Epílogo
— E estamos recebendo aqui com exclusividade total, depois de 10 anos desde a reviravolta na casa branca. Ela que hoje veio contar sobre sua nova vida e divulgar o seu livro. Recebam Amalia Mayer! – Jimmy North apresenta e vários aplausos explodem no estúdio. Sorrio e entro acenando para a platéia e cumprimentando North. — Eu realmente estou me sentindo velho, nossa primeira entrevista foi a dez anos atrás!
— Sim. – concordo rindo. — E você parece mais jovem do que a 10 anos, me diga qual é o seu segredo. É botox? – questionei e a plateia toda riu.
— Não ouse me expor dessa maneira. – diz me fazendo rir. — Mais uma entrevista sua que é exclusiva, não se sente importante?
— Da primeira vez eu estava mais nervosa, hoje está sendo mais calmo.
— Ótimo! Amalia, vamos começar com os assuntos mais pesados, como foi para você toda aquela confusão com o seu pai? Digo, acredito que tenha sido horrível para você toda a situação. Mas como conseguiu lidar? – suspirei.
— Não foi muito fácil. A realidade é que eu já sabia que ele não era a melhor pessoa do mundo, mesmo que eu o enfrentasse de frente eu sentia medo. E ainda assim eu era vista com a filha bastarda com um parafuso a menos. Qualquer coisa que eu dissesse ninguém acreditaria, então eu tive paciência. Quando descobri sobre tudo o que ele fez eu fiquei extremamente arrasada. Eu esperava tudo menos aquelas coisas. – digo sincera.
— Claro. Você foi a única pessoa com ligação ao ex presidente que quis se pronunciar sobre o ocorrido mesmo correndo riscos já que o pessoal estava bem chateado na época. De onde veio tanta força e coragem de encarar o povo americano e fazer aquele discurso? Um discurso muito bonito por sinal.
— Eu pensei na minha mãe. – confessei. — Ela sempre foi uma boa mulher, me ensinou muita coisa boa, me fez ser a mulher que sou hoje e que me orgulho muito. Naquela hora eu pensei em como ela se sairia ali naquele lugar, no que ela pensaria. E sem dizer que eu nunca quis ser falsa, em todo o momento eu me mostrei quem era. A minha vagina nas capas de revista explica isso. – a platéia ri. — Naquele momento eu percebi que não poderia fugir sem nenhuma explicação. O povo merecia um pedido de desculpas.
— Sim, e tenho que te dizer. Você arrasou! – rio. — Você falou da sua mãe, agora me diz como é ser mãe? – sorri.
— É a coisa mais mágica do mundo! – sorrio abertamente. — É um sentimento inexplicável, eu me sinto feliz ao quadrado.
— Está com saudade? Afinal fazem uma semana que você está viajando pelo mundo na divulgação do seu novo livro.
— Saudade é pouco. É como se tivesse faltando um pedaço meu. – a platéia soltou um "awwwn".
— Você e Chad Humphrey estão casados a 10 anos? É isso mesmo?
— Estamos juntos a 10 anos, mas casados oficialmente a 4. Mas como nos casamos antes, é o que vale.
— Como você lida com o assédio das mulheres em cima dele?
— Não é fácil. Desde o começo eu entendi que teria que lidar com esse tipo de coisa, afinal meu marido não é de se jogar fora. – me gabei para a câmera. — Mas hoje eu lido melhor do que antes. Eu confio nele e ele confia em mim e isso é tudo o que importa.
— Isso sim é uma mulher segura! – ele diz animado. — Para você Amalia, o que é essencial em um relacionamento?
— Respeito, confiança e reciprocidade. Acho que se não ter nenhum desses três não vai dar certo. Os dois têm que trabalhar juntos nisso, não pode haver um lado a mais que o outro. Trabalhamos com a regra da balança. Os dois lados têm que combinar. – a platéia aplaudiu.
— Fotógrafa, escritora, mãe, esposa e conselheira amorosa. Você é um pacote completo. – ele diz e sorrio. — Amalia, como foi assumir publicamente a sua bissexualidade?
