Infância
Houve tempos em que meu andar suave evidenciava minha paz de espírito.
O próprio tempo dava-me as mãos e dançavamos ciranda, o riso rasgando nossas faces.
A ingênua criança que fui, hoje me bateu à porta da alma e embaracei-me com a inocência de seus gestos.
O cheiro de sol e brincadeiras bailavam com pontos de luz em meu interior ermo de paz e descobri-me como traidor de mim mesmo.
Como, permiti que a austeridade dos anos corrompesse a pureza de meus olhos infantis?
Há quanto eu não sentia a eletricidade da vida correr em minhas veias, como dantes?
Assim permaneci a devanear e a interrogar a doce criança em minha mente, cada resposta permeada de inocentes constatações.
Ao fim do dia, a simplicidade da criança que já fui, havia refeito as minhas ideologias e me posto outra vez de mãos dadas com o tempo.
Ao despedir-se de mim com um sorriso singelo e olhos de sonho, deixou-me a complexa lição de que a inocência, a vida e a arte trancende todas as outras coisas.
Autora: Aurora_Camilo
Livro: BelaMente - Confusões de uma mente tempestiva
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