer engraçado. Tash estava blefando, ela sabia quem Vincent Edwin era. A fama de cruel que ele tinha, mesmo que Calvin falasse dele com a pessoa mais incrível que ele já conheceu, Tash sabia o que ele era, o que ele fazia e pior, de quem ele era filho.
- Dói saber que nem ao menos o nome você lembra.. como pôde esquecer de uma pessoa como eu?.- Tash arqueou as sobrancelhas e encostou na poltrona cruzando as pernas e olhando com desdem
- Bom, escutei muitos nomes na minha vida, trabalho com isso... Acha mesmo que lembraria de um nome tao comum como o seu?
- Bem que Calvin falou que você tinha uma língua afiada. -Vince disse rindo.
- Ele quem te mandou? Isso seria algo muito baixo porque..
- Não!.- Vince a interrompeu. - Ele não faz ideia de que eu estou aqui e provavelmente ficaria puto se soubesse. Já o viu puto? Não é algo muito agradável. Mas voltando ao que realmente importa, sim, nos conhecemos quando eramos crianças, vivíamos um na casa do outro praticamente. Eramos mais que amigos, eramos irmãos, companheiros, parceiros de crimes...literalmente e figurativamente.- Tash que não se moveu, apenas continuou esperando Vince continuar a história.- Pois é, tivemos uma infância difícil, mas nada se compara ao que Calvin sofreu nas mãos do pai..
- É eu imagino como deve ter sido. - Tash comenta mas logo é interrompida por Vince que estava balanço a cabeça. Com um estalar de linguá ele disse.
- Oh, você não faz a minima ideia de como era. Calvin era tratado praticamente como objeto para seu pai, vivendo torturado por suas falhas e preso na culpa de ser o responsável da morte de Elena... a própria mãe.. Thedore não era fácil. Ele esmagou o coração de Calvin não sei quantas vezes.. E ate hoje me pergunto como Calvin ainda tinha forças para seguir em frente.-Tash engoliu seco, sentindo o peso nas palavras de Vince, a fazendo lembrar de quando Calvin contou o que sei pai o obrigava fazer. - Diante de toda esse inferno que ele passava o maluco ainda dizia que eu não precisava me preocupar, porque não importa o que acontecesse ele sempre estaria do meu lado, pois eu sempre estive do lado dele. Calvin sempre foi muito calmo e sempre me manteve na linha de quando eu queria fazer merda ou arranjar alguma briga desnecessária. Era tão relaxado que me irritava - Vince deu um sorriso ao lembrar de épocas passadas.
- É, muito calmo - Tash comentou olhando para o chão e Vince viu seu semblante ficar triste.- Não sei o que você espera que eu pense, ou fale a respeito disso, Vincent, mas eu não vou deixar meu trabalho.
- Vai se machucar, Tash, não tem ideia como está matando o Calvin...
Tash se levantou.
- E ele não tem ideia o quanto me mata também! O que? Eu que devia me sentir culpada? Me poupe do seu discurso de bom amigo, eu não vou parar!
Vince concordou com a cabeça baixa antes de encarar Tashe se levantar, ficando mais alto que ela.
- Eu não queria isso para mim, mas diferente do Calvin eu não tive escolha.- Ele mostrou a marca da tatuagem na clavícula.- Eu não tenho escolha. Você tem.- Ele apontou para ela.- Não vou insistir para que pare nem nada do tipo. Eu só quis tentar, para que não me sentisse culpado depois.- Ele acendeu um cigarro e caminhou até a porta.- Tenho coisas para fazer.
- Matar pessoas?.- Tash cruzou os braços e riu ironicamente. Vince soltou uma nuvem de fumaça.
- Talvez. Tenha uma boa noite, senhorita.
Tash encarou a janela e viu Vince indo embora, e ela não sentiu nada.
***************************
Já tínhamos ido em todos os bares e becos daquela região. Marte estava sentado na cama com o braço esticado, onde a algema prendia meu pulso no dele, eu estava na frente do espelho encarando o blazer azul. O top ficava a cima da minha costela onde tinha minha tatuagem e a cicatriz. Olhei para o reflexo de Marte no espelho e era para ela que ele olhava fixamente.
- Acha que combina?.- Disse tentando quebrar o silêncio.
- O que foi isso?.- Ele apontou para ela. Engoli seco e tentei pensar em alguma resposta rápida.
- O irmão do Vincent...- Quase não havia saído.
- Ele tentou...- Me virei o encarando.
- Não quero falar sobre isso.- Ele concordou.- Obrigada. A gora, o que acha?
Ele sorriu.
- Acho que está se vestindo como uma velha. Cade as calças e as blusas decotadas, Chefe?
- Eu não vou mais me vestir daquele jeito, sou uma líder agora..- Ele levantou as sobrancelhas.
- Certo.- Marte se levantou e sem que eu percebesse ele tirou as algemas do meu pulso. Levei os olhos aos dele.- Sem algemas por hoje.
- Isso é bom.- Passei a mão no pulso.
- Quer tomar um café?.- Concordei.
- Um café parece ótimo, Sr.Doodle.
*****************************
O homem caiu no chão, deixando gotas de sangue no piso branco do banheiro. Não havia saída, ele sabia que não. O desespero tomou conta de seu rosto, quando um homem apareceu na porta do banheiro segurando o taco de ferro.
- Por favor...- Ele cochichou. O homem riu e ergueu o taco, mas antes que fizesse alguma coisa, uma voz vindo do corredor disse:
- Calma, calma...- William Blake apareceu na porta. Ele estava tirando o blazer.- Deixe-me falar com ele primeiro.
- Por favor, Will...Eu posso pagar você...eu...
- Cale a boca, Sr. Shadoln.- O homem se sentou devagar na beira da banheira. William mostrou os dentes em um sorriso largo.- Não vamos mais nos enganar, certo? Todos nós aqui sabemos que você está endividado até os dentes, eu....eu não mais fazer parte disso.- Ele riu puxando as mangas da camisa para cima do cotovelos.- Eu realmente achei que não precisaria passar por isso com você, Sr.Shadoln.
- Então me deixe ir, eu posso buscar a minha esposa e posso ir embora.- Ele disse.
William encarou o relógio no pulso.
- Acho meio improvável. Se não me engano, Ben já deve ter acabado o serviço com Srta.Lilian.
- Não...Por deus, não....- O homem começou chorar.
- Mas vai ficar tudo bem agora.- William pegou a barra de ferro das mãos do Homem ao lado.
O homem limpou as lagrimas no rosto e olhou para os olhos negros de William.
- Você jamais será Phillip Edwin.- William riu e acertou a barra de ferro na cabeça do homem.
- Eu serei melhor.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top