• Capitulo 16 •

Lamar foi o mais rápido que conseguiu até o mercado para voltar antes dos meninos, no final das contas ele conseguiu.

Aqui estou eu, sentada no meu quarto, comendo meu chips de batata e bebendo um refrigerante zero, eu adoro essa troca de favores.

Já tinha se passado um bom tempo, e mexendo em meu celular eu apenas ouvi altas risadas preenchendo a casa.

Me levantei e deixei o pacote sobre a cama. Saí do quarto e me escorei na escada vendo todos comemorando o tal feito.

— Ainda não entendi, como sabiam daquilo? — Noah questionou Lamar e Nour.

— A gente fez tudo muito rápido. — disse Nour. — Apenas olhamos a planta com mais detalhes enquanto iam até o local. — sorri.

Eu não ligo de não receber os créditos, conheço a mente deles, dentre elas, a de Josh.

Ele é o chefe, ele escala as pessoas certas para a missão, se intrometer em um assunto sem ser chamado, é passar por cima da autoridade dele, e passar por cima de sua autoridade, é mostrar que ele não tem voz.

Eu poderia ter deixado todos se ferrarem, mas o quão escrota eu seria por fazer isso com quem quer me ajudar? Óbvio, aquele loiro está longe de ser alguém que se lida fácil, mas querendo ou não eu sabia como era isso, sabia exatamente como era sentir o peso de algo grande sobre suas costas.

Liderar uma máfia, tomar por direito o que um dia foi de seus pais, que ao passar dos anos será passada apenas para familiares próximos seus.

Eu via meu pai estressado com seu trabalho, aquilo só me fazia perceber o quão ruim era ter um cargo alto dentro da máfia. Tanto esforço, tanto tempo mostrando seu valor, para no final morrer.

Vendo todos ali comemorando por tal feito, me fez lembrar de quando eu ajudei meu pai com a mesma missão. Foi feita com êxito, sem rastros, sem nada deixado para trás. Ao ver ele entrando pela porta da mansão, tudo o que ele fez foi me envolver em um abraço e me parabenizar pelo trabalho bem feito.

Era aquilo que eu buscava, meu reconhecimento, meu lugar. Eu podia não ser boa em tudo, mas quando se tratava da minha especialidade, eu me recusava a falhar, porque se isso acontecesse não deixaria ninguém me castigar, eu faria isso por mim mesma.

Levei três anos para aceitar a morte dos meus pais, três anos apenas me culpando por ter sido inútil em tudo aquilo. Eu deveria estar buscando vingança, deveria ter estudado eles durante todo esse tempo, mas o que eu conseguiria sozinha?

O herdeiro da máfia canadense está aqui, junto dele aliados que estão preparados para tudo, mas, como que eu tomo algo, sendo que eu sei que eles querem o mesmo que eu?

Abaixei minha cabeça rapidamente e quando levantei vi o loiro me encarando. Em meio a abraços e risos, seu olhar sério sobre mim me causavam sensações estranhas.

Então, como se já não bastasse tudo em minha vida, minha ficha foi caindo aos poucos.

Quando eu tinha 14 anos, foi quando escutei sobre ele. O garoto de 21 anos, que era uma máquina que esbanjava inteligência, que lidava com assuntos grandes mesmo com seus pais sobre posse de tudo. O garoto que eu ouvia falar por todos os corredores daquela mansão na Itália.

Todo esse tempo seu nome era Josh, o garoto cujo foi prometido justamente para a filha dos donos da Máfia italiana. Aqueles que ao se juntarem, seriam os maiores já vistos no mundo. Um casamento sem amor, um casamento por puro interesse na busca de algo.

Aquela garota odiava essa ideia e chorar escondido sem poder fazer nada a respeito era sua única opção...

Ao ver Josh dar um passo em direção a escada tomei meu rumo do quarto.

Passei direto pela porta e joguei embaixo da cama o saco de batata. Limpei as migalhas da cama e me virei no momento em que a porta se abriu.

— Hey chefe. — digo cruzando os braços. — Pelo visto a missão deu certo. — forcei um sorriso.

— Pois é. — disse lentamente. — A gente pediu pizza hoje, creio eu que como uma boa italiana você gosta. — fiz uma careta.

— A pizza daqui não é tão boa quanto a de lá. — digo me sentando na cama. — De qualquer modo, eu já estou indo dormir. — seu olhar desviou para minha mesinha onde tinha a latinha de refrigerante.

— Já comeu? — segurei a vontade de rir. Eu só me entupi com dois sacos de batata.

— Só macarrão. — dei de ombros. — Boa noite chefe, e de meus parabéns aos seus funcionários pelo sucesso na missão. — sorri e ele apenas deixou o quarto.

