24 | Hoje
Hoje calei-me para ouvir o vento; apenas hoje.
Hoje que meus cadernos estão sujos de café e estou sujando o pé no chão.
Nada mais importa hoje; apenas hoje.
Hoje estou de peito aberto para o mundo, esperando que seja reciproco
toda a minha atenção.
Hoje olho o céu por outros olhos; os olhos que nunca entenderam a Lua e suas estrelas,
que o Universo pertence a cada um de nós e está em cada um de nós.
Cansei de caçar opiniões; a partir de hoje tiro minhas próprias conclusões.
Hoje deixo o Outono apenas para essa terra;
Na minha terra planto Inverno quando ela pedia Verão.
Nunca entendi esses amores de estações; Sempre fui as quatro, amei 4 vezes mais.
Hoje os carros não fazem barulho, nem poluem o ar; esse sonho é apenas hoje. Desculpa.
Hoje os pássaros não morrem para aviões e cantam nesses fios dos postes que atravessam a cidade e acabam com a noite.
Hoje; apenas hoje. O sol não entra pela janela para me acordar, não esquenta meu lençol me fazendo levantar. A janela está fechada para qualquer intruso que estrague o dia de hoje.
Hoje as teias que acumulam nas paredes do meu quarto vão embora, não quero companhia dona Aranha; apenas hoje.
Hoje quando o meu café queimou, o relógio tocou e o sol não nasceu; percebi que hoje era apenas hoje. Amanhã o café não queima, o relógio não toca e o sol nasce.
Apenas hoje, respeite o meu hoje e viva o seu hoje.
Seja hoje, amanhã é tarde demais.
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