Cαթí́Եմlօ 22

"Tudo desabou
E tudo que eu te dei se foi
Caiu como se fosse pedra."

Já são por volta da 18:40, é noite, e o corredor do lado de fora do nosso apartamento, esta iluminado pela luz da lâmpada, igualmente a nossa sala de estar.

O homem que está parado na nossa porta, é um senhor, que com certeza deve ter seus sessenta anos de idade, não digo isso com certeza, por que ele nunca gostou de revelar a mesma.

Porém, sua aparência envelhecida, como linhas de expressão, sua barba grande e grisalha, os seus cabelos brancos e comprimidos, o entrega a está idade avançada.

Esse é o tio Azyz Abdala, o homem ao qual eu tinha muito medo enquanto eu era Tifl (Criança). Com o Zayn, ele não provocava este sentimento, pois o mesmo nunca duvidou dele em si, e nem das suas atitudes, afinal o Zayn não tinha malícia das coisas, mas eu comecei a ter, por conta desse medo que ele sempre provocava em mim.

Eu também nunca fui uma criança muito quieta, e isso para ele era um grande problema. Muitas vezes por conta disso, eu acabava ficando de castigo, por não me comportar. Pelo menos, era isso o que esse infeliz dizia ao baba, que eu não me comportava, só para ter o prazer de me ver de castigo, mas eu também não deixava barato, eu costumava por pimenta em sua refeição, antes dela ser servida.

Adorava vê-lo tossir, enquanto ficava vermelho. Enfim, essa foi um pouco da minha infância com esse homem asqueroso.

A chegada dele, não foi uma das mais agradáveis do mundo, nem para mim e nem para o meu irmão Zayn, afinal ainda estamos parados como estátuas na frente da porta, com uma cara não muito bonita, visualizando a presença do homem do qual infelizmente nós chamávamos de tio, também parado, do outro lado da mesma, esperando um cumprimento gentil da nossa parte.

Sobre tudo, quero deixar bem claro, que nós não o consideramos mais o nosso tio. Ele é um traidor!

Azyz está com algumas malas sob o chão, ao lado direito do seu corpo, ele usa uma camisa-social-branca, e uma calça-social-preta, sem gravata. E nos pés, ele usa também um sapato social.

Mas, sem mais querer reparar nos seus trajes, eu vejo que ele matem um sorriso malicioso e irônico nós lábios finos, quase escondidos pela barba.

Azyz é um cínico, falso, dissimulado, ele enganava todos da nossa família, principalmente o baba, entretanto, a mim não. Ele nunca me enganou, eu sempre soube quem ele realmente é, eu sempre soube, que ele não é uma pessoa de confiança, sempre alertei, todos, em relação a isso, mas ninguém me ouvia.

Eu sempre confiei nos meus instintos, e eles diziam que o tio Azyz, não era, e ainda não é, uma boa pessoa. E para ele estar aqui, é por que ele quer algo, certamente os nossos bens. Pois, nós conseguimos com o Sr.Liam, o que era nosso por direito.

Contudo, ainda perdido em meio a estes pensamentos, eu e o meu irmão, continuamos a observar, a péssima presença dele, bem na nossa frente.

Seus braços ainda estão abertos, nos esperando para um abraço apertado, hum! Coisa que não vai rola, nem se eu estivesse morto. Entretando, nós percebemos que passa dois segundos, e ele nota, que não vamos o abraça-lo.

Com isso, Azyz abaixa os braços e fez uma expressão de desapontado, mas nós sabemos que isso não passa de uma encenação e puro fingimento.

Ele junta as suas sombrancelhas grossas e muito bem feitas, fingindo não entender a nossa atitude. Porém, eu sei que sabe.

Como eu estou a três passos distante da porta, por que assim que eu a abrir e vi que era ele, a minha única reação foi me assustar e andar para trás. O meu irmão, está do outro lado, um pouco mais distante.

— Ora meninos, você não vão me cumprimentar? Não vão me convidar para entrar? — diz Azyz quebrando o silêncio.

Fico indgnado com essa atitude dele, ele faz questão de fingir demência, só pode, por que tenho certeza, que sabe o que está acontecendo.

— Por Allah! Mais que rijal (homem) dissimulado, como conseguiu subir? — disparo fazendo uma careta.

