Capítulo 13

Oioi

Sim esse capítulo veio cedo e por um motivo: bateu uma inspiração master em mim essa semana kkk

Queria agradecer os votos do último capítulo e lembrá-los que adoro ler seus comentários, me motiva demais a continuar a história.

Bem, espero que gostem do capítulo de hoje, nele terão mais revelações sobre a antiga vida da Aalis como anjo.

▬▬▬▬▬♛♛▬▬▬▬▬

       — Você percebeu como todos esqueceram rápido a Martha? — perguntei para meu guarda.

       Estávamos no pátio, meu lugar preferido e também o único onde batia sol de vez em quando.

       — Talvez ela não fosse tão importante assim — respondeu fazendo com que eu o olhasse feio — O que foi? — questionou confuso.

       — Você fala como se a morte dela representasse nada.

       — Mas não é verdade? — entonou.

       Para mim não era. A morte de Martha não poderia ser um simples suicídio, eu conhecia a estratégia daqueles babacas com asas que me expulsaram por não aceitar serví-los. Conseguiam cobrir muito bem seus rastros, eu já fizera esse tipo de trabalho para eles.

       — Eu não acho que ela tenha se suicidado — admiti.

       Esdras me fitou por alguns segundos em silêncio, provavelmente se perguntando se não deveria ter me mandado para o hospício desde o início.

       — E qual é a sua teoria?

       Arqueei as sobrancelhas surpresa, mas o respondi mesmo assim.

       — Acredito que seja a Corte...

       Ele me encarou sem entender, então tratei de explicar.

       — É como chamamos a primeira hierarquia. Os serafins são a maior parte dos que compõem a Corte, mas enfim. A minha teoria é de que eles mandaram matar a Martha e fizeram com que parecesse um suicídio.

       Isso também explicaria o vulto que havia visto entrar pelo muro do reformatório, poderia ser um dos assassinos da corte.

       — Por qual motivo teriam feito isso?

       Era exatamente o que eu vinha me perguntando desde o acontecido.

       — Ainda não descobri, mas pode ser que ela fosse uma antiga assassina da Corte, eles normalmente tentam se livrar de nós depois de nos expulsar para a Terra.

       — Então você é literalmente uma assassina? — perguntou não muito surpreso, o que fez com que eu me sentisse ofendida de certa forma.

       — Trabalhei por várias décadas fazendo o trabalho sujo deles, só depois fui descobrir o quão errado eles estavam e tentei largar essa função. Não aconteceu bem como eu planejei, pelo que você pode ver. Além de me expulsarem para cá, também estão me torturando aos poucos, meu irmão e as asas foram só o começo.

       Eu sabia que a Corte ainda me faria sofrer muito mais, eles eram o contrário do que se imaginava sobre um anjo. Não passavam de sádicos assassinos.

       — Pensei que anjos não tivessem sentimentos.

       Fechei os olhos por alguns segundos quando senti o Sol bater contra minha pele e respondi.

       — Nós sentimos, só não gostamos de admitir, pois assim mostrariamos que somos parecidos com os humanos. O que não seria muito legal já que vocês são bem mais fracos, sem ofensas.

       Abri os olhos para ver a reação de Kalamari, mas ele não pareceu se sentir ofendido com aquela frase. Talvez por causa de sua religião ele realmente se considerasse inferior, ou apenas não quis começar uma discussão comigo. De qualquer forma, eu nunca saberia.

       — Então você acha que Martha Reynolds era como você, um anjo?

       Confirmei com um aceno de cabeça.

       — É o mais provável.

       Talvez eu pudesse fazer com que Esdras me ajudasse. Ele tinha acesso a todas as instalações do reformatório, seria muito mais fácil do que esperar um dia que estivesse ocupado para eu invadir a sala de arquivos.

       — Não acha que isso tudo pode ser coisa da sua cabeça? — propôs.

       — Assim como eu ser um anjo? — retruquei.

       Eu jamais esqueceria das discussões que tivemos quando revelei meu segredo. Primeiro me chamou de doente mental e depois disse que eu não era normal, palavras que na época me pareceram muito sinceras.

       — Pensei que já tivéssemos virado essa página.

       — E viramos, mas você continua batendo na mesma tecla. Já disse que nada disso é coisa da minha cabeça e eu vou provar com ou sem sua ajuda — falei já começando a me irritar.

       Kalamari precisava entender que eu estava certa ou não me ajudaria em minha busca.

       — Desde quando eu me ofereci para te ajudar? — respondeu no mesmo tom.

       Revirei os olhos e desviei o olhar.

       — Se você não quiser ajudar, vou arrumar outra pessoa para fazer isso.

       — Como o Nike?

       Franzi o cenho e voltei a encarar Esdras.

       — É... Sim, por quê não?

       Eu sinceramente não estava nada afim de conversas com Nike depois que ele me beijou. Precisava pensar em uma forma de dizer que eu não possuía interesses românticos por ele sem perder sua amizade.

       — Eu te ajudo — finalmente se voluntariou.

       Não consegui segurar o sorriso que começou a surgir em meus lábios.

       — Ótimo!

       Me levantei e segurei sua mão o puxando comigo para voltar ao meu quarto. Esdras reclamou da pressa, mas eu o ignorei. Precisava mostrar o livro que encontrei.

       Agachei na frente da cama e puxei para fora o grosso livro que vinha escondendo a semanas.

       — Então era por isso que você estava sempre arrumando a cama.

       Soltei uma risada e larguei o livro na cama abrindo na página que havia parado.

       — Eu o encontrei na biblioteca no dia em que nós... bem, não importa. Achei estranho e decidi lê-lo para ver se encontrava alguma relação.

