A velocidade em que nos vestimos e saímos a caminho do tal evento era inexplicável!

Na porta da casa branca havia muitos repórteres em busca de explicações e tenho certeza de que no tal evento não deve estar diferente. Por isso, será ótimo. Confesso que depois das últimas declarações, eu me peguei muito mais transtornada do que antes.

Durante o trajeto, resolvi entrar na página de Faith e ler o texto.

"Não sei como iniciar isto, confesso que estou amedrontada em fazer isso. Essa é a primeira vez que estou deixando de lado a máscara que vocês tanto me vêem usando nas fotos e nos videos. Essa é a primeira vez pelo qual estarei sendo honesta e verdadeira com meus seguidores.

A verdade sobre a família McKean que vocês tanto conhecem, é que ela não é real. Faith e Felícia não são de fato filhas de Johnson McKean. Minha mãe engravidou quando tinha 16 anos e estava no processo de se tornar miss. A gravidez meio que destruiu os sonhos dela, e por isso ela começou a buscar por meios de se manter no topo. E infelizmente ela encontrou isso em Johnson McKean e se casou com ele. Ele achou que fingir ter três filhas biológicas seria perfeito para seu status. E bem, foi!

Tudo que nos envolve é falso e superficial. Johnson McKean não é um pai. Nem para mim, nem para minha irmã e muito menos para sua única filha biológica Amalia. Ele é um homem terrível, um homem sem escrúpulos nenhum que não pensa duas vezes em passar por cima das pessoas para conquistar o que quer.

Johnson McKean muitas vezes me deixou desconfortável. Fez com que eu me tornasse uma pessoa insegura, desde como me vestir em casa a como agir com as pessoas ao meu redor. Houve um certo momento onde eu não consegui mais enxergar o lar em que vivo como algo seguro.

Onde em uma família em que a "mãe" se embebeda todas as noites para aturar os dias e as dores é ser feliz? Onde uma filha se arranha até sangrar para esconder a dor e o sofrimento dentro de sí é ser feliz? Onde outra filha se droga para esquecer sua realidade e a outra come por seis pessoas para depois vomitar é de fato ser feliz?Essas somos nós de verdade, a felicidade que tanto falam, não existe por aqui na vida real. Só nas fotos e nos videos.

Tudo o que vocês vêem é falso. A única coisa real, a única luz no fim do túnel nessa história é Amália. A única que nunca precisou fingir, que sempre foi verdadeira e que nos últimos tempos vem nos ensinando a dar valor nas coisas certas. Que apesar de tudo sempre vai estar lá para você.

O presidente de vocês é um lixo tóxico ambulante! Vocês só precisam aceitar e lutar para que ele não faça mais mal a ninguém. Pois a única coisa que realmente importa para ele, é ele mesmo."

Ao finalizar a leitura, as lágrimas já estão rolando pelo meu rosto. É tão inacreditável as coisas que acontecem ao meu redor, eu só quero que tudo isso acabe e todos possam ser felizes. Eu só quero ao menos uma vez na vida ser feliz, custa tanto assim?

Percebendo meu estado, Chad aperta minha mão. Encaro-o e lhe sorrio de leve. Chad tem sido minha única fortaleza nos últimos tempos, não saberia de nada disso se não fosse pela merda em que nos meti.

O destino trabalha duro na vida dos outros, a prova está bem aqui.

A chegada até o lugar foi rápida. Era um hotel, e pelas poucas informações que recebemos na entrada estava havendo um evento social entre pessoas de níveis altos.

Quando entramos no salão onde estava ocorrendo, pude encontrar Johnson no meio de um pequeno palco com uma multidão de repórteres na frente dele.

— Senhor presidente, o que tem a dizer sobre os recentes acontecimentos envolvendo sua família? – ouvi uma repórter perguntar.

— São todas falsas, aquelas não são minhas filhas! Alguém claramente quer me derrubar. – ele riu.

