Antes de tudo, vamos começar com uma revisão rápida dos acontecimentos anteriores (pois já fazem uns cinco meses que essa fic está parada eu acho):

Hyunjin, Sakura e Yunjin capturam Seungmin, que havia possuído um corpo humano. Este os leva para uma casa noturna à pedido de Sakura para encontrar Minho e Jisung. Lá, Hyunjin encontra Felix pela primeira vez. O portal de Jisung é fechado e ele foge junto com Minho e Seungmin.

Quando voltam ao Reino Celestial, Hyunjin e Yunjin são nomeados para uma nova missão no Submundo para capturar Kazuha, que foi localizada, e Felix, General de Bang Chan no Submundo.

Hyunjin faz um trato com Minho para protegê-lo e é levado para o Submundo. Eles chegam até a Residência da Lua Sangrenta.

Agora vamos para o capítulo! Não esqueçam de comentar se estiverem gostando 💕

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Os olhos das duas eram extremamente intimidadores, descendo os degraus da propriedade com determinação, até pararem em frente ao grupo.

Uma delas era um tanto baixa, seu cabelo preto e longo caía livremente em seus ombros e costas, uma trança fina era amarrada por uma fita vermelha da mesma cor dos seus lábios pintados. Seus olhos vermelhos tinham o mesmo tom do sangue e tinha um aspecto sombrio e profundo. Seu rosto era delicado e fofo, parecia o rosto que uma garota jovem e gentil teria, mas ela carregava uma frieza perfurante em sua expressão. Vestia um vestido vermelho de mangas longas e largas, cheio de detalhes pratas que faziam sua presença não passar despercebidos pelos barulhos tilintantes de quando a prata se chocava. Um bracelete prateado delicado com a gravura de uma meia lua enfeitava um dos seus pulsos e uma tiara pousava em sua cabeça, perfeitamente arrumada.

A outra ao seu lado era mais alta, o cabelo ruivo estava amarrado em uma trança que caía em sua costa. Diferente da anterior, sua aparência era forte e intimidadora por si só, demonstrava força e determinação. Sua roupa preta era muito mais prática, com as mangas apertadas. Seus olhos tinham um aspecto felino e observava o grupo que acompanhava Hyunjin com desconfiança.

Ambas pareciam ter parado no tempo em que morreram, pareciam uma dupla de sacerdotisa e serva.

A mulher de vestido vermelho se curvou em direção ao Arcanjo, como um ato sincero e cortês.

— É um prazer recebê-lo em minha residência.

Hyunjin não soube como reagir, acabando por se curvar à figura impressionante à sua frente.

— Não achei que um dia poderia ter sua presença aqui — comentou, ainda com sua mesma expressão fria. — Já que veio me visitar, acredito que deve ser por um bom motivo.

Os demônios e Yunjin trocaram olhares confusos.

Por que diabos ela está sendo tão cortês com ele?

Hyunjin também não estava menos confuso.

— Me chamo Choi Jisu, sou a Sacerdotisa da Lua — se apresentou e apontou para a mulher de preto ao seu lado — e essa é minha protetora, Hwang Yeji. Vamos entrar, será mais confortável conversar lá dentro, meu Senhor.

Jisu virou-se de costas, voltando a subir os degraus. O grupo a seguiu, hesitantes.

— Por que me chamou assim? — Hyunjin questionou.

A mulher continuou a subir a grande escadaria, demorando a responder sua pergunta.

— É muito simples. Sou serva da Lua Sangrenta, então, naturalmente, você é o meu senhor, já que a Lua o reconhece.

Yunjin franziu o cenho, alarmada, olhando para o Hwang em descrença. Os três demônios pareceram extremamente surpresos.

— Nosso último Mestre da Lua, infelizmente, não está mais presente aqui há muito tempo. Naturalmente, a Lua escolheria um espírito novo — Jisu explicou. — Quando entrarmos irei dizer mais. Também preciso saber o que o senhor quer na minha residência.

— Deve estar enganada. Hyunjin é um Arcanjo, não tem motivo para ele ter sido escolhido — Yunjin refutou, fazendo Yeji a olhar com desprezo.

