Cap 14 jogar o jogo.


Bom dia São Paulo! É isso que tenho vontade de gritar. O dia está nublado e mesmo assim, para mim, parece perfeito. Estão estranhando meu bom humor?

Está noite decidi que não vou mais sofrer. Tenho um emprego, amigos e o melhor, a filha do homem da minha vida. Gozei horrores e agora sei que não sou frígida. Gargalho sozinha.
Só precisava do homem certo. E quer saber? Que se dane o resto.

Desço as escadas com este pensamento e um sorriso no rosto.

— Bom dia Toni!

— Bom dia preta!

— Aonde está o Quim?

— Já saiu, foi resolver a compra do seu apartamento.

— Você sabe que isso não era necessário. Todo o dinheiro que ganhei de você, do Quim e do meu emprego, eu guardei e você aplicou.

— Eu sei, mas a compra de um apartamento levaria quase todas as suas economias.

— Isso é verdade, mas vocês já fizeram tanto por mim.

— Você que fez pela gente, naquela época eu não tinha coragem de me assumir.

— Agora você tem?

— Tenho que ter, de uns tempos para cá, Quim já estava ficando aborrecido e ameaçando até ir embora.

— Por que você não me contou?

— Era coisa minha e dele. Falou que no meu aniversário, se ele tivesse que se sentar longe, era longe que ficaria pra sempre.

-Quando vai contar aos seus pais?

— Essa semana ainda, Quim quer fazer União estável — sorri — Disse que esperou muito, agora quer tudo de uma vez.

— Acho que ele está certo, você sempre foi um filho maravilhoso. De um colégio falido que seus pais te deixaram, hoje você em sociedade com o Quim tem uma rede aqui e no Rio. E vocês quem mantém os luxos dos seus pais.

— Verdade preta, chega de viver na mentira, não devemos nada a ninguém, eles não precisam me apoiar, mas vão ter que me respeitar.

— Isso mesmo amigo.

— Até Maria, me chamou a atenção no passeio de sabado, ela está esperta demais, me falou assim: — ou você toma uma atitude ou meu dindo vai embora. — Me contou sorrindo.

— Imagino! Ontem ela me disse que os adultos complicam tudo.

— Ela tem razão. Quim me falou do seu encontro no sabado.

— Sim, eu sabia que ele iria te falar, não tem segredos entre vocês.

— Então Carol. Encare seus medos também, você é linda e jovem. Vai ser infeliz por um passado? Viva o presente Preta.

— Acordei com esse pensamento.

— Você vai atrás dele?

— Não. Carla me falou que eles estarão aqui em São Paulo por um mês. Devem chegar hoje, não vou a atrás dele, mas se ele quiser me ver, não vou fugir.

— Amém, estou muito feliz com isso. Agora mudando de assunto, você terminou a faculdade, e aí? Posso contar com você como minha mais nova diretora adjunta.

— Pode sim.

— É mulher! Kadu te pegou de jeito.

— Por que? — Pergunto gargalhando.

— Até semana passada você corria de qualquer compromisso mais sério.

— Não tem haver com ele, eu resolvi mudar.

— Fico feliz de verdade minha amiga.

— Vou sair para comprar umas coisinhas para meu apartamento, quer ir comigo? Vou acordar Maria pra saber se ela quer ir também.

— Vou ficar aqui, estou sem paciência para o trânsito.

Subo para acordar Maria, hoje é segunda, mas não fomos para à escola. Chegamos quase as cinco da manhã.

— Bom dia preciosa! — cantarolei abrindo as cortinas e depois dando um beijo nela.

— Bom dia mãe. — responde sonolenta.

Deixei de ser mamãe, sério isso produção?

— Vamos pra rua fazer compras comigo?

— Estou com sono.

— Vai ou não?

— Eu vou.

— Então levanta, vou tomar banho, me arrumar e te esperar, não durma novamente.

— Tá mãe.
...
Depois de andar um pouco, paramos para almoçar.

— E ai filha, o que está achando de se mudar?

— Estou curtindo.

— Não está triste por sair da casa do Toni?

— Não, agora que eles vão se resolver, vai ser melhor assim.