No mesmo instante, Azyz me olha incrédulo com o que eu acabara de dizer. O que eu disse é muito pouco. Só não digo coisa pior, por o baba me ensinou a respeitar os mais velhos.

— Por Allah!! Mais quanta afronta! Eu expliquei ao síndico que sou o tio de vocês, oras! — Azyz responde um pouco bravo.

Ele não entra, continua parado na porta, fazendo essa cara de paisagem ridícula que ele tem. Como se nós fossemos nos comover-mos. Graças a Allah, Zayn já sabe quem ele é de verdade, por que se não, ele já tinha convidado esse homem para entrar na nossa casa, inocentemente.

— Como o senhor descobriu o nosso endereço? — meu irmão Zayn, diz com a expressão dura.

— Ué? Vocês mesmo me deram, para enviar a papelada da documentação da empresa, não lembram? — ele diz com a cara mais limpa do mundo.

— Infelizmente!! — digo emburrado, e cruzo os braços.

— Mais quanta disfeita! Por que estão me tratando tão mal? Eu sou o tio de vocês, somos do mesmo sangue, vocês não podem me desrespeitar desse jeito — esbraveja enfurecido.

— Azyz, não seja cínico, você sabe muito bem o por que estamos te tratando assim. E sabe mais ainda o que fez, pelas nossas costas — Zayn diz cruzando os braços, bravo.

— Com é? Eu não estou entendendo, sobrinhos! — ele diz fingindo estar alheio.

Com isso, eu dou uma risada nasal e reviro os olhos.

— Pronto! Agora ele vai dá uma de desmemoriado, Zayn! — digo com cara de entediado.

— Meninos, eu juro que não estou entendendo..

— Bom, já que você não está entendendo, deixa que eu refresco a sua memória — digo duramente e dou alguns passos vacilantes na direção dele.

— Sim, eu gostaria que fizesse isso, porém se vocês tem um pouco de bom senso, ao menos vão me convidar para entrar, não vão? — Azyz diz erguendo uma sobrancelha e coloca as mãos no bolso da sua calça.

— Acho melhor não..— Zayn diz receoso.

Ao ouvir o que meu irmão disse, Azyz faz uma expressão dura, nos olhando com indignação.

— Por Allah, mais o que-que isso? Eu chego de uma viagem cansativa, e ao invés de ir para um hotel, eu quis vim ver os meus sobrinhos, e é assim que sou recebido? — ele profere suas palavras, nos questionando bravo.

— E você queria o que, em nome de Allah? Uma recepção calorosa, depois do que fez? — pergunto indignado.

Estou muito indgnado com a maneira que mente descaradamente na nossa cara.

— Eu não sei do que vocês estão falando, vocês vão mesmo me deixar aqui na porta, plantado? — ele diz com um olhar de suplica, tentando nos comover, porém isso não cola comigo.

Okay, por mim ele não entraria, mas assim que penso isso, vejo Zayn me olhando, e sei que ele está pedindo em silêncio para que eu colabore.

Fazer o que né?

Faço uma cara de tanto faz e dou de ombros. Então, Zayn se aproxima da porta e abre um pouco mais, dando passagem a Azyz.

Nosso tio entra e começa a olhar em volta, ele começa a observar o nosso apartamento com uma cara ironica. Porém, não diz nada, simplesmente continua olhando a nossa decoração contemporânea, como ele entrou com suas malas, eu o vejo estaciona-las do lado do nosso sofá.

— Ya biladi! Que apartamento bonito! — Azyz diz ainda olhando tudo ao seu redor, e olha para nós em seguida.

— Temos bom gosto, mas voltando o assunto, queremos dizer, que o senhor deu viagem a toa, se veio aqui tomar o que é nosso por direito — digo sarcasticamente e ele faz uma cara de indgnado com o que acuso.

— Eu não vim tomar absolutamente nada, vim apenas negociar..

— Você é um mentiroso, não vamos negociar nada — digo com rispidez e ele me lança um olhar mortal.

— Olha como fala comigo, garoto! — me rebate bravo e eu o olho com ódio.

— Como pôde anteciparse em pedir os bens que são nossos por direito? Hã? Se eu e o Kalil, não fossemos espertos, o Sr.Liam teria te dado tudo nas mãos, mas não por mal, e sim por não saber quem você é de verdade — Zayn diz extremamente decepcionado.

