13 - SAMANTHA

No dia seguinte, me levantei e olhei para Agatha que dormia pesadamente.

Ela é linda! Tem os cabelos loiros, pele bem branquinha e um biquinho rosado fofo. Se não fosse seus olhos eu diria que ela não é filha de Miller.

Me levantei vagarosamente e fui até o banheiro. Tomei meu banho e fiz minha higiene matinal. Coloquei um macacão curto jeans na cor azul e um vans preto. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo médio e sai do banheiro.

Estava arrumando meu material quando meu celular vibra. Era uma mensagem de Emilly dizendo que não teria aula hoje por conta de um vazamento de água e me chamando para ir ao shopping.

Coloquei o celular em cima do criado mundo após responder a mensagem e observei Agatha. Ela ainda dormia tranquilamente. Não consigo, e nem vou acorda-la. Lhe dei um beijinho na testa e sai do quarto. Desci e fui para sala de jantar onde Miller estava sentando e mexia em seu tablet.

— Bom dia! – diz Anne sorrindo enquanto colocava café na xícara de Miller.

— Bom dia! – respondo da mesma forma. Ela termina de colocar o café na xícara de Miller e sai. — Da para passar o leite? – ele passa para mim sem responder ou olhar em minha cara. — Que foi? Está bravinho por ontem? – ele me ignora. — Ok, não vai falar comigo. – digo pegando uma torrada. — Tomara que morra engasgado! – praguejei.

— Pode jogar praga a vontade! – responde sem me olhar.

— Idiota! – resmungo tomando meu leite. — Quem deveria estar bravinha sou eu. – ele desvia seu olhar do tablet me olha.

— Você? E por que?

— Como por que? Você não tem respeito algum pela sua própria filha e ainda se acha no direito de exigir algo de mim!

— Samantha...

— Eu não tenho nada a ver com sua vida, e nem quero ter a ver. Apenas não faça algo que vá prejudicar sua filha. – lhe encarei. O silêncio reinou por alguns segundos até que ele bufasse.

— Já está na sua hora, não acha?

— Para a sua total alegria, hoje eu não tenho aula.

— Quem falou? – franziu o cenho.

— Minha amiga me avisou, houve um vazamento de água e por isso suspenderam as aulas.

— Vou consultar isso. – se levantou saíndo da sala de jantar. Apenas dei de ombros e fiquei no meu café.

Quando me senti cheia o suficiente, me coloquei de pé e sai da sala de jantar dando de cara com Miller voltando do escritório.

— E ai? Tirou suas dúvidas?

— Sim. Você realmente não tem aula. – suspirou.

— Ótimo. Olha, minha amiga me chamou para ir ao shopping com ela e você queira ou não eu vou. – ele fechou a cara. — E bom, eu queria saber se a Agatha pode ir com a gente. – ele me encara.

— Agatha com você e uma desconhecida? – assenti. — Não.

— Ah o que? Por que não?

— Eu não confio em você.

— Não aconteceu nada aquele dia, ela chegou muito bem em casa.

— Isso não quer dizer nada. – bufei.

— Eu venho aqui, te peço com a maior educação e é isso que eu ganho. – me fiz de ofendida.

— Você não sabe cuidar nem de você mesma e vai cuidar de uma criança de quatro anos?

— Eu tenho dois sobrinhos da mesma faixa de idade que ela. Eu sei muito bem cuidar deles. – ele me encara por um instante e depois suspira. — Por favor!

— Não. – diz subindo as escadas.

— Qual é? Como quer que eu mude se você não deposita nem um pingo de confiança? Sabia que isso é muito importante na vida de um adolescente? – ele se vira e me encara.

— Pelo que eu sei, você não é mais uma adolescente. – cruzou os braços.

— Podem ter te dado informações erradas sobre mim. – dei de ombros.

— Samantha, minha resposta continua sendo não.

— Já ouvi muito não na vida mas nem por isso eu desisti.

— O que está insinuando? Que vai pegar a minha filha sem permissão?

— Talvez, quem sabe. – dei de ombros novamente.

— Olha aqui... – ele começa.

— Papai. – diz Agatha aparecendo no centro da escada coçando os olhinhos.

— Já acordou? – perguntou ele indo até ela e a pegando no colo.

— Não, ela está dormindo ainda e sonhando com o Planeta dos Macacos. – ironizei e ele me jogou um olhar mortal.

— Podemos ficar juntas hoje? – Agatha me questiona.

— Claro, eu tenho planos para nós duas mas seu querido pai está planejando estragar.

— Eu estou tentando proteger minha filha. – ele argumenta.

— Afastando ela de mim? – o encarei. — Gatinha, que tal irmos ao shopping hoje?

— Eu quero!! – ela exclamou animada.

— Viu? Ela ficou feliz. – ele bufa. — Gatinha convence seu paizinho a deixar você ir pois ele é muito chato.

— Papai, por favor!

— Não.

— Por favor eu quero muito ir. Você nunca deixa eu sair, a não ser ir para aquele parque bobo que a Pilar me leva. Eu prometo me comportar.

— Você eu sei que vai se comportar meu amor, já ela... – me encarou.

— Ela promete que também vai se comportar, não é Sam?

— Prometo? – ela me da um olhar do gato de botas. — Tá bom, eu prometo que irei me comportar. – Miller me encara por um momento, como se fosse aquelas máquinas de Raio X.

— Está cruzando os dedos. – diz ele. Revirei os olhos e coloquei as mãos para o alto em rendição.

— Eu prometo.

— Promete o que? – pergunta ele arqueando uma de suas sobrancelhas.

— Ah qual é? Para com esse joguinho! – ele e Agatha me dão o mesmo olhar. Mas será possível que até ela? Suspirei. — Eu prometo socar a su... quer dizer, eu prometo me comportar no shopping. – me corrigi e os encarei.

— Promete não soltar das mãos dela.

— Ela é uma criança, não um cachorrinho. Quer o que? Que eu coloque uma coleira nela?

— Ela pode se perder.

— Ok, eu não vou soltar da mão dela, nem um segundo, nenhum instante, nem quando eu parar de respirar, ou quando eu ter um AVC, ou quando eu estiver morrendo. – ele revira os olhos.

— Tudo bem. Eu estou confiando em você, porém Jonh e Jack vão com vocês.

— Isso não é confiar. – reclamei.

— É segurança, tanto para Agatha quanto para você.

— Tudo bem, mas eles não vão ficar grudados na gente, e nós vamos no carro da minha amiga.

— Não conheço sua amiga, para permitir que minha filha ande com ela.

— Emilly não é uma sequestradora de crianças.

Eu acho.

— Tudo bem, mas lembre-se... estarei de olho em vocês.

— Eu sei bem, um olho aqui e outro na bunda da Pilar. – murmurei para eu mesma.

— O que disse? – ele questiona.

— An? Eu disse... um olho aqui e outro lá... com a gente... na estrada. Foi isso que eu disse. – sorrio.

— Estou com fome! – diz Agatha.

— Então vem, vamos tomar alguma coisa. – ela desceu do colo do pai e desceu com cuidado os degraus da escada vindo até mim.

— Cuidado as duas, hein! – avisou Miller me encarando.

— Pode deixar querido Miller. – lhe dei um sorriso irônico e sai com Agatha a caminho da sala de jantar.

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