• Capitulo 51 •
Mariane parou o carro e eu fiquei encarando a porta daquela garagem. Será que dá tempo de fugir?
Tirei o cinto e desci com calma. Pedi para os seguranças pegarem as sacolas e levarem ao meu quarto, estava com preguiça e nervosa demais para fazer isso.
— Eu irei direto para um banho, mas depois vou querer saber do que conversaram. — Mari passou ao meu lado dizendo baixo e eu mostrei o dedo do meio.
Ela me prometeu que não ia dizer nada a ninguém, nem mesmo ao Arthur, confiei nela, até porque dizer isso já me tirou um peso das costas.
Entrei em casa e caminhei até a sala vendo alguns sentados vendo filme.
— Boa noite. — digo me escorando na parede e todos me olham.
— Gabrielly. — disse Heyoon pausando o filme e vindo ao meu encontro. — Como você está?
— Bem. — forcei um sorriso. — Sei que todos ficaram sabendo do dia de ontem, mas por favor, sem palavras de conforto, isso só dói mais. — pisquei com um sorriso e ninguém disse nada.
— Como quiser. — disse Lamar dando um sorriso.
— Onde o Josh está? — pergunto olhando todos.
— No escritório. — disse Nour e eu assenti.
— Vou lá, bom filme. — sorri novamente e deixei o local respirando fundo.
Isso não é hora de acelerar coração, fica calmo aí.
Subi as escadas em passos lentos e virei o corredor seguindo até o escritório dele…
Aí, calma.
Dei meia volta e saí correndo até a cozinha. Abri o armário vendo meus chips de batata e peguei um de pimenta forte. Peguei um refri na geladeira e deixei a cozinha.
Subi correndo dessa vez e virei o corredor parando na porta do seu escritório. Bati duas vezes e logo ouvi sua voz grossa me pedindo para entrar.
Só fique calma Gabrielly, não é a primeira vez que vai mentir.
Abri a porta com meu chips já aberto e fechei novamente vendo ele em pé olhando para o lado de fora.
— Diga meu querido. — dei um falso sorriso querendo disfarçar esse coração que estava quase saltando para fora e levei uma batata até minha boca.
— Senta aí. — apontou para a poltrona e eu caminhei despreocupada até lá. — Quero falar duas coisas com você. — andou na minha direção e parou na minha frente. — Primeiro, sobre o seu não comparecimento e o que aconteceu de noite. — prendi minha respiração e abri minha lata de refri dando um longo gole.
O gás desceu de uma vez e eu não me segurei, acabei soltando um baixo arroto e ri em seguida.
— Desculpa. — deixei a lata sobre a mesinha e cruzei minhas pernas com a saco de batata em mãos. — Não fui ontem pois como deve ter ficado sabendo, foi um dia complicado. — mordi mais uma batata e senti minha língua pinicar com a ardência. — E como assim ontem de noite? — fingi demência e ele cruzou os braços.
— Me lembro de encontrar você à noite bebendo. — chupei meu dedo fazendo um alto barulho.
— Eu sempre faço isso. — forcei um sorriso. — Ficar sóbria só me traz mais lembranças e eu prefiro beber. — dei de ombros e ele suspirou.
— Acontece que me lembro de beber com você. — mantive meu olhar despreocupado sobre ele e enfiei mais batata na boca. — Só que depois disso não me lembro de mais nada. — uma onda percorreu meu corpo e eu nunca me senti tão aliviada em toda a minha vida.
— Então somos dois. — digo rindo. — Só que não me lembro nem ao menos de você chegar perto de mim. — mordi mais uma batata.
— A gente ficou de novo, depois disso fomos para o quarto. — o pó da batata entrou pelo buraco errado e eu comecei a tossir desesperada.
Peguei a latinha de refri e dei um gole recuperando meu fôlego. Meus olhos até lacrimejaram e eu tossi mais um pouco sentindo minha garganta doer.
— Desceu pelo buraco errado. — digo rindo com dificuldade. — Acabou de dizer que não lembrava de nada. — me olhava sério.
— Mas tenho câmeras de segurança. — nesse momento eu queria gritar, como diabos eu esqueci desse detalhe? Se bem que mesmo que eu tivesse apagado a gravação ele iria suspeitar.
— Ah. — voltei a comer.
— Porque está se fazendo de desentendida sendo que você dormiu lá? — parei de mastigar e encarei ele.
— Sejamos sinceros, Josh? Eu nem entendi como fui parar lá. Por que ia falar com você?
