o capítulo VINTE que sumiu

(A sorte é que tenho salvo.)

Acordo e ela não está na cama. Olho o celular e já são 8:40 da manhã.
Tem anos que eu não durmo tanto.

Levanto. Ela está fazendo o café, que linda! Essa visão aquece meu coração. Me aproximo e lhe dou um selinho.

— Bom dia preta! — percebi que adoro falar isso e ouvir ela responder.

— Bom dia kadu! Vai botar uma roupa e vem tomar café homem.

— Queria tomar um banho, posso?

— Claro que pode. Vou pegar uma toalha para você.

Ela vai buscar a toalha e eu entro no banheiro. Quando ela chega, eu a puxo com roupa e tudo para debaixo do chuveiro comigo. Ela reclama e eu a calo com beijos. Fazemos amor ali mesmo, agora sim e um bom dia.

Estou tenso com o almoço de hoje, então tenho que ter certeza que estamos bem.

— António gosta de vinho? — perguntei assim que acabamos de tomar café

— Adora!

Não nego que me incomoda bastante a naturalidade que ela fala sobre ele e o fato delaconhecê-lo tão bem.

— Vou para o hotel me arrumar e fazer umas ligações, te pego aqui ao meio-dia. Está bom para você?

— Está sim. Vai logo que o trânsito deve estar osso.

Eu vou porém antes, beijo muito minha mulher.

Chego no hotel e ligo novamente para casa dos meus pais, tenho que falar com o meu pai. Ontem ele não estava e o celular só dava desligado. Ligo e a empregada atende, peço para chamá-lo.

— Oi meu filho! Está tudo bem? — Atende animado do outro lado.

— Quero descobrir isso pai. — Vou direto ao ponto.

— Fala. O quê foi?

— Encontrei minha Carol e estamos juntos, o que você acha disso?

— Graças a Deus! Obrigado! Obrigado meu Deus! Acho perfeito filho. —sua voz está muito emocionada.

Estou ficando mais confuso.

— Pai, eu sei que o senhor procurou por ela no passado, mas será que ela ainda só quer meu dinheiro?

Ainda não sei em quem acreditar, mesmo sabendo que não vou larga-lá nunca mais, tenho que saber com quem estou lidando.

— Ela nunca quis meu filho, quando você falou que sabia de tudo, achei que tinha descoberto isso também.

— Fala tudo pai. — peço tentando controlar minha tristeza.

— Não ofereci dinheiro a ela, só falei de Harvard e mostrei suas malas e passabem. — minhas lágrimas escorrem.

— Por que pai?

— Filho! Eu tinha tantos planos para você e fui tão um egoísta. Nao achei que o você que sentia, fosse amor de verdade. Amanhã vou ao encontro de vocês. Preciso falar com ela e com você. Me desculpar pessoalmente por tudo.

— Não pai. Amanhã não, me dá um tempo primeiro.

— Tudo bem. Não volte a me odiar, eu errei muito e também sofri por meu erro. Te amo filho. Não deixe ela sumir novamente. Não vou poder esperar muito, tenho que me desculpar com ela, preciso disso.

— Ok pai! Outro dia resolvemos isso. Tchau. Dê um beijo na mamãe.

— Perdão filho, te amo, que Deus  abençoe vocês.

Só desligo o telefone.

Vou tomar banho. Já estou encima da hora. Não aguento a dor e choro descontrolado no chuveiro, pensando em tudo que deixamos de viver e ainda sem saber como me sinto em relação ao meu pai. O que me consola é saber que ela não mentiu para mim.

Me acalmo, me arrumo e saio.

Chego com 15 minutos de atraso e ela já está na portaria me esperando, linda!

Me vê e abre um sorriso radiante, tirando os óculos escuros fala seguida a de uma deliciosa gargalhada : — Nossa! Que gato!

Eu ainda estou babando quando saio do carro para abrir a porta pra ela.

—Nossa preta! Você quer acabar comigo linda desse jeito!  — sorrio, lhe dando um selinho

Ela senta, eu entro e fico um tempo olhando para minha mulher. Porra! Amo demais essa preta.

— O quê foi Kadu?

— Eu.eu nunca deixei de te amar, eu te amo, só quero que você saiba disso.

Ela abre aquele sorrisão e isso aquece meu coração.

— Eu nunca te esqueci Carlos Eduardo. — Deus! Eu ouvi certo? Quero sair dançando.

Beijo seus lábios.

— Me perdoe por ter duvidado de você.

— Tem muita coisa que você ainda não sabe.

Sei que nada vai mudar o que sinto.

— O quê por exemplo?

— Vamos, estamos atrasados. — fiquei com uma pulga atrás da orelha, mas ainda estou sorrindo feito um idiota apaixonado.

Chegamos em casarão antigo num bairro nobre de São Paulo.
Ela destrava o portão da garagem. Por que ela ainda tem a chave? Saímos do carro e quando subimos os degraus de acesso a casa... Na varanda estão nos esperando André e Carla e um outro casal abraçado. Eu os vi em Búzios e pensei que um deles era o marido dela, tenho certeza que foi ele que saia do hospital com ela naquele dia. Acho que me enganei! Onde deve estar o tal do Toni? Como ele deve ser? Será que ele já arrumou alguém? Penso tudo isso enquanto subo as escadas.

O outro casal abraça Carol entre eles, vejo ali um amor de amigos, pai, tudo junto e agradeço por Carol ter esses amigos. Equanto isso estou falando com André e Carla.

