🍁Cap 4🍁
Oi gente, tudo bom? Enfim, aqui está mais um capítulo do livro, me contem o que estão achando da história.
Boa leitura.
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Ainda de olhos fechados escuto um resmungo vindo do lado de fora bem onde o humano ferido e seus amigos estavam, lentamente abri meus olhos, o quarto onde eu e meu irmão dormimos ainda estava escuro, a porta se encontra fechada, me espreguiço na cama e tiro a coberta de cima de mim.
Decido me levantar e ir averiguar se o humano estava dormindo ou se ele já tinha acordado. Meu irmão continuava dormindo como uma pedra, dei um pequeno sorriso e então abri a porta, a luz do sol bateu bem na minha cara.
Demorou um pouco para os meus olhos se acostumarem com a claridade, minha avó com certeza deve estar no jardim cuidando da pequena horta dela. Ando até onde os humanos estavam, o que eu salvei se encontrava sentado na cama e confuso.
Os outros dois estão ao seu lado, verificando se ele estava bem.
Ele parece reparar em cada detalhe do lugar como se estivesse processando tudo, fica imóvel assim que o seu olhar caiu sobre mim e me olhou de cima abaixo como se estivesse me analisando.
— Então, vocês tiveram muita sorte — digo me aproximando um pouco deles, todos continuam em completo silêncio. — Não é qualquer um que consegue sobreviver a um ataque daqueles — Analiso eles por alguns segundos, me sinto mais aliviado em saber que eles vão ficar bem.
— Onde a gente tá? — ele finalmente pergunta.
Sua reação é totalmente compreensível, afinal, acaba de acordar em um lugar estranho e sem entender nada.
— Bom, vocês estão na casa da minha avó — respondo cruzando os braços. — Com certeza devem estar a sua procura — falei me sentando na cadeira ali perto e o vi soltar um pequeno grunido de dor, ele leva a mão a cabeça e percebe que ela está enfaixada.
— Hey, melhor não ficar se esforçando muito — a garota ruiva fala.
— Eu não me lembro muito bem do que aconteceu — fala olhando para a amiga e depois para mim, agora que havia percebido que os olhos deles são de cores diferentes, um era azul e outro era castanho — Só de termos sidos atacados por lobos, de...Um lobo grande ter atacado eles, sei que parece loucura, mas ele queria ajudar a gente — sua voz ainda saia meio baixa por conta do que houve ontem, é normal, ele está meio fraco agora.
— Realmente foi o que aconteceu — deva vez o ruivo que falou.
— Depois a gente explica — A ruiva me olha em silêncio por alguns segundos.
Acho até bom ele não conseguir lembrar das coisas direito, mas também tem um lado ruim, os amigos sabem, outro problema, eles possivelmente não vão conseguir achar o caminho e voltar para a sua vila, sem contar que um humano ferido e outros dois que não conhecem o caminho seriam alvos fáceis para os solitários. E se mais humanos aparecerem? Eu devia ter pensado nisso.
Isso vai acabar em uma confusão tão grande.
— Mas vocês moram aqui? — pergunta olhando pela janela. — Aqui é quase uma região isolada — constatou.
Ok, o ser humaninho é muito curioso.
— Sim, aqui é mais quieto sabe — digo tentando entender o motivo desse guri ser curioso, ele parece ser no máximo dois anos mais novo que eu.
E bem mais curioso.
— E isolado, aqui não passa uma estrada sequer — fala me fazendo soltar um pequeno resmungo, essa curiosidade dele me irrita, odeio que fiquem me enchendo de perguntas. — Sua avó tem que sair daqui em algum momento, para comprar algumas coisas — diz me fazendo revirar os olhos.
— Acho que você tá fazendo perguntas demais — senti o nervosismo na voz da garota.
Pude ouvir seu coração e ele está acelerado, ela está assustada.
— Por quê está se incomodando tanto com o lugar que a minha avó mora? — pergunto um pouco nervoso, o mesmo me olha meio sem graça.
— Desculpa, é que eu sou bastante observador — fala se ajeitando na cama.
— Percebi — falei dando de ombros, minha avó abriu a porta bem na hora e viu que o jovem estava acordado.