— Mais isso foi um mal entendido, vocês não entenderam a minha real intenção, estão me julgando, sem que eu possa se quer me explicar — diz Azyz ainda indgnado, com as nossa acusações.

— Não tem o que explicar Azyz, você agiu pelas nossas costas, achou que nós não iríamos descobrir? Achou que o Sr.Liam não iria nos contar que foi o senhor que pediu os documentos por e-mail? — eu o rebato, com raiva.

— Olha meninos, tudo bem, eu sei que agi errado, eu deveria ter convocado uma reunião com antecedência para informá-los o que tínha em mente, eu sei disso..mas é que, que achei que...

— Você achou que tinha total direito de pegar algo que você não fez nem questão de arregaçar as mangas para conquistar pelo suor? É isso que você achou? Hã? — eu brado já estressado.

— Vocês sabem muito bem o por que eu não ajudei a levantar empresa, eu tinha um futuro promissor, eu tinha tanta coisa para resolver na minha vida, e não poderia ficar para ver o meu baba da a presidência ao baba de vocês, eu não iria me prestar a esse papel, era eu quem deveria estar lá, não ele — Azyz revela com rancor.

Ya biladi! Mais o que esse infeliz está dizendo? Perdeu totalmente o senso.

— O nosso baba era o seu irmão, seu doente. E está morto, olha como você se refere a ele, tenha respeito, Azyz! — digo extremamente saturado, dessa atitude dele.

Eu estou com muito ódio dele, que Allah me perdoe, mas eu não consigo mais olhar para a cara do meu tio. E mais um pouco eu estou prestes a voar em sua garganta, pois eu estou quase avançando nele, acho que Zayn está prevendo isso, por ele já está ao meu lado, tentando me conter, por que eu estou prestes a explodi.

A minha respiração está pesada, e eu estou com a expressão dura, o ódio está praticamente me possuindo. Pois, aturar ele falar sobre como agiu pelas nossas costas, foi ruim, mas ouvir ele falar dessa maneira, sobre o próprio irmão, sobre o nosso baba, aí já é demais!

— Quer saber, estou vendo que vocês estão muito nervosos, eu vou embora. Vou deixar vocês porem a cabeça no lugar, hã? Quando estiverem mais calmos, nós marcamos uma reunião, por que afinal de contas, por mais que eu não tenha feito nada para erguer e conduzir a Abdala tecnologic, eu sou da família, e tenho tão direito de tudo, quanto vocês — ele cospe suas palavras nojanetas nos fazendo o encarar com mais raiva.

— Você só pode tá fazendo uma piada, não é?  — digo com ironia e olho para Zayn — Você viu isso irmão? Agora ele quer dizer que é da família..essa é boa — começo a rir da cara dele.

— Olha só, Azyz..eu acho melhor você ir embora, não temos mais nada para conversar, essa conversa já deu, não tem mais nada para ser resolvido — Zayn diz tentando acalmar os ânimos.

— A conversa ainda não acabou, mas por hoje eu vou deixa-los em paz, não se preocupem — ele diz em um tom ameaçador, sinceramente eu não gostei disso.

— A conversa já acabou, vai embora daqui, em nome de Allah! — brado enfurecido, antes que eu acerte um soco no rosto dele.

E sem mais delongas, vejo Azyz pega sua mala e se direcionar até a porta, ele olha para mim e para o Zayn com um olhar malicioso e rancoroso. Mas, isso não me faz deixar de sustentar o olhar, pois eu quero que ele veja, que  não me assusta.

Assim que ele passa pela porta, indo embora, vejo Zayn ir até a mesma e fechar com pressa, ele a tranca e me olha com uma cara assustada, se eu não estivesse com raiva, e não fosse um momento tão chato, eu estaria rindo.

— Yá biladi! Que-que foi isso? — ele diz ainda assustado, com os olhos sobressaltados e da um suspiro forte.

— Isso foi o primeiro momento, que ele se mostrou quem ele realmente é, foi o que você precisava, para ver e perceber, que eu sempre estive certo.

Acho que pela cara que meu irmão está fazendo agora, a sua fixa acaba de cair, finalmente!