— Bem vindo em nossa casa Eduardo! Me chamo Antônio, mas pode me chamar de Toni, esse é meu companheiro Joaquim.

Opa! O que está acontecendo aqui?

— Relaxa, vamos te explicar tudo. Pode me chamar de Quim. — acho que ele leu minha mente, ou será que falei alto.

— Me desculpem, podem me chamar de Kadu.

Olho pro André que está com um sorrisinho nos lábios. Por que ele não me falou?

— Vamos entrar. Conhecemos o André hoje também, é devo dizer minhas meninas tem um puta bom gosto. — elogiou o tal do Quim sorrindo.

Fico um pouco sem graça, entrego o vinho e entro com eles, somos encaminhados para uma linda e elegante sala de estar.

— Cadê Maria? — Perguntei e só ai, reparei que Carol não entrou na sala conosco.

Quim nos serve um suco.

— Está terminado de se arrumar, a última vez que fui lá, ela já tinha trocado de roupa umas três vezes. — Explica Toni sorrindo.

— Mulheres. — Fala André.

Gente, à cabeça dessa crianças deve ser uma bagunça. O pai larga a mãe e fica com o padrinho, nossa!

Carol volta sozinha pra sala.

— Cadê a Maria preta? — Pergunta Toni.

Ele chamou minha mulher de preta? Sério isso?

— Já esta descendo.

— Então Kadu, acho que você tem muitas perguntas, vou te falar minha parte, quando conhe...

Maria chega e todos se calam.

Que menina linda! Sinto uma coisa estranha que não sei explicar, mas com certeza é algo bom. Acho que é porque ela é filha da minha amada, então o fato de ter um pedaço da minha preta nela me faz bem.

Fico parado olhando ela se aproximar. Ela olha para todos, menos para mim. Deve ter ciúmes da mãe, entendo porque eu também tenho.

— Boa tarde! Me desculpem pela demora. — Cumprimentou, ainda sem olhar pra mim.

— Essa minha afilhada é gata demais gente, parece com o pai. — elogia Quim sorrindo.

Toni fecha a cara e Maria fica sem jeito. Sinto muito, mas ela não parece nem um pouco com ele, ela parece com a mãe.

Ela ainda não está muito perto e parou próxima a uma estátua, que fica no canto da sala.

— Vem filha. Deixa eu te apresentar o André e o Eduardo. — chamou Carol, estendendo a mão pra ela.

Eduardo é o cacete eu sou seu namorado e é Kadu. — apenas penso.

Ela vem, mas fala primeiro com a Carla.

— Oi minha preciosa! Você está linda! Tá parecendo comigo, dá beijo na dinda dá.

— Oi dinda. Menos né, depois que arrumou namorado me abandonou e agora quer beijo?

Todos sorriram, a pequena não tem papás na língua.

—Nossa! Vai espantar os convidados assim filha. — Carol a repreende, aparentando um nervosismo que desta vez não veio acompanhado de uma gargalhada.

— Duvido que eles se assustem com tão pouco mãe, ao menos assim eu espero.

Acho que essa garota é anã, não quero nem imaginar o que ela vai falar para mim. Ela vai cumprimenta o André.

— Oi! prazer em te conhecer me chamo Maria... apenas Maria mesmo.

— Olá Maria! Me chamo André e um prazer enorme te conhecer. Te prometo que quando levar sua madrinha para sair vou te chamar também, combinado?

Puxa saco.

— Muito obrigada, mas dispenso. Além de dormir cedo e não ter tempo, eu não tenho cara de vela.

Bem feito. Agora é a minha vez e estou bem nervoso. Droga! Relaxa homem, ela é somente uma criança.

— Prazer. Você é o Eduardo certo? — Fala me estendendo a mão. Não me olhou direito. acho que ela também está nervosa.

— Isso mesmo Maria, mas se você desejar pode me chamar de Kadu é assim que meus amigos me chamam.

— Entendido Eduardo.

— Está certo Maria, como você desejar, lembra?

Tomara que meu namoro não dependa da aceitação da pestinha, mas mesmo assim, gostei dela.

— Então está tudo lindo! Porém quais as suas intenções com a minha mãe? — é sério isso? Acho que sim.

— As melhores pos...

— Menos filha. Eu sou a mãe aqui lembra? — Interrompeu Carol.

— Isso eu jamais vou esquecer mãe, mas quero ter a certeza de que a senhora está fazendo a escolha certa.

— Maria já chega. — Toni falou firme.

— Toma distraída. — debocha Quim sorrindo.

— Ok, tudo bem, mas depois nós vamos ter uma conversinha. — A pestinha, falou isso olhando para mim, e todos ficam rindo, qual é a graça?

— Por mim pode ser agora Maria. Gosto muito de pessoas diretas.

— Quê bom! Porque adulto tem mania de complicar tudo.

— Minhas intenções com a sua mãe são as melhores possíveis, quem sabe até um casamento! — todos me olham espantados.

Menos ela.

— Você já se divorciou? — Porra! Ela sabe que sou casado. Pra que Carol contou isso? Fico sem jeito. Porém, respondo...

— AAinda não Maria, mas prometo resolver isso assim que possível.

— Então deixe para falar de casamento depois do seu divórcio.

— Está certa Maria, gostei muito de você pequena. agora para de marra e deixa eu te dar um abraço. — A abracei antes de terminar de falar.

Por que eu fiz isso? Ela é igual a mãe. Tenho que falar menos e agir mais. Ela resiste um pouco depois aceita fazendo charminho...

Continua...

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🌟Votem comentem😉😘

Beijos da Aline 💋

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