• Capitulo 29 •
"Consegue nos provar que não foi você? — minha mãe dizia agachada na minha frente, mas tudo o que eu conseguia fazer era chorar."
"Any olha pra gente. — meu pai segurou meu rosto. — Chorar não vai te inocentar. — passei a mão no rosto."
"Não tem como. — digo e soluço. — As câmeras foram mexidas. — abaixei a cabeça. — Mas eu juro que não fui eu, ela se jogou."
"E a gente acredita. — olhei minha mãe. — Mas não tem como a gente te defender sempre, terá que provar que não foi você."
"Como? — mais uma lágrima desceu e meu pai limpou."
"Se não tem provas, crie as suas. — sorriu."
Passei a mão no rosto limpando a lágrima que caiu e voltei a mexer no gravador.
Dois dias se passaram desde aquela briga toda, Clary exigiu minha expulsão da mansão mas ao que parece ninguém nem comentou. Do que adianta não concordarem com ela e não acreditarem em mim?
Isso nem ao menos vale a pena, quero provar minha inocência por questão de honra.
Foram dois dias saindo somente de madrugada do quarto, ao que parece o sistema da câmera está passando por restauração. Ainda vieram me questionar se não tinha sido realmente eu, na boa? Queria que todo mundo se desse mal na mão dessa mulher, mas meu orgulho fala mais alto.
Adicionei o botão com cuidado e sorri ao ver meu novo brinquedo pronto. Se quer uma coisa bem feita, faça você mesma.
Olhei para fora e já anoitecia novamente.
Ontem eu só conversei com Alex e pedi para me deixar em qualquer lugar. O mesmo não perguntou nada e disse que não ia falar com Josh, coisa que também pedi. Mesmo sabendo que vai levar xingo ele disse que fazia.
Terminei de arrumar minha mochila e fiz questão de levar até os presentes, vou vender isso e comprar chips de batata com o dinheiro, que se foda também.
Estou fazendo isso, mas não deixo de ter medo, não queria morrer, embora brinque bastante. Mas é aquilo, ou ela ou eu, e como sei que ninguém aqui confia em mim, nem me dou ao luxo de deixarem decidir algo.
Coloquei minha mochila nas costas e peguei meu projeto deixando no bolso já ligado.
Sai do quarto e virei o corredor logo vendo quem eu queria. A mulher me viu e eu fingi estar fugindo me trancando em uma sala.
Como esperado, a porta se abriu e eu recuei.
— Olha só, de malas prontas. — disse sorridente fechando a porta.
— Me deixa em paz, já conseguiu o que queria. — tentei passar mas ela me impediu. — Não encosta em mim. — digo irritada tirando meu braço.
— Isso poderia ter sido evitado, mas você inventou de mexer com o que estava quieto. — forcei uma risada.
— Você é mais louca do que pensei, teve coragem de se cortar, se queimar, se atirou de uma escada. — ela deu risada.
— Seria capaz de me dar um tiro pra me livrar de alguém. — se aproximou. — Some desta casa e não ouse nunca mais chegar perto do meu noivo. — sorri de canto.
— Sumo sim. — joguei meu cabelo para trás. — Mas antes. — dei um forte tapa em sua cara. — Vadia, isso que você é!
— Filha da puta! — tentou me bater mas desviei e acertei um golpe em sua barriga. — Me bate mesmo, é só mais motivo para eu te matar depois. — sorri.
— Vamos ver quem morre primeiro. — dei um soco em sua cara e ela caiu no chão. — Isso é por me irritar com essa sua voz. — chutei sua barriga. — E isso, é por xingar minha querida mãezinha. — meti outro chute. — Quer me transformar na vilã da história? Pois bem, serei a vilã!
Voltei a chutar sua barriga e logo ela começou a gritar por socorro.
Me agachei sorridente ao seu lado e peguei ela pelos cabelos fazendo me olhar.
— Seu pior erro foi achar que eu era ingênua. — digo vendo o sangue escorrer em seu rosto. — Queria saber quem eu era? Muito bem. — segurei seu rosto com força fazendo minhas unhas afundarem em sua pele. — Muito prazer, sou Any Gabrielly Rolim Soares, ou melhor dizendo, a garota que vai fazer você lamentar de um dia ter nascido. — digo irritada e logo a porta atrás de mim se abre.
Meu corpo foi puxado de uma vez pela cintura e eu olhei para ela ainda rindo.
— Dormire con un occhio aperto, cagna!. — pisquei.
(Durma com um olho aberto, vadia!)
Fui colocada com brutalidade dentro do escritório e logo aquele Josh raivoso estava despejando seu sermão em cima de mim.
— Achei que ia parar com isso e agora agrediu ela? Vai me pedir para acreditar em você? — gritou e eu apenas cruzei os braços.
— Quando eu faço algo não escondo, assumo! — ele riu debochado. — Bati sim, e se eu tivesse uma faca terminava o serviço.
— Você só pode ser maluca. — encarei ele irritada. — Reze para o pai daquela garota não vir aqui, porque ele vai te matar. — dei risada.