       Kalamari analisou o livro virando algumas páginas, mas nada pareceu ser muito revelador.

       — Para mim, é só um livro muito macabro — concluiu.

       — É exatamente por isso que achei estranho. Por qual motivo a biblioteca teria um livro desses em seu acervo?

       Esdras continuou encarando o livro e não muito depois franziu o cenho.

       — O que foi? — questionei.

       Ele abriu o livro em uma página dobrada que eu não tinha percebido antes. Era praticamente toda composta por texto e alguns lugares estava sublinhado de lápis. Lemos o texto com atenção.

       — Parece um tipo de ritual — comentou Kalamari.

       As partes sublinhadas se referiam ao que deveria ser feito com a vítima, que basicamente envolvia cortar sua garganta e pulsos.

       Foi então que lembrei de Martha, mas nem precisei comentar com Esdras, ele pensou a mesma coisa.

       — Você acha que eles podem ter feito isso com Martha? — questionou.

       — Só saberemos quando virmos a autópsia dela.

       Se não descobríssemos como Martha morreu, não seria possível afirmar minhas suspeitas da relação dela com o livro.

       — Você só pode estar louca, como acha que vamos conseguir isso?

       Olhei para ele como se fosse óbvio.

       — Esdras, você é um guarda do reformatório e ainda por cima guarda-costas da Sapryn. Eu tenho certeza que consegue uma cópia da autópsia.

       Ele pensou por alguns segundos, mas recusou.

       — Não posso fazer isso, Aalis. Eu dependo desse emprego, Katherine precisa do dinheiro.

       Seria difícil convencer Kalamari, ele tinha medo de perder o emprego se fosse descoberto. No entanto, precisávamos muito daquela autópsia.

       — Inventa alguma desculpa para Sapryn, tenho certeza de que ela confia em você, não vai suspeitar — insisti.

       Esdras relutou por alguns segundos, mas finalmente aceitou.

       Nós faríamos aquele plano dar certo.

       Esperei pacientemente enquanto Esdras ia atrás da autópsia, não fazia a menor ideia de como ele conseguiria enrolar Sapryn. No entanto, nem meia hora depois voltou segurando um pedaço de papel dobrado ao meio, era nossa pista.

       Arranquei de sua mão e o abri com pressa ignorando sua reclamação.

       — Não vai perguntar como consegui? — questionou.

       Apenas neguei com a cabeça e continuei a ler o relatório do legista.

       — Aqui diz que ela estava com a garganta cortada e...

       — Marcas de garras? — completou.

       Aquilo era estranho, eu nunca havia ouvido falar de um assassino da Corte que deixasse marcas de garras em suas vítimas. Poderia ser um novato que eu não cheguei a conhecer.

       — Como consideraram isso suicídio? Não faz o menor sentido! — exclamei irritada.

       — Talvez Sapryn não quis que começasse um alvoroço no reformatório. Imagine qual seria a reação dos alunos e guardas se soubessem que havia um assassino aqui dentro.

       Levantei as sobrancelhas de forma debochada.

       — Você entendeu o que eu quis dizer — retrucou.

       Dispensei a discussão com um movimento de mão e voltei a focar minha atenção na autópsia.

       — Mas e os pulsos? Aqui não diz nada sobre ela estar com os pulsos cortados — questionei.

       — Talvez tivessem marcas de garras nos pulsos ao invés de cortes como o da garganta.

       Concordei com a cabeça, era bem provável.

       — Isso prova que estamos no caminho certo — falei contente, embora não fosse o sentimento certo para aquele momento.

       — Você acha que vai haver outra morte?

       — Não sei se há outro anjo no reformatório, mas eles podem querer matar humanos também.

       Eu nunca sabia o que esperar da Corte.

       — Você não acha meio estranha a ideia de eles usarem esse livro como inspiração para as mortes? E se for realmente alguém dentro do reformatório querendo matar os alunos?

       Neguei com um aceno de cabeça.

       — Eu tenho certeza de que é a Corte.

       Esdras franziu o cenho não entendendo minha convicção.

       — Eu pesquisei, ok? Nunca houve algo parecido no reformatório até eu aparecer. E Martha também não chegou muito antes de mim. Com certeza tem alguma relação com a Corte.

       Kalamari não refutou, mas também não pareceu concordar muito comigo. O problema era dele, eu estava certa e provaria isso.

       — É melhor você ficar de olho em seus amigos, então. Não sabemos quem pode ser o próximo a morrer.

       Não que eu tivesse muitos amigos, mas certamente ficaria de olho em Nike, embora eu soubesse que não seria tão difícil assim agora que ele pensava que gostava dele.

       O celular de Esdras tocou fazendo com que tivéssemos um susto. Ele atendeu na minha frente e discutiu com alguém que parecia ter alguma relação com Katherine. Tentei escutar sobre o que falavam, parecia ser algo relacionado a uma cirurgia muito cara que Kalamari não tinha condições de pagar.

       Depois de alguns segundos meu guarda levantou irritado e desligou o celular voltando a guardá-lo no bolso.

       — Está tudo bem? — perguntei insegura.

       Ele negou com a cabeça e sentou na cama escondendo o rosto com as mãos. Foi quando escutei um soluço que percebi o que estava acontecendo. Esdras estava chorando, algo havia acontecido com sua noiva.



▬▬▬▬▬♛♛▬▬▬▬▬

Obrigada por lerem esse capítulo <3

Esdras chorou na frente da Aalis, como assim produção???

Espero que estejam gostando de Tentar,

Amo muito vocês <3


beijos,


Vi Mello

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top