16
Flávia
Ao me acordar no outro dia, vou rapidamente ao banheiro tomar um bom banho, relaxante. Visto um vestido frouxo cinza e saio do quarto. Desço as escadas e vou direto para a cozinha preparar um lance para mim.
Vou para a sala, assistir alguma coisa e penso: já passa das doze horas da tarde e as meninas ainda continuam dormindo... será que eu devo acorda-las? Imediatamente balanço a cabeça para os lados, como se me repreendesse de tal ato, é melhor deixa-las dormindo um pouco mais. O sono faz bem à saúde. Então volto a minha atenção para o que se passa na televisão.
Estava tão entretida na programação, que acabo levando um susto quando escuto o barulho do meu celular, indicando ser uma mensagem. O pego e vejo na tela, o nome do Miguel.
Começo a ler a mensagem.
— Claro que o convite ainda está de pé, na verdade nem saímos ontem, acabou nem dando certo. Claro que você pode levar as suas amigas, a Jade está doida para conhece-las, e eu também. Já que você convidou as suas amigas, eu vou chamar os meus amigos também, o Cauã e o Raul. Qual horário seria?
"Qual horário seria?" Uma ótima pergunta, porém, depende do lugar. E é justamente isso, que pergunto a ele.
— Primeiramente, vamos resolver qual o lugar. Nós vamos para onde?
Sua resposta vem imediatamente.
— Nós poderíamos ir para o cinema, já que você falou que queria ir à praia no domingo. Aliás, eu falei para a Jade e ela quer ir, então já pode me incluir nesse passeio também, porque eu vou com vocês. Não vou perder isso por nada. Posso chamar os meninos para irem conosco?
A únicas palavras que me chamaram a atenção nessa mensagem, foram: "não vou perder isso por nada". Por alguns segundos penso que ele está se referindo a mim, mas logo espanto esses pensamentos ao declarar que ele mencionou isso pelo o fato do passeio, e não pela a minha presença lá.
Nós somos só amigos. Só amigos. Lembre-se sempre disso, Flávia.
Volto a lhe responder ao perceber que já haviam se passado dois minutos desde a sua mensagem, dois minutos que eu viajei ao pensar sobre isso. Tomara que ele não tenha reparado.
— Pode sim, quanto mais gente melhor e menos esquisito.
— Esquisito, por quê? Vocês querem ir à noite?
— Sim, como os pais delas vêm buscar elas à noite, estávamos querendo ir antes delas irem embora.
— Pois agora é que eu vou mesmo, não vou deixar vocês sozinhas numa praia, ainda mais sendo à noite.
Fico bem feliz ao ler isso, essa sua preocupação foi igual a daquele dia...
Dessa vez não perco mais dois minutos, já que volto a lhe responder rapidamente. Não seria bom pensar sobre isso, esses pensamentos são sempre melhores quando eu os deixo de lado.
— Tudo bem. Mas voltando ao assunto inicial, que era o cinema, a gente vai que horas?
— Seria bom as seis horas da noite. Está bom para vocês esse horário?
— Esse horário está ótimo, vou avisar as meninas. Até mais tarde.
— Até...
Assim que deixo de falar com ele, subo em direção ao quarto que as meninas estavam, e como a porta estava só encostada, abro ela bem devagar e adentro o cômodo. Ando na ponta dos dedos, para não ter o perigo de acorda-las, e quando chego bem perto da cama me jogo em cima delas as acordando por completo, tanto pelo meu peso, como pelo barulho que eu fiz ao cair sobre elas.
— Oi, meninas. Só para avisar que nós vamos sair hoje, viu? — Dou o comunicado.
Heloísa resmunga.
— Tem vários jeitos de se avisar uma coisa, não precisa se jogar em cima da gente — seu rosto estava emburrado, além dela estar levemente irritada.
Mas o pior é que ela tinha mesmo razão de estar assim, ao olhar para baixo, percebo que foi ela quem mais recebeu o meu peso.
— Vamos sair para onde e que horas? — Eloá não se importou nem um pouco por eu estar com o meu corpo em cima dela, pois diferente da sua irmã ela só tinha ouvidos para o comunicado que eu tinha acabado de dizer a elas.
Antes de responde-la me viro para a Heloísa e lhe peço desculpas, da qual me dar logo um sorriso. Ela não consegue ficar com raiva de mim por muito tempo. Sorrio para ela. E desvio o meu olhar para a minha outra amiga.
— Vamos ao cinema com a Jade, o Miguel e os amigos deles. As seis horas — aviso.
— E são que horas, agora? — Pergunta.
— Já vai dar uma hora — mostro o celular para as duas. — Vocês vão querer lanchar agora ou vão esperar pelo almoço? — Pergunto, mas eu já sabia muito bem qual seria a resposta delas.
— Esperar pelo almoço — elas dizem juntas, ao mesmo tempo que em olham uma para outra, rindo. Me junto a risada delas.
Eu já sabia. Sempre quando elas se acordam tarde, elas só esperam pelo almoço. Não sei porque ainda pergunto esse tipo de coisa.
.........
Estávamos jogando videogame e nem percebemos a hora passar, quando eu olho no meu celular e vejo que marcava quatro e meia. — Já são quatro e meia da tarde? Merda! Vai ser uma missão quase que impossível nos arrumamos só com esse tempo. — Na mesma hora me levanto e as meninas percebem a minha mudança e perguntam.
— O que houve? — Eloá se vira para mim.
— Você está bem? — Heloísa pega no meu ombro.
— Gente nós ficamos aqui só conversando e jogando que não percebemos a hora passar — comunico a elas. — Já são quatro e meia e para chegar as seis horas, é num piscar de olhos — comento. Elas se levantam do sofá e cada uma começa a ajeitar uma coisinha ou outra que se encontrava desarrumada na sala e assim que acabamos, subimos para os nossos respectivos quartos para nos arrumar.
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