Capítulo 11 - Cleavage
- Preciso saber o que esta acontecendo comigo. – consegui falar em meio aos meus próprios sussurros.
Ela se virou e caminhou e seguiu por um corredor.
- Não iras me acompanhar?
Sem pensar duas vezes começo a caminhar em sua direção e ao parar ao seu lado. Musica. Ela ecoava por toda casa enquanto ela ficava bem iluminada, o musgo e as plantas começaram a sumir engolidos pela nevoa negra. As janelas estavam abertas e as cortinas brancas dançavam com o vento que adentrava a casa. Empregados viam e iam pelos corredores e eu continuava estático sem entender nada.
- Você ira entender. – disse ela por fim.
Ela continuou a caminhar ate chegar numa sala grande e bem arejada, havia quatro sofás brancos em madeira maciça. Prateleiras com livros e uma mesa cujo seu plano de fundo era uma enorme janela de cortinas negras que davam para a área lateral e ao percurso do riacho. Ela se sentou em um dos sofás e me olhou colocando a mão em sua boca. Então me encostei a um canto distante da entrada e ela deu um breve sorriso. Não entendi o motivo, mas ela apenas se limitou a olhar a entrada de oito homens na sala.
- Já estamos cansados de esperar Henrique. – bufou um homem gordo e que usava bigode.
- Quanto mais teremos que esperar? – falou outro, magricela e que usava óculos.
- Calma senhores. Stepan esta a caminho da nossa reunião. Ele é a chave para todos os nossos problemas. – disse ele rindo e olhando triunfante para o lado de fora da sala.
Stepan adentrou a sala em silencio, olhou para todos brevemente e os cumprimentou, então ele se aproximou do local onde eu estava e como da ultima vez, tudo veio novamente. Milhões de imagens desconexas invadiram a minha mente e mais uma me senti caindo no chão, mas eu estava em pé como ocorrido na ultima experiência.
- O que deseja de mim pai? – Stepan se direcionou a eles e olhou para Katharine.
- Quero que explique aos senhores como será realizado todo o processo.
Ele suspirou.
- Como todos sabem eu sou um cleavage.
- E o que seria isso? – perguntou um senhor que acendia seu charuto sentado no canto do sofá de frente para Stepan. – E no que isso nos ajuda?
- Eu posso explicar isso.
- Que isolente! Cala-se! – gritou o magricela.
- Cale-se você seu ignorante. – respondi.
Dei um meneio de cabeça e Katharine me olhou com um esboço de sorriso no olhar e continuou.
- Stepan é um caso raro místico. Ele é um cleavage, ou seja, com ele podemos alterar ou recriar uma realidade. Um novo mundo, de acordo com o seu desejo.
- Meu filho pode acabar com todos os nossos problemas, e isto acontecera esta noite.
- E como isto acontecera? – perguntou o gordo.
- Sacrifício. – respondi sem demonstrar nenhuma emoção. – Serei morto em um ritual que fará com o que o desejo de vocês aconteça.
- Que maravilhoso! – disseram em uníssono.
Olhei para a Katharine e sai da sala a passos lentos, ela me seguiu.
- Esta tudo pronto? – perguntei.
- Sim. Cuidarei para que tudo aconteça de acordo como planejado.
- Eles terão a "liberdade" deles.
- Sim.
- Ótimo. – disse por fim desaparecendo pela porta de entrada.
A nevoa escura tomou meus olhos e da mesma forma que ela apareceu ela se dissipou. Era noite. O céu estava estrelado e a lua cheia estava no seu auge. Estávamos na enorme clareira que havia a alguns quilômetros do casarão. Todos estavam lá. Oito famílias, bem vestidas. Seus olhos brilhavam na escuridão em um tom cinza cristalino.
Eu estava caminhando em direção a uma enorme mesa de pedra. Katharine caminhava ao meu lado e ao chegar ao centro me deitei na mesa e as tochas foram acessas. Uma velha senhora se aproximou de mim. Sua face era enrugada e seus cabelos eram grisalhos. Ela se aproximou de mim e disse:
- Tem certeza de que é isso o que quer fazer?
- Tenho.
- Que seja feita a tua vontade.
A velha Lockart e Katharine se olharam e deram início ao ritual, a lua cheia estava em seu auge. A cada verso magico pronunciado o fogo das tochas aumentavam as labaredas enquanto no chão se formava um círculo dourado translucido que brilhavam aos olhos de todos que estavam ali, mas então meu rosto esboça um sorriso e uma energia negra começa a tomar conta luaz dourada. Começo a ouvir gritos de desespero ao fundo. E mais uma vez eu fui jogado para fora enquanto a nevoa se dissipava. E me vi mais uma vez na velha sala abandonada. Ela me olhava com um olhar vazio.
- Se você começou a despertar, quere dizer que eles também.
- Eles? Do que esta falando?
- Você existe por um único motivo e propósito e se ele não chegar a tempo tudo vai desmoronar. Assim como este mundo.
- Do que você esta falando?
Um ruído e um baque. O chão tremeu e me fez desequilibrar.
- Começou.
- O que começou?
- Você logo saberá. Mas é imprescindível que você não fique aqui. Nos veremos em breve Math.
E enorme feixe de luz tomou minha visão e me vi em uma estrada, e há alguns metros havia uma placa que dizia:
"Seja Bem-Vindo a Shadow Falls"
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