Faces Sem Identidade

Quando o silêncio me cala
Meu respirar é estranho,
Essa ausência comigo fala
E por causa disso me acanho

Vejo nomes sem rostos
E faces sem identidade,
Nesta viajem sem posto
Me perco na infinidade

Meu desespero por novidade
Me faz borrar o cotidiano
Mergulho na repetitividade
Me afogo neste oceano

Mas no final, sobra eu
Pensando em algum rosto
Está na memória, não envelheceu
Não importa se já não é agosto

Congelados na quente mente
Semente sem terra ou sol,
Imutavelmente de repente
Pesco sem nem usar anzol

Logo aumentar-se-à o chamado,
Pois vós também abandonareis
o que está - aos pouco - chateando,
desmoronar-se-à estatuas de reis

Autor: ThiagoAguayo

Livro: Poesia em Pingos

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