— E sobre a declaração publicada na conta de sua filha Faith?

— Está óbvio que foi hacker! Somos uma família feliz, é claro que pessoas invejosas irão tentar destruir isso.

— E sobre todos os documentos expostos sobre lavagem de dinheiro em seu nome? – outro questionou.

— E sobre a denúncia de agressão que sua esposa fez contra o senhor hoje pela manhã? Há fotos que provam a agressão! – outro disse.

Johnson estava claramente transtornado, estava suando e seu rosto estava avermelhado.

— Tudo falso! Nada disso é real, nunca agredi minha esposa. Podemos parar por aqui. – ele diz se afastando da base de microfones enquanto os repórteres gritavam pedindo por mais.

Foi então que um video começou a ser reproduzido no telão atrás dele deixando todos mudos. O video em sí mostrava o quarto em que Stephany dormia. A câmera está visivelmente escondida mas da para ver claramente Johnson e Stephany.  Certo momento, é possível ver quando ele lhe da uma forte bofetada e depois a atinge com vários golpes.

— ISSO É TUDO MENTIRA! – Johnson berra descontrolado. — ESTE NÃO SOU EU, É FALSO! EU NUNCA COMETI ERRO NENHUM!

Com isso, percebo que é a deixa para dar continuidade ao espetáculo.

— Que tal quando mandou atear fogo na casa dos meus pais? – Chad surge na lateral do palco chamando a atenção de todos. — Lembra-se daquele homem do Texas que você mandou atear fogo na casa com ele e a esposa vivo pois ele não concordava com o senhor? – os olhos de Johnson se arregalam.

— E aquela vez que você ofereceu dinheiro por mim para alguns representantes Russos? – Felícia diz aparecendo na lateral oposta do palco.

— Também tem aquela vez em que você disse que se não fosse casado com a minha mãe, se casaria comigo pois eu tinha mais a oferecer do que ela. – Faith também subiu ao palco.

— Tem todas as vezes que me agrediu sem motivo algum. – Stephany também se juntou ao palco.

— Atropelar um senhor idoso e colocar a culpa em um adolescente. – Beckett também surge fazendo o rosto de Johnson virar um pimentão de tão vermelho. —  Todas as vezes que agrediu Elizabeth psicologicamente? 

Estavam todos ao redor dele enquanto ele olhava todos descontrolado. Foi então que entrei no meio dos repórteres e o olhei de fora do palco.

— Ou quem sabe pai, a vez em que apresentou a própria filha de 10 anos a um homem de 40 com a desculpa de que ela tinha idade para ter um amigo adulto? Casar com a minha mãe por interesse? Enganar as pessoas ao redor do mundo? – digo por fim.

Ele me olha espantado.

— O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? – Johnson berra descontrolado. — O QUE DIABOS ESTÃO FAZENDO?

— Isso é só um teste-drive do que lhe espera. – digo calmamente. — Isso é você começando a pagar pelos seus erros.

— Vocês acham que podem simplesmente me derrubar? – riu nervosamente. — Vocês não vão conseguir! Eu sou muito mais poderoso do que podem imaginar! 

— Ainda está chapado, Johnson? – Stepanhy debochou.

— Vocês são todas umas vadias! – ele cuspiu com ódio. — Dei dinheiro, dei luxo, dei poder, coloquei vocês onde estão, dei meu sobrenome a vocês todas e é assim que me agradecem! Vocês irão se arrepender! Principalmente você! – apontou para mim. — Você é a culpada de toda a minha desgraça, você e a sua maldita mãe que deve estar se contorcendo no túmulo.

— Não fala da minha mãe! – digo quase subindo ao palco.

— Vocês duas são iguaizinhas. – ele continuou. — Veja você, se casou com o primeiro que apareceu. Consegue ser mais fácil que sua mãe, ela ao menos tentava me agradar. Você faz o que desde que nasceu? Dor de cabeça! Você e ela são duas inúteis q... – seu discurso de ódio é interrompido por um punho que acertou sua boca fazendo-o cambalear e cair no chão.

