Capítulo 80
Sina Deinert
Corria aquela casa sem me preocupar se ainda restava alguém vivo que pudesse me matar a qualquer momento.
Não vi o Noah, desde o momento em que entramos na casa não escuto sua voz e nem sinal de que está bem.
Minha cabeça não para quieta, meu peito está com um aperto porque não posso imaginar perder ele.
— Sina? — olhei para o lado ofegante e vi Diarra. Seu estado não era dos melhores, mas o sangue em sua roupa não parecia ser dela.
— Onde está o Noah? Viu ele? — pergunto desesperada.
— Já faz um tempo que não o vejo, estamos fazendo uma varredura pela ca… — não esperei ela terminar, apenas voltei a correr.
O lugar era gigante, mas eu não tinha o que fazer a não ser correr e olhar cada sala. Parecia que eu andava em círculos a cada porta que eu abria, o local era idêntico ao anterior e assim seguia.
— Onde você está Noah? — sussurrei descendo aquelas escadas.
Virei mais um corredor e antes que pudesse chegar ao final dele, senti uma mão me agarrar e tapar minha boca.
Me debati para me soltar, mas quando Bay entrou na minha frente meu corpo relaxou.
— Que susto. — sussurrei após Bay me pedir silêncio com o dedo.
— Desculpa. — Josh me soltou e parou ao meu lado. — Marco estava aqui esse tempo todo. — engoli seco.
— Cadê o Noah? — pergunto preocupada.
— Conversando com ele. — Josh me levou um pouco para o canto e meus olhos cresceram ao ver Noah ajoelhado com duas armas apontadas em sua cabeça.
Na sua frente estava Marco, aquele escroto desgraçado e nojento… Daqui não dava para ouvir nada, mas se notava que Marco parecia tranquilo.
— Vocês vão ficar olhando? — pergunto indignada.
— Se eles nos ver, é capaz de matar o Noah, não podemos arriscar. — disse Bay.
— Mas se ele matar o Noah, morre em seguida. — digo fazendo os dois me olharem.
— Ele vai morrer de qualquer jeito, Sina. — neguei lentamente após a fala de Josh.
Daqui realmente não dava para ouvir nada, mas algumas vezes era possível ouvir a voz de Noah alterada. Marco na maioria das vezes parecia rir, sua cara era muito tranquila para alguém que ia morrer…
— Não vou ficar esperando ele matar o Noah. — sai do local indo para fora.
— Maria! — Josh me segurou pela mão me fazendo parar. — O que vai fazer?
— Acabar com isso. — me soltei seguindo até os carros.
O caminho inteiro estava repleto de corpos, e por incrível que pareça, não vi muito dos nossos…
Abri o porta malas do carro e peguei o galão de gasolina.
— Desde quando isso está aí? — Josh perguntou surpreso.
— Você não achou que íamos matar todos e deixar a casa inteira para a polícia investigar, não é? — ele ficou em silêncio.
— Mas é sua casa, não? — suspirei.
— Era nossa! — digo com um nó na garganta. — Eu não quero nada disso, Josh. Meus pais construíram, era meu dever ter de volta, mas não vale a pena sofrer vivendo por um passado. — entreguei o galão para ele e peguei outro voltando para a casa.
Pode ser uma decisão horrível, mas enquanto essa mansão existir, irei lembrar a forma como eles morreram. Passamos momentos bons aqui sim, mas não importa quanto tempo passe, a dor vai sempre existir.
Enquanto Bay ficava de olho em Noah, nós ficamos encarregados de cobrir essa casa com gasolina.
...
— O último! — disse Sabina largando o galão no chão.
Durante esse pequeno tempo vi Mariane. Não deu tempo dela me explicar muita coisa, mas consegui ver que ela estava bem, inclusive ajudou com a gasolina.
Deixei a pistola na minha mão e voltei para dentro da casa. O cheiro de gasolina estava forte, até mais do que deveria.
Parei no mesmo local e só esperei os meninos agirem. Eles que vão matar os dois caras que estão ali. Enquanto Marco… Esse eu vou fazer questão de ver morrendo lentamente.
Josh e Bay se prepararam e juntos dispararam de uma vez. Marco sacou sua arma, mas nós invadimos o local deixando o mesmo rendido.
— Maria? — Noah me olhou e eu apenas o abracei. — Graças a Deus está bem. — sorri e me separei encarando Marco.
— Acho que atrapalhei uma reunião. — Marco forçou uma risada.
— Estava apenas lembrando meu filho o quão burro ele foi. — arqueio uma sobrancelha.
— Ah, claro. — debochei. — Deixe-me adivinhar. Vai colocar a culpa em mim, dizer que ele foi manipulado, e que sou apenas mais uma mulher que se acha demais?
— Aí Maria, sempre se colocando na frente. — me encarou. — Não bastou perder os pais, vai querer perder seus amigos tam… — não o deixei terminar, apenas atirei em seu braço fazendo se calar.
— Como? Acho que sua voz travou. — sua arma apontou na minha direção, mas antes que ele pudesse atirar, Noah foi mais rápido e o desarmou. — Seu legado chegou ao fim, Marco. — mirei em sua perna e atirei fazendo o mesmo ir ao chão. — Todos para fora!
— Vou te matar, Maria. — dei risada me virando de costas.
— Prova a farlo dall'inferno. — digo com um sorriso.
(Tente fazer isso do inferno)
Saímos do cômodo e seguimos até a parte de fora.
— Isso é cheiro de gasolina? — Noah perguntou quando saímos do local. — A casa estava coberta de gasolina e vocês atiraram lá dentro?! — disse alterado.
— Agora não Noah. — digo mirando a arma em direção ao líquido no chão. — Quer dizer algo que vai me impedir de disparar?
— Não. — parou ao meu lado. — Vá em frente. — firmei minha mão na arma e disparei vendo aquele fogo acender.
Dei alguns passos para trás e aos poucos vi todo aquele local pegar fogo.
Naquele momento eu vi toda a minha história passando em câmera lenta. Desde o meu crescimento até o dia em que tive que me virar sozinha.
Vocês foram e sempre serão os melhores em minha vida. Onde quer que estejam, espero que saibam que essa história será sempre de vocês!
Levantei meu olhar ao céu e aquele maldito aperto se fez presente.
— Ei. — ouvi a voz de Noah e logo suas mãos seguraram meu rosto. — Acabou. — sorri em meio as lágrimas que caíram.
— Acabou. — o abracei com força.
O barulho das chamas estava alto, mas o estalo que veio junto dele me fez congelar.
Foi um tiro!
No fim das contas não estavam todos mortos.
Abri meus olhos querendo ver quem tinha levado esse tiro, rezando em minha cabeça para não ter sido em Noah.
Até que comecei a sentir a dor crescer em mim. A mesma queimação, aquela mesma sensação horrível.
— Maria! — ouvi sua voz distante e senti meu corpo cada vez mais mole.
— Noah …
— Não, não. — ouvi o desespero em sua voz e foi como se uma névoa preta tivesse me atingido.
Era um vasto silêncio. Uma vasta sala totalmente preta. Eu tinha todos ao meu lado. De repente não tenho mais ninguém.
Era assim que tudo acabava...
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Tudo acabou?Finalmente noart vai ter paz??
Nós vemos no próximo capítulo☆
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