• Capitulo 45 •
Eu sentia um leve carinho em meu braço, mas me neguei a abrir os olhos ou me mexer. Ainda me sentia agarrada em Josh, e isso me dava uma vontade de sorrir.
Às vezes me pego pensando, como seriam as coisas se meus pais não tivessem morrido? Como estaria a minha atual situação? Será que eu seria assim? Será que eu me sentiria tão segura mesmo tendo eles ao meu lado?
Hoje eu vivo apenas por mim, não tenho com quem contar a respeito de família. Como será que eu irei ficar sem eles, Josh e companhia?
Um toque de celular e eu mantenho minha respiração regulada.
— Mãe? — meu coração disparou sem motivo. — Oi. — notei sua voz mais alegre. — Não, ainda estamos no México. Sim, conseguimos. Obrigado. — riu. — É, então, não estou no melhor momento para falar disso. — fiquei confusa. — Não mãe. — disse um pouco mais alto. — Escuta, não comenta com o papai, ok? Eu estou bem e não vai acontecer nada. — ele ficou em silêncio por um tempo. — Tudo bem, tchau!
Um suspiro e eu senti ele me tirar com calma de cima dele. A coberta foi colocada sobre meu corpo e eu quase despertei ao sentir um beijo em minha testa.
— Me desculpa. — foi o que escutei e minutos depois uma porta bater.
Assim que ouvi o chuveiro ligar despertei e fiquei encarando o teto do quarto.
Me desculpa pelo quê?
(Dois dias depois…)
Qualquer dúvida que eu tivesse, jamais seria esclarecida.
Josh, o que quer que passe na cabeça dele jamais vai sair de lá, parece que ele gosta de ser "incógnita", me dá raiva. Mas eu não posso simplesmente chegar nele e falar: Josh, porque ficou fazendo carinho no meu braço enquanto eu dormia? Porque me deu um beijo na testa e me pediu desculpas enquanto eu dormia?
Justamente por isso! Eu estava "dormindo"!
Eu não tenho o direito de me meter na bela vida do loiro, mas a partir do momento que isso envolve um carinho de sua parte, me deixa intrigada. Ele não é carinhoso!
Então o que me resta é fingir que nada aconteceu, é seguir com minha vida como se não tivéssemos dividido um quarto e uma cama por quatro dias, é simplesmente ignorar que nós nos provocamos como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Não é!
Juro que estou cogitando a possibilidade de ir morar com minha equipe, ao menos lá todos são meus funcionários e não vão dar em cima de mim. É uma coisa a se pensar…
Novamente eu estava em um carro separado, na verdade já chegando na mansão de Josh. A gente passou dois dias lá aproveitando, até fomos em uma festa, mas nada muito exagerado. Agora de volta a LA, tenho que colocar as ideias no lugar e conversar com calma com Arthur.
O carro parou e eu estava cansada dessa viagem, queria apenas um banho quente e minha cama confortável.
Desci e deixei a mala lá mesmo, depois me preocupo com isso.
Abri a porta principal e logo aquelas vozes me fizeram fechar os olhos pela gritaria.
— Opa chefinha, que saudades. — ouvi a voz de Mari e a olhei. Short curto e a parte de cima com um biquíni preto.
Ela veio trabalhar ou passar um tempo de férias?
— E isso? — apontei para o seu corpo. — O que é?
— As meninas me disseram que não tinha problema, e como Arthur estava arrumando as coisas para a sua volta. — encolheu os ombros e eu assenti lentamente.
Meu olhar parou sobre a escada onde Josh descia, pelo cabelo molhado acabou de tomar banho...
— Josh! — Mariane foi sorridente ao seu encontro. — Eu fiz um delicioso macarrão com queijo, caso esteja com fome podemos comer juntos. — o loiro olhou para ela.
— Eu adoraria. — sorriu de canto e eu abaixei o olhar.
É tão horrível quando certas coisas te atingem. Não deveria me importar, está na cara que sou apenas uma diversão. O meu maldito problema é me deixar levar achando que vai dar em algo…
— Gabrielly. — levantei meu olhar após ouvir meu nome. — Quer nos acompanhar? — Mariane perguntou com um sorriso e eu neguei.
— Não gosto de queijo. — menti. — Vou para o quarto, buon appetito. — caminhei em direção às escadas.
— Você está bem? — escuto a voz de Josh mas não paro de andar.
— E você se importa, Kyle? — digo subindo.
