7. O SINAL
Os sapos coaxavam enquanto eu estava sem roupa e com meu familiar em mãos, ele mamava através do sinal em minha perna quando Tituba entra no quarto. Meus olhos estão encharcados, ela me olha sem compreender o que estava acontecendo.
— Cuidado com isso jovem mestre. Suas lagrimas podem azedar o leite.
— Como eu queria poder amamentar outra coisa em vez de um sapo. – Eu me levanto abruptamente e sigo até a cadeira de rodas de Sibley, colocando o meu pequeno auxiliar para repousar em sua perna.
— Não me diga que se afeiçoou a barriga.
— Você não compreende.
— Isso não importa agora. O que importa é quem será o próximo. O grande ritual começou e a terra clama por seu sangue inocente.
— Conheço bem os meus deveres. – digo enxugando as lagrimas em meu rosto. – Cuide dos seus.
— Seu dever é verificar se eu cumpri o meu dever e não focar chorando por uma criança que nunca existiu. – sua voz sai abrupta e ríspida.
— Ela existiu. – o ódio que estou sentindo faz com que parte do vidro do espelho se estilhace em vários pedaços e caia no chão do quarto, fazendo Tituba se sobressaltar.
— O que você acha que iria fazer? – sua voz ganha um tom irritado, algo que até o momento eu não tinha presenciado – Você com uma barriga, como se fosse uma puritana carregando seu lindo bebe no ventre. Não vamos nos esquecer que você seria queimado antes mesmo de andar meio metro fora dessas paredes, gostando ou não você sabe que eu estou certa.
— Eu fiz minha escolha. Mas precisamos mais do que outra vítima. Precisamos de um sinal e eu conheço a pessoa que pode nos entregar ambos – Tituba me olha atentamente enquanto as lagrimas secam e com um movimento de mãos o espelho que antes estava quebrado, estava intacto novamente. – Jacob Mather. Ele é obcecado por sinais...
— De qual deles estamos falando?
Caminho em direção a George e o olhos nos olhos, a saliva em sua boca escorria pela sua pele enrugada. Ele lutava bravamente para se mexer na cadeira de rodas, era decadente ver o seu esforço apenas para pronunciar uma simples palavra, mas o que me irritava era que ele me olhava com o mesmo olhar de superioridade de anos atrás, mas eu havia jurado que tiraria isso dele.
— Foi escrito um capitulo e um versículo sobre ele. Mas há um sinal que eles temem mais do que qualquer outro. O nascimento monstruoso.
— Você não faria uma coisa dessas.
As lagrimas haviam secado e meus olhos se estreitam, me aproximo do corpo de Tituba nossas faces estão próximas, minha voz agora sai ríspida com um misto de ironia e diversão mesclado ao ódio que eu sentia naquele momento.
— Não. Eu não tenho a menor necessidade de arrancar uma folha da arvore da vida. Quando a folha já está morta no galho. – caminho em direção a varanda e paro olhando para a noite escura que toma o horizonte, até onde a vista pode alcançar – Tem uma garota lá fora que carrega a morte dentro dela. Pude sentir o cheiro do bebe, flutuando morto e malformado dentro ventre de sua mãe. Não chore por ela. Ela nunca provou uma única respiração amarga das traições da vida. – viro-me para olhar para Tituba, as palavras saindo mais pesadas e carregadas do mal que eu desejo aquele maldito vilarejo, enquanto uma nova lagrima escorre pela minha face – No entanto seu breve lampejo de vida queimara como um cometa sobre a terra quando eu fizer dela um sinal. – me direciono a George enquanto tituba se vira e me entrega o falo de madeira usado em nossos rituais, eu o pego abruptamente de suas mãos e me posiciono atrás de meu amado marido – De toda a desgraça que caiu sobre Salem...
George me olha, enquanto pego meu amiguinho em suas pernas, olho em seus olhos e meu dedo aperta seu queixo, minha unha ganha tamanho em questão de segundos, rasgando a pele dele e fazendo-o sangrar.
— Você sabe o que eu mais gosto George? Colocar as boas almas de Salem uma contra as outras, assim como os cães raivosos que você treinou para ser assim. – aperto o falo em sua nuca puxando seu cabelo para trás.
— A única coisa que me mantem vivo... – meu rosto se encosta na parte de trás a cabeça de George, suas palavras não são nada... – é saber que quando Jhon Aurus – até aquele momento – descobrir o que você realmente é e ele estrangular você com suas próprias mãos...
Enfio o meu familiar em sua garganta, fazendo-o engasgar com suas palavras e sua saliva, empurrando o mesmo com o falo de madeira. Forçando sua passagem pela sua garganta. Suas mãos seguram o braço da cadeira com força, é o máximo que ele pode fazer no estado em que se encontra.
