Capítulo Dois
John viu o momento em que Lestrade entregou a placa a Sherlock, ele lançou uma olhar rápido ao objeto e em seguida olhou para o amigo, viu o choque cruzar o rosto do homem quando viu os símbolos. Nem Lestrade nem a senhora Hudson pareceram notar e no instante seguinte Sherlock voltou a usar sua expressão calma novamente apesar da rigidez em seus ombros deixar claro que havia algo o incomodando.
- Então Sherlock, - disse Lestrade - sabe o que isso significa?
- Não, mas vou tentar descobrir, - ele guardou o objeto no bolso de seu casaco
- Não pode ficar com isso - disse Lestrade
- Então, se você já acabou, - disse Sherlock ignorando o protesto - John e eu estávamos saindo para almoçar
John tentou esconder a surpresa ao ouvir a afirmação do amigo, eles não saiam para almoçar juntos a algum tempo, Lestrade porém não pareceu notar, olhava pesaroso para o bolso do casaco de Holmes se repreendendo mentalmente por ter entregado o objeto a ele.
- Vamos, John - disse Sherlock apanhando seu casaco e andando em direção a porta, John se levantou e o seguiu - Sirva um chá à Greg, senhora Hudson ou café com Whisky, acho que ele vai precisar...
-Eu não sou sua empregada, Sherlock, - disse Sra Hudson dentro do apartamento. Mas enquanto desciam a escada, ambos sorriram ao ouvi-la oferecer café ao detetive.
Sherlock fez sinal para um táxi, ambos entraram e ele disse para seguir até o Restaurante de Angelo.
- Nós não íamos almoçar lá hoje - disse John olhando para ele
- Não - Sherlock não desviou os olhos da janela
-Mas agora nós vamos – O médico estreitou os olhos tentando entender a motivação do convite repentino.
-Sim - foi a única resposta que obteve e ambos permaneceram em silêncio pelo resto da viagem.
- Você vai me dizer? - perguntou John quando chegaram a rua do restaurante.
-Como descobri o caso? Bem eu...
- Não, - John balançou a cabeça, embora ainda estivesse curioso com a resolução de seu amigo para o caso anterior - os símbolos da placa. Eu vi como você ficou pálido quando olhou para aquilo. Você sabe o que é.
-Sei - concordou Sherlock
-Vai me dizer?
-Fique fora do meu caminho - John olhou para Sherlock parecendo ofendido, e ele se corrigiu. - aqueles símbolos dizem "Fique fora do meu caminho"
-Como você...
- Eu criei esse código, há muito tempo
- Por que você não disse a Lestrade?
-Greg é um bom homem, mas tende a tomar decisões precipitadas
- Você não confia nele
-Eu não confio em ninguém
- Você contou para mim
Sherlock desviou o rosto e olhou para o restaurante do outro lado da rua.
- melhor irmos almoçar - disse andando em direção ao estabelecimento.
John sorriu um pouco para o embaraço do companheiro e o seguiu. Quando entraram no restaurante tomaram a mesa próxima a janela.
Angelo como de costume veio atende-los pessoalmente, após anotar os pedidos ele saiu, dizendo que iria deixa-los sozinhos e deu uma piscadela. John havia desistido de tentar faze-lo entender que ele e Sherlock não era um casal, o homem continuava dizendo para seus empregados colocarem velas em sua mesa quando iam jantar lá, ou rosas quando iam almoçar.
- Você disse que criou o código que está na placa
-Sim
-Isso significa que você conhece quem está por trás desses crimes?
- Talvez, mas ele certamente me conhece.
-Acha que ele está te investigando.
-Tenho certeza de que está. Era o que eu faria. É muito mais fácil enfrentar alguém se você o conhece.
A conversa foi interrompida quando o garçom apareceu trazendo a comida. Apenas o prato de John
- Você vai começar com isso novamente não é?
-O que? - Sherlock disse distraidamente
- A não comer
-Eu comi...
-Quando?
- Há três dias
-Meu Deus Sherlock, você vai acabar doente.
-Eu não fico doente
- Você ainda não ficou doente - disse John - é diferente.
Sherlock quis retrucar mas alguma coisa no olhar do amigo o fez desistir, ele fez sinal para o garçom e pediu o prato de mais fácil digestão do menu. John sorriu mas Sherlock já estava muito envolvido em seus próprios pensamentos para notar.
- Você vai voltar para a rua Baker? - perguntou John quando saíram do restaurante 40 minutos depois.
- Não, vou para o laboratório, talvez essa placa tenha algo mais a revelar que os olhos possam ver.
- Outra mensagem?
- Não penso assim, essa já foi clara o suficiente, mas, como venho lhe dizendo no último ano, não existe crime perfeito, quem quer que esteja por trás disso cometeu um deslize em algum lugar, e se alguém pode descobrir, esse sou eu. - disse o homem com um sorriso gigantesco no rosto
-Toda essa modéstia - disse John irônico - eu me pergunto porque as pessoas te acham arrogante.
- Modéstia é apenas uma convenção adotada por pessoas que não querem ser consideradas arrogantes por outras pessoas. É desnecessário para mim.
John balançou a cabeça e sorriu. Ele olhou para o companheiro que ainda exibia a expressão de prazer e empolgação pela investigação que tinha pela frente. Era bom ve-lo feliz em vez de emburrado se entupindo de nicotina e por vezes drogas mais sérias.
Enquanto observava Sherlock seguir pela rua em direção ao laboratório, John teve certeza de uma coisa. Se mente por trás do crime realmente esperava que um aviso de "mantenha distância" ,por mais elaborado que fosse, iria afastar Sherlock, essa pessoa definitivamente não conhecia seu amigo.
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Já era noite quando Sherlock voltou para casa, não havia conseguido muito no laboratório. Ele abriu a porta entrou, o primeiro indício de que havia algo errado, era o amassado no tapete da entrada, Sra Hudson nunca o deixaria assim, ainda havia algumas marcas de luta ainda que tivessem tentado oculta-las.
Ele podia ver a cena em sua mente: Alguém batendo na porta, a Sra Hudson atendendo, a pessoa do outro lado a pegou de surpresa com uma injeção de tranquilizante. A mulher tentou escapar mas a droga fez efeito muito rápido. As marcas no chão indicavam que ela havia sido arrastada para a cozinha.
"Arrastada, não carregada," murmurou para si mesmo, "não tinha força o bastante"
Ele foi até a cozinha e como esperava encontrou Sra Hudson inconsciente, antes que pudesse checar se ela estava bem, um ruido no andar superior chamou sua atenção.
Ele pegou sua arma e subiu os degraus lentamente. Quando chegou perto de seu quarto não havia mais ruido algum. Abriu a porta com cuidado.
A luz do quarto estava acesa e a única coisa que Sherlock podia ver era John deitado no mesmo sofá em que ele estivera de manhã.
Sherlock poderia ter pensado que ele estava dormindo se não fosse o corte em sua testa que ainda estava sangrando.
-John - ele chamou se aproximando mas não obteve reação - John
- Não se preocupe, ele está bem - disse uma voz conhecida as suas costas
-Moriarty - disse ele olhando para trás para encarar o homem
-Em carne, osso e elegância, - disse James com um sorriso - E então? Sentiu minha falta?
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