- Traga ela até mim. - Ordeno para meu servo e ele faz uma referência saindo da frente do meu trono. Minutos depois ele está de volta, trazendo minha detenta, Amélia.

- Isso vai ser divertido. - Ryan comentou de pé ao lado do meu trono, e Thomas estava do outro lado direito.

Hoje é o dia do julgamento para que eu decida quem irá ficar no inferno e quem eu irei libertar. E finalmente chegou a minha última prisioneira favorita.

- Pensou que eu ia esquecer de você ? - Queixo-me olhando para ela com repulsa e nojo.

- Imaginei que não. - Ela sorriu sarcástica.

Amélia estava acabada, suas roupas rasgadas com buracos enormes e manchadas de sangue, seus cabelos embaraçados e totalmente desgrenhados, seu corpo estava todo machucado e pingava sangue no chão. Sua aparência encontrava-se cansada e horrível, óbvio, desde o dia em que mandei ela para cá a mesma foi torturada sem dó nem piedade. Minha ordem foi clara, ordenei que Amélia teria um atendimento melhor aqui no inferno, ela seria torturada 12 horas por dia, sem descanso nenhum e assim minha ordem foi executada com sucesso.

- Vejo que se saíram muito bem. - Elogio meus servos pelo trabalho perfeito que ele fez.

- Seu pedido é uma ordem, senhora. - Eles reverênciam-se em questão de honra e adoração.

- Ficamos agradecidos em poder ajuda-lá. - Kyle disse após fazer a reverência. 

- Vocês são patéticos, ela é apenas uma híbrida e não uma deusa. - Amélia reclama com nojo.

- Isso se chama respeito. - Respondo-a sorrindo. - Uma coisa que você nunca terá deles.

- Você se acha demais não é ? - Ela debochou me fazendo rir alto. - Seu reinado um dia vai acabar, Elsie. E lá no fundo, você sabe que isso está bem próximo de acontecer.

- Está dizendo que eu vou morrer ? - Pergunto ainda sorridente, estou amando vê ela tentando me quebrar por dentro com sua persuasão.

- Não sou dizendo, estou afirmando. Até porquê pessoas más não merecem compaixão. - Ela riu sem forças.

- Sabe o que é mas engraçado ? - Digo levantando-me do trono e desço alguns degraus até chegar até ela que estava caída de joelhos no chão.  - Você achar que pode me fazer ter medo com suas palavras.

- Eu não preciso falar muita coisa para te causar esse efeito. - Respondeu com convicção.

- Eu não sinto nada, Amélia. - Abaixo-me em sua frente até ficar da mesma altura que ela.

- E Harry ? - Questionou. - Você gosta dele realmente ?

- Eu não gosto do Harry. - Sorrio diante de sua reação. - Eu amo ele.

Seu sorriso morreu na mesma hora. Ela morre de inveja do amor de Harry por mim.

- Você teve sua oportunidade mas não soube aproveitar Amélia. - Despejo a verdade em cima dela. - Machucou ele do pior jeito possível, como acha que ele ficou quando soube que tinham matado a única irmã dele e que você estava metida nisso ?

Quero saber se foi ela, nunca tive a oportunidade de questiona-lá sobre esse assunto mas agora eu tenho. E se foi ela, ela vai falar mesmo que seja a base de pressão.

- Eu não matei. - Sua voz saiu trêmula e embargada.

- Foi você ?

- Não foi eu. - Tentou soar confiante mas sua fala saiu desorganizada.

- Não acredito nisso. Eu sei que foi você, vamos lá, me diga. - Peço com a voz suplicante.

- Desculpa. - Pediu.

- Ela só tinha 6 anos, Amélia. - Grito com ela. - Harry amava aquela garota mesmo que não fosse sua irmã de sangue.

- Eu não quis..

- Sim, você quis. Até porquê foi você que entregou o coração dela em uma caixa para ele, como presente, não foi ? - Interrogo cínica.

- Eu não queria, me desculpa. - Ela pediu.

