• Capitulo 71 •

Acordei sentindo algo molhar a minha cara...

Poderia jurar que Josh estava fazendo uma brincadeira de mau gosto, mas a textura que eu estava sentindo em meu rosto não era nenhum pouco agradável.

Cobri minha cara tentando recobrar os sentidos, mas quando ouvi um barulho familiar me levantei de uma vez.

De começo me arrependi, tudo escureceu por alguns segundos, mas quando voltei a enxergar abri a boca vendo algo na minha frente.

Tinha uma bolinha de pelos correndo em cima da cama!

Olhei para os lados tentando processar isso, mas quando o pequeno voltou a latir eu abri um pequeno sorriso.

— O que faz aqui bolinha de pelos? — estiquei minha mão e ele cheirou antes de começar a lamber. — Não doidinho. — ri quando ele me mordeu fraco.

Notei que ele estava com uma coleira e nela havia um papel. Olhei aquilo curiosa e puxei com cuidado para ler.

"Estou com fome, pode me alimentar?"

Abri a boca e voltei a olhar ele.

— Tem fome pequeno? — fiz uma fofa e ele chorou jogando sua cabeça para trás.

Acho que ele não contava com seu corpo indo junto e acabou caindo na cama ficando de barriga pra cima.

Fiquei rindo da cena e ele apenas se virou nas cobertas parecendo se divertir.

Aí Joshua…

Encarei a porta do quarto e respirei fundo pegando o pequeno no colo.

— Vamos comer pequeno. — coloquei meus pés no chão e fiquei parada para ter certeza de que não ia desmaiar…

É, eu consigo chegar na cozinha.

Caminhei até a porta e abri saindo em seguida.

Virei aquele corredor o qual vim pela primeira vez e desci as escadas com cuidado vendo o cachorrinho se divertir mordendo meus cachos.

Parei no último degrau e pensei para que lado ir. Eu não fazia ideia de onde ficavam os cômodos...

Senti um cheiro bom invadir meu nariz e apenas segui ele.

Minha visão foi preenchida pela cozinha e uma mesa que tinha um belo café da manhã.

— Josh? — tentei gritar, mas senti minha garganta totalmente seca.

Acho que ficar sem beber água por quase três dias não é uma boa...

Coloquei o pequeno no chão e abri a geladeira pegando uma garrafinha de água. Abri ela olhando o cachorro e dei um pequeno gole sentindo meu corpo agradecer por isso.

Olhei em volta e vi que no balcão havia um pacote de ração. Me aproximei vendo que era para filhote e comecei a escutar um barulho estranho.

Direcionei meu olhar para o local e quando vi era ele bebendo água todo sem jeito. Soltei um riso fraco e abri o pacote.

Caminhei até seu comedouro e coloquei um pouco vendo ele começar a comer no mesmo instante.

Minha barriga fez um alto barulho e eu levei a mão até a mesma. Por poucos segundos fiquei paralisada me lembrando dele, mas me assustei quando o pequeno espirrou caindo de bunda do chão.

— Você é tão desastrado. — digo rindo. — Parece eu. — resmunguei indo até a mesa.

Peguei um garfo e uma faca cortando a panqueca e levei um grande pedaço até a boca. Meus olhos se fecharam e eu suspirei após sentir o gosto delicioso. Roubei um morango enfiando na boca e olhei em volta novamente.

Onde esse loiro se meteu?

Senti algo arranhar minha perna e quando vi era a bolinha de pelos. Sorri pegando ele no colo e puxei a cadeira me sentando.

— Come uma maçã. — parti um pequeno pedaço dando para ele.

Voltei a tomar meu café e comi quase tudo que estava na mesa. O pequeno queria morder tudo que estava em sua frente, mas consegui deixar ele controlado… quer dizer, quase controlado.

— Você não pode comer panqueca doido. — empurrei o prato para longe rindo e ele deu um latido.

Escutei um riso mais atrás e virei minha cabeça no mesmo instante. Lá estava Josh, apoiado no batente da porta com os braços cruzados e um sorriso no rosto.

Ia retribuir o sorriso, mas fiz uma careta quando o cachorro puxou meu cabelo com força fazendo Josh rir novamente.

