Capítulo 12 - A Tatuagem

Quando finalmente abri a porta de casa, Samuel estava com as mãos na cabeça sentado na escadaria que dava acesso aos quartos. Ele levantou a cabeça devagar. Seus olhos mostravam visivelmente sinais de cansaço. Ele se levantou rapidamente e ficou parado me olhando de longe. Ele parecia não acreditar no que estava havendo.

- Onde você estava? – ele correu ate mim e me abraçou forte. – Porque fez isso comigo?

Seus braços se envolveram em meu corpo enquanto eu não entendia tanto alarde. Seus olhos estavam cheios de lagrimas e eu não entendia o porquê dele está naquele estado. Eu sumi apenas por uma noite e mesmo assim eu não sabia como fui parar na entrada na cidade.

- Pensei que tivesse te perdido para sempre.

Não deu tempo de que eu argumentasse, sua boca tocou a minha. Suas mãos acariciavam o meu corpo. Seus beijos se tornaram mais urgentes enquanto ele me suspendia fazendo com que eu me agarra-se a sua cintura com as pernas.

– Não faz isso comigo de novo, por favor. – ele chorava – Eu te amo, não posso suportar a ideia de te perder.

Eu o olhei incrédulo. Ele havia me pegado de surpresa ao dizer aquilo e daquela forma. As lagrimas caiam por sua face como um riacho e seus braços não permitiam que eu me soltasse dele.

- Eu não sei o que dizer. – disse por fim, acariciando seu rosto.

- Fica comigo. Eu estava desesperado.

Foi então que me foquei em como Samuel estava. Seu cabelo estava desgrenhado, seus olhos estavam inchados e arroxeados, talvez ele tivesse passado a noite em claro. Ele parecia mais magro e seu rosto havia afinado, a barba estava grande e por aparar. Mas eu não havia sumido por mais de uma noite. Aquilo não fazia sentindo.

- Você esta péssimo. – disse a ele.

Ele riu brevemente.

- É isso o que você faz quando some por um mês.

- O que? – O olhei incrédulo.

- Eu só fiquei uma noite fora.

- Não. Há um mês que estamos a sua procura. Porque acha que estou nesse estado?

- Mas...

- Onde você estava?

O silencio tomou conta de mim. Um mês. O que havia acontecido em uma noite, tinham sido realmente em um mês. Eu fiquei desaparecido durante um mês? Nada daquilo fazia sentindo para mim. Samuel me colocou no chão e me olhou pensativo.

- Onde esteve?

- Eu não me lembro. – disse por fim. – Na verdade só me lembro...

A porta se abre e minha tia estava parada incrédula me olhando pela soleira da mesma. Ela correu ate mim e me abraçou forte.

- Graças a Deus. Onde você estava? Quem te encontrou?

A olhei em silencio. Ela avaliou a minha face distante e incrédula. Algo em seu olhar a fez se calar e voltou-se para Samuel.

- Leve-o para o quarto e o ajude a se trocar, vou informar a policia que o achamos.

Samuel me pegou pela mão. Minha tia olhou para nossas mãos dadas e não se importou, parecia nervosa com alguma coisa. Então ela saiu rapidamente para o escritório enquanto Samuel me levava para o andar superior para que eu tomasse um banho e trocasse de roupa.

MAGGIE LONGDON

Math havia voltado para casa, depois de uma longa jornada e mesmo que eu tivesse que aparentar estar nervosa e preocupada, eu acreditava que tudo acabaria bem. Sentei na poltrona e virei a cadeira para a janela de vidro e vislumbrei a floresta ao redor da casa. Uma chama alaranjada se acendeu em minha mesa dentro de um prato de bronze.

Me virei para a chama que ondulava, os sussurros que emanavam dela, me traziam todas as informações necessárias, para ouvidos comuns não significariam nada, tudo estava seguindo como planejado. Samuel era um rapaz forte e cuidaria de Math, daria sua vida a ele se fosse necessário e a forma com que ele segurou a mão dele só provava isso.

Mas nem tudo eram flores. Math havia ido bem, mas algo bem mais antigo o levou do local onde ele estava e ainda havia ele. Não tardaria a voltar, ainda mais com o plano arriscado que eu tive que realizar para trazer um pouco de luz a escuridão na vida de Math. Eu deveria me preparar para o que estava por vir. A chama se apaga e logo em seguida ouço alguém bater na porta.

- Entre.

- Mãe. Preciso dizer uma coisa a senhora. – Samuel esta sério.

- Deve ser algo muito importante para você está tão sério assim – digo em meio a um sorriso.

- Eu amo Math. Não como primo dele. Amo ele como um homem.

Dou um breve sorriso, a prova máxima de devoção de Samuel acabara de ser dada. Infelizmente meu garoto não sabe toda a verdade por de trás de tudo e descobrir isso irá trazer ele uma enorme dor. Uma dor que seria necessário a ele em algum momento futuro, mas não seria agora. Aquele não era o local. Mas isso é apenas um efeito colateral para um bem maior e um dia ele irá entender isso. Pelo menos é o que eu espero que aconteça.

- Eu já sabia disso meu filho. – me levanto e o abraço. – Sei que você manterá qualquer um que tente fazer mal a ele bem longe e fara de tudo para protege-lo. Não é mesmo?

- Sim. Qualquer coisa mãe.

- Então vocês têm minha benção. – disse em meio a um sorriso.

MATH

A água quente fazia com meus músculos relaxassem e devagar me encostei na parede e deixei que meu corpo deslizasse até que meu corpo repousasse no chão. Eu me lembrava de tudo. Pelo menos eu achava. Havia acontecido tantas coisas e era tanta informação que eu não sabia o que pensar sobre tudo aquilo. O que estava acontecendo?

Juntei meus braços para apoiar a minha cabeça e vejo que há algo estranho. Uma mancha escura e quando minhas mãos tocam a mesma ela começa a esquentar e ganhar forma. Começo a gritar de dor, mas ninguém me ouviria ali a mancha se expandiu formando uma tatuagem no meu braço inteiro. Havia símbolos estranhos que eu não conhecia e uma enorme circulo com três círculos ovais pontudos no meio da tatuagem seguidas pela seguinte inscrição:

"Iraeius imago vestrae libertatis cogitationemque acciderit, nisi hie sicut mortuus, tunc inanis"    

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