— Gabrielly…
— Estou cansada da viagem Joshua, apenas me deixe. — digo seca terminando de subir as escadas e entro no quarto.
Fechei a porta e me escorei rapidamente respirando fundo.
— Essa semana vai ser tão complicada. — sussurro seguindo até o banheiro.
Tomei um banho, coloquei uma roupa confortável e passei o resto do dia no quarto. Acho melhor ocupar minha cabeça com trabalho, caso contrário vou enlouquecer se pensar demais nele.
…
Fiz um sanduíche na cozinha e comi sentada em cima do balcão.
— Fala chefinha. — olhei para o lado vendo Arthur e franzi o cenho confusa.
— O que raios faz aqui? — parou na minha frente.
— Falar com você. — pegou um sanduíche. — Amanhã cedo você vai até a casa, e pode se preparar, será um longo dia. — soltei uma risada.
— Estou precisando disso mesmo. — mordi meu lanche.
— Aliás, uma fofoca correu pela casa. — encarei ele. — Verdade que o Beauchamp surtou quando você beijou um cara? — dei risada.
— Trabalho ninguém tem, não é? — ele negou. — Sei lá o que deu nele, só fiz para me livrar. — dei de ombros.
— Eu acho que ele gosta de você. — arregalei os olhos. — Ciumento demais, credo.
— Não fala besteira. — digo e ele ri. — Josh gosta disso, pega todo mundo.
— Se fosse assim já teria pegado a Mari. — encarei ele. — Mas sei que a bonita só quer me provocar.
— Ela gosta de você? — insinuo com um sorriso de canto.
— Quem não gosta de mim? — revirei os olhos. — Brincadeiras a parte, ela parece que gosta de jogos, mas não tenho paciência. — dei risada.
— Bonito e com um temperamento curto, estou tendo um déjà vu. — ele riu. — Por que não fica com ela? Não gosta dela?
— Gostar até gosto, mas a Mari às vezes parece uma bomba relógio. — rimos. — Nós nos conhecemos há muito tempo, mas parece que quando estamos perto, ela inventa de mexer com um cara.
— Tenta te fazer ciúmes? — pergunto deixando meu prato de lado.
— Sei lá o que aquela menina faz da vida. — riu e eu cruzei os braços.
— Já tentou fazer ciúmes nela? — ele arqueou uma sobrancelha.
— Não sou esse tipo de cara. — a olhei desconfiada. — Qual é? Sei lá, usar uma mulher para fazer ciúmes em alguém é algo babaca e bem infantil. — levantei as sobrancelhas surpresa.
— Escolhi o cara certo. — rimos. — Mas, e se ela soubesse que está sendo usada?
— Onde está querendo chegar? — sorri e percorri meus dedos em seu ombro.
— Que seria legal você me usar para fazer ciúmes nela. — ele arregalou os olhos.
— Endoidou menina? — ri negando. — Isso é por mim, por você não gostar dela, ou você gostar do Josh? — cruzou os braços e eu entortei os lábios.
Não é que eu não goste da Mariane, é que algo ainda não encaixou nisso tudo… ela parece ser uma garota legal, mas sei lá.
E eu não gosto do Josh… gosto? Ele tem um beijo bom, uma pegada boa… mas em compensação é um tremendo de um grosso quando quer. Certo, ele tem seus deslizes, e aquilo na sala dos computadores com certeza foi ciúmes, mas porque ele gosta de ser assim? Eu em, não nasci pra isso não.
Cocei a cabeça de leve e suspirei.
— Misture tudo isso. — digo e ele me olha desconfiado me fazendo rir. — Sei lá, ela gosta tanto de te provocar, desconta na mesma moeda. — dei de ombros.
— Justo com você? — assenti. — Quais as chances disso dar ruim?
— No meu ponto de vista? — pensei um pouco. — Todas. — rimos. — Mas amanhã passaremos o dia juntos, então você que sabe. Qualquer coisa que fizer comigo, saberei que está jogando. — pisquei e desci do balcão.
— Você é o diabo na terra Gabrielly. — gargalhei alto.
— Pra mim é uma honra. — fiz uma referência e sai da cozinha ouvindo sua risada.
Devo estar arrumando pra cabeça mesmo, mas é aquilo, nada que esteja ruim que não posso piorar.
↝ O que é um peido para quem já está cagado, não é mesmo? KKKKKK
Buon appetito - Bom apetite
Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍
XOXO - Miih
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