15. Descoberta


Os dias aumentaram minha curiosidade sobre aquelas lágrimas, as quais pareciam expressar um profundo conflito consigo mesmo.

Através da vidraça da loja de conveniências, sem ser notada, vi meu submisso amante discutindo com uma mulher de feições muito semelhantes às suas, só que mais velha. A ela, ele dizia obedientemente "sim, senhora", várias vezes.

Em dado momento, segurando uma revista nas mãos, a mulher mudou o foco gestual do debate para a minha direção. À princípio assustei-me, no entanto notei que não era referente a mim, mas sim a algo entre nós. Permaneci sem ser vista.

Era possível ouvi-lo retrucando algo sobre "ela fez para ajudar com dinheiro". Em outro trecho que ouvi, a mulher gritou "uma vergonha para a família". Ao olhar para baixo, percebi uma pessoa agachada, do outro lado do vidro, determinada a ajustar a posição de alguns produtos. Definitivamente, seu bom gosto denunciava que não foi ela a ter acomodado os itens antes de minha visita anterior.

Agachei-me. Reconheci aquela beleza trópico-latina, a qual carregava na face aquelas hipnotizantes íris amendoadas, tão familiares. Nos entreolhamos. Sem dúvida, eu obedeceria qualquer ordem que partisse daqueles lábios. Quis sê-la. Quis tê-la. A semelhança entre eles era realmente incrível. Provavelmente, univitelinos. Eu os desejei muito.

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