— Verdade irmão, você sempre teve razão, eu que sou muito lerdo, para perceber quando as pessoas estão sendo maldosas, me desculpe se um dia duvidei de você, mais é que ele é o nosso tio — diz triste e eu vou até ele.

Toco em seu rosto com uma mão e deixo a mesma repousar em seu ombro em seguida. Dou um suspiro forte e olho para o meu irmão com carinho. Eu amo tanto esse cara, que acho que daria minha vida por ele.

— Ei, você não tem do que se desculpar, oras, você é meu irmão Zayn, e é uma pessoa de bom coração, sempre vê bondade nas pessoas, então, não se desculpe por algo que não era a sua culpa. Okay? — digo afetuosamente e ele sorrir.

— Okay! — diz com a voz embargada devido a vontade de chorar e sorrir mais uma vez.

Vejo seus olhos castanhos, assim como os meus, se encherem de lágrimas, eu sempre soube que o Zay era um bebê chorão, mas quer saber? É isso que o torna especial, isso que o faz ser a pessoa mais incrível do mundo.

— Eu sempre vou estar do seu lado — digo também um pouco emocionado.

Zayn vem em minha direção e me puxa para um abraço apertado, e nesse momento, sinto um aperto no meu peito, eu tenho tanto medo de perde-lo. Estou tendo um péssimo pressentimento, mas com certeza deve ser coisa da minha cabeça.

— Obrigada irmão, obrigada por sempre me proteger, por sempre me abrir os olhos, eu te amo — Zayn diz ainda em meus braços.

— Eu também te amo, seu bebê chorão — digo sorrindo e ele se afasta.

— Idiota! — me dá um tapa na cabeça e eu dou um empurrão nele.

Em sequência, nós dois caímos no sofá, rindo do nossa brincadeira boba, porém, o Zay se endireita no mesmo, sentando-se e colocando uma das almofadas atrás da sua cabeça. Eu faço o mesmo, e logo percebo que ele está um pouco pensativo agora, pois seu olhar é perdido, certamente está pensando na Luna.

— Pensando na gêmea misteriosa? — pergunto curioso, porém já adivinhando a resposta.

— Sim, infelizmente..— ele diz ainda com o olhar perdido.

Eu sei que meu irmão é um homem muito sensível, o Zay é uma pessoa que deixa ser levado pelas emoções, da sempre ouvidos ao seu coração, ao invés da razão, e acho que é por isso que esse suposto termino com a Luna, está o deixando assim, bem triste.

— Poxa irmão, não fica triste, você mesmo não disse que a Luna ainda te ama? — pergunto o olhando preocupado.

— Sim Kal, o problema é que, ela não disse o que está acontecendo, e eu estou me sentindo péssimo por estar no escuro, sem saber absolutamente nada que se passa na cabeça dela.

Ele diz visivelmente abalado com a situação, e eu confesso que estou também. Por que hoje em dia, nós estamos em um patamar que tem uma série de questões e fatores que nos deixam muito preocupados.

Querem um exemplo?

No dia do atentado, eu chorei tanto, depois que ele me contou, que ficou no meio daquele tiroteio, enquanto a Luna dava uma de super heroína, salvando sua vida.

— Imagino, ela é uma mulher bem misteriosa, a Laura também me parece ter seus mistérios, mas ela me contou uma vez que a Luna sofria muito bullying na escola e na universidade, por isso ela é muito fechada.

— Yá biladi, mais isso Luna nunca me contou — diz impressionado e um pouco indignado.

Certamente por que ele é uma pessoa muito dada, ele não esconde o que sente, ele sempre expõe o que já se passou em sua vida, e com isso, diz sobre os sentimentos que sentiu por conta desses acontecimentos nela.

Talvez essa seja uma das grandes diferenças entre ele e a Luna.

— Vai ver ela não gosta de ficar relembrando o passado, este tipo de violência deixa muitas marcas Zay.

— Nossa Kal, imagina só o que ela deve ter passado? Mesmo sendo de família rica, por que todo mundo sabe que os Mancinis é uma das famílias mais poderosas do país.

— Verdade..

— Zay, eu posso te falar uma coisa?

— Sim, claro irmão!

— Você já reparou, que depois que a família Mancini entrou na nossa vida, está começando a acontecer certas coisas?

— Tipo o que?