— Apenas pense George... – seguro seu queixo e o aperto, puxando sua barba para baixo, forçando elas a saírem de sua pele, meu ódio só aumenta – Eu só preciso matar mais nove inocentes antes da lua cheia do caçador e meu grande ritual estará completo. – o medo que há em seus olhos naquele momento era tudo o que eu precisava.
O sol inundava a minha sala, quando desci as escadas e segui para a sala de jantar, um dos vários servos da casa se aproximou com uma bandeja onde se encontravam um xicara de leite, um pequeno bule, alguns biscoitos e pão fatiado em cima a mesinha de apoio que uso ao fazer artesanato. Um dos meus vários hobbies nessa cidade. Mas esta manhã era especial, eu aguardava alguém que havia perdido parte de si na noite anterior.
A jovem e bela Kitty adentra a porta de minha casa acompanhada por Alberto que a conduz até a minha presença na sala, ela veste um vestido bege e simples, sua face está cansada e sem vida. A olho ternamente e com um movimento de mãos lhe indico a poltrona ao meu lado para sentar-se, ela o faz e me olha.
— Eu só posso imaginar o seu sofrimento.
— Obrigado Sr. Sibley.
A olho cautelosamente enquanto abaixo o tom de voz e forço um tom de curiosidade.
— Suas amigas me disseram que estava assustada. Pensou que alguém estava tentando machucar o bebe? – Silencio – Me diga o que aconteceu. Conte-me.
A garota abaixa a cabeça, o receio está em sua face. O medo de proferir as palavras inibe sua boca de dizer o que eu tanto desejo.
— Vou te contar uma coisa... Nunca disse a ninguém antes. Eu também perdi um filho. – a memória da barriga assombra minha mente, mas ela foca seus olhos nos meus enquanto as lagrimas descem pelo meu rosto. – Eu sei a dor que sente, eu sinto até hoje.
— Você já teve um filho? – ela disse surpresa.
— Há alguns anos atrás... Mas os índios o mataram, juntamente com minha esposa.
— Sinto muito. – ela disse condescendente.
— Não sinta, eles estão na gloria de Deus neste momento. Mas você tem que me contar o que aconteceu, para que o seu filho não tenha morrido em vão. Eu te prometo, nenhum mal vira a você. Conte-me.
Ela me olha receosa, mas abre a boca e começa a falar:
— Sabe eu senti a presença do mal. E... – as palavras travam, mas eu já estava muito longe para desistir agora.
— Continue. – insisti.
— Eu vi uma... – a voz lhe falta novamente... Bruxa putrefata e ela estava tocando a minha barriga.
— E a mão da parteira? – isso minha jovem, diga o que eu preciso ouvir – A mão dela?
— Elas eram uma e a mesma. – disse ela voltando seu olhar para o chão.
Tudo estava acontecendo da maneira planejada. As palavras de Kitty eram tudo o que eu precisava para derramar mais sangue inocente na minha querida e amada Salem. Eu iria me vingar e aniquilar todos os puritanos da face da terra. Era só uma questão de tempo até meus planos se concretizarem.
— Eu já posso ir? – ela parecia cansada.
— Claro. – disse dando-lhe um doce sorriso – Alberto!
— Senhor. – ele se posta na porta.
— Ajude minha querida Kitty a chegar em... – dou um novo sorriso – Casa.
— Como desejar.
Ela se apoia em Alberto e segue em direção a saída com sua ajuda. Pego um dos biscoitos e começo a come-lo, Tituba se aproxima de mim, me olha enquanto mastigo e bebo um pouco do leite.
— Jovem mestre não foi muito audacioso falar que teve um filho?
— E quando eu tive um? – disse mudando meu humor e fechando a face.
— Pensei...
— Pensou errado, não foi você mesma que disse que eu não podia me afeiõar a algo que nunca existiu.
— Sim, mas...
— Sem mas, estou deveras cansado a esta hora do dia.
— E vai ficar mais ainda...
— Porque esta dizendo isso?
— Alguém que a senhor, como posso dizer ama muito voltou a Salem – disse ela sarcasticamente.
— Não estou entendendo.
— Porque o jovem mestre não olha pela janela. – disse ela apontando a mesma.
Levanto-me e caminho em direção a luz que atravessava as janelas de vidro da sala, olhei atentamente para o povo de Salem quando ouço seu sorriso. Pareciam o tintilar de uma pequena pedra preciosa em cima do liso vidro. Eu reconheceria aquele timbre em qualquer lugar. Então seus olhos encontram os meus e de sua boca nasce um largo sorriso mostrando todos os seus dentes brancos.
— Quando voltou?
— Hoje pela manhã.
— Você sabe que não gosto dela.
