Contra o sistema - Parte III
23 de junho de 2025/ Aincrad – 77 ° andar, torre do andar
>Ponto de vista do Flint<
Eu então saltei em direção a XaXa desferindo uma estocada contra seu peito. Ele então usou sua estoc e mudou a trajetória da lança com um golpe para esquerda. Ele é um ótimo esgrimista, mas eu já vi melhores.
Saltei para trás e girei a lança. Os buffs proporcionados pela música de Yuna recarregaram. a luz alaranjada do pôr do sol fora substituída por tons de cinza, estava nublado. É provável que chova em pouco tempo, e isso pode dificultar mais ainda a batalha.
— O que foi Lanceiro? Ficou cansado? — a voz abafada de XaXa chegou aos meus ouvidos. Ele é diferente dos outros jogadores vermelhos. Ao contrario dos outros ele parece mais centrado e concentrado. Sem contar que ele não parece ser tão louco quanto os outros.
— Há! Que nada! Eu só estava pensando em algo — respondi num tom animado.
— Oh! Neste caso permita-me perguntar uma coisa — e essa agora... o que ele está planejando? — Acha mesmo que pode me vencer? Soube que você é o melhor lanceiro de Aincrad, mas até agora não vi nada demais — esse cara...!
— Escuta aqui, ô caverinha: Eu sou mais eu!! Melhor que eu, só dois "eu", é o que eu digo. Entretendo... já que está entediado permita-me lhe mostrar o que sei fazer — sorri orgulhoso enquanto assumia uma posição ofensiva.
— Então venha! Mostre para mim! — ele então avançou contra mim. Sua velocidade de arrancada foi realmente alta, mas como eu disse... eu já vi esgrimistas melhores!
Sua estocada mirava meu peito. Eu então saltei para direita com um rolamento. Após rolar, eu rapidamente me levantei e ergui a lança horizontalmente na frente do meu corpo. XaXa havia saltado e desferiu um golpe vertical com a estoc. Ouvi ele soltar um "oh!".
Empurrei-o para trás e me levantei. Avancei rapidamente em sua direção a ponta da minha lança brilhou em vermelho e desferi uma estocada contra ele, que fez o mesmo que antes mudando a trajetória do golpe com sua estoc. Entretanto eu fiz uma finta e girei meu corpo para direita desferindo outro golpe igual ao anterior acertando-o no peito arremessando-o para trás. Sua barra de vida diminuiu até a zona amarela, assim como a minha.
— Isso me surpreendeu... — ele arfou surpreso.
— Você ainda não viu nada! — sorri orgulhoso.
Nós então avançamos um em direção ao outro. Nossa troca de golpes frenética era incrível. Eu retiro o que disse sobre já ter visto esgrimistas melhores. Ele realmente é bom. Eu mal podia ver sua escot, tudo que chegava aos meus olhos eram os rastros de luz deixados pelas habilidades que ele usava.
Mas eu não sou nenhum novato. Eu sei o que faço. Deixa-lo achar que tem a vantagem para no momento certo... acerta-lo!
Uma abertura surgiu. Ele havia desferido um golpe vertical. Eu esquivei rolando para direita e rapidamente me levantei. A ponta da minha lança brilhou em azul e desferi uma estocada contra suas costelas a direita. Ao acerta-lo ele foi arremessado alguns metros para trás.
Nos encaramos por um momento. Ele parecia estar se divertindo, mas não posso ter certeza já que ele está usado uma máscara. Mas de repente ouve uma comoção atrás de mim. Virei a cabeça e olhei pelo canto do olho, parece que nossos reforços chegaram.
— Pois, eh caverinha. Parece que... — voltei meu olhar para ele novamente. — Aca...bou... tch! Fugiu! — rosnei.
— Ei! Flint! — ouvi a voz de Klien. Me virei para trás e o vi vindo correndo ainda segurando sua katana na mão direita. — Nossos reforços chegaram. Hã? O que foi?