— Tipo esse atentado, que se não fosse a Luna, e os seguranças dela, você já era. Também essa atitude da Luna, em terminar com você. Zay, você mesmo disse que ela tem um segredo, será que isso é ruim?

—Sinceramente não sei Kal..a única coisa que eu sei, é que eu a amo, e se ela me ama de verdade, vai ter que me contar. E sobre esse atentado, eu até fiquei de comentar com o Sr.Liam, ou dá uma queixa na delegacia, por tentativa de assassinato, mas foi tudo tão rápido que não deu nem para ver direito o que aconteceu. Aí eu pensei, como eu vou denunciar uma coisa que não pude ver direito? Fora que tem um monte de burocracia..

— Verdade, mas só tô te dizendo isso por que eu estou com um péssimo pressentimento, sinto isso desde esse trágico acontecimento, acho que esse atentado mexeu com meu psicológico.

— Com o meu também, será que o Sr.Liam já sabe desse atentado?

— Não sei, bem provável que sim, ele disse que queria conversar com a gente segunda feira, lá na empresa.

Revê-lo um pouco receoso, por que eu não faço a mínima ideia de que isso tem a haver com a nossa participação na empresa, entretanto, eu acho que ele acha que nós estamos sendo alvos de alguém que odeia ele ou alguém da sua família, afinal, eles já passaram por muita coisa, pelo pouco que a Laura me contou, por isso que eles andam, com um monte de seguranças.

— Hum, então vamos espera, para ver o que ele vai dizer.

Continuamos o nosso diálogo, até que o Zayn acaba de lembrar que ainda não terminou de preparar o jantar, e questão de minutos, tudo já estava pronto, o Zayn é um cozinheiro de mão cheia, ele fez o maklub, ele é o famoso arroz árabe, é um dos meus pratos favoritos. E para acompanhar, ele tirou uma garrafa de vinho da geladeira.

Nós sentamos e comemos tudo, eu amo jantar assim, com meu irmão, porém, isso me faz ter saudades da nossa 'Umi, nossa mãe. Ela adorava quando todos da família se reúnam para as refeições. De vez em quando nós falamos com ela, e com Azyra, nossa ex madrasta mais nova.

Só que em uma das conversas com o meu irmão, ele mencionou uma pulga atrás da minha orelha, será que a nossa mãe, sabia que o nosso tio Azyz havia pedido a documentação dos nossos bens, pelas nossas costas ao Sr. Liam? E será que ela sabe que ele veio para cá?

São tantas perguntas, que chega sinto um pouco de dor de cabeça, só que, se ela está do lado dele, a dor da decepção será bem maior.

Enfim, vou tentar esquecer essa questão, pelo menos por hoje, até porque, eu já não estou mais com cabeça para nada disso.

Agora neste exato momento, estou sentado na varanda do apartamento, deitado na rede, e cá para nós, eu confesso que queria a Laura aqui comigo. Desde o nosso momento de prazer, aqui em casa, depois do barzinho, nos tivemos muitos outros.

Nossos momentos de luxúria e prazer, é algo muito intenso, coisa que já fazia muito tempo que não vivia. Ela é uma mulher linda, determinada, tem estilo, um pouco respondona talvez, mas nada que me faça perder o encanto por ela.

O único problema, é que, depois do seu relacionamento conturbado com esse tal de Felipe, ela tenta manter o nosso relacionamento aberto, sem amarras e sem compromisso, em outras épocas, isso seria maravilhoso, o problema é que agora, eu estou tão envolvido, que quero algo a mais, quero ela só para mim.

O problema é essa morena querer..

— Kalil, vem aqui, por favor — ouço o meu irmão Zayn me chamar, me tirando dos meus devaneios.

— Tô indo...

Rapidamente, eu me levanto, abro a porta de vidro da varanda, passo pela cozinha e vou até a sala. Só que dou uma parada brusca ao enxergar dois postes, de ternos pretos, parecendo seguranças na nossa porta. Por que o Zay abriu para atendê-los.

— O que está acontecendo? Quem são esses caras?

Zayn ia abrir a boca para responder, mas o homem branco de olhos verdes diz..

— Boa noite, meu nome é Veiga e esse é o meu colega Armando — ele diz apontando para o cara ao lado dele, com a voz potente me fazendo me assusta um pouco. Então, eu lanço um olhar de interrogação para o Zayn, que também está sem entender nada.