— Isso machuca, sabia? — digo repreendendo o pequeno que me olhou. Sua cabeça inclinou em um ato confuso e eu não aguentei, acabei rindo alto com tamanha fofura.

— Não sabe o alívio que é te ver sorrir de novo. — escutei ele se aproximar e me levantei.

— Você me deu um cachorro. — digo olhando o pequeno.

— Sei que nada irá preencher esse vazio. — encarei Josh. — E essa não é minha intenção, mas para eu estar bem, é preciso que você fique. — forcei um sorriso e me aproximei.

— Obrigada. — me inclinei dando um selinho nele.

Realmente, nada vai preencher esse vazio, mas irei encontrar uma forma de lidar com ele... eu sempre encontro.

— Onde estava? — pergunto colocando o pequeno no chão.

— Te olhando pelas câmeras. — apontou para cima e eu olhei vendo ela. — Como você está? — voltei a olhar ele.

— Acho que vai demorar até eu lidar bem com isso. — encolhi os ombros. — Mas a gente consegue. — ele abriu um pequeno sorriso e me abraçou.

— No seu tempo. — sorri e me lembrei de algo.

— Você me deu um cachorro mesmo não gostando. — me separei rindo e Josh olhou o pequeno que corria atrás do próprio rabo.

— Eu continuo não gostando, mas se ele te faz sorrir posso me acostumar. — no mesmo instante o pequeno tropeça nos próprios pés e eu tenho uma crise de risos.

— Ele é uma figura. — digo me agachando. — Vou te chamar de Kyle. — brinquei pegando ele no colo.

— Não! — encarei Josh que me olhava inconformado.

— Mas é um nome tão bonito. — fiz um bico.

— É lindo, mas é o meu nome. — soltei uma risada.

— Está ouvindo pequeno? Seu pai não quer dar o nome dele pra você. — passei meu nariz no seu focinho mas ele me mordeu.

Devolvi ele para o chão rindo e ajudei Josh a tirar a mesa.

...

Josh me explicou que preferiu vir para essa casa até que eu me sinta bem para encarar tudo novamente. Os outros parecem já estar instalados e buscando quem foi o mandante dos tiros, ao que parece estão com um cara que sobreviveu, mas ele não quer contar nada.

Acho que essa é uma boa hora para eu ter uma conversinha com ele.

— Quer mesmo voltar agora? — Josh perguntou enquanto eu terminava meu banho.

Sim, o doido entrou no banheiro pois não queria me deixar sozinha. Ele estava sentado na tampa do vaso e o pequeno estava ali, super entretido com um brinquedo que fazia um barulho insuportável.

— Não vou esquecer isso tão cedo Josh. — digo desligando o chuveiro. — Prefiro ocupar minha cabeça com algo, e nada melhor do que ameaçar alguém de morte. — sorri pegando uma toalha.

— Quem sou eu para te impedir. — enrolei a toalha no corpo e me aproximei.

— Quanto antes eu lidar com isso melhor. — ele se levantou me olhando.

— Ele até agora não disse nada, o que pensa em fazer? — sorri de canto olhando a bolinha de pelos.

— Para fazer com que o cachorro obedeça, é preciso ameaçar de vez em quando. — dei risada vendo o pequeno tentar pegar o papel higiênico.

— Me disseram que já tentaram e não funcionou. — encarei Josh.

— Ah loirinho, às vezes parece que você não me conhece. — dei duas batidas em seu peito. — Ele vai falar, ou eu não me chamo Any Gabrielly. — pisquei.

— Vou fazer questão de assistir isso. — soltei uma risada e voltei a olhar o cachorrinho.

Eu achei que ele não ia conseguir morder o papel higiênico, mas ele conseguiu.

Comecei a rir pois ele apenas saiu correndo para fora do banheiro levando consigo o papel.

— Volta aqui seu pestinha! — gargalhei alto vendo Josh correr atrás dele e neguei lentamente.

Esse pequeno vai dar trabalho...

Voltei a alisar meu ventre e me olhei no espelho respirando fundo.

Faça isso por eles Gabrielly, ninguém vai tirar mais nada de você!

↝ É agora que o circo pega fogo?

Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍

XOXO - Miih

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