Tituba sorriu e sentou-se, beliscando um pedaço de pão e tomando um pouco do leite misturando-o com o café do pequeno bule.
— Porque te preocupas tanto com ela?
— É um pressentimento. E você não deveria se deixar levar por seus encantos, ou ela a levara a ruina. E se isso acontecer, saibas que estará sozinha sendo enforcada em praça pública. – disse ríspido subindo as escadas.
Os grilos cantavam, o céu estava turvo com grandes nuvens e o frio tomava conta da casa, eu havia descido por um breve momento para me esquentar um pouco. A lareira estava acessa então me aproximei dela e deixei que o calor subjugasse o frio que eu sentia naquele momento. A porra arranha e me deparo com Mather em minha porta pigarreando.
— Me perdoe, normalmente esse seria um domínio de meu pai adotivo, mas nas condições que ele se encontra temo que só de que ele ouça isso seu coração já pare.
— Sr. Sibley não se preocupe. – diz Jacob Mather se aproximando de mim – Tente se acalmar. Qual é o problema?
— Uma coisa terrível... – meus olhos se enchem de lagrimas – Um sinal.
Mather me olha atentamente, suas feições estão tensas e aparentemente ele demonstra preocupação.
— Um sinal?
— Sim... sim... Assim como descreveu em um de seus livros. – pego o livro que deixei aberto no sofá e o mostro – Um nascimento monstruoso.
— O que? – ele parece confuso – Mas aqui em Salem?
— Sim. Entregue por nossa própria parteira, Jane Pirce. – digo em um tom preocupado.
— E... E... Onde ele esta? Me diga o que aconteceu com esse monstro. Onde ele esta?
— Nesta mesma sala. O Sr. Lambew o colocou em uma garrafa e eu... – viro meu rosto dramaticamente enquanto Mather se aproxima do recipiente, meu rosto esboça um largo sorriso de vitória, ele retira o pano que cobre o vidro e comtempla o bebe morto.
— Pelas chagas de Cristo. – ele diz surpreso – A simples visão disso feriria Nosso Senhor mais uma vez. O Sr. agiu certo mostrando isso para mim. Isso é uma coisa terrível.
— Mas o que isso prediz? Isso é um sinal de que? – digo preocupado chegando mais próximo de seu corpo.
— Não resta a menor dúvida, não é nada menos que uma declaração de guerra contra nós, feita pelo próprio diabo. – suspiro preocupado enquanto ele se vira para mim.
— Reverendo, existe algo que possamos fazer? – minhas mãos tocam seu peito.
— Olha... Sr...
— Não diga nada Sr. Mather. Você parece cansado porque não... relaxa um pouco... – digo me abaixando e com habilidade descendo sua calça.
— Eu... – ele esta nervoso – Eu não posso. Estamos na sua sala.
— Não se preocupe reverendo...
— Mas...
Ele geme, sinto seu membro crescer em minha boca, enquanto ele tenta se manter em pé, procurando apoio na poltrona ao seu lado, suas mãos seguram minha cabeça enquanto ele começa a estocar dentro dela enquanto recita um versículo de apocalipse, até que sem aguentar mais ele jorra em minha boca seu néctar quente e doce.
— Reverendo? – passo minhas mãos em frente ao seu rosto.
— Mas... – ele olha para os lados e para as calças e vê que esta excitado, ele se vira e esconde seu volume atrás da poltrona enquanto continua sua fala – Como eu estava dizendo, Sr. eu vou fazer tudo o que estiver ao meu poder para proteger Salem... – diz ele nervoso – E também você.
Dou um sorriso provocador e o abraço forte, colando meu corpo no seu enquanto sinto levemente seu volume em minha perna que foge do esconderijo atrás da poltrona.
— Dou graças a Deus que está aqui reverendo, estaríamos perdidos sem você.
Dou as costas a ele e saio da sala seguindo para o segundo andar onde Tituba me aguardava em pé na soleira com um largo sorriso na face.
— Usando uma ilusão com o reverendo?
— Quando se trata do amor, o homem é o ser mais vil que existe na face da terra. Mas quando é o desejo eles mordem a isca mais fácil.
— Não me diga que se empolgou com o reverendo? – disse ela sorrindo se sentando em minha cama.
— Ele parecia bastante animado para criar uma ilusão tão forte. Eu apenas deixei que seus desejos se aflorassem e com toda certeza ele vai ao prostibulo da cidade para despejar sua energia. – disse rindo brevemente.
— O que foi? – ela me olhou preocupada ao ver minha face tensa.
— Preciso dar um jeito naquela garota.
— Você realmente não gosta dela.
— Nem um pouco.
— Não é ciúmes? É?
Reviro meus olhos e me sento no pequeno sofá, absorto em meus pensamentos.
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