Tudo bem, eu sou um cara muito medroso, mas ninguém precisa ficar sabendo disso.

— Okay, Prazer em conhecê-los, mas podem nos explicar o que fazem aqui, por obséquio? — pergunto curioso, tentando ser bem simpático com esses caras, por que eu juro que não tô afim de morrer.

— Oh claro, é que a partir de hoje, nós somos os seguranças particulares de vocês dois — o tal Veiga diz calmamente.

E nesse momento, eu junto as sobrancelhas, ainda com um monte de interrogação na minha cabeça.

— Espera..acho que houve um engano, nós não...

— Ordens da senhorita Luna Mancini — diz o tal Armando me cortando.

Então, com base a isso, olho para meu irmão Zayn e o vejo erguer uma sobrancelha, porém pude ver um brilho no seu olhar. Oh céus, meu irmão é um bobão apaixonado.

— Okay, mais vocês vão ficar aí na porta? Como é? — pergunto sem entender, por que não faço a menor ideia de como funciona esse esquema de segurança.

— Ficaremos aqui na porta, não há necessidade de entrarmos, pois daqui a algumas horas, vamos ser substituídos — Veiga diz com sua expressão e postura profissional.

Eu e o Zayn nos entre-olhamos e demos de ombros, como uma forma de concorda com isso.

— Entendi, então..fiquem a vontade — digo ainda meio chocado com o fato de ter dois homens na nossa porta.

— Obrigada senhores, com licença! — diz os dois ao mesmo tempo e se retiram.

Fecho a porta incrédulo e olho para o Zayn, que está do mesmo jeito que eu.

— Liga para Luna agora, e tenta entender o que tá acontecendo, por allah!

Ele assente, concordando, só que, por pura coincidência, o celular dele toca, na mesma hora. Vejo meu irmão ir até ele e atender, e pela sua cara de bobo apaixonado, certamente é a Luna.

— Oi, será que dá para explicar o por que temos dois seguranças agora?

— Entendi, e que dia vamos ter essa conversa?

Ele anda de um lado para o outro e vez ou outra passa a mão livre nos cabelos.

— Por Allah Luna, como posso esperar? Depois desse negócio de ter seguranças? Só quero entender..

— Okay, então nos vemos amanhã.

Zayn finaliza a ligação, e passa a mão no rosto, um pouco nervoso, acho que ela vai acabar fazendo ele ficar careca só pode!

— E ai? O que minha cunhadinha disse?

— Disse que amanhã vamos conversar.

— Ótimo, por que eu também quero entender toda essa agonia.

Ainda chocados com a atitude de Luna, nos dois conversamos bastante no sofá, tentando miseravelmente entender o que está acontecendo, e deduzindo o motivo dela achar que podemos ser mortos, a qualquer momento, depois daquele atentado no carro no carro do Zayn a dois dias atrás.

Por conseguinte, nós cansamos de conversar, demos boa noite e fomos cada um para o quarto. Ao chegar no meu, eu me jogo na cama e pego meu celular, que estava sob o criado mudo.

Ligo para Laura, conversa vai, conversa vem e eu acabo soltando o que aconteceu hoje, conto que meu tio Azyz esta aqui no Rio, e que nos brigamos, em seguida, conto também, que Luna pois dois armários aqui na porta do nosso apartamento, e logo notei que ela ficou bem surpresa, por que ela também já sabe que Luna e o meu irmão terminaram, após o atentando.

Só que, o que me chamou atenção, foi ela dizer que vai tentar entender mais a fundo sobre isso, vai tentar falar com a irmã gêmea, e se ela não disser nada, vai procurar por conta própria todas as respostas.

Ao ouvir essas palavras, eu engulo seco, já imaginando que ele vai aprontar. Em seguida, trocamos mais algumas palavras, pedi para ela me mandar um nud e ela me xingou de depravado, ué? Eu não falei nada demais.

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Oi lindas. E aí? O que acharam desse capítulo? Kalil é um safadinho. Será que depois dessa conversa com a Laura, os irmãos finalmente vão entender o que está acontecendo? Será que ela vai conseguir descobrir tudo sobre a irmã?❤️

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