Eu ainda posso te escrever?
Mesmo que todas as flores usem minhas palavras
E não sobre nada mais do que clichês para dizer?

A flor que sempre foi para você?
Ah, cresceu mais um pouco hoje de manhã
Começou a me cortar com seus espinhos
Deixando sempre algo a mais do que perfume, o qual eu sempre fui fã

As coisas se tornam duras de se fazer, eu sei
Mas mesmo machucado, com poucas palavras aprendidas e muito ainda para aprender

Eu ainda quero te ver
Mesmo que juntas, nossas mãos não se encaixem
Como sempre teve que ser
Segure a minha fortemente!
Negando sempre o destino que nos afasta
Guardando, todas as cartas que escrevo para você

E então assim
O céu se torna muito mais próximo
E brinca com as palavras que no fim
Diz sempre algo sobre nós

Eu não posso me entristecer
Sempre que algo me lembra sobre a flor
Que sozinha, grita sem entender
Eu sempre corro para o mesmo lugar
Onde eu sempre vou para me arrepender

E grito, grito sem parar

Eu ainda quero te ver
Mesmo que meus olhos continuem sem nunca olhar para você
Segure a minha mão!
Ainda que espinhos nos machuquem
E não caiba mais palavras minhas em seu coração
Dê-me um pouco de seu perfume para guardar na lembrança

E assim te esquecerei
Pois nada que guardo dentro de mim
Te dou de certeza e confiança
Sabe? Ainda falta muito para eu amadurecer
E no fundo, ainda sou coração de criança
Como sempre tive que ser.

Autor: msthiagoo

Livro: Poesia & Só