— Então acordaram — minha avó fala colocando a cesta que continha algumas verduras em cima da mesa, e anda até ele. — Está um pouco mais frio que o habitual, vou preparar um chá para vocês — minha avó diz parando de olhar para ele. — Ake querido, pode vim comigo ali por favor — disse forçando um sorriso e com um tom de voz bem estranho.
— Ok — murmuro a acompanhando até o fogão de lenha que ficava em outro parte da casa, ela pegou a minha orelha e a puxou para que eu ficasse da mesma altura que ela.
— Seu fedelho!
— Ai ai vó — digo resmungando enquanto ela ainda segurava a minha pobre orelhinha.
— Ai vó é o cacete, você mentiu para mim! — Me soltou, levei a minha mão em direção a minha orelha. — Você, sabe a confusão que acabou causando?! — indaga me encarando com uma cara nada boa.
— Talvez eu tenha esquecido desse detalhe — digo soltando um resmungo logo em seguida, a minha orelha ainda estava doendo.
O velha brava!
— Esquecido não, você saiu mais uma fez pra se aventurar por aí!— fala irritada e tentando se controlar para não gritar. — Você faz ideia da confusão que essa saída pode ter nos causado?! — perguntou me encarando com raiva.
— Ok, eu..— não consigo formular nenhuma palavra, eu não sabia o que eu deveria dizer.
— Bom, fui a alcatéia hoje, queria pegar algumas verduras lá pois faz um tempo que não saio de casa — começa a explicar enquanto coloca a chaleira no fogo. — Então eu ouvi uma conversa peculiar de alguns guerreiros da alcatéia, falando que há humanos aqui perto — fala me fazendo arregalar os olhos.
— E..— ela me interrompeu.
— Então, se você usar um pouco a cabeça, vai conseguir entender onde eu quero chegar — falou me olhando
— Quer dizer que meu pai e meu tio já sabem — falo e ela bate palmas.
— Isso, muito bem — fala e olhou para a chaleira que começou a apitar, pegou um pano e a tirou lá de cima, colocando-a encima da mesa e colocando chá verde ali dentro. — E você sabe que isso não é nada bom, pois isso pode colocar em risco o acordo do conselho com o mundo humano, dado ao fato de que a maioria deles não sabem desse acordo — fala. — E nem podem saber!
O conselho foi criado depois da guerra e o objetivo era fazer um trato, que nossas alcatéias e humanos pudessem viver em paz, lobisomens não podiam atacar seres humanos e muito menos na estrada que há aqui na região e os humanos não podiam matar nenhum dos nossos, somente os solitários rebeldes e selvagens.
— Ok, eu não pensei nisso — digo passando as mãos pelo meu cabelo e segurando os fios. — Mas e agora? O quê a gente faz? — pergunto enquanto ela colocava uma xícara de chá e um prato com alguns biscoitos sobre uma bandeja.
— Nós não, o que você vai fazer! — pega a bandeja sai dali, me fazendo ir atrás dela — Não vou, mais consertar as suas burradas, você já tem 21 anos e já devia ter aprendido que tudo que fazemos tem consequências, sendo elas boas ou ruins — disse.
Paramos de falar assim que chegamos perto do humanos, acho que deveria perguntar o nome deles, só por educação claro. Minha avó coloca a bandeja sobre o cama onde o cacheado está, ele e seus amigos agradecem dando um sorriso gentil no rosto.
Ele era bonito, cabelo crespo, seus olhos de cores diferentes o deixava ainda mais atraente.
Enquanto o olhava, pensava no que eu poderia fazer para tentar concertar toda essa situação, talvez consiga levar ele e seus amigos para casa, antes que o encontrem dentro da nossa alcatéia.
Talvez, consiga solucionar tudo isso.
Depois que eles tomam café, ajudo o cacheado a se levantar para que o mesmo pudesse se arrumar. Minha avó, havia arrumado a banheira com água quente para ele.
Ele tira a camisa da minha frente e só consigo observar, não sabia o porque de sentir essas coisas perto dele, que merda, com certeza deve ser por conta da beleza dele.
Não tinha como dizer que ele não era bonito.
