Capítulo 4
Acordo no dia seguinte mais animada do que eu esperava. Nunca tinha estado assim.
Tomei uma banho rápido e vesti meu short preto e camiseta branca maior que o short e um tênis rosa. Fiz a maquiagem que sempre faço e abri a porta do quarto encontrando Chad.
— Bom dia! – sorrio.
— Bom dia. – diz franzindo o cenho.
— O que foi?
— Não sei, está animada. Aconteceu algo nesse quarto que eu não saiba? – questionou e sorri e me aproximei de seu ouvido.
— Talvez você esteja envolvido. – susurrei e sai saltitando na sua frente.
— Você está me dizendo...
— Não estou dizendo nada, bonitinho. Vamos ver se encontro meu querido pai e entramos com o plano de ser uma boa menina em ação. – sorri novamente e andei em sua frente.
Desci e segui para a sala de jantar encontrando a trindade satânica na mesa.
— Cadê meu pai? – perguntei roubando a taça de sala de fruta de Faith e recebendo um olhar raivoso dela.
— Onde ele sempre está. – Stephany responde sem me olhar.
— Ótimo. – devolvo a taça depois de ter comido metade. Saio da sala de jantar ouvindo Faith reclamar e caminho até o escritório.
Ao chegar lá, ele está com seus queridos assistentes. São uns doze.
— Bom dia paizinho.
— Diz logo o que quer. – diz sem retirar os olhos dos papéis.
— Tenho um novo segurança. – digo.
— Quero ver quantas horas vai durar. – resmungou.
— Eu não pretendo deixar esse ir. – digo finalmente ganhando seu olhar.
— Você disse isso com os outros 84.
— Foram 85. – lhe corrigi. — E eu sei disso, mas agora é diferente. Eu vou mudar pai.
— Essa eu quero ver. – riu debochado. — O que é? O dinheiro está fazendo falta? Você insiste em dizer que não é igual a mim mas sinto em te dizer, você é sim.
— Não me compare a você. – digo séria. — Eu não tenho nada a ver com você, entende?
— Era só isso? Tenho mais o que fazer. – diz com rota desdém.
— Eu tenho um segurança agora, posso sair? Prometo não colocar minha vagina nas capas de revista.
Seus assistentes me encararam.
— Vá logo! Tenho um país para governar.
— Se ao menos soubesse o que é isso eu te dava razão. – debochei me retirando da sua sala e encontrado Chad. — Chad, vamos sair. – ele afirma. Peço o carro para um dos seguranças que corre para buscar.
— Onde vamos?
— Não sei, o que podemos fazer?
— Algo para ganhar dinheiro? – revirei os olhos.
— Você só pensa em dinheiro?
— Minha cabeça está numa bandeija pronta para ir para o forno, o que quer que eu pense?
— Eu lhe disse que vai dar certo, confie em mim. Vamos andar de iate?
— Você está brincando, não é? – questionou me olhando indignado.
— Não estou. Eu tenho um iate que nunca usei, mas me deu vontade neste exato momento. Vamos! – o carro parou em nossa frente e corri até o banco do motorista. Um tanto receoso Chad entrou no carro.
— Você sabe dirigir, não é mesmo? – me encarou.
— Claro que eu sei.
Não eu não sei. Mas é uma ótima oportunidade para aprender.
Saímos da casa em velocidade máxima. Chad quase teve um ataque, e isso só me fez rir.
Chegamos em pouco tempo a marina onde tinha vista do rio Potomac. Descemos do carro e Chad ainda estava tonto.
— Se queria nos matar, era só avisar que eu procurava um prédio alto! – diz irritado.
— Você está vivo não está? Para de reclamar! – resmunguei e fui até um senhor que eu pouco conhecia mas sabia que era responsável pelos iates. Conversei pouco com ele até ele dizer que nos levaria para um passeio.
Assim que o iate começou a se mover, corri para a beirada recebendo um vento fresco em meu rosto. Tudo parecia tão calmo e relaxante.
— Você realmente nunca veio aqui? – Chad pergunta do nada me assustando e quase me fazendo cair na água, mas ele é mais rápido e me agarra. — Hoje você realmente está afim de morrer.
Sorrio, ele tem esse dom sobre mim.
Ajeitei minhas costas em seu peito enquanto ele se mantia agarrado em mim.
— Eu não venho aqui desde que minha mãe morreu. – confessei. — Esse iate era dela. Meu avô tinha lhe dado a muito tempo atrás e ela disse que era meu, somente meu. Depois que ela morreu meu pai quis vender, mas eu não deixei. Pedi para que eles reformassem e eles o fizeram, mas nunca realmente tinha vindo aqui.