E o autor de tal ato foi Chad.

— Acabou o discurso. Você já falou de mais, falou muito e falou merda. Você se acha no direito de poder dizer algo? Olhe para você. Coberto de luxo e dinheiro mas é a própria caçamba de lixo. Você não merece nada disso, você não conquistou nada. Meu pai tinha razão sobre você, você não merece esse posto. Você não conquistou nada do que tem, você precisou roubar porque simplesmente não tem capacidade alguma de conseguir por sí só! O único inútil aqui dentro é você. O seu lugar não é dentro da casa branca, seu lugar não é governando um país, seu lugar é dentro de um boeiro fedido e nojento como você. E não digo com os ratos, não podemos fazer a maldade de compará-los com alguém como você. – Johnson se lavanta com a boca sangrando e encarando Chad em fúria. — Seu reinado acaba aqui. – Chad diz sério. Johnson nada diz.

Quatro homens sobem no palco e um deles segura uma algema.

— Johnson McKean, o senhor está preso por abuso sexual, violência doméstica, desvio de dinheiro, chatagem e... a lista é longa. – um homem diz e aponta para o outro algemar ele.

— Vocês vão me pagar, vão me pagar! – ele diz descontrolado se contorcendo enquanto dois policiais lhe algemava.

— Presidente! – uma voz surge ao fundo e Mack surge segurando uma câmera em mãos. — Dê um 'olá' para o mundo! Estão todos lhe acompanhando ao vivo. – sorriu. Isso deixou Johnson ainda mais descontrolado mas ainda assim foi levado.

Trêmula consegui respirar mais aliviada, os braços de Chad me abraçando me fez voltar ao mundo real.

— Acabou? – perguntei.

— Acabou. – beijou minha testa.

Com isso fomos quase atacados por diversos repórteres, o que fez Beckett interferir e nos mandar sair logo daquele lugar.

Quando retornamos a casa branca, eu me sentia estranha. O pesadelo parecia ter acabado mas ao mesmo tempo parecia que tudo era irreal.

Assim que chegamos na sala de entrada, homens de preto com destintivos invadem a casa com caixas.

— Temos que levar algumas coisas. – um homem diz enquanto os outros se espalham pela casa.

— Podem levar até a casa se quiserem. – Stephany diz antes de subir as escadas.

Parece que finalmente eu poderia ter um pouco de paz e noite de sono.

-x-

Depois do grande ocorrido tudo pareceu menos tenso. O pior tinha passado, eu me sentia mais aliviada mas o mesmo tempo extremamente mal.

Querendo ou não ele é meu pai, eu sempre amei ele apesar de todo o desprezo dele pela minha pessoa, ai de repente eu descubro todas essas maldades vinda dele me deixa mal, me deixa enojada, magoada e envergonhada. Como eu disse, ele ainda é meu pai.

As mídias sociais não falavam de outra coisa, o mundo inteiro estava acompanhando todo esse drama. Repórteres dormiam na frente da casa branca querendo algum pronunciamento vindo da família, meus seguidores nas redes sociais diminuíram, eu ganhei um boa coleção de haters mesmo sem ter feito nada.

O investigador do FBI fez com que todos continuassem na casa até que terminasse a investigação. Hoje finalmente tinhamos sido liberados para sair da casa. As gêmeas iriam para a Suíça ficar com o pai, Stepanhy para Paris com seu novo amor frances, Beckett iria para Los Angeles onde tem uma casa da sua família, mas tenho certeza de que ele passará em Las Vegas para ver minha tia.

Eu e Chad, bom, nós iremos para um hotel de baixo custo até estarmos totalmente estabilizados financeiramente para dar o fora. Um advogado dos pais de Chad lhe procurou depois de todo esse tempo dizendo que seus pais tinham lhe deixado uma boa quantia de dinheiro. E para a minha surpresa, eu ainda tinha a herança da minha mãe. Beckett sabia disso o tempo todo, mas não podia me dizer por medo do meu pai pegá-lo para sí assim como fez com toda a fortuna.