— Vai vir, e não vai me achar. — digo levando minha mão no bolso. — Não me peça para ficar em um lugar onde minha palavra não vale nada, onde agem pelas suas costas e você faz papel de cego porque o único que te importa é a merda de um território. — peguei o gravador e coloquei na sua mão.
— O que é isso? — perguntou olhando sua mão.
— Você nem sequer merecia uma prova, mas meu orgulho fala mais alto. — digo indo até a porta. — Ah. — me virei. — Não ouse vir atrás de mim após ouvir isso, porque eu sou capaz de estourar sua cabeça. — sai do escritório e bati a porta com força.
Desci aquelas escadas correndo e assim que ia passar pela porta, a voz de Shivani me fez parar.
— Onde vai? — me virei com a porta já aberta.
— Embora, pode comemorar. — forcei um sorriso e me virei.
— Josh te expulsou? — bufei.
— Não Shivani, eu estou indo porque quero! — se aproximou.
— Não pode. — franzi o cenho confusa. — Lamar e eu achamos o local de onde foi desativado as câmeras, vamos provar que não foi você. — dei risada.
— Acreditou em mim esse tempo todo? — assentiu e eu ri. — Me desculpa, mas não ficarei em um lugar onde eu tenha que provar algo para acreditarem em mim.
— Mas...
— Mas nada. — interrompi ela. — Josh já tem o que queria, e eu já dei uma surra naquela mulher. — mostrei minha mão com sangue. — Meu lugar não é aqui, se eu der sorte me encontro com meus pais.
Me virei, mas antes de fechar a porta voltei a olhar ela.
— Você é boa no que faz Shivani, continue assim. — pisquei e fechei a porta.
— Any espera! — escutei a voz de Josh e corri até o carro onde Alex já me esperava. — Gabrielly!
— Alex vai! — bati a porta e ele logo saiu.
Não chora, não chora, não chora!
"A prova que eu não fiz nada. — entreguei o gravador na mão do meu pai. — Jenny confessou tudo."
"Quero que saiba que acreditamos em você, porque sabemos a educação que te demos. — assenti. — Isso é só para provar para aqueles idiotas que o problema é a filha deles. — me deu um beijo demorado na testa."
Encostei minha cabeça no banco e respirei fundo.
"Quando a guerra tomar sua parte, quando o mundo tiver jogado suas cartas na mesa, se a missão é durar, juntas consertaremos nossos corações. — minha mãe cantava na minha frente com um sorriso."
"Porque, quando o sol brilhar, brilharemos juntas. — continuei."
"Te disse que estaria aqui para sempre, disse que sempre serei sua amiga, fiz uma promessa e vou manter isso até o fim."
"Agora está chovendo mais do que nunca, sei que ainda temos uma a outra. — canto com um sorriso."
"Você pode ficar debaixo do meu guarda-chuva. — sussurrou colando sua testa na minha. — Eu te amo minha pequena, não importa o que digam, você é mais forte do que pensa. — abracei ela."
— Josh está nos seguindo. — saio dos pensamentos e olho para trás.
Distante eu via o carro e bufei voltando a olhar para frente.
— Despista ele. — digo encarando a rua.
— O localizador, esqueceu? — disse rindo.
— Porra, vocês são muito prevenidos. — digo e ele ri mais.
Joguei minha mochila no banco de trás e peguei meu celular. Tinha um bloqueador de sinal, mas ele durava trinta segundos.
— Trinta segundos, consegue? — ele sorriu.
— Só preciso de vinte. — dei risada.
Ativei e olhei para trás. Alex acelerou ainda mais e fez uma curva perfeita.
— 25 segundos. — digo ainda olhando para trás. — 20. — ele entrou no meio dos carros e passava com perfeição. — 15. — já não tinha mais sinal do carro de Josh e me virei para frente. — 10. — ele entrou em outro beco e cruzou voltando para a pista contrária. 5. — digo e ele sorri vendo que já despistou o carro. — Mandou bem. — ele parou o carro e eu tirei o cinto pegando minha mochila.
— Vai mesmo fazer isso? — abri a porta e ele me segurou pelo braço. — Joga na cara dele que estava errado, sei lá, vocês não iam tomar a Itália?
— Íamos, passado. — desci do carro e fechei a porta me apoiando na janela. — Não se preocupe, vou ficar bem, no pior dos casos Henrique me acha. — sorri. — Agora vai, ele deve estar vindo.
— Aceita isso pelo menos. — me entregou um pacote. — Pode ficar em qualquer hotel até decidir o que fazer. — sorri olhando que dentro havia uma boa quantia em dinheiro.
— Obrigada. — ele piscou. — Agora vai. — me afastei e o carro saiu cantando pneu.
Vi aquele carro se afastar e suspirei.
— É Gabrielly, agora é você sozinha novamente. — sussurro atravessando a rua.
↝ Queria dizer que foi MUITO gostoso escrever isso, e devo dizer a vocês que...
A fic acaba de começar!
Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍
XOXO - Miih
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