Banho tomado, barriga cheia e criando coragem para ir naquele escritório. Meu rosto ainda estava meio inchado, então eu sabia que a maquiagem seria incapaz de cobrir isso.

Saí do quarto e caminhei até o bendito escritório. Bati duas vezes na porta e não demorou até ouvir o seu "entre".

Passei pela porta e fechei em seguida. Josh estava virado para a janela sentado em sua cadeira.

— Pois não? — digo olhando ele e Josh se vira lentamente apoiando os braços na mesa.

— Vamos lá Gabrielly. — disse calmo. — Me dê um motivo para eu não despejar um bom sermão em você agora?

Sua pergunta fez meu cérebro dar uma leve bugada. Primeiro porque ele realmente parece calmo, segundo, sério que vai me deixar falar?

Fiquei refazendo sua pergunta várias vezes na minha cabeça até achar algo bom o suficiente para não ouvir nada da boca dele.

— Não posso depender de você sempre. — digo olhando em seus olhos.

— O que quer dizer com isso? — suspirei.

— Era um assunto que eu tinha que ir resolver, não tinha o porquê eu te falar na hora. — Josh se levantou e colocou as mãos no bolso da calça vindo em minha direção.

— Perdeu a reunião, se meteu em confusão e levou um tiro, hoje resolve apenas sair dizendo ir ao mercado e volta com isso na cara. — ficou me olhando.

— O motivo de eu ter me atrasado, Josh, foi justamente porque passei parte da madrugada falando com Shivani. — cruzei os braços. — Ontem eu saí para me encontrar com uma pessoa que pode me ajudar a chegar até Henrique. — Josh inclinou a cabeça desconfiado. — E hoje quem me chamou foi Joe, queria tirar satisfação sobre a zona de ontem. — assentiu lentamente.

Josh retirou uma mão do bolso e se aproximou mais tocando em meu rosto. Sua mão quente encostou no meu machucado e isso fez com que meu corpo se arrepiasse por inteiro.

— Ele fez isso? — olhei ele que ainda segurava meu rosto com uma mão.

— Ele saiu pior do que eu. — dou de ombros e ele retira sua mão.

— Agora me conta. — voltou com a mão dentro do bolso. — Quem é esse cara e o que conversaram?  — revirei os olhos e passei ao seu lado me sentando na poltrona do canto.

Josh ouviu em silêncio tudo o que eu disse, a respeito de Henrique e de como ele estava. Infelizmente não teve como eu contar muito, afinal, fomos interrompidos pelos tiros que entraram no local.

Confesso que era difícil olhar pra cara dele e não tremer na base, não por medo, mas porque há um dia atrás ele me fez gemer como uma maluca. Josh por outro lado parece estar bem com isso, queria muito saber se ele bateu uma mesmo...

Depois da nossa incrível conversa — onde ele realmente estava de bom humor — eu fui liberada. Josh apenas me disse que eu realmente não lhe devo satisfação, porém que eu tenho que parar de agir na emoção. Nisso a gente concordou.

(Quebra de tempo)

— Bem cavalheiros, aqui será o novo lar de vocês, pelo menos nos próximos dias. — digo olhando todos ali embaixo.

Como Josh havia me prometido, ele me deu uma de suas casas para as pessoas que vão me ajudar. A localização fica a 30 minutos da casa dele, o que é muito bom.

Já faz dois dias que tivemos nossa conversa, e daqui um dia estaremos embarcando para o México fazer a tal missão. Nisso eu me empenhei melhor, compareci nos dias que ele acertou os últimos detalhes, tenho tudo pensado e sem nenhuma chance de dar errado.

Shivani também voltou a ser o que era antes, digo, voltou a ser mais aberta, a gente até que está se dando muito bem.

De todo o resto, eu convoquei essa reunião hoje pela manhã aqui na casa. Acertei todos os pontos possíveis em relação a trabalharmos juntos, dentre elas ressaltei a famosa traição. Nisso eu fui o mais fria possível, se alguém ousar me trair irei lhe tirar aquilo que mais amam, e se não houver nada em sua vida, eu mesma faço questão de torturá-lo para depois matá-lo. Mas talvez com isso eu não tenha dor de cabeça, Arthur escolheu pessoas a dedo para isso, pessoas que realmente sabem o que fazem e que não tem nenhum histórico de traição ou rejeição.

Quem vai auxiliar todos aqui será Arthur e Mike, afinal, irei viajar e só retorno no fim de semana.

Tirando isso, irei cuidar futuramente de mulheres ao meu lado, no momento não conheço ninguém e prefiro não mexer com isso agora.

— Podem ir, quando a chefe retornar iremos avaliar todos os cargos com cuidado. — disse Mike e todos saíram pela casa.

Soltei um leve suspiro e me sentei naquelas escadas.