Eu já tinha arrumado todas as minhas coisas e colocado nas malas, optei por não levar muita coisa. Apenas aquilo que tinha significado para mim.

Encarei o quarto pela última vez e peguei o restante das minhas malas e saindo logo em seguida. Assim que desci as escadas encontrei as gêmeas com seus namorados e a mãe delas. Chad estava destraido encarando uma câmera que Mack lhe deu.

Ah, como Mack veio parar aqui tão de repente? No dia que descobri sobre o envolvimento de Johnson com a morte dos pais de Chad, eu e Adrian criamos um plano e esse plano envolvia alguém extremamente capacitado em coisas tecnológicas. Eu é claro, pensei em Mack que não recusou e veio a meu chamado.

Encarei as gêmeas e elas me encararam.

— Não sei como isso soa, mas irei sentir saudades de você. – Faith diz e sorrio. — Querendo ou não você era nossa diversão.

— Eu vou sentir falta de te estressar. – Felícia confessa. — Era engraçado ver você vermelhinha de raiva. – riu. — Obrigada por acreditar em nós, mesmo que tenha sido tarde. Você nos fez acordar para vida.

— Eu nunca quis o mal de vocês, já deviam saber. – digo. — Mesmo que vocês tenham me infernizado a vida e nesse momento eu possa gritar que não tenho nada a ver com vocês, ainda somos irmãs.

— Sim, você é uma ótima irmã mais velha. – Faith diz.

— Parem de drama, vocês têm um ano a menos que eu. – rimos. — O que pensam em fazer na Suiça?

— Eu quero fazer moda. – Faith diz.

— Eu vou fazer um canal no youtube com tutoriais de maquiagem. – lhe olho surpresa. — Quem sabe lá a fama que eu queria não chega?

— Boa sorte, a vocês duas! – sorrio e encaro Leonard e Charles, o tal jardineiro. — E eles vão com vocês?

— Vão. – Faith responde olhando para Leonard. — Já que Leo não tem nada a ver com as merdas do... daquele homem lá, ele está livre para voar. Vai se dedicar a vida dele a informática. – ela diz orgulhosa lhe dando um beijo.

— Já o Charles, vai se especializar em biologia. – Felícia diz orgulhosa.

— Sorte a vocês também. – digo sincera.

— Amalia, desculpe pelas vezes que fui chato com você. – Leonard pede e sorrio.

— Sim, desculpo. Mas nem pense em pegar um avião junto a mim que pode ser arriscado. – digo e ele não compreende. — E você Stepanhy? O que vai fazer em Paris? – questionei ela que estava quieta em seu canto.

— Eu vou ser uma Lady, é claro. – diz e reviro os olhos. — Eu nasci para ser uma e finalmente vou ocupar o meu lugar ao lado de um dos maiores estilistas franceses do mundo.

— Já entendemos! – as gêmeas dizem juntas.

— Mas e você e Chad, o que vão fazer? – Felícia questiona e Chad se aproxima me abraçando.

— Vamos para a Inglaterra. – ele mesmo responde.

— Na verdade vamos visitar a Irlanda primeiro e depois ir para Londres. – corrigi. — Me inscrevi em uma universidade de fotografía, iremos em um ou dois meses.

— Fotografia? – Felícia questiona. — Pensei que iria se graduar em prostituição. – provoca e lhe mostro o dedo do meio lhe fazendo rir. — Boa sorte a vocês.

— Chad vai fazer o que? – Faith pergunta interessada.

— Abrir um estúdio fotográfico talvez. – ele responde.

— Vocês são entediantes. – Felícia resmunga e Beckett entra na sala.

— Os carros estão prontos. – ele diz. — E Stephany, seu namorado lhe espera. – ela sorriu.