— Está insinuando que minha senhora está errada?

Yunjin se calou, evitando o olhar da ruiva com medo.

— Vocês todos serão levados para outros cômodos para descansar, enquanto isso, quero conversar com você — Jisu disse para Hyunjin, que não teve outra alternativa sem ser assentir em concordância.

Yeji chamou outros protetores que estavam na entrada da residência e acompanhou os dois. Os demônios e Yunjin foram levados em uma direção oposta, enquanto Jisu levou Hyunjin a um jardim aberto, iluminado pela cor da enorme lua. Ela se sentou em uma das cadeiras em frente à uma mesinha redonda e convidou o Arcanjo a se sentar também.

— Primeiro, diga-me seu nome, Mestre — a sacerdotisa perguntou, parecendo extasiada.

— Hwang Hyunjin…

— É impressionante que seja um Arcanjo dessa vez… — ponderou. — Mas tudo bem, isso não é realmente importante.

Ela parecia tão animada agora que poderia até mesmo cantarolar, diferente de como estava quando apareceu saindo da residência.

— Ainda acho que pode ser um equívoco. Nunca vim ao Submundo, é a minha primeira vez aqui.

Jisu deu uma risada baixa com o comentário alheio.

— O Mestre da Lua anterior era um demônio de classe baixa — Jisu comentou. — Mesmo sendo somente um Terceira Classe, a Lua Sangrenta o aceitou como seu Mestre. Anos depois, uma grande guerra, jamais vista anteriormente pelo mundo espiritual, aconteceu. O Submundo e o Reino Celestial batalharam por longos anos, a Lua Sangrenta encontrou o seu auge durante esse tempo. Até que, inesperadamente, esse Mestre se tornou um ser espiritual extremamente forte e deu fim à guerra dos anjos e demônios.

— E o que aconteceu com esse mestre?

— Foi embora do Submundo para sempre, abandonando suas raízes demoníacas. Querendo se livrar de todo o sangue derramado pelos seres espirituais na guerra. A Lua, após brilhar em seu auge não só aqui, mas também no Reino Humano, se apagou por anos e brilhou minimamente. Há poucas décadas atrás, ela voltou a se acender novamente, como está hoje, e agora está ainda mais intensa com a sua presença. Consigo ver em você a energia da Lua de Sangue. A energia da guerra.

Os olhos do Hwang se arregalaram com sua última fala. O rosto da Choi continuava com sua expressão de fascinação, como se realmente estivesse vendo na sua frente o seu grande líder novamente.

— Todas as suas ações serão bem apoiadas por mim, Senhor. Se for você a trazer a Lua de Sangue novamente ao seu auge, irei ajudar em tudo que for possível.

Hyunjin apertou suas mãos em um punho em seu colo, pensando na fala daquela sacerdotisa.

O Oráculo havia o avisado que nem sempre os demônios eram os que traziam a guerra, mas ele não tinha acreditado em sua fala naquele momento por causa do seu pensamento de que era impossível não serem sempre os demônios que passavam dos limites.

— Você foi preenchido pela energia da Lua de Sangue assim que pisou no Submundo. É comum sentir calor ao pisar aqui, no entanto, você não sentiu como se algo dentro de você começasse a irradiar para fora? Fluindo livremente e dolorosamente? Se sim, a Lua te escolheu.

Jisu sorriu, satisfeita, e levou sua mão ao seu próprio pescoço, tirando um cordão de prata. O cordão parecia simples, carregava um pingente parecido com um pequeno recipiente cheio até a borda com um líquido vermelho que parecia irradiar uma forte energia. A Choi colocou a jóia com cuidado em cima da mesa.

— Essa jóia pertenceu a todos os mestres anteriores e eu, obviamente, cuidei dele por todos esses anos.

Não sabia se era sua curiosidade o atiçando novamente, mas ele sentiu a vontade de pegar aquele colar em seus dedos, tocá-lo e sentir aquela energia que ele emanava, teve que segurar esse impulso.

— Se veio até a minha residência, creio que tem assuntos para tratar comigo. Diga-me o que deseja.