— XaXa fugiu. Vou trás dele — disse.
— Quê? Sozinho?
— É. Lio e Nautilus devem estar enfrentando PoH e Johnny em algum lugar. Não posso deixa-los sozinhos. Cuide das coisas por aqui — de um tapinha no ombro dele. — Ah! Você não devia estar protegendo a Yuna?
— Ela está com o Egil.
— Bem, então cuide das coisas. Te vejo depois! — dei as costas e segui para a floresta atrás de XaXa.
>Ponto de vista do Nautilus<
As adagas de Johnny voavam por todas as direções enquanto PoH saltitava balançando seu cutelo. Rolei para direita, saltei para esquerda, aparei e rolei novamente. Minha barra de HP caia cada vez mais. Eu era atingido por todas as direções.
Cerrei os dentes. Carreguei a habilidade <End Revolver>. Minhas espadas brilharam em verde. Eu então fiz uma finta e golpeei o ar fazendo um pequeno redemoinho de luz verde que rebateu as adagas. PoH, que vinha me atacar por trás fora arremessado alguns metros para trás.
Ofegante eu caí de joelhos. Meu SP acabou e estou sem forças. Olhei para esquerda e vi Lio caída. O efeito <paralisia> não devia durar tanto tempo!
— Você é realmente cheio de surpresas Nautilus — disse PoH se levantando. — Mas parece que suas forças finalmente acabaram. Ei Johnny! Traga ele aqui!
— Sim! — ele cantarolou. De repente senti algo perfurar meu ombro direito. Ao olhar para ele vi cravando ali uma das adagas de Johnny. — Não queremos que você apronte algo. Não é? — ele cantarolou mais uma vez.
Johnny então me segurou pelo braço e me arrastou até onde Lio estava caída e me soltou ali como se eu fosse um saco de batatas.
— Desculpe Lio — disse.
— Está tudo bem... — ela sorriu.
— É realmente triste que tenha que acabar assim... mas fazer o quê, não é? — PoH zombou.
— Tch! Vai se foder! — rosnou Lio.
— Oh! Mesmo nessa situação você ainda tem coragem. Isso é bom. Vamos ver por quanto tempo você vai se manter assim — um sorriso maligno se formou no rosto dele.
— Isso terá que esperar, PoH — uma voz abafada ecoou trás de alguns arbustos. Olhando para direita vi XaXa saindo da sombras de um arbusto. Sua barra de HP estava na metade, diferente de PoH e Johnny. — Os reforços deles chegaram e estão massacrando nossos companheiros.
— O quê!? — a voz de Johnny ficou ainda mais fina.
— Ei Lio... — disse PoH sorrindo. — Não me diga que usou seus próprios aliados como isca?! HÁ, HÁ, HÁ, HÁ!!!!! — sua risada animada como uma metralhadora ecoou na clareira.
— Eu não sou como você! — Lio rosnou.
— Oh, não! — PoH se ajoelhou e segurou Lio pelo pescoço. — Você é tão ruim quanto eu, talvez até pior. Pouco a pouco sendo consumida pelo ódio e vontade de matar contaminando os corações das linhas de frente com seus ideais distorcidos. Usando seus aliados como isca para poder nos atrair e nos fazer achar que iriamos vencer... tudo para satisfazer seus desejos. Meus parabéns Lio, você é uma de nós agora. — Lio ficou em silêncio. PoH pode ser louco, mas ele tem razão. Ela arriscou as vidas de muitos jogadores apenas para se vingar dos jogadores vermelhos. — Não vai dizer nada? Hm? Bem então acabamos. Foi bom te conhecer... Lio.
Ele então colocou a lâmina do cutelo no pescoço dela e começou a empurras para dentro bem devagar. A linha vermelha de dano se ascendeu no pescoço dela. — Lio! Ei! Pare com isso! PoH! — tentei me mover desesperadamente, mas em vão. O efeito <paralisia> ainda estava ativo. — Lio! Lio! — gritei. — Li-...