— Vejo vocês nas capas de revista. – ela diz colocando os óculos escuros mas depois encara as gêmeas. — Liguem quando quiserem, ainda não estou desinteressada da vida de vocês. – deu dois beijinhos em cada uma e depois me encarou. — Adeus gata borralheira! – me chamou do apelido que me chamava quando eu era uma adolescente e saiu da casa como se fosse uma rainha.

— Ela nunca irá mudar. – Felícia diz soltando um suspiro.

— Se mudasse não seria nossa mãe. – Faith completa e Felícia concorda. As duas me encaram e sorriem. Abri os braços e elas me abraçaram.

— Também sentirei falta de vocês. – digo tentando não me emocionar. Nos afastamos e elas acenam para eu e Chad e saem junto com seus namorados. — E você Beckett? Não vai vir se despedir da minha pessoa? – ele se aproximou.

— Vou sentir sua falta. – ele diz me abraçando forte. — Se cuida bem, não se envolva com coisas perigosas e por favor nada de bebezinhos perfeitinhos por enquanto. – soltei uma risada contra seu peito enquanto as lágrimas finalmente invadiram meus olhos. — Sabe que eu te amo, não é?

— Sim, eu sei. E eu também te amo. Você é tão importante para mim. – ele se afasta para me encarar.

— Se cuida, você e o senhor. – diz olhando Chad. — Não quero saber de vocês dois se metendo em problemas.

— Ficaremos longe de problemas. – Chad garantiu.

— Ótimo, agora vão. – eu estava indo mas algo brilho em minha mente e eu voltei.

— Beckett, eu quero me pronúnciar.

— O que? Nada disso!

— Beckett, eles merecem um pronunciamento, ou ao menos um pedido de desculpas. – explico. — Posso? – ele encara Chad incerto e depois suspira.

— Tudo bem. Mas se começar alguma confusão vou te tirar de lá e nunca mais você volta. – concordei. — Estão reunidos na porta da casa. Você só tem que sair e falar.

— Tudo bem.

— Vou preparar as coisas lá fora e volto quando for o momento. – ele diz saindo em seguida. Chad me olha.

— É realmente o que quer fazer? – ele questiona e afirmo. — Sabe que estarei ao seu lado para o que for.

— Eu sei. – sorri e lhe beijei. — O que houve com Adrian?

— Voltou para o México com uma ideia de virar investigador da máfia. – soltei uma risada. — Mas você sabe, ele está em todo o lugar. – concordei.

Logo Beckett retorna.

— Vamos nessa. – ele diz e respiro e inspiro. Chad entrelaça sua mão na minha e saímos da casa. Haviam várias pessoas lá, muitas com cartazes com mensagens mostrando o quão indignadas estavam, e outras gritavam coisas desconexas. Sem falar dos milhares de flashes sobre mim e repórteres fazendo perguntas. Beckett me estendeu um microfone mas eu não sabia como ter a atenção de todos.

— O carro. – Chad diz. — Sobe nele. – diz e afirmo. Ele me ajuda e assim fico em pé sobre o teto do carro e frente a frente a toda aquelas pessoas. — Você consegue! – Chad gritou e suspirei.

— Certo. – comecei e todos se calaram. — Vocês e o mundo todo merecem algum pronunciamento sobre os últimos acontecimentos. – fiz uma pausa e só eram ouvidos os barulhos das câmeras. — Primeiramente eu quero pedir desculpas por tudo o que meu pai causou, por todo o desgosto e decepção. Sei que pedir desculpas agora não vai resolver muita coisa, mas eu realmente me sinto mal com tudo isso e me sinto na obrigação de me desculpar. Nada que tem acontecido nos últimos dois anos foi feito da maneira correta. Não merecíamos estar onde estávamos. Eu não imaginava que as coisas poderiam ir tão longe como foram. Eu me sinto realmente envergonhada por tudo que meu pai causou a vocês e espero do fundo do meu coração que o próximo presidente seja bom e não lhes decepcione. Não se sintam mal por tudo isso, se sintam melhor por terem se livrado. Isso é tudo que tenho a dizer. – finalizei. Chad me ajudou a descer e me beijou a testa.

