27
Flávia
— Oi — digo ao chegar no seu lado.
— Oi — ele me olha, fixamente.
— Então, o que você tem para falar comigo? — Pergunto e na mesma hora ele me puxa para os seus braços e me beija, me surpreendendo com um beijo calmo, envolvente.
Uma de suas mãos vão para a minha cintura enquanto a outra repousa no meu rosto. Aos poucos ele vai deixando alguns selinhos nos meus lábios e eu sinto que em seguida esse beijo vai acabar. E eu estava certa.
— Isso foi apenas uma demonstração — diz com um sorriso no canto da boca.
A marca do seu sorriso... esquece essas distrações, Flávia, você tem um assunto a tratar com ele ou você já esqueceu?
Recobro a consciência.
— Miguel eu vou ser bem direta com você, eu não estou muito para relacionamentos no momento — deixo de olhar em seus olhos, para olhar os seus dedos que tanto alisavam o meu braço, delicadamente. Engulo em seco ao lhe encarar novamente, continuando a lhe explicar o meu posicionamento: — Quer dizer, não agora, com tão pouco tempo que terminei um relacionamento meio conturbado.
— Tudo bem, você não precisa me explicar nada — dar um sorriso — aliás, nem eu estou pronto para relacionamentos no momento. Eu só quero que a gente se conheça um pouco melhor... — abaixo minha cabeça, visivelmente envergonhada pelo que ele falou. Foi quando ele pegou no meu queixo com a sua mão e o levantou, fazendo eu encarar os seus olhos. Ele sorrir novamente e quando aproxima o seu rosto do meu, para me beijar, o meu celular começar a tocar. Alguém estava me ligando.
— Não vai me dizer que é a Jade de novo — passa as mãos em seus cabelos ao revirar os olhos.
Olho a tela do celular.
— Não, é a minha mãe — me afasto um pouco dele, para poder atende-la. — Oi, mãe.
— Aonde você está? — Pergunta. — Eu só pude chegar do trabalho agora e não encontro a minha filha em casa.
— Eu estou no parque — respondo a sua pergunta, rapidamente. Mamãe estava nervosa ao telefone, o que não é pra menos, eu sempre lhe aviso para onde eu vou e se ela não estiver em casa eu mando uma mensagem de texto, mas acho que estava tão ansiosa para encontra-lo aqui, que acabei me esquecendo de lhe avisar sobre isso.
— Com quem?
E agora o que eu respondo, digo que estou com o Miguel?
— Eu estou com o ... — olho para o Miguel a espera de que ele possa me ajudar de alguma maneira. Ele pega o celular da minha mão, colocando-o no seu ouvido.
— Ela está comigo Dona Isis, não precisa se preocupar — diz calmamente.
— Tudo bem. Eu só queria saber com quem ela estava, mas se ela está com você, sem problemas. Cuide bem da minha filha, Miguel.
— Pode deixar, Dona Isis — um sorriso logo aparece em seu rosto ao desligar a chamada e me entregar o celular.
— O que foi que a minha mãe disse? — Pergunto devido ao fato do seu sorriso, que não estava aí há segundos atrás. O que será que a minha mãe disse a ele?
— Ela disse que eu sou o homem perfeito para você — o seu sorriso fica mais largo.
— Fala sério... — reviro os olhos.
A minha mãe não falaria isso, falaria?
— Ela disse que sem problemas você está comigo, porque ela confia em mim — ele aponta para si, completamente feliz. Agora eu tenho absoluta certeza de que a minha mãe disse isso para ele. Mamãe sempre gostou dele. Desde quando eu lhe falava sobre a Jade e o nome dele sempre entrava no meio da conversa, mas isso só foi depois que começamos a sermos amigos. O começo eu não cheguei a contar a ela, quando ele era um tremendo idiota comigo. Decidi seguir em frente com a nossa amizade, isso já são águas passadas.
Deixo de pensar sobre isso e olho para ele, que estava se achando pelo o simples fato da minha mãe ter dito isso sobre ele. Ele também gosta muito dela.
— Não acredito que ela te disse isso — dou uma risada, sabendo que sim, ela seria capaz de dizer uma coisa dessas.
— Bom, mas isso não importa, o que importa é que você estar aqui e eu estou aqui — se aproxima mais do meu rosto, para me beijar.
Como eu amava quando ele vinha assim do nada, de repente, só para me dar um beijo.
.........
— A Jade te encheu de perguntas a respeito de ontem? — Andávamos pelo parque.
— Sim, desde que chegamos em casa — faz uma careta.
Ficamos conversando por mais alguns minutos até que me lembro de todos os deveres que o professor passou para casa, que é pra entregar amanhã. Então tenho que voltar imediatamente para casa.
— Eu tenho que ir — digo assim que os nossos lábios se separam.
— Tudo bem, eu te deixo em casa — e assim deixamos o parque para trás na medida em que chegávamos perto da minha casa. Assim que ele me deixa em casa, segue em direção a sua.
Ao entrar, vejo minha mãe assistindo a um programa qualquer que passava na televisão e logo me sento ao seu lado no sofá, para falar com ela:
— Me desculpa por ter saído sem lhe avisar.
— Tudo bem, querida, só me avise da próxima vez, ok? — Dar um sorriso.
— Ok — concordo com a cabeça. Nunca mais esquecerei de lhe avisar para onde eu vou. — E cadê o papai, ainda está no trabalho?
— Sim. Você quer assistir a um filme comigo? — Pergunta. — Percebi que você não gostou da programação, já que não está olhando para a televisão.
— Eu quero sim, mãe. Que filme seria? — Dou uma gargalhada e ela começa a escolher qual dvd colocar para assistirmos.
Eu amava quando eu passava esses tempos com a minha mãe ou com o meu pai. Eles estão quase sempre ocupados, fazendo com que, eu passe pouco tempo com eles.
Ficamos assistindo a um filme de ação e quando o mesmo acabou, me lembro novamente dos deveres da faculdade para fazer. Desse jeito eu não vou acabar eles nunca. Na verdade, não vou chegar nem a começar. Então ajudo a minha mãe a ajeitar as coisas da sala e depois subo para o meu quarto.
Faço os meus deveres rapidamente. Até que não eram tão difíceis assim quanto eu achei que fosse, só foram um pouco cansativos, já que são várias coisas, mas deu tudo certo no final. Ao termina-los percebo que estou com muita fome.
Saio do meu quarto. Desço as escadas. Preparo uma janta bem rápida. E vou comer na sala. Assim que termino, subo para o meu quarto novamente e me jogo na cama de tão cansada que estou. Quando já estava prestes a dormir, o meu celular toca indicando ser uma mensagem do Miguel.
— Gostei muito do nosso passeio hoje, poderíamos repeti-lo diversas vezes.
Um sorriso logo brota no meu rosto e eu lhe respondo:
— Eu também gostei muito do nosso passeio e sim, poderíamos repeti-lo mais vezes — e com isso adormeço, pensando se eu realmente estou fazendo a coisa certa. Não quero botar tudo a perder. Não de novo.
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