66 - SAMANTHA
Juntei todos na mesinha de centro com alguns papéis cheios de anotações.
— Nós vamos fazer algo arriscado. – digo.
— Me conte uma novidade. – Brian e Peter dizem ao mesmo tempo e depois se encaram.
Era tudo o que eu precisava nesse momento.
— É o seguinte. – digo chamando atenção dos dois. — Peter irá até o Central Park com a grana. Porém, quem vai entrar no carro sou eu.
— Nem pensar! – Peter e Anna exclamam ao mesmo tempo.
Assim não dá galera!
— Samantha, você não pode se arriscar dessa maneira. – Anna diz.
— Eu já me arrisquei da outra vez, e nessa não será diferente.
— Mas agora é diferente. – ela diz me dando um olhar significativo.
O bebê.
Oh, claro!
— Sim, bem diferente. – Peter diz. — Elize não é como Pilar, Samantha.
— Ela está com a minha filha. Não vou ficar sem fazer nada. Eu vou e acabou. – digo.
— Não vai não. – Peter diz.
— Vou sim.
— Não vai não Samantha! Não vou deixar você se arriscar dessa maneira. Pode me bater, ou o que for. Eu não vou deixar! – Eu deveria ter ficado com raiva, mas o que foi que eu fiz? Eu comecei a chorar. — Por que está chorando agora?
— Porque eu quero! Me deixa! – enxuguei minhas lágrimas. — Me deixa ir, por favor.
— E se não der certo? – ele pergunta.
— Ai a gente corre. Quer dizer, eu. – digo.
— Eu não quero que você se arrisque dessa maneira. Se acontecer alguma coisa com você eu não sei o que acontece comigo. – ele diz. — Já basta a Agatha lá com aquela maluca.
— Não vai acontecer nada. – me aproximei dele. — Deixa eu tentar.
— Eu não posso. – ele diz.
— Você sabe que de um jeito ou outro eu vou conseguir, não é mesmo?
— É eu sei. – suspirou. — O que temos que fazer? – eu sorri.
— É assim. – mostrei o mapa que eu fiz. — Aqui estarei atrás dessa árvore. Você aqui. Assim que o carro parar você finge que cai, e eu corro para trocar de lugar com você. Aí eu vou entrar no carro e seguir.
— E como vamos segui-los? – o detetive pergunta.
— Ai vem a melhor parte. – retirei do meu bolso uma pulserinha de plástico.
— Uma pulseira? – Brian questiona. — Você já foi mais inteligente.
— Brian, se fecha. – digo. — Isso não é uma simples pulseira. É um rastreador. Vocês conectam ele com o celular ou notebook e saberão onde estarei indo.
— Como conseguiu isso? – Anna pergunta.
— Pedro. – Eu e Brian dizemos juntos e sorrimos.
— Quem é Pedro? – Laura pergunta. Por que exatamente ela ainda está aqui?
— Meu irmão mais novo que é um gênio. – sorrio. — Enfim, quando eu entrar no carro, vocês vão esperar algumas minutos e depois começar a seguir no GPS. A polícia pode chegar junto, mas sem alarde. Porque se tem uma coisa que eles fazem, é estragar tudo com aquelas sirenes chatas.
— Tudo bem. – Peter diz.
Passamos o resto do dia conversando sobre como tudo seria.
Comi um pouco da comida que Anne fez mas um enjôo forte me atacou e não consegui terminar.
Já era onze da noite e eu entrei no quarto de Anna e Brian.
— Brian vaza, tenho que falar com a Anna. – digo.
— Eu não. Você invadiu meu quarto e está sendo mal educada. – rolei os olhos. — E se for conversar com a minha mulher, vai dizer na minha frente.
— Ah não vou mesmo! – digo e o puxei da cama o fazendo cair.
— Está maluca? Isso não se faz. Eu poderia ter morrido. – diz se levantando e fazendo o famoso drama time.
— Morrer você vai se continuar aqui. – digo. Ele mostra a língua e sai do quarto fechando a porta. Esperei alguns segundos já que ele tem a famosa mania de ouvir por trás da porta. — Brian sai!