— Você foi bem. – ele diz. Abre a porta do carro e entramos logo saindo no meio daquela multidão.

Não demorou para que chegássemos ao hotel. Realmente foi bem complicado se tratando de pessoas extremamente revoltadas, mas conseguimos chegar ao quarto.

O pior dos piores passou, mas ainda ficou essa pequena sequela. A primeira coisa que fiz foi tomar um banho e relaxar para tirar as tensões, Chad fez o mesmo. Depois de devidamente relaxados nos deitamos para assistir qualquer série que estava passando.

— Amalia, eu estava pensando em algo sério. – ele diz e levanto minha cabeça de seu peito para lhe olhar.

— Que coisa?

— Talvez esse não seja o melhor momento, mas quero dizer antes. – suspirou. — Mesmo que você esteja limpa de drogas, quando se sente sem saída ou sem eu para lhe dar forças você corre diretamente para elas. Isso é algo que você ainda não sabe controlar, e eu não quero que você seja uma dependente de mim. – lhe olhei. — Quero que aprenda a lidar com as suas fraquezas e que não saia correndo para elas quando estiver em uma situação complicada. – segurou minhas mãos. — Sem falar que os últimos dias foram traumatizantes para você. O que acha de procurarmos ajuda? Eu vou com você se necessário. Eu só quero que entenda meu ponto. – lhe abraço sorrindo.

Eu tenho o homem dos sonhos!

— Você é realmente o amor da minha vida! Eu vou fazer isso. – digo decidida. — Você tem razão, eu ainda sou fraca. Quando me vejo perdida são elas quem aparecem diante dos meus olhos. Eu não quero mais isso.

— Então vamos procurar uma ajuda assim que chegarmos na Inglaterra.

— Combinado. – fizemos um hi-fi e sorrimos. — Já disse que eu te amo?

— Se disse eu não ouvi. – sorrio e lhe beijo calmamente.

— Eu te amo. – ele voltou a me beijar. — Nós realmente somos bons parceiros.

— Somos. – beijou meu pescoço. — Você sabe que eu quero passar toda a minha vida ao seu lado, não sabe?

— O que não vai demorar muito tempo já que está velho. – brinquei e ele fechou a cara. — Estou brincando, estou brincando. – lhe enchi de beijos. — É claro que eu sei, eu também quero passar toda minha vida ao seu lado.

— Você é o amor da minha vida.

— E você é o da minha. – digo olhando-o nosso olhos antes de lhe beijar novamente mas dessa vez um pouco mais intenso que os anteriores. — Chad, vamos deixar a série de lado? Eu tenho ideias mais interessante que isso.

— Estava mesmo muito chato. – ele diz desligando a TV e me olhando. — O que podemos fazer de tão interessante?

— Nem te conto. – sorrio lhe beijando novamente.

A intensidade pelo qual meu coração bate agora, é completamente diferente. Ele não bate mais só por mim, bate também pela pessoa que tanto amo e que tem se dedicado a mim.

Agora só me resta esperar as coisas começarem a caminhar da forma correta. O pior, felizmente já passou.

***

Olar, turo bom?

Antes de mais nada: quero pedir desculpas pela demora, estava atrasando de propósito pois não quero me despedir desse livro :((  (I'M SORRY)

Segundo: pedir desculpas caso encontrem algum erro nesses dois últimos capítulos pois prometi postar hoje e revisei aqui com um olho aberto e outro fechado de tanto sono, então mil perdões caso encontrem algo errado ou com 0 sentido.

Terceiro: já deixem a caixa de lenço separada pois o próximo capitulo é o último :((

Boa noite 💜