— Acho que...Você, poderia me deixar aqui sozinho — ele fala me encarando e me tirando do meu transe.
— Ah desculpe — falo saindo dali e deixando ele sozinho.
Ok, era um espírito livre que adora aproveitar os prazeres da vida, não quero ficar só na alcatéia sem fazer nada de interessante, nem se quer quero ser o próximo líder, não né acho capacitado o suficiente para liderar a alcatéia.
Meu irmão havia acabado de levantar, seus cabelos estavam completamente bagunçados.
— Onde ele tá? — já sabia de quem ele estava perguntando.
— Se arrumando — falei me sentando na cadeira em frente a mesa e pegando alguns biscoitos que sobraram.
Os dois ruivos continuavam no canto, com certeza ainda estavam com medo, pudia sentir isso, não tiro a razão deles.
— E o que a gente vai fazer agora? — perguntou se sentando na outra extremidade da mesa.
— Não sei, não imaginava que tudo isso pudesse causar tantos problemas — falei. — Se isso sair daqui, pode causar uma verdadeira guerra — Yuki me olha com um olhar assassino.
— E você fala isso assim? Na maior paz do mundo?! — perguntou meio alterado. — Sabe o que aconteceu quando tivemos uma guerra, literalmente quase metade da população humana da região foi exterminada — fala.
— Eu sei ok? Só cometi um pequeno deslize — digo tentando manter a minha calma, eu estava nervoso demais com toda essa merda acontecendo, eu tinha que dar um jeito de arrumar tudo isso. — E fala baixo — resmungo em voz baixa.
— Olha, não sei o que pretende fazer — Yuki fala. — Mas tem que pensar logo, porque se não essa bomba vai explodir — diz.
— Eu sei! — esbravejei pois eu odiava me sentir pressionado.
— Calma, desculpa — pediu levantando as mãos em sinal de rendição. — Sei que odeia se sentir pressionado — fala se levantando e vindo até mim, passando as mãos nos meus cabelos.
— Tudo bem — fala tirando a mão dele de cima de mim.
O jovem havia acabado de tomar banho e trocar de roupa, minha avó havia dado uma roupa um pouco mais nova para e enquanto ela lava as que ele usava pois estavam sujas.
Ele nos observava com suas duas mãos sobre os joelhos, parecia nervoso e ansioso.
— Onde está a Adaga que estava comigo? — pergunta me olhando.
— Ela está guardada — Me levanto e vou até a prateleira e pego a adaga dentro de um tigela velha. — Aqui — digo entregando para ele.
— Obrigado — fala.
— Ok agora pode parar de me olhar — digo.
— Você também estava me olhando — rebate calmamente enquanto guarda a adaga no bolso da calça.
— Hm...— não consigo responder que merda, ele conseguiu me deixou sem palavras.
— Consegui deixar você sem palavras — fala sorrindo cinicamente.
— Mas já tá abusado desse jeito? Nem na sua casa você tá! — O sorriso dele sumiu depois do que falei.
— Precisamos voltar para casa, sério!— Olha para os outros dois — Nossos pais devem estar preocupados, não podemos ficar aqui! — sua voz saiu com um tom nervoso.
— Eu posso te levar — sugiro. — Só vou me arrumar rapidinho — falei.— Yuki vem comigo rapidinho — chamo o meu irmão, ando até o quarto e ele me segue.
— Ok, vamos esperar vocês aqui! — Ele fala.
— O que pretende fazer? — perguntou.
— Vou levar eles para casa — digo colocando minha blusa. — Não é seguro eles irem sozinhos, sabe que os solitários devem estar rondando a região — Yuki suspira.
— Só toma cuidado por favor.
— Pode deixar maninho — digo e então voltamos para onde os humanos estavam. — Bom, vamos demorar bastante tempo para chegar até onde vocês moram, então acho bom terem comido bem — digo.
— Não é melhor levar alguma lamparina? — o garoto ruivo indaga.
— Não, com certeza conseguimos chegar antes do por do sol, se começarmos a andar agora.
— Acho melhor começarmos a andar agora — a garota fala.
— Sim, então vamos logo — digo.
Bom, a confusão vai ser consertada bem mais rápido do que pensei.
Continua..
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