23 - PETER
Faz dois meses que aquela maluca, cujo o nome é Samantha Campbell chegou e está tentando fazer estragos.
Garota completamente maluca e sem noção. Isso porque se diz maior de idade, mas é pior que a minha filha de quase cinco anos.
Bom, de Agatha eu não tenho do que reclamar, ela é um anjo. Comparado a tudo que ela já viveu muito nova...
Samantha chegou para virar não só a minha mente, como a minha vida de cabeça para baixo. Em 28 anos da minha vida, eu nunca conheci uma garota tão desequilibrada como ela.
Não que na minha vida não tenha passado loucas, mas sim já passaram. Porém Samantha é BEM diferenciada.
Heitor é um grande amigo. Já fomos sócios, na época em que ele passou um tempo por aqui. Ele me ajudou em uma época difícil da minha vida, e tenho grandes dívidas com ele. E dando um "lar" a sua filha, seria uma ótima maneira de pagá-lo. O problema é que ela é totalmente LOUCA.
Heitor me pediu ajuda, e confiou a filha dele a mim. Ele me deu a responsabilidade de cuidar dela, e "mudar" ela. Não vai ser algo fácil, mas estou aqui para isso. Não sou de desistir fácil de uma pessoa, principalmente se o objetivo for para algo bom.
Agora mesmo eu estou extremamente irritado. Como se não bastasse te-la me tirando do sério o tempo todo, eu tenho que lidar com ela namorando o meu empregado. Ha! É o universo contra mim mais uma vez.
Eu estava com o pensamento longe, quando duas batidas na porta me fizeram voltar.
— Entre. – digo me arrumando direito na cadeira.
— Peter? – ouço Pilar e a vejo fechar a porta atrás de si. Tenho que colocar um basta nisso.
— Algum problema com Agatha?
— Nenhum. – sorriu cínica. — Eu só, vim fazer uma visitinha. – se aproximou mais da mesa.
— Pilar temos que conversar. – a encarei.
— Depois conversamos sobre o que você quiser, mas não agora. – deu um sorriso pervertido e contornou a mesa vindo até mim.
— Pilar... – ela me interrompe, colocando o indicador em meus lábios.
— Shhh, depois. – sorriu e eu suspirei segurando seus braços.
— Pilar não tem depois algum! – a afastei. — Eu vou falar com você, e vai ser agora. – ela me encarou confusa e contornou de volta minha mesa.
— O que quer falar?
— Olha... – suspirei. — Vou ser direto. O que for, que nós estivéssemos tendo acabou ok?!
— Como assim acabou? O que exatamente acabou? – se fez de desentendida me fazendo rolar os olhos e bufar. Paciência Miller.
Ótimo, agora estou falando como a Samantha.
— Pilar, por favor, não complique as coisas. Isso que tínhamos acabou! Não temos mais nenhum contato além de profissional. Você é babá da minha filha, só isso.
— Não! Você não vai simplesmente me usar e depois descartar dessa maneira.
— Eu estou sendo mais do que justo com você. Eu não quero mais nada com você Pilar, entenda. Isso que tínhamos era... nada.
— Como nada?
— Não me venha com drama, pois você iniciou isso dizendo que não era nada.
— Acontece que eu não consigo mais viver sem você.
— Você vai ter que se acostumar a viver sem.
— Peter...
— Poderia ser pior! Eu poderia ser um desses canalhas e simplesmente te usar e depois te demitir, mas eu não sou, então de graças a Deus por isso. – ela fecha os olhos, suspira e os abre me dando um olhar mortal.
— É por causa dela, não é?
— Dela quem?
— Daquela garota infernal! Você está terminando comigo por causa dela não é?! – diz aumentando o tom de voz.
— Em primeiro lugar, abaixe o tom! Segundo, essa garota tem nome e é Samantha. Terceiro, isso não tem nada a ver com a Samantha, eu apenas cansei disso.
— Você é igual a todos! – fez drama. — Mas não vá pensando que isso vai acabar dessa maneira.
— E não vai, já acabou! Pilar, vamos esquecer isso, ok? Volta para o seu trabalho. – ela me encarou mais uma vez e depois me deu as costas e saiu da sala batendo a porta com força.
— Ótimo! Mais alguma coisa? – no mesmo momento o telefone toca. — Maldita boca! – suspirei e atendi. — Pois não.
— Sr. Miller? – uma voz feminina soou do outro lado da linha.
— Eu mesmo, quem deseja?
— É a Sra. Devine, diretora da senhorita Campbell.
— Ah claro, algum problema com a Samantha?
— Bom, sim. O senhor poderia vir até aqui? – fechei os olhos e suspirei.
— Sim claro, e o que ela fez dessa vez?
— Uma loucura! Ela subiu no telhado da universidade e não sai de lá por nada.
— Mas que p... – me interrompo. — Ok, eu já estou indo para ai. Muito obrigado senhora Devine. - desliguei suspirei. — Por que é que eu fui abrir minha boca? – bufei e sai do meu escritório.
***
Assim que cheguei na universidade, havia várias pessoas do lado de fora encarando o teto. Me aproximei e pude ver a figura loira conhecida como Samantha andando de um lado para o outro lado do telhado da universidade. Essa garota só pode ter pirado de vez!
— Samantha, que diabos você faz ai em cima?! – grito lhe chamando a atenção. Ela olha para baixo.
— Porque eu quero! – retrucou.
— Samantha desce dai!
— Não quero!
— Não me faça ir até ai. Agora faça como uma mulher madura e desça dai.
— Não sou fruta para ser madura! – revirei os olhos.
— Se você não descer dai, vai deixar claro para a universidade inteira que você é uma criança imatura! – ela me encarou e depois encarou todos que estavam ali e bufou sumindo de nossas vistas. Suspirei aliviado. Foi mais fácil do que eu pensei.
— Quem é você? – um garoto loiro centímetros mais baixo que eu parou em minha frente e me encarou de braços cruzados.
— Te interessa?
— Claro! Quero saber o que você é da minha Deusa suprema.
— Sua o que?
— Deusa, Samantha. Minha namorada. – ele só pode estar tirando uma com a minha cara. Namorada?
— Pronto eu já estou aqui. – Samantha surgiu do meu lado com cara de tédio.
— Vamos! – a puxei pelo braço a levando para o carro.
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