— Pode falar o que está realmente sentindo filha. Eu te conheço Maria Eduarda.

— É que ontem, quando fui beber água, escutei o dindo falando que quer adotar uma menininha de 2 anos.

— Sim ele me contou, o que tem isso?

— Nada

— Você está com ciumes é isso? — Perguntei já sabendo que sim.

— Não é isso, é que eu queria tanto ter mais irmãos.

— Filha, você sabe que mesmo se a mamãe tivesse um marido de verdade, isso seria impossível.

— Como você vai saber, você nunca nem tentou.

— Tenho muitos cistos nos ovários, uma gravidez seria um milagre, é praticamente impossível. Essa menininha será como uma irmã para você.

— Não mãe, é a família deles.

— Toni vai continuar a ser seu pai.

— Você nem deixou ele me registrar.

— Eu te falei que ia deixar você decidir isso quando você quisesse, é isso que você quer?

— Não.

— Quer saber mais sobre seu pai?

— Não.

— Filha, ele não teve culpa, quando ele foi embora, nem eu sabia que estava grávida, foi eu que não o procurei porque tive medo da família dele achar que eu queria o dinheiro deles.

— Eu sei mãe.

— Sabe?

— Eu escutei muitas coisas nesses 11 anos.

— Você quer que eu preocure por ele é conte sobre você?

— Não, não quero. Ninguém é obrigado a me aceitar.

— Talvez ele fique feliz.

— Você sabe onde ele está?

— Deve estar na cidade, fiquei sabendo que ele vai passar um mês aqui, se você quiser eu conto. — Não quero mentir para ela.

— Um mês... Então eu tenho um tempo pra pensar?

— Tem sim filha.

— Você ainda gosta dele?

— Acho que sim. Seu pai foi o único homem que amei minha vida.

— Ele tem mais filhos?

— Não sei preciosa.

— Ele é casado?

— Também não sei.

— Tem como você descobrir?

— Acho que sim, mas isso não vai mudar o fato de você ser filha dele.

— Mas se ele tiver outros filhos, não vai me querer.

— Depois que ele tiver certeza de quê você é filha dele, ele vai querer sim. Todos te amam e ele também vai te amar.

— Mas se for um amor de mentira e depois ele ir embora e não voltar mais.

— Acho que isso ele não faria, ele mora no Rio, é perto.

— Eu queria conhecer ele, sem ele saber quem eu sou.

— Difícil, além de vocês terem o mesmo sorriso, você tem muitos traços dele.

— Podemos ao menos tentar?

— Vou resolver isso, te prometo.

— Se eu não gostar dele, Você não conta tá?

— Tá bom filha. Vou precisar de um tempo, ele me viu em Búzios, porém não me reconheceu. — se eu começar isso, vou ter que contar cedo ou tarde ela querendo ou não.

— Você sorriu perto dele?

— Sim, por quê?

— Porque você sempre me disse que o que ele mais amava em você eram as suas gargalhadas.

— Verdade, e o que tem isso?

— Isso mãe, eu tenho certeza que não mudou. Você chegou a falar com ele.

— Falei pouco. — Não ouso dizer que dormi com ele.

— Disse seu nome?

— Disse.

— Ele sabe mãe, tenho certeza e se ele não falou nada, foi porque ele não quis. — Deus! Que criança e essa?

— Tá, você pode estar certa.

— Mas porque ele fingiu?

—Por não querer falar do passado, eu também menti, não falei que O reconheci.

— E o tal de Kadu não é?

— É sim. Ele agora tem 36 anos. Hoje basicamente é o que eu sei sobre ele. Sua tia está saindo com um amigo dele. Eu posso pedir para ela descobrir, mas...

— Não mãe. Quero que até eu decidir, esse seja o nosso segredo.

— Pode deixar filha, vou te apresentar seu pai. Eu tenho uma foto dele lá na escola se quiser te mostro.

— Ainda não, quero vê-lo pessoalmente primeiro.

Depois desse papo tenso e adulto, voltamos para casa. Já vi que a semana vai ser longa. Minha filha cresceu e já passou da hora de eu fazer o mesmo.

Então, vou jogar o jogo dele.

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