- Não é a mim que você tem que pedir desculpas, Amélia. - Sussurro meio em choque porquê foi tão fácil arrancar a verdade dela.

- Não pude evitar. A minha vontade de fazer ele amar somente à mim foi mas forte, ele só vivia com aquela criança. - Constatou com a voz séria mas ainda chorava. - Precisei fazer alguma coisa e então matei ela.

- Isso não é amor. Ela chegou na vida dele primeiro que você, era uma criança adorável. - Lembranças da pequena Ana vem em minha mente, ela realmente era uma criança adorável.

- Ela era uma peste isso sim.

- O que você ganhou com isso ? - Pergunto querendo saber mas um pouco.

- Infelizmente nada. Mas não me arrependo de nada, ela merecia. Harry só queria saber dela e nunca de mim. - Confessou sem dó. - Eu só queria um pouco de atenção do meu namorado, mas sempre quando estávamos a vontade, ela atrapalhava.

Então essa é a porra da verdade, ela só matou a Ana por ciúmes. Ainda não acredito que esse foi o motivo, um motivo tão banal.

Amélia não merece piedade, o que ela está recebendo aqui não é nem um terço do que ela realmente merece.

- Harry não merecia isso. - Digo meio triste pelo meu marido, ele já suportou tanta coisa.

- Sim, ele mereceu sim. Nunca me deu atenção, você deu sorte, agora o caminho está livre para você. Sem aquela pirralha é claro. - Sua voz cheia de ironia e sem remorso nenhum fez com que a minha raiva chegasse no topo. Levanto-me e encaro-a com minha expressão severa.

- Vejo que está no lugar certo. Isso era apenas um teste, eu não tinha certeza se tinha sido você. - Divulgo. -Bom, obrigada pela confissão.

- Como sabia disso tudo ? - Ela estava perplexa.

- Harry me contou mas ele não tinha certeza se foi você. - Assumi.

- Conheço Harry. Ele não iria contar uma coisa dessas para ninguém.

- Você não o conhece direito. Sejamos sinceras uma com a outra, Amélia. Você nunca amou Harry. Apenas se encantou com a beleza dele. - Afirmo com toda a certeza que tenho, ela nunca amou ele como ele amava-a.

- Isso não é verdade. - Gritou.

- Sim é, você só se preocupa com sí mesma. Se realmente amasse ele, você iria respeita-lo acima de tudo. Se amasse ele, você iria procurar ajuda-lo com os problemas. Se amasse ele, você não teria dormido com o melhor amigo dele na própria cama dos dois. Se procura-se conhecer o Harry de verdade, você iria se surpreender porquê ele é uma pessoa maravilhosa. - Desabafo. - Infelizmente meu marido tem que lidar com tipos de pessoas como você.

- Eu tentei de tudo mas ele nunca se abria comigo, nossa relação era perfeita mas o único defeito era a irmã dele.

- Você não tentou o suficiente. Quem ama, tenta, corre atrás e em ocasião nenhuma faz o que você fez. - Digo me sentindo sufocada com todas essas revelações.

- Eu o amo e não me arrependo do que fiz. - Afirmou com sinceridade.

- Se é assim, tudo bem. - Dou de ombros e começo a subir os degraus assim que termino, me sento em meu famoso trono. - Seu julgamento acaba aqui, você irá ficar aqui até eu bem entender e como hoje eu estou com um ótimo humor, irei te dar um bônus extra, estou gratificada por todas essas revelações.

- E qual seria ? - Questionou desconfiada.

- Acho que 12 horas de tortura é pouco. Estou certa ? - Olho para Ryan e Thomas.

- Muito pouco. - Ryan fingiu pensar.

- Concordo com você. - Thomas refletiu enquanto olhava Amélia de cima a baixo.

- Então, de agora em diante será 24 horas por dia, sabe porquê Amélia? - Ergo uma sobrancelha para ela que estremeceu diante ao meu olhar macabro.

- Porquê, Schaeffer? - A idiota à minha frente estava possessa e se pudesse me mataria a qualquer momento.

- Porquê pessoas más, não merecem compaixão.