De repete uma lança veio voando e acertou PoH no ombro direito arremessando-o vários metros para trás. Olhei para direita e vi um jogador na saindo da floresta. Ele vestia uma malha de couro negra com um peitoral de prata sobre ele com o desenho de uma águia entalhado dele. Olhos afiados que nunca vi demonstrarem medo. Cabelos verdes cortados em degrade nas laterais e uma franja quase cobrindo seu olho esquerdo. Flint!
Ele ergueu sua mão direita e sua lança rapidamente voltou voando para sua mão enquanto ele fazia uma pose badess.
— Parece que cheguei na hora certa... — ele disse com um sorriso orgulhoso. — Parece que sobrou para mim salvar você, Lio.
Aincrad/ 1° andar, Cidade dos Começos calabouço abaixo do Palácio de Ferro Negro
>Ponto de vista da Asuka<
Nós caminhávamos pelos corredores da dungeon abaixo do Palácio de Ferro Negro. As tochas fixadas nas paredes iluminavam bem o local, ao contrario da prisão onde encontramos Kibaou.
Meus olhos se voltaram para Yulier, que caminhava a nossa frente. Dava para ouvir ela bufando daqui, mas eu entendo como ela se sente. Se não fosse por Kibaou as coisas não estariam assim.
— Ela vai ficar bem? — murmurou Argo ao meu lado.
— Ela é forte, vai ficar tudo bem... — respondi. — Ei Argo, posso perguntar uma coisa?
— Hm... — um largo sorriso se formou em seu rosto. Já posso até imagina-la levantando a mão e mostrando três dedos. — Claro! — ela sorriu.
— O-O que aconteceu com Thinker? Pelo que entendi a morte dele foi culpa do Kibaou...
— Ah, é isso... — ela suspirou. — Aconteceu duas semanas após a fuga dos jogadores vermelhos. Yulier e Thinker foram emboscados por um grupo de ex membros do Exercito quando voltavam de uma dungeon. Thinker morreu e foi assim que Yulier se tornou a nova líder do Exercito.
— Entendi... — então foi isso que aconteceu. Agora entendo por que ela ficou assim. Ela e Lio tem passados parecidos...
Continuamos seguindo pelos vastos corredores enquanto descíamos mais e mais para dentro da dungeon. A cada nível que descíamos um calafrio subia por minha espinha me causando arrepios. Yui de repente parou de caminhar e pareceu meio preocupada.
— O que foi? — perguntei.
— Jogadores vermelhos.
— Onde? — Yulier rapidamente virou para trás e veio em nossa direção. — Estão perto?
— Alguns metros à nossa frente.
— O que faremos Yulier? — um dos jogadores atrás de nós perguntou.
— Asuka, Argo e Yui seguirão sem a gente. Nós ficaremos para trás e ganharemos tempo — ela respondeu.
— Espere! Quer mesmo fazer isso? — questionou Argo. — Yui, em quantos são?
— Hm... quarenta.
— Vocês ficarão em trinta. Estarão em desvantagem — disse. — Tem certeza?
— Sim! Temos uma missão. Toda Aincrad conta conosco. Quando a luta começar vocês passarão por eles irão o mais rápido que puderem até o console.
— Yulier... — Argo não gostou do plano.
— Faça isso por mim Argo — ela sorriu gentilmente.
— C-Certo.
Nós então seguimos pelo corredor que fazia uma curva fechada para direita. Ao passarmos pela curva nós os vimos. O grupo de quarenta jogadores vermelhos enfrentando monstros do tipo besta. Lobos negros com espinhos de ossos nas costas e costelas projetadas parra fora. Entretanto, apesar da aparência feroz os lobos foram facilmente derrotados.
Nós vamos criar uma abertura. Quando eu der o sinal vocês correm — ela murmurou. Assenti com a cabeça. Ela então deu um passo a frente. — Ei, vocês! — gritou Yulier. — o grupo de jogadores vermelhos rapidamente se voltou para nós. — O que acham de um desafio de verdade?!
