Capítulo 6 - Beijo
Lá estava ele. Parado. Olhando-nos. Eu podia ver que ele não estava feliz por estar vendo Jason ali comigo, mas havia algo que eu não percebera ainda. Ele me olhou e suas feições mudaram como em todas as vezes que se tratava de mim. Havia algo preso em seu rosto. Era... Decepção?
Ele abaixou a cabeça e sussurrou algo como uma desculpa e segurando a maçaneta do quarto ele fechou a porta. Eu estava preocupado como aquilo repercutiria dentro da minha nova casa, então olhei para Jason que me olhou instantaneamente.
- É melhor eu ir – disse ele sem jeito.
- Também acho. – disse-me meio a um sorriso torto.
Então eu abri a porta do quarto e descemos as escadas, quando chegamos à soleira da porta principal ele se postou na minha frente, me olhou nos olhos e sorriu.
- Foi o melhor beijo que eu já ganhei em toda a minha vida.
Eu ri.
- Aposto que não.
- Eu aposto que sim. – disse ele rindo.
Então ele se aproximou de mim e me beijou novamente, sorriu e acenou indo em direção à rua e eu fechei a porta atrás de mim. Ele poderia ser muito fofo, mas eu não ia cair naquela cantada barata de que tinha sido o melhor beijo da vida dele.
- Samuel? – gritei.
- Sim. – ele apareceu no topo da escada com cara de poucos amigos.
- Vai descer ainda ou quer que eu apague as luzes?
- Pode apagar elas. – disse ele se virando de imediato e saindo do meu campo de visão.
Com toda certeza eu estava tendo um dia muito estranho e surreal, o que me lembra que eu tenho que ler Surreal, estou louco para saber o final da história. Então apaguei as luzes e subi as escadas em direção ao meu quarto.
A luz do sol atravessava devagar a janela do meu quarto, estiquei-me na cama e olhei para o céu naquela manhã e automaticamente meus pensamentos foram em Jason me fazendo esboçar um sorriso. Levantei-me e caminhei para o banheiro. Tomei um longo banho enquanto deixava que a água quente relaxasse meus músculos. Eu estava mesmo com uma paixonite por um garoto que eu mal conhecia?
Voltei para o quarto e peguei uma calça jeans e uma camisa cinza e a vesti, desci as escadas e caminhei para a cozinha. Samuel estava sentado na mesa estava sem camisa e despreocupado, seus olhos me olharam brevemente e ele voltou a se concentrar no seu café da manhã. Havia uma tigela de cereal com leite e uma maça. Fui ate a geladeira e peguei a jarra de suco e um copo e o enchi, peguei alguns biscoitos e me sentei ao seu lado na mesa. Ele parou de comer e me olhou.
- Math.
O olhei com indiferença, não havia nada a ser discutido com ele. Ele não era meu pai, nem ninguém para me controlar aquela altura do campeonato.
- Hmm...
- Será que podemos conversar sobre o que esta havendo aqui?
- E o que esta havendo aqui?
- Eu realmente não sei dizer ao certo.
O olhei confuso.
- Como não sabe?
- Porque há coisas que você não sabe sobre aquele garoto.
- E você sabe?
- Mais do que você imagina. – seus punhos se fecharam e suas veias ganharam protuberâncias gigantescas.
- E porque não me fala?
- Porque ainda não é o momento.
Revirei os olhos.
- Mas há algo que me preocupa mais do que isso.
- O que? – olhei vagamente.
Então ele se levantou e percebi que ele estava apenas de cueca boxer branca, eu podia ver a sua musculatura, os braços largos e fortes, o peitoral avantajado, as coxas grossas e torneadas. Ele se aproximou de mim, seu rosto ficou a centímetros do meu. Ele respirou e senti seu halito quente me tocar a face, ele abriu os olhos e sua mão se aproximou o meu rosto, ele a segurou com carinho enquanto aproximava sua boca da minha.
Elas se tocaram.
Sua língua pedia passagem pela minha boca que não relutou, suas mãos agora me puxavam para mais perto dele enquanto eu fechava meus olhos devagar e me deixava levar por aquele momento. Ele deslizava suas mãos no meu corpo enquanto eu já estava em seu colo. Ele se afastou e me olhou nos olhos.
- Isso me preocupa.
Ele me abraçou e fiquei em silencio tentando assimilar o eu estava acontecendo. Ele beijou minha bochecha e sussurrou em meu ouvido:
- Eu gosto de você.
Era muita informação para se processar do nada, eu podia sentir sua pele tocando na minha e seus olhos presos no meu e por alguma loucura da minha mente eu havia gostado daquilo, mas não só havia gostado como eu precisava ter mais. Não sei se ele leu meus pensamentos, mas ele me beijou novamente, desta vez por um curto período. Então ele se levantou me carregando em seu colo, ele me abaixou e me fez sentar na cadeira. Então ele deu um breve sorriso, me deu um selinho e se saiu da cozinha indo em direção as escadas que davam acesso aos quartos.
- Puta merda o que está acontecendo aqui? – falei tentando reorganizar meus pensamentos.
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