Me joguei na cama e agradeci por ele não ter mencionado sobre o que rolou no estande de tiro.

— Me solta! — gritei enquanto Noah me levava para longe da confusão.

— Any me deixa te ajudar. — bati em suas costas.

Desgraçada, eu vou pegar o pescoço daquela menina e esganar ela lentamente.

Noah me colocou em uma sala e fechou a porta.

— Você precisa se acalmar. — neguei.

Quem ela pensa que é? Quem ela pensa que é para comer chips de batata na minha frente?

Aquela maldita, por mim eu fazia ela engasgar com aquilo.

Eu acordei feliz da vida hoje, sabe aquele dia em que você levanta e fala "hoje nada me abala"? Pois é, assim que estava.

Tomei meu café, fiz meus exercícios, tudo com um sorriso na cara, todos me olhavam estranho e deviam estar se perguntando o que passava na minha cabeça. Acontece que nada havia se passado, eu só estava feliz. Bem, isso até eu me dirigir para me encontrar com a tal Joalin.

Virando um corredor, lá estava ela, Shivani, com um enorme saco de batata chips e um refrigerante que não era zero.

Todos podem me chamar de louca, surtada, e eu sou mesmo, porque eu amo aquilo, aquilo é meu vício, tirar de mim é como tirar crack de um viciado. Tudo bem, eu havia comido ontem a noite, mas ao ver aquilo de perto atiçou a minha vontade, e como se não bastasse, ela me provocou.

O sabor era creme de cebola, no momento que aquilo atingiu meu nariz senti meu corpo ceder a tentação. Então, com um sorriso no rosto ela me olhou. Ele me ofereceu, aquela cara dela parecia tão solidária que eu achei que ela estava sendo gentil. Mas sabem o que ela fez?

Sabem o que aquela filhote de cruz credo fez?

Ela virou o saco de batata no chão! Aquela cachorra sem dono!

Juro, se tivesse uma faca próxima eu esfaqueava aquela garota.

Eu sei, talvez eu precise de tratamento, mas cara? Eram batatas, não fizeram nada.

Quando eu me dei conta eu já estava em cima dela arrancando seus cabelos, todos estavam ali e gritavam para pararmos, porém o único que interviu foi o Noah, que com toda a facilidade do mundo me tirou de cima dela.

Naquele momento eu descobri o motivo de ter acordado feliz, era minha tpm. Isso sempre me ocorria, meu humor lá em cima, depois vinha a raiva, depois eu chorava…

Ainda havia sangue nas minhas unhas, e aquilo ainda me fazia sorrir um pouco. Talvez eu realmente precise de tratamento.

— Já estou melhor. — digo passando a mão no cabelo. — Foi ela que começou. — Noah deu risada.

— Any a menina não fez nada. — cruzei os braços.

— Jogou batata no chão, tem gente passando fome lá fora, sabia? — Noah suspirou.

— Aquela menina saiu acabada, quando o Josh ver aquilo. — mexi em meus.

Pois é, o bonito não estava em casa, mas agora estou vendo que realmente fiz a maior burrada da minha vida. Cai no jogo dela!

— Noah você precisa me ajudar. — me aproximei dele e o encostei na parede. — Ele vai me matar.

— Agora está preocupada? — ele riu.

— Noah é sério. — encostei minha cabeça em seu peito. — Eram batatas. — choraminguei e ele riu.

— Está bem. — olhei ele. — Só foge dele, o Josh não liga para os problemas dos outros.

— Hm. — mordi o lábio inferior. — Já te disseram que você é lindo? — digo analisando ele de perto.

— Se situa garota. — dei risada. Pior é que é sério, dificilmente eu reparava em alguém, na verdade não tinha tempo para isso.

Acho que a última vez que transei foi com 19 anos, e eu só lembro de acordar ao lado do cara, bebi até dizer chega e capotei. Esse foi o dia em que completou a morte dos meus pais, bebi para não chorar o dia todo.

Eu estou alucinando já, credo.

— Bem, eu vou embora. — digo antes de sair pela porta. — Mas sabe, se um dia quiser me levar para sair, tomar alguma coisa, comer uns chips de batata. — ele riu. — Sou bem flexível, embora não pareça. — mordi meu lábio inferior de forma sexy.

— Cara, você me assusta. — dei risada.

— Por quê?

— Você é aquela típica loba em pele de cordeiro. — neguei lentamente.

— Não te cuida não, adoro comer garotos indefesos. — ele gargalhou alto e eu saí da sala rindo.

↝ Eu já avisei, não mexa com batatas perto da Any KKKKKK.

Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍

XOXO - Miih

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