Hyunjin desviou sua atenção do colar com dificuldade para olhar a Choi em sua frente.

— Nakamura Kazuha, vim atrás dela.

Jisu não pareceu tão surpresa, somente assentiu em concordância com a cabeça.

— Kazuha é um assunto complicado… — ponderou, relaxando sua postura. — Tem inimigos nos Céus e no Submundo, não tem lugar para se esconder e nem pessoas para protegê-la.

— Por que a mantém aqui?

— Minha residência só a manteve aqui porque, inicialmente, pensei que ela poderia ser a nova senhora da Lua, mas me enganei completamente.

— E o que a impede de estar se enganando comigo também?

Jisu sorriu, pegando o colar em cima da mesa novamente e o erguendo, mostrando o recipiente que emanava energia pulsante.

— Porque ele reagiu diretamente a você, mas não para ela.

Ela aproximou o colar do rosto do Arcanjo, o incentivando a pegá-lo. Hyunjin o pegou de maneira hesitante. No momento em que sua palma teve contato com a jóia, ele teve a estranha sensação de senti-lo pulsar em sua mão, como um coração pequeno e frágil.

— Realmente vai me dá-lo?

— Ele é seu, Hyunjin, pode usá-lo como bem desejar a partir de hoje. Eu estou à sua disposição para ajudá-lo no que for necessário.

✴

— Veio mais cedo do que eu esperava — Bang Chan disse, assim que viu o ser celestial se aproximando junto com Eunchae.

— É importante.

— Então diga.

O anjo se ajoelhou na frente do demônio e tirou um artefato de seu bolso, o entregando para o Bang.

— Ele mandou anjos para o Submundo.

Bang Chan pegou o artefato e sorriu ao inspecioná-lo. Um dos seus olhos pareceram brilhar.

— Alguma atualização sobre o estado dele também?

— Cada dia está mais deteriorado, está ficando desesperado. Ele já passou a missão para a serafim. Eles devem estar nesse momento com o Han.

— Ótimo, quanto mais piorar, melhor será para nós. Quanto mais ele cobiçar o amuleto, mais rápido as coisas vão acontecer.

Bang Chan sorriu, satisfeito.

— Eunchae, chame Felix. Não vamos deixar esses anjos saírem daqui com o que desejam. Quero os dois anjos aqui.

A Querubim assentiu com a cabeça, saindo da sala em passos rápidos.

Finalmente está acontecendo.

✴

Hyunjin foi levado a um quarto de hóspedes da grande mansão, após pedir para ver sua colega, a Hwang trouxe a Serafim e ambos esperaram Jisu retornar com quem havia prometido.

— Agora pode me dizer o que diabos aconteceu mais cedo? — Yunjin questionou quando estavam sozinhos.

— Nem eu estou entendendo direito, está bem? — Refutou, puxando o colar de seu bolso. — Eu só sei que ela me deu isso e disse que sou a espécie de um “Mestre da Lua”.

Yunjin arregalou seus olhos ao ouvi-lo e tentou tocar o colar, rapidamente se afastando como se seus dedos tivessem tido contato com algo contaminado.

— E você simplesmente aceita o que ela dá?! Hyunjin, você é idiota?!

— Eu não sei… Eu só…

Só senti uma estranha atração por esse lugar desde que cheguei.

Hyunjin não ousou exprimir seu pensamento, ficando quieto e guardando o objeto em seu bolso novamente. Apesar de ter vontade de colocá-lo em seu pescoço, seu lado racional o avisou para não o colocar.

— Jisu está com Kazuha aqui, disse que vai trazê-la.

— Tudo está sendo fácil demais… — Yunjin disse, desconfiada.

— Ainda temos Felix na lista, Yunjin — a lembrou, fazendo a Huh bufar.

— Ele aparentemente vai ser o pior problema.

Um demônio do qual tinham pouco conhecimento, mas que era um temível segunda classe, não podiam subestimá-lo. Sem contar que seu primeiro encontro com o Lee não foi tão agradável e sua ameaça ainda ecoava na cabeça do Hwang. Ele não queria um demônio daquele porte o perseguindo.