— E o que te fez vir aqui tão aleatoriamente?
— Sinceramente, eu não sei. Só sei que eu me sinto bem.
— Como seu pai reagiu? O que ele disse? Eu tentei ouvir atrás da porta mas aqueles caras não deixaram. – eu ri
— Que história é essa de ficar ouvindo atrás das portas? – brinquei. — Ele basicamente ignorou tudo e me expulsou da sala dele.
— Seu pai é realmente um merda. Com todo respeito.
— Sim eu sei, sou muito azarada com família. – me virei para sí. — Mas e a sua? Você nunca nem citou eles.
— Não tenho muito o que falar. – deu de ombros. — Eu sou sozinho.
— Sozinho?
— Sim. Meus pais morreram a dois anos.
— Sinto muito.
— Foi um incêndio. Aconteceu tão do nada. – suspirou. — Mas já passou. – diz me confortando. – Vamos fazer o que o dia inteiro? Eu achei que a filha do presidente fazia coisas mais interessantes.
— Tipo o que?
— Não sei, compras? Pelo menos como as dos filmes. – soltei uma risada.
— Isso é coisa da Faith e da Felícia. Eu prefiro me diverti com festas em boates.
— Isso eu sei bem. – sorrio.
Seria mentira se eu dissesse que não quero beijá-lo. Ah eu queria muito.
— Vamos em uma boate hoje. – digo ainda sorrindo.
— Fazer o que em uma boate?
— Pescar. – ironizo. — Vamos em uma boate que eu nunca fui mas sempre tive vontade de conhecer.
— Você quem manda. – deu de ombros como se não tivesse outra escolha.
— Vamos nos divertir, e quem sabe fazer algo interessante. – digo sorrindo com segundas intenções.
— Você está muito próxima, afasta. – diz se afastando e me fazendo bufar.
— Por que está com essa coisa hein? Já passamos a noite juntos.
— Eu estou traumatizado.
— Eu não estava drogada.
— Estava sim, você me fez... – olhou para o senhor comandando o iate e desistiu de falar.
— Qualquer pessoa faria aquilo.
— Mas eu não.
— Mas fez! – ele resmungou e me pus a rir.
Depois de dar uma boa volta pelo rio, voltamos a marina. No caminho passamos no drive thru do MC donald's e dessa vez com Chad dirigindo.
Ao chegar em casa me deparei com dois caras de branco saíndo.
— Quem morreu? – perguntei encontrando August parar próximo as escadas.
— Faith caiu da escada e torceu o pé. – ele diz.
— É pecado rir? – susurrei para Chad.
— Sim, é.
— Então vou para o inferno de tobogã. – digo soltando uma gargalhada alta assustando August e Chad.
Subimos para o quarto e eu não parei de rir.
— Você não vale nada. – Chad diz ao entrarmos em meu quarto.
— Nunca disse que valia. – dei de ombros. — Uma vez eu subi numa árvore e fiquei pendurada, advinha o que aquelas duas fizeram? Não chamaram ninguém. Eu passei a noite toda pendurada na droga da árvore.
Ele me encarou, tentou segurar o riso mas não resolveu. Lá estava ele gargalhando igual idiota. O mais idiota ainda, é que eu também ri.
— Ainda tem espaço no tobogã? – ele pergunta.
— Para você tem até dois. – sorrio.
— Você fica mais bonita sorrindo. – ele diz do nada me pegando de surpresa.
— E você também. – digo e ele não evita sorrir. — Somos tão lindinhos, deveríamos ter bebezinhos lindos. Quer tentar? – ele revira os olhos.
— Vou indo nessa. – ele disse indo até a porta.
— Chad, não esquece que vamos sair as nove.
— Tá. – ele sai mas logo volta. — E por favor, não esquece a calcinha. – arqueio uma das sobrancelhas.
— Só por isso eu vou fazer questão de esquecer.
— Nem pense nisso ou eu mesmo venho até aqui e faço vesti-la. – sorrio abertamente.
— Seria um prazer. – ele bufa e sai do quarto.
Descobri que não existe nada mais divertido que estressar Chad. Ele faz essa marra toda mas sei que no fundo ele gosta.
Sem perceber eu cai no sono. Fui acordar faltando 20 minutos para as nove. Tive que encarnar o flash e fazer tudo correndo.