— Com entraram aqui?!
— Vamos mata-los!
— Acabem com eles!
Eles então vieram correndo em nossa direção. — Vamos! — Yulier correu na frente. Um a um nós a seguimos.
O som do metal das espadas se chocando logo começou a ecoar pelo vasto corredor. Com se chicote Yulier estava imparável. Um deles veio em minha direção. Desembainhei meu florete saltei para esquerda. O jogador usava uma espada curta e parecia não saber se mover num PVP. Eu então saltei para frente e desferi um combo de três acertos contra ele, que caiu atordoado no chão.
— Asuka, vai! — gritou Yulier.
— Argo! — gritei. Ela passou correndo por mim carregando Yui nas costas. Segui atrás delas e deixamos Yulier e seu grupo para trás. — Para onde Yui?
— Sigam reto e virem a esquerda!
Dois monstros do tipo besta renasceram a alguns metros a nossa frente. Era lobos do mesmo tipo que os jogadores vermelhos enfrentavam momentos atrás. Usando <Arrancada> eu corri na frente. A lâmina do meu florete brilho em lilás, <Raging Wind>, que consiste em 16 ataques consecutivos.
Eu então desferi oito acertos contra o primeiro lobo e mais oito contra o segundo. Após a conclusão do meu combo ambo explodiram em fragmentos de luz azul, que choveram por toda sala.
Continuamos correndo e enfrentando pequenos grupos de monstros até finalmente chegar no nosso objetivo. No fim do corredor, a direita, uma luz branca escapava pela porta de uma única sala. Salas assim normalmente são áreas seguras em dungeons que os jogadores usam para descansar, mas esta era diferente. Enquanto corríamos percebi que Yui parecia tensa, mas achei melhor não questiona-la. Talvez ela só esteja nervosa.
Passamos pelo corredor e entramos na sala, que era totalmente branca por dentro, exceto por uma mesa me pedra lisa muito parecida com mármore, mas esta era negra.
— Então aquele é o console...? — arfei, cansada.
— Sim... — disse Yui enquanto Argo a colocava no chão.
— O que faremos agora? — questionou Argo.
— Vamos concertas as coisa — disse Yui caminhando em direção ao console. — Este lugar me trás lembranças, embora elas sejam de uma outra "eu"... — Argo e eu nos entre olhamos confusas com o que ela havia dito. — Mas se eu puder fazer ao menos isso... — ela então gentilmente tocou o console.
Um som de toque muito semelhante ao que ecoa quando abrimos o menu ecoou pela sala, mas nada aconteceu. Tudo ficou em silêncio. Um silêncio tão profundo que parecia que estávamos afundando num oceano escuro. Até que de repente a sala ficou escura.
— O-O quê?! O que está acontecendo? — questionou Argo assustada.
— E-Eu não sei... — disse apertando minhas mãos contra o florete.
— Preparem-se! — Yui gritou.
As luzes então ascenderam. Estávamos em uma sala redonda feita de uma pedra negra e no centro da sala estava uma criatura. uma silhueta humanoide de dois metros e meio vestida em um oscilante manto negro. Dentro do manto, os braços que saiam das mangas eram escuros, corpóreos e torciam-se como se eles se enrolassem. Dentro do seu rosto sombrio, tudo que o ocupava era um par de globos oculares energéticos, com suas veias sanguíneas visíveis, nos encarando como se fossemos moscas presas na teia de uma aranha.
Ele empunhava uma grande foice negra em sua mão direita. No limite daquela lâmina curvada cruelmente, um liquido vermelho viscoso escorria, gota após gota. Como um todo, ele tinha uma figura igual a de um deus da morte. Os globos oculares do deus da morte giraram e olharam diretamente para Yui. Nesse momento, calafrios correram através de todo o seu corpo, como se seu coração tivesse parado por puro medo.
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