Duas batidas na porta foram ouvidas e logo depois a Choi apareceu novamente com uma mulher aparentemente jovem. Seu cabelo longo e preto estava amarrado adequadamente em um rabo de cavalo, suas roupas brancas eram simplistas. Sua expressão não parecia animadora e suas mãos se apertavam em punhos e relaxavam, mostrando estar tensa.

— Trouxe a Nakamura assim como pediu — Jisu disse, fechando a porta atrás de si.

— Vai simplesmente me entregar assim? — Kazuha zombou, olhando os dois anjos. — Já destruí mais anjos do que imaginam, mais dois não farão diferença.

Jisu não respondeu, se curvando e saindo da sala em seguida. Deixando os três sozinhos.

Sem esperar um segundo sequer, Hyunjin avançou na Serafim, que agora não parecia ter um só pingo de presença celestial, parecia que nos últimos tempos ela havia se tornado um ser espiritual quase que inútil.

Mas ele se enganou, no momento em que se aproximou de Kazuha e a atacou, ela, sem dificuldade aparente, se desviou e deu um forte tapa em seu braço, o pegando desprevenido. Yunjin também se preparou para agir, mas antes que pudesse fazer algo, uma comoção pareceu ter começado do lado de fora.

Os três se assustaram ao ouvir um barulho forte de destruição do lado de fora, aproveitando seu momento de distração, Yunjin prendeu Kazuha a si com o pouco de energia que restava em seu corpo, como uma corda dourada que prevenia que ela não se afastasse de si.

— Sinceramente, não temos nenhum problema pessoal com você, só fomos mandados a fazer isso — Yunjin falou após receber um olhar no mínimo assustador da outra Serafim.

Hyunjin correu até a porta e a abriu, a fim de ver o que estava acontecendo e correu até o pátio da mansão. Os três demônios estavam reunidos ali, pelo que parecia, também haviam ido para lá a fim de ver o que estava acontecendo.

— O que pensam que estão fazendo causando esse tumulto aqui? — Jisu também chegou rapidamente, encarando as figuras que invadiram seu pátio. — Meros lacaios que ousam destruir minha mansão!

Uma das paredes altas do pátio tinha sido derrubada, agora não passavam de destroços e alguns demônios de categoria mediana pareciam entrar no pátio, caindo em um tipo de embate com os protetores da Sacerdotisa. Um barulho estridente também veio de cima, quando demônios voaram em direção à mansão, batendo nos telhados e destruindo mais ainda o local.

O grupo de Jisu parecia que estava tomando o controle da situação rapidamente, suprimindo os vários demônios com facilidade, mas sua quantidade somente aumentava. Os gritos estridentes daqueles demônios com aparência animalesca preencheram o local e fizeram seus ouvidos zumbirem.

Seungmin repentinamente pareceu ter sido iluminado após o corpo morto de um dos demônios cair próximo a si e se virou para os outros três dizendo:

— Vamos vazar daqui, essas porras aí são daquele Bang.

Hyunjin se chocou com a informação dada pelo Kim.

— Como tem certeza?

— Esse daqui é o Nicholas, conheço de longe desde o dia que o Bang o mandou me dar uma surra por ter vendido armas do mundo humano no mercado central — assumiu, sem um pingo sequer de vergonha em seu tom.

— E você diz isso todo orgulhoso, saco de pancadas? — Yunjin  zombou, trazendo a Nakamura com os pulsos amarrados por sua energia atrás de si.

— Jisung, tira a gente daqui logo, não vamos esperar vir os lacaios mais fortes do Bang, principalmente se for aquela Querubim ou Felix — Minho pediu.

Jisung, sem hesitar após receber a ordem, abriu um portal à sua frente.

— Vamos, entrem logo!

O grupo todo passou pelo portal sem esperar outra ordem. Mas quando viram o local em que estavam, os três demônios soltaram xingamentos altos enquanto Nakamura arregalou os olhos ao ver a grande mansão em sua frente.

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O que acham que vai acontecer daqui para frente? Ou pelo menos por esse arco do submundo?

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