Vesti um vestido preto acima dos joelhos. Escovei meus cabelos e me maquiei. Vesti os saltos altos e me perfumei. Duas batidas na porta e encontro um Chad de calça jeans preta, camisa branca, tênis branco e com direito a cabelos bagunçados.
— Chad, eu estou grávida. – seus olhos se arregalam.
— O que?
— E você é o pai. – ele continua me encarando.
— Você está louca?
— Só de te olhar eu engravidei. – ele revira os olhos. — Eu estou falando sério. Como eu posso sair de casa com você assim?
— Você vai ou não vai? – perguntou impaciente.
— Diz que não vai me deixar sozinha para ir atrás da primeira que passar. Nem mesmo se ela for a Gisele Bündchen.
— Nem se fosse a Gisele Bündchen. – ele diz e sorrio. — Ela é casada. – meu sorriso se vai e lhe dou um olhar mortal seguido do dedo mau educado.
— Vai me testar mesmo?
— Só tenho olhos para você. Satifeita?
— Totalmente. – caminhei até ele.
— Espera! – parei. — Vestiu a calcinha?
— Quer conferir? – lhe desafiei.
— Vestiu ou não vestiu? – nada respondi. Ele bufou e se aproximou de mim. Colocou as mãos em meus quadris e apalpou a área com suas belas mãos. — Ótimo, criou vergonha e vestiu. – se afastou novamente. Me aproximo dele e lhe cheiro.
— Me lembre de mudar o seu perfume quando saírmos. Você está cheiroso de mais, vão ficar babando em cima de você. – digo saíndo do quarto.
— Você está agindo como uma namorada ciumenta. – diz quando já desciamos as escadas.
— E qual é o problema?
— Não somos namorados. – ele diz como se fosse óbvio.
— Você não sabe. – dou de ombros.
O carro estava parado em frente a entrada.
— Não vamos dirigindo? – ele pergunta ao avistar um dos homens de Beckett na direção.
— Não, pois nós vamos beber. – digo apenas. — Sou louca mas sou consciente.
— Quando quer. – resmungou.
— Quando quero. – concordei com um sorrisinho.
Ele não diz nada. Apenas seguimos para a tal boate. Ao chegar lá havia uma fila do lado de fora, mas conseguimos entrar pelos fundos com uma pulseira VIP.
Ao entrar no local, peguei um drink para mim e Chad. Havia várias mulheres dançando quase nuas em todo canto, e homens também. Certas pessoas já haviam ultrapassado certos limites e estavam fazendo coisas que geralmente não se faz com platéia. Mas quem sou eu para julgar?
Alcançamos um canto mais calmo enquanto uma música alta tocava.
— É sério que é isso que você queria conhecer? – Chad pergunta gritando em meu ouvindo por conta da música alta.
— Sim, legal não? – gritei de volta.
— Você é louca!
— Sim, eu sou. – retruquei. A música se foi e as luzes se apagaram. A luz incial focou diretamente no corpo brilhante de uma mulher no palco. Ela estava com glitter pelo corpo inteiro. — Ela deve ter glittler até naquele lugar. – comentei.
— Provavelmente. – ele concordou.
A mulher começou a dançar no rítmo da música que começou a tocar ao fundo. Uma música desconhecida por mim mas que com certeza era algo ligado a R&B. Vários caras que se encontravam na frente do palco gritavam para ela, outros assobiavam, outros elogiavam e tinha os que apenas admiravam. Assim como eu e Chad.
— Eu provavelmente quebraria o pescoço. – digo ao ver a mulher girar de cabeça para baixo no pole dance. A mulher abre as pernas e eu quase grito. — Talvez se eu tivesse colocado glitter igual ela não teria gerado polêmica.
— Você é a polêmica em pessoa. – Chad comenta.
— Talvez eu pinte meu corpo e saia assim por ai.
— Achei que o plano de ser boa moça já tinha iniciado. – ele diz estragando minhas esperanças.
— Eu só queria fazer igual ela. – digo fazendo manha.
— Você pode pintar, só não pode sair na rua assim. Seu pai surta.
— Então pinta meu corpo com a sua língua dentro do meu quarto. – ele me encara.
— Você é meio atirada, não acha? – ele questiona tomando um gole de seu drink.
— Presta a atenção no show. – digo lhe apontando a mulher no palco que agora se esfregava no pole dance. Um homem entra no palco também pintado dos pés a cabeça.
— Por essa eu não esperava. – Chad diz embasbacado.
— Nem eu. – concordo.