— Você acordou vestida? — soltei uma risada.
— A única coisa que me lembro é que sai do quarto ontem apenas de roupão, sem nada por baixo. — me escorei na poltrona. — Mas hoje quando acordei você estava de cueca, ou seja, um de nós deve ter apagado antes de uma merda maior acontecer. — menti e voltei a comer.
— Merda maior? — se aproximou mais. — Diz sobre transarmos?
— Não começa com isso. — digo me levantando. — Mesmo que isso que tivesse acontecido, estava completamente bêbada, daria na mesma. — passei ao seu lado e antes de abrir a porta, Josh fechou novamente e me prensou ali.
— Você pode dizer o que for Gabrielly, sua cabeça pode falar isso, mas sei que seu corpo vai totalmente contra. — levei minha mão no seu peito impedindo ele de se aproximar.
— Não importa o que meu corpo diz Joshua. — encarei seus olhos. — Enquanto eu tiver o mínimo de consciência, jamais deixarei você voltar a se aproximar de mim. — tentei empurrá-lo, mas Josh nem se mexeu.
— Quer dizer que não sente nada por mim? — meu coração parou por uns segundos.
— Claro que sinto. — digo séria e ele me olha. — Raiva! — bati em seu peito e ele riu.
— Vou fingir que acredito, ok? — bufei sem paciência.
— Não me faça mudar de casa Josh. — digo firme. — Você faz isso como se fosse o jogo mais divertido da sua vida, mas deixa eu te lembrar de algo, porque essa sua mente de chefe de máfia deve ter esquecido. — fiquei reta encostando meu peito no seu. — Eu sou um ser humano, dentro de mim existe uma coisa chamada coração, acho que você deve saber. — ele revirou os olhos. — Pare de brincar com os meus sentimentos, e pare de ficar me provocando porque eu sei que você sabe que isso me atinge. Faça o que bem entender da sua vida, mas não se aproxima mais de mim, não com essas suas merdas de brincadeiras.
Consegui afastar ele e sai da sala seguindo direto para o meu quarto.
Fechei aquela porta e com ela soltei o ar de uma vez.
Merda Any, acabou de dizer que gosta do cara sua idiota!
Passei a mão no rosto respirando fundo.
Ok, ele não lembra que transamos, isso é bom. Nada aconteceu e nada vai acontecer, é só seguir com a sua vida Any, não tem segredo.
Um batida na porta me fez assustar e eu me virei girando a maçaneta. Mari estava do outro lado com uma sacola na mão e um pijama ridiculamente curto.
— Eu acho que o resto do seu pijama ficou no quarto. — digo rindo e ela revira os olhos entrando no quarto.
— Sem essa chefe. — revirei os olhos e fechei a porta. — Vamos fofocar vendo filmes e comendo besteira. — franzi o cenho confusa e vi ela se jogar na minha cama.
— Oi? — ela riu.
— Anda, vai tomar um banho e colocar um pijama, quero saber o que rolou no escritório. — minha boca abriu e ela nem se importou, apenas ligou a tv do quarto.
Eu ainda não sei o que me deu, mas eu realmente tomei um banho, coloquei um pijama e me joguei na cama para fofocar.
Mari me chamou de burra por ter escondido que transamos, mas eu avisei, se ele não se lembra, não aconteceu, é só esquecer também.
Eu ainda brinquei com ela sobre isso. Digamos que comentei sobre o tamanho e me senti triste por não lembrar do prazer que devo ter sentido com aquilo dentro de mim. O resultado disso foi ela tendo uma crise de risos e me chamando de doida.
Não tenho culpa, além do cara ser bonito e ter uma bela pegada, tem um belo de um pau. Não sou de ferro também.
— E o que pensa em fazer agora? — perguntou ela enquanto devorava uma barra de chocolate. O filme já tinha acabado, na verdade nem vimos ele direito, a gente só fofocou durante ele.
— Seguir com a minha vida. — mordi um alcaçuz. — Vou tentar entrar em contato com Lorenzo novamente e depois armar algo contra Henrique, uma armadilha, que seja. — digo pensativa. — Volto para a Itália e sigo com a minha vida dali.
— Parece um plano bom. — encarei ela. — Mas tem uma cara de que vai dar merda no meio. — soltei uma risada e lancei uma bala nela. — São uma da manhã, bora roubar um sorvete? — disse se levantando e eu ri.
— Bora. — saltei da cama.
↝ Já dizia o ditado, depois da calmaria vem a tempestade.
Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍
XOXO - Miih
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