— O que foi? — levantei a cabeça vendo Arthur descer alguns degraus e parar na minha frente.

— Nada. — forcei um sorriso.

Só agora minha ficha está caindo de que eu realmente estou fazendo isso, irei realmente atrás de tomar aquilo.

Daqui um ou dois meses irei retornar para Itália, irei assinar uma aliança oficialmente com Josh… irei me afastar dele.

Acho que é isso que vem atormentando minha cabeça, me afastar de todos ali. Certo, tivemos nossos conflitos, mas não posso negar o quão divertido foi ficar ali.

— Terra chamando Gabrielly. — saio dos meus pensamentos com Arthur estalando os dedos na minha frente.

— Oi. — agitei a cabeça confusa.

— Mariane chegou, posso ir buscar ela? — fiquei olhando ele.

Mariane é a garota a qual ele falou um tempo atrás, disse que a menina era boa e seria de grande ajuda. Porém disse que a dondoca reclamou de querer ficar em uma casa com um bando de marmanjo, não julgo, mas trabalho é trabalho. Só que esse abençoado aqui na minha frente me convenceu a ir falar com o Beauchamp, só para saber se ela pode ficar lá.

Eu esqueci de falar com o Beauchamp!

— Claro, vai lá. — digo me levantando. — Mike mantenha o olhar em todos, quero um relatório depois.

— Sim chefe. — desci às escadas.

— Vou voltar para a mansão. — digo me despedindo.

Acho que não estou pronta para lidar com isso ainda.

Peguei o carro e dirigi de volta para a casa de Josh. Espero que ele ao menos não tenha compromisso hoje, preciso convencer ele antes da tal Mariane chegar.

…

Estacionei o carro e desci jogando as chaves na mão do segurança, tenho preguiça de guardar isso na garagem.

Abri a porta principal e escutei algumas risadas vindo da sala. Eu ia me aproximar, mas ver o loiro descendo às escadas me fez mudar o caminho.

— Preciso falar com você. — digo seguindo ele até a cozinha.

— O que foi agora? — abriu a geladeira pegando um energético e me olhou.

— Eu deveria ter falado com você antes, mas fiquei com muita coisa na cabeça. — digo mexendo em meus dedos e ele abre a lata. — Tudo bem se a Mariane ficar aqui? — Josh ia dar o primeiro gole, mas parou no meio do caminho e voltou a abaixar a lata.

— Como? — mordi o lábio inferior. — Já não basta aqueles dois aqui? — revirei os olhos.

— Eles não vão mais ficar aqui, caso queira saber. — ele deu um gole em seu energético. — E com a Mari é temporário.

— Confia nela? — me olhou e eu cruzei os braços.

— Não a conheço, mas Arthur conhece e confia então. — encolhi os ombros.

— Tudo bem. — levantei as sobrancelhas surpresa e ele se aproximou. — Mas qualquer problema que der aqui, é melhor que você assuma. — fiquei presa entre o balcão.

— C-certo. — digo nervosa e vejo seu sorriso de canto.

— Me lembrei de uma coisa. — deixou sua latinha de lado. — Você me deve algo. — se inclinou em cima de mim e eu senti meu coração disparar.

— Não te devo nada. — digo olhando em seus olhos.

— Não? — aproximou seu rosto do meu. — Não lembra de gemer na sala de reuniões? — desceu em direção ao meu pescoço. — Não lembra de revirar os olhos enquanto eu te levava ao delírio? — sussurrou beijando meu pescoço e eu fechei os olhos controlando a respiração. — Não se lembra de ir embora me largando completamente duro? — contrai meus lábios.

— Não lembro não senhor. — digo baixo e ele volta a me olhar nos olhos. — Mas se quiser me fazer lembrar… — digo com um sorriso de canto.

Não acredito que o fato desse cara me provocar me faz perder a compostura, eu não sou cara de pau desse jeito… sou?

A verdade é que isso está indo longe demais, Josh pode ser o que for, mas definitivamente não é alguém com o qual eu deva fazer tamanha loucura.

Transar com ele é algo que jamais vou deixar acontecer!

— Licença. — digo afastando ele e deixo a cozinha.

Soltei meu ar de uma vez e queria me bater por isso. Por que se deixa levar tão fácil menina? Ele é só um homem… um puta de um homem gostoso…

Balancei minha cabeça e no mesmo instante a porta principal se abriu. Por ela passou Arthur e em seguida uma moça que quase fez meu queixo ir ao chão...

Essa é a Mariane?

↝ Welcome to the family Mariane... Ou será que não?

Queria dizer que essa doida foi em homenagem a uma amiga minha, a mesma doida a qual peguei inspiração de partes da fic... (-joshxmoon) KKKKK.

Coloco foto da personagem no próximo.

Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍

XOXO - Miih