O homem faz algumas danças sensuais conforme outra música ia tocando. A mulher sumiu do palco e agora só há o homem fazendo basicamente a mesma coisa que a mulher.
— Chad, vamos nos pintar? – pergunto sem tirar os olhos do homem.
— Vamos, você pinta meu corpo com a sua língua.
— Partiu. – digo indo para cima dele mas ele me impede.
— No seu quarto. – ele corrige e arqueio uma sobrancelha. — Não! Quer dizer, eu estava brincando. Para de ser tão pervertida. – resmunguei qualquer coisa e voltei minha atenção ao homem.
Ele terminou sua dança e sua música acabou. O palco ficou escuro novamente. E foi então que outra música começou a tocar e duas luzes iluminaram os dois em cima do palco, mas um de cada lado. Conforme a batida da música eles foram caminhando um em direção ao outro. Ao se aproximarem, os dois começaram a dançar sensualmente ou quase sexualmente.
Bebi mais um gole do meu drink, a garganta secou.
— Quantos anos você tem mesmo? – Chad pergunta do nada.
— Vinte e um, Chad. – digo sem lhe olhar.
— Você ainda é uma criança. – resmunga.
— Foi mal ai museu histórico! – debochei recebendo um revirar de olhos dele. — Quer cuidar de mim?
— Eu já não estou fazendo isso? – lhe encaro e sorrio lhe dando um beijo no rosto.
— Esse foi na inocência. – expliquei.
Voltamos a atenção para o palco. Agora o homem se encontrava no chão enquanto a mulher rebolava em cima dele.
— Pornô ao vivo, sempre quis ver. – digo.
— Você é realmente maluca.
— Não sou maluca. Só tenho minhas curiosidades. – argumentei. — Vamos trocar de bebida? – ele afirmou. Voltamos até o bar e pedimos uma bebida um pouco mais forte. Quando estávamos voltando para o nosso lugar, um homem me segurou pelo braço.
— Que tal fazer o showzinho daquele para mim? – encarei o homem.
Ele estava me confundindo com uma dançarina?
— Sinto em lhe informar, mas não trabalho aqui. Agora já pode me soltar. – digo tentando me soltar dele.
— Não seja por isso, eu pago. – ele sorriu. — Só eu e você.
— Eu não quero, obrigada pelo convite. – tento me soltar mais uma vez.
— Ela já disse não! – Chad puxou meu braço e se colocou a minha frente. O homem se levantou ficando cara a cara com ele.
— Olha, eu realmente não curto dividir as moças com seus namorados. Não é bem a minha praia, eu prefiro só ela mesmo. – o homem diz em provocação.
— Então vai morrer com essa ideia. Mantenha suas mãozinhas imundas longe dela! – Chad diz ameaçador. — E quando uma mulher diz não, é não! Babaca! – ele diz por fim me puxando para o nosso lugar. Nos sentamos e ele me encarou. — Ele te machucou?
— Não, eu estou bem. – digo um pouco alheia a tudo enquanto lhe olho. Ele analisa meu pulso em preocupação e sem conseguir me conter o abraço. — Obrigada. Ninguém nunca me defendeu antes.
— É isso que seguranças deveriam fazer, não é? – me Afasto e lhe dou um soco no ombro. — Ai?
— Você não está aqui como meu segurança, está como meu amigo.
— Seu amigo?
— Sim, amigo.
— E quando foi que eu aceitei ser seu amigo? – minha boca se abre sem acreditar.
Ele realmente não quer ser meu amigo? Eu sou tão baixa assim?
Me afastei bruscamente dele mantendo uma longa distância.
— Vamos embora, cansei daqui. – digo me colocando de pé.
— Espera! Por que? – lhe olhei.
— Porque não é esse o tipo de programa que deveria ser fazer com o seu segurança. – digo por fim saíndo em sua frente.
Eu realmente achei que finalmente tinha encontrado alguém que poderia ser meu amigo, ou que eu tinha encontrado alguém em quem confiar mas eu sou uma infeliz que se ilude com qualquer coisa.
Ele não quer ser meu amigo, ele tem data para ir embora, não temos nada a ver além de um cara que quer nos matar. Eu lhe meti em uma furada das grandes. Esse é o único motivo para estarmos juntos. Não ultrapasse as barreiras e nem crie coisas impossíveis.
Para você Amalia, nada nunca irá dar certo.
✳
Quem é vivo sempre aparece né? Pois bem, acá estou eu!
Aproveitem o capítulo, beijooos
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