— ARGH! – o escuto resmungar e depois sair.
— O que foi? – Anna pergunta.
— Preciso de um remédio. Que segure todos esses meus sintomas por um tempo. Não posso ir até lá e desmaiar.
— Deveria ter pensado nisso antes de discutir com o Peter. No seu estado você não pode se arriscar assim. Não é só sua vida que está em risco.
— Por favor Anna. Você veio para bancar a médica particular, então vamos lá.
— Não posso te dar nada, esses são sintomas que vão continuar por mais algum tempo e você não pode se entupir de remédio para segurar eles. Desculpe, mas não.
— Por que não me avisou antes? – bufei.
— Como pensa em contar a ele?
— Não sei. Não posso simplesmente chegar nele e dizer "Parabéns, você será papai!"
— Pode sim. – ela diz.
— Anna, não é tão simples. Ele já está tendo que lidar com uma filha sequestrada, ai eu vou lá e digo que ele vai ter outro. Ai ele morre. Eu ainda não cai na real que estou grávida, imagine ele. – suspirei e um estrondo foi ouvido do outro lado da porta. Eu e Anna nos encaramos e saímos correndo e abrimos a porta. — Só pode ser brincadeira!
— Era só o que me faltava! – ela revira os olhos.
Brian está desmaiado.
— Ele ouviu tudo, não foi? – pergunto colocando as mãos no rosto.
— Sim.
— O que aconteceu? – Peter brota do além. Oh, que ótimo!
— Ele teve uma queda de pressão. – Anna mente. — Pode me ajudar a coloca-lo no quarto? – ele assentiu levantando Brian.
Está pra nascer alguém mais frouxo que Brian.
Não, pera. Meu bebê não vai ser frouxo igual ao tio. Não mesmo.
Começo a rir do pensamento e Anna e Peter me encaram.
— Estão olhando o que? – pergunto sessando o riso.
— Precisam de mais alguma coisa? – Peter pergunta.
— Não, mas muito obrigada.
— Por nada. Ele vai ficar bem?
— Vai. – Eu digo indo até meu irmão que se encontrava jogado na cama. — Brian! Acorda! – lhe dou alguns tapas no rosto. — Brian! – lhe dou mais alguns tapinhas. Isso é por ouvir atrás da porta, idiota!
— Samantha, bater nele não vai adiantar muito. – Peter diz.
— Calado. – digo e dou mais um tapinha no meu irmão que começa a abrir os olhos. — Viu como adianta?
— Samantha... grávida? – Brian pergunta ainda sem noção.
— O que? – Peter pergunta e me encara. A Brian, eu vou te matar!
— Você está louco! – digo.
— Eu ouvi. – Brian diz. — E ouvi muito bem.
— Ouviu totalmente errado. Não sou eu quem estou grávida. – digo e ele me encara confuso. — É a Anna.
— Quem? – ela pergunta e lhe dou um olhar significativo. — Er... não era para você saber agora. – ela da um sorriso forçado e um olhar mortal para mim. Desculpe Anna.
— Um, dois, três. – Brian conta nos dedos. — Três? – e novamente ele desmaia.
— É melhor eu ir dormir. – Peter diz. — Até amanhã, e parabéns. Eu acho.
— Obrigada. – Anna força um sorriso e ele sai do quarto. — Está maluca, Samantha? Eu grávida?
— Queria que eu dissesse o que? Eu acabei de dizer que não posso contar agora.
— Então da um jeito de contar. Você sabe como Brian é. Ele vai pirar quando acordar.
— Eu sei. – suspirei.
— Vai dormir vai, anda. – me expulsa do quarto.
— Tá bom, e desculpa.
— Tudo bem, eu entendo. Mas se eu estrangular seu irmão, a culpa é sua. Você sabe como ele fica irritante tentando me mimar.
— Não finja que não gosta, pois sei bem que você ama isso.
— Vai te ferrar. Tchau Samantha. – eu rio e saio do quarto.
Entro no meu quarto, e me deito na cama, caindo no sono logo em seguida.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top