Arqueólogo encontra o último vaso de Bizâncio
Entregue à poeira, vaso inerme (outrora a paixão lhe vicejara
entre as côncavas palmas de desejo)
imita a sombra e a morte o espreita.
Dias de azul e chumbo
o dominaram
com suas ondas de tempo
e mineral é a persistência
do contorno último do corpo. Vaso de vinho
de alma evolada
no fundo reténs
uma última imagem ( a da mão amada?
a manhã aberta para o céu inúmero
de um beijo que se furtou de ser
final refúgio?)
Concha vazia
do amor morto
liberta a oficina
para um novo encanto
com seu travo de angústia
e secreta miragem
para enfim perder-se, para enfim gastar-se
em outra forma de argila
enquanto o ar assume
o perfume que se esvai com ironia.
Autor: RodrigoP36
Livro: Ruínas de Bizâncio
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