— Foi bem surpreendente. Eu não esperava tanto apoio e nem tanta compreensão das pessoas. As pessoas já esperavam algo do tipo de mim, e eu fiquei tipo: "Estava tão na cara assim?" e fiquei em choque. Mas depois entendi melhor. As pessoas têm me usado como espelho, ou como um exemplo. Isso é muito mais do que eu poderia esperar.
— Dez anos e eu continuo te admirando. Tem certeza de que prefere o Chad do que eu? – soltei uma risada.
— Desculpe Jimmy, mas você chegou tarde. – ele concordou.
— E por último mas não menos importante. Sobre o que é "Suspeita Parceria?" – questionou segurando uma cópia do meu livro em mãos.
— É sobre a minha vida desde quando conheci Chad. Nele está exatamente tudo o que senti, tudo o que passamos e como chegamos no caminho da felicidade. E tem alguns bônus do Chad, de como ele se sentia e o ponto de vista dele.
— Então é quase uma biografia de casal? – afirmei. — Isso é realmente genial. Vou começar a ler assim que o programa acabar. – garantiu. — Comprem Suspeita Pareceria! – a câmera principal deu um foco no livro. — Amalia, é sempre um prazer recebê-la aqui. Foi muito bom saber sobre como se sentia e acredito que todos também estavam querendo. Muito obrigada pela sua presença e espero que venha mais vezes para mais uma exclusiva e é claro, me fazer ganhar audiência.
— O prazer e meu Jimmy. É sempre um prazer te ver.
— E essa foi Amalia Meyer! – todos aplaudiram e novamente a luz vermelha desligou. — Muito obrigado Amalia. Foi bom te encontrar!
— Eu que agradeço Jimmy! – apertei sua mão. Me despedi dele e corri de volta para o camarim.
Peguei meu celular.
— Oi, já terminei a gravação. Estou indo pegar o primeiro vôo para Londres. – digo pegando minhas coisas e saindo.
— Certo. Eles ainda estão em casa, Lana e Keegan saíram e só vão voltar amanhã a noite. – dona Anne me conta.
— Certo, eu vou chegar logo. – digo chamando um táxi na saída do estúdio.
— Tudo bem querida, tome cuidado. Tenha uma boa viagem. – sorri com seu cuidado.
— Pode deixar, tomarei. Beijos.
— Beijos. – finalizei a ligação.
— Moço, para o aeroporto. – digo ao taxista. Suspirei e encarei as luzes iluminando as ruas de Nova York.
10 anos se passaram e a minha vida foi de boa a melhor. Chega a ser muito melhor do que eu esperava.
De início eu procurei a ajuda como foi combinado. Foram longos meses enfrentando terapias em grupo. Quando acabou eu realmente fiquei um pouco triste, eu gostava de estar com aquelas pessoas. Elas me motivavam a melhorar, eu tinha todo um apoio.
Chad e eu conseguimos dinheiro o suficiente para comprar uma casa maior e melhor e ainda sobrar para ele fazer seu estúdio. Claro que nós dois iriamos trabalhar ali. Logo que foi inaugurado já havia fila de pessoas por lá.
A família de Chad nos deu todo o apoio. Até saíram da Irlanda e foran para Manchester para ficar mais perto de nós e isso é claro, só fez com que eu me apaixonasse cada vez mais por essa família. Anne me trata como uma filha, sinto um carinho intenso por ela.
Chad e Keegan são mais próximos do que eu esperava. Descobriram que tinham muita coisa em comum, principalmente em pertubar Mirella. Eu era mais próxima de Kiara, eu era uma espécie de irmã mais nova para ela que servia de babá para os filhos quando ela e o marido — Nicolas que voltou do exército — queriam um momento a sós. Eu é claro, devolvi quando tivemos nossa pequena.
Ela é a criança mais perfeitinha do mundo, assim como eu esperava. Era doce, falante e linda. Era o Chad de meio metro e personalidade de Amalia todinha. Somos realmente um ótimo casal. Quando Chad dizia que eram cinco anos, ele não estava brincando. Foi tudo de uma vez só.
Na mesma época Keegan e Lana tiveram os gêmeos. São um trio inseparável.
Tudo parecia ser realmente um sonho.
O taxista parou no aeroporto e lhe paguei. Quando fui fazer o check-in, me informaram que o vôo iria atrasar já que tinha acontecido um imprevisto. Bufei frustrada e me pus a esperar.
Saudade dos jatinhos. Com eles nada disso estaria acontecendo.
Recebo uma mensagem e pego o celular para ver. É Felícia me mandando fotos do seu bebê, Lucca.
Ela e Faith se deram muito bem na vida. Faith está se tornando aos poucos uma grande estilista. Já Felícia conquistou seu espaço e fama como tanto queria sendo youtuber, ela vive em eventos famosos. Recentemente, teve Lucca e estava totalmente focada a ele. Eu sabia que ela seria uma boa mãe.
Já Faith só pensa em sua carreira, nenhum plano de ter bebês tão cedo.
Beckett e Suzy finalmente resolveram se casar. Foi um casamento que parou Las Vegas, literalmente. Agora vivem os dois viajando pelo mundo e curtindo a vida como merecem.
Me encostei no banco e suspirei. Estava tudo tão cansativo nos últimos dias. Uma semana sem os amores da minha vida, tudo porque estou divulgando meu livro. Resolvi colocar tudo o que eu vivi e senti no papel e mostrar ao mundo. Parece que estava dando certo já que eu estava dominando os hankings de vendas.
Responder hoje depois de tanto tempo sobre o que houve a 10 anos foi um tanto... doloroso. É uma ferida que sempre vai estar em um cantinho do meu coração. 3 anos depois do julgamento de Johnson e sua condenação, ele morreu no presídio vítima de uma contaminação. De algum modo ele pagou e está pagando em algum lugar pelos seus feitos.
Meu celular vibra novamente mostrando uma nova mensagem. Era uma foto dos meus dois amores.
"Descanse mamãe, nós te queremos bem saudável. Te amamos! ❤"
Sorri e devolvi a mensagem com vários "amo vocês" e milhões de corações. Graças a minha adorável filha eu estou gostando de emoji.
Encarei meu relógio e já era tarde. Quando eu estava pronta para chorar de frustração, o meu vôo foi chamado me fazendo soltar um suspiro de alívio.
Não demorei a embarcar no vôo e aproveitei para descansar.
Só acordei quando a aeromoça informou que já iríamos desembarcar. Não demorou para que estivéssemos em terra firme. Sai do aeroporto e entrei no táxi direto para casa. Já era 9 horas da manhã em Londres.
O táxi parou em frente a nossa casa e o paguei descendo logo em seguida com a minha mochila em mãos. Eu tive que me despedir da minha antiga amiga de viagens já que só tinha lhe sobrado um pedaço do pano.
Entrei na casa e suspirei aliviada. Finalmente em casa!
Woz, nosso filhotinho de biggle estava deitado e sua caminha confortável na sala. Sorri com a cena. Ouvi uma conversa na cozinha e segui para o cômodo deixando a mochila na sala.
— Calma, tem que colocar aos poucos. – Chad instrui a criatura de meio metro sobre uma cadeira. — São só duas colheres.
— Entendi papai. – ela diz enchendo uma colher e derrubando metade da farinha no chão enquanto leva até travessa.
— Vamos acabar fazendo uma lambança nessa cozinha. – ele resmunga. Ela volta a encher uma colher e levar até a mistura. — Isso. Agora o chocolate. – ele diz trocando de pote.
— Papai, mamãe gosta de muito chocolate não é? – questionou.
— Sim, tanto quanto você. – ele responde.
— Então vou colocar bastante.
— Só tome cuidado com... – era tarde de mais. – a roupa. – encarou a garotinha com chocolate em pó dos pés a cabeça. — Você consegue ser pior que sua mãe na cozinha. – ele a pega no colo e a coloca sentada sobre o balcão enquanto tira o exesso de chocolate em pó dos cabelos dela.
— Eu ouvi isso Humphrey! – digo lhes chamando a atenção.
— Mamãe! – ela exclama animada e desce do balcão correndo até mim que a pego nos braços. — Estava com saudade!
— Eu também estava meu amor. – lhe abraço forte. — O que estavam tentando fazer?
— Cookies para você mamãe. Mas papai fez tuuudo errado.
— Eu quem fiz errado? – Chad questiona ofendido. — A senhora quem esqueceu que chocolate é para comer e não tomar banho.
— Ai papai, por que tão dramático? – pergunta me fazendo rir. — Mamãe você viu a foto que eu e papai te mandamos?
— Sim, eu vi. Ficaram lindinhos. – digo limpando o chocolate de sua roupa.
— Eu sei. – sorriu. Tão modesta... — Fiz um desenho bem lindo para você, vou buscar. – a coloquei no chão e ela saiu correndo.
— Elizabeth, sem correr! – digo, mas foi em vão. Foi como se eu tivesse dito "corra na velocidade da luz". Olhei para Chad que me olhava. — Não vai receber sua mulher direito? – perguntei. Ele sorriu e se aproximou me envolvendo a cintura.
— Eu quero chorar. – lhe encarei.
— Por que?
— Porque você finalmente está aqui. – me abraçou e sorri abertamente.
— Seja menos, meu coração é fraco. – colei nossos lábios matando a saudade imensa que eu estava. Cortamos o beijo e nos encaramos. — Senti sua falta.
— E acha que eu não senti? Parecia que uma parte do meu coração tinha sumido. – eu ri.
— Chad, eu tenho a outra metade do seu coração e você tem a outra da minha. Quando estamos separados levamos um a metade do outro junto. Quando estamos juntos, as metades se completam. – ele sorri e volta a me beijar.
— Eca! – uma vozinha fingindo vômito nos chama a atenção.
— Eca o que criança? – questionei. — Quando for sua vez eu vou fazer questão de fazer "ECA".
— Eu serei o primeiro a fazer isso. – Chad diz.
— Combinado. – digo e fazemos o nosso hi-fi.
— Eu nunca vou beijar. Mas se um dia eu beijar vou usar o meu celebero e beijar bem longe de vocês. – ela diz petulante.
Sim, ela tem 4 anos.
— Onde está o desenho? – Chad pergunta mudando de assunto e a pegando nos braços.
— Aqui. – me estendeu um papel e me juntei a Chad para ver. — Esses somos nós.
— E quem é esse? – apontei para um palitinho bem pequeno.
— Meu irmãozinho. – a encaramos. — Vocês disseram que me dariam um irmãozinho tão perfeitinho quanto eu. Quando ele vem mamãe? – encarei Chad e sorri.
— Quem sabe em breve? Não sei, já pediu ao papai do céu? – questionei.
— Sim, eu fui até com a vó Anne na igeja. Fala para ela papai.
— Ela foi dois dias seguidos na igreja pedir ao papai do céu um irmãozinho e uma boneca rica. – ele conta.
— Boneca rica? – questionei com o cenho franzido.
— Uma boneca linda que dirige vários carros e motos. – ela e Chad dizem juntos e depois sorriem um para o outro.
— E onde eu encontro isso? – perguntei.
— Vamos comprar carros por carros. – Chad diz. — Não importa o estilo do carro, ela só quer uma fila de carros e motos para andar para onde quiser. – ele explicou.
— Isso mesmo. Papai entendeu. – sorriu orgulhosa. — Não existe carro de menina e menino então eu quero vários.
— Agora eu entendi. – sorri orgulhosa e beijo seus cabelos. — Acho bom a senhora ir para o banho. As formigas vão vir correndo pegar você.
— Ta bom. – ela diz estendendo os braços para mim.
— Eu dou banho nela e você arruma essa bagunça. – digo a pegando nos braços. — Vamos para Manchester ainda hoje.
— EBA!!! – Liza comemorou.
— Fazer o que lá? – Chad questiona.
— Eu estou com saudades de todos. Vamos tomar um banho bem gostoso ok? – ela afirma. Beijo levemente Chad e subo para o quarto de Liza.
Elizabeth. Eu não poderia colocar outro nome além desse. Eu queria homenagear minha mãe e o fiz. Além disso, recuperei o sobrenome da minha mãe e retirei McKean. Hoje sou apenas Amalia Meyer Humprhey.
No finzinho da tarde nos dirigimos até Manchester. Liza dormiu o caminho todo, isso significa que essa noite ela não dorme de jeito nenhum.
Chegamos a propriedade da família de Chad. Estavam todos por lá animados. Cumprimentei toda a família enquanto Liza correu para brincar com os primos. Nos sentamos para jantar e foi tudo bem divertido como sempre é. Isso me trás lembranças do nosso casamento. Foi lindo.
Anne se coloca de pé ganhando a atenção de todos.
— Eu quero fazer um brinde. – ela sorri. — Um brinde especial.
— O que eu estou perdendo? – Keegan questiona.
— Eu só me sinto feliz. – ela sorriu emocionada. — Vocês estão todos aqui, comigo e felizes. Com suas famílias formadas. Não foi fácil para nenhum de nós aqui chegarmos onde estamos. Hoje fazem exatos 37 anos desde que tive que tomar a pior decisão da minha vida. — encarou Chad. — Mas hoje, quase 40 anos depois estão todos aqui. Nunca me vi tão feliz quanto tenho me visto nesses últimos 10 anos. – sorriu me olhando. — Obrigada por me causarem essa grande felicidade. Um brinde! – todos erguemos nossas taças e brindamos.
A noite em sí terminou animada como sempre.
— Chad... você acaba comigo. – digo ofegante e ele ri no mesmo estado que eu.
— Você também acaba comigo. – eu sorri e lhe encarei pelo reflexo do espelho no teto.
Sim, eu fiz isso.
— Chad, as rezas da Liza deram certo. – ele me olha.
— Como assim? – reviro os olhos.
— Lerdinho. Vamos ter outro perfeitinho. – sorri. — Eu estou grávida. – ele senta na cama em choque.
— Você está falando sério?
— Muito sério. 14 semanas. – sorri para ele. Ele cobriu a boca com as mãos enquanto ainda me encarava em choque.
Seus olhos estavam marejados, exatamente iguais o dia em que descobrimos sobre Liza. Tão lindo que me faz querer chorar.
Com isso ele segura meu rosto em suas mãos e me beija.
— Obrigado por isso. – ele diz.
— Obrigada você por isso. – o beijei. — Mas isso é só entre eu, você e sua mãe por enquanto.
— Minha mãe sabia?
— Sim. Foi a primeira que eu contei. Vamos esperar um tempo e contar para Liza certo?
— Combinado. – fizemos nosso hi-fi e sorrimos nos envolvendo um ao outro. — Eu te amo tanto.
— E eu te amo tanto que não dá para dizer em palavras. – sorrimos mais uma vez.
-x-
No dia seguinte, acordei um pouco mais tarde que nos outros dias já que Liza ficou em Manchester com a avó e os primos. Era sua última semana de férias, nada mais justo do que ela aproveitar com quem ela gosta de verdade.
Chad por sua vez já estava acordado, então apenas tomei um rápido banho e vesti meu vestido novo, o vestido que eu simplesmente tinha me apaixonado.
Ao descer e adentrar a cozinha, encontro Chad mexendo no celular todo destraido. Não é surpresa alguma que Chad é muito melhor que eu na cozinha, então a função de entrar na cozinha é toda dele.
Me aproximo sem que ele perceba e lhe abraço por trás.
— Já acordada? Achei que ficaria mais um pouco na cama. – ele diz antes de se virar de frente para mim e me roubar um beijo.
— Não consigo ficar deitada por muito tempo. – bocejei. — O que está fazendo?
— Só checando o Instagram do cara mais bonito do mundo. – riu lhe dei um beliscão. — Ai! Já disse que isso dói?
— Sim, é essa a intenção. – ele bufa e lhe roubo um beijo.
— Vamos tomar um café fora? – perguntou.
— Vamos que eu e seu filho aqui estamos com fome. – digo e ele sorri.
— Mais uma boca faminta para alimentar. - reclamou e eu ri. Assim que me afastei ele parou para me analisar. — Que vestido é esse?
— Comprei no México, o que acha? – dei um giro.
— Bonito. – se aproximou com as chaves em mãos.
— Paguei metade do preço, nunca vi um vestido tão caro. – abrimos a porta de entrada e saímos em seguida.
— Como conseguiu pela metade do preço? – questionou.
— Tive que implorar para a vendedora. – ele revirou os olhos.
Quando colocamos os pés para fora dos portões uma van preta se aproxima. Dois homens saem da mesma e enfiam sacos pretos em nossa cabeça nos colocando dentro do carro.
Outra vez não!
Sinto uma agulhada no braço e quando dou por mim, caio no sono.
Ao acordar, sinto minha cabeça pesar. Abri os olhos e encarei a figura de Chad em minha frente no mesmo estado que eu.
— Olha quem acordou. – uma voz feminina soa. Olho para a senhora a minha frente.
— O que é que eu fiz agora? – questionei chorosa.
— Não se lembra? – ela pergunta e nego com a cabeça. — Então vamos refrescar sua mente. – ela estralou os dedos e duas mulheres aparecem segurando outra. Meus olhos se estreitam prontamente.
A vendedora.
— Ah não! – reclamei.
— Acha bonito comprar vestido sem pagar? – a senhora mais velha questiona. Chad me encara indignado.
— Você não aprende nunca? – ele questiona e forço um sorriso para ele.
— Como eu iria saber que a loja fazia parte de uma gangue feminina? – argumentei.
— Quando você vê que não vai conseguir pagar, simplesmente não compre. – ele diz.
— Mas o vestido é bonito! – volto a argumentar.
— Quantos anos você tem mesmo? – ele questiona e bufo.
— Vocês vão realmente discutir a relação durante um sequestro? – a senhora questiona com cara de tédio. — Quero que me paguem o que me devem.
— Quem comprou foi ela, não tenho nada a ver. – Chad diz e lhe fuzilo com o olhar.
Que belo marido eu fui arrumar.
— Você é marido dela, você também deve pagar. Quero o dobro do valor do vestido, ou acabarei com vocês. – ela sorriu maldosa.
Eu poderia chorar por algo de 10 anos atrás retornar assim dessa maneira. Mas a verdade é que eu quero rir, eu e meu destino idiota.
Após fazer um acordo com a senhora chamada Etna Garcia, isso mesmo. Uma das oito esposas de Juan. As mesma mulheres que nos pegaram, nos deixaram em uma praça próxima a nossa casa. Eu e Chad nos encaramos.
— Vai me deixar sozinha nessa? – questiono mordendo o lábio inferior aflita.
— Deveria, mas como eu poderia? Talvez eu te tranque em um quarto e não te deixe sair mais de lá. Você é louca? – pergunta em pânico e não evito rir.
— Oh, por favor me tranque. Se quiser também me algeme. – estrndi meus pulsos para ele lhe dando um sorriso perverso.
— Amália, facilita. – pediu e eu ri.
— Nós vamos dar um jeito, nós sempre damos um jeito. – digo lhe abraçando. — E agora somos experientes na área, saberemos llidar melhor do que da primeira vez.
— Claro que conseguimos, somos uma boa parceria. – ele diz agora mais leve.
— Somos uma suspeita parceria. – susurro e ele ri.
— Sim, uma suspeita parceria.
Sorri e lhe abracei mais forte.
Não importa em quantas vezes voltemos a essa situação ou em qualquer outra dificuldade. Nós sempre vamos conseguir passar por cima de qualquer dificuldade ou obstáculo, pois juntos nós somos mais fortes.
De alguma forma, fomos destinados um ao outro. Ele é a noção que faltava em mim. E eu a falta de noção que faltava nele.
Querendo ou não somos uma boa parceria, mesmo que seja meio suspeita. E não quero mudar isso nunca.
***
Hoje eu vejo que a proposta da história era grande e sinto que não pude desenvolver do tamanho que deveria. No fim se tornou uma história simples que ao meu ver poderia ter sido mais explorada, mas como eu disse antes eu escrevi Suspeita Parceria em uma semana. Eu estava tão, mas TÃO animada por ser a primeira obra que eu consegui finalizar desde o meu bloqueio criativo de dois anos, que apenas embarquei na onda e aproveitei o que minha mente estava me dando.
Mas de qualquer forma, eu gosto do resultado e espero que vocês também tenham apreciado. É isso, MUUUUUUUUUUUUUUUITOOOOOOO OBRIGADAAAA